Um Novo Começo escrita por hachiikko


Capítulo 6
08.08 - Improvável, parte 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso~
Vão ser três partes, contando do final de semana.
Para saber o porque só ler -rs



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08.08 - 23:35p.m. (parte um)


Querido Diário,

não, não esqueci de escrever em você ontem.
Mas é que tanta coisa aconteceu que não tive tempo para expressar meus sentimentos. Nem mesmo para compartilhar o que aconteceu comigo nesse final de semana. Foi algo tão inesperado, tão improvável.
Ainda não acredito no que aconteceu, preciso contar para alguem.
E adivinha?
Isso mesmo! Esse alguém é você.
Mas eu escrever assim é muito chato, vou tentar fazer uma coisa que aprendi nas aulas de japonês, narrar como uma terceira pessoa.
Porque assim, tenho a impressão de que ficará mais interessante de se ler.
Mas devo avisar, que é muita coisa. E como estou morrendo de sono, vou começar e continuar amanhã. Espero acabar amanhã, se não continuo no outro dia, assim até eu acabar.
Antes que eu esqueça, vou coloar entre parenteses alguns comentários meus.


Sábado amanhaceu meio receoso. O sol tentava sair mas as nuvens o impediam de projetar sua luz calorosa.
O dia começou cedo para aquela familia. Depois de tanto tempo sem ficar em casa, Murai Kuroi estava aproveitando cada minuto da compania de sua querida esposa e de seu amado filho. (o dia já começou bem.)

Kuroi sabia que Naoyuki tinha o dom de desenhar por isso não se importava quando saiam e Murai filho ficava sentado em um canto concentrado nas folhas de seu caderno de desenho.
No dia anterior, Kuroi havia presenteado Naoyuki com um caderno com capa de couro e uns detalhes em prata que diziam ser celta. Pelo menos foi o que o vendedor na Irlanda disse a ele.
Na primeira folha do caderno havia uma frase em Irlandês que significava "Apenas coloque aqui seus maiores desenhos." Ele não achava que isso seria um prolema para o filho, sabia que o pequeno Murai era dono de uma grande ambição, por mais que ainda não soubesse disso. (Eu só sei disso porque ele sempre me fala, mas não levo muito fé.)

O café-da-manhã transcorreu normalmente, até que Murai Haruna expressou o desenho de fazer compras. E nesse momento pai e filho cruzaram olhares.
Ambos sabiam o que significava.
Kuroi iria com Haruna fazer compras, enquanto Naoyuki ficava passeando desenhando paisagens aleatórias pelo decorrer do dia.

Por volta das dez da manhã os três sairam de casa, deixando o Teco guardando a residência.
Caminharam quase uma hora até chegar no centro da pequena cidade em que moravam.
Mal chegaram Kuroi entregou dinheiro a Naoyuki, dinheiro suficiente para um almoço em um bom restaurante, um lanche a tarde, um tipo de diversão momentanea e o taxi de volta para casa, que era extremamente caro por ali.
Com dois cadernos sob o braço, Naoyuki viu um casal apaixonado se afastar de mãos dadas. (Meus pais são muito românticos junto, fico imaginando se algum dia encontro alguém assim para mim.)

Depois de bastante tempo andando por aquela rua principal, ele havia achado o que queria desenhar. Era uma loja de brinquedos, com brinquedos espostos no vidros de frente a rua. O que tornava aquela cena interessante era que havia uma pessoa contando histórias para um grupo de crianças que prestavam atenção cautelosamente.
Foi logo ele virar que se deparou com um café, que possuia uma parte externa com mesas redondas, cadeiras de madeira e parasóis gigantes. (Parecia café de filme americano, e estava convencionalmente de frente para aonde eu queria desenhar.)
Sem ao menos pensar que precisaria consumir para ficar no local, ele se sentou na mesa mais conveniente, pegou o caderno novo e começou a desenhar.

(Nessa parte que eu me arrepio)
Estava tão concentrado tentando acertar o cabelo da contadora de histórias que estava indomável devido ao vento, que não percebeu quando alguém se aproximou.
- Quer dizer então que você fica perseguindo pessoas para desenhá-las?
Naoyuki levou um tremendo susto, que quase caiu da cadeira. (Sim, mesmo eu estando sentado)
Levantou o rosto lentamente e deu de cara com Amane Shinji o encarando.
- Então o que vai querer?
Foi então que a ficha caiu. A roupa limpa, o cabelo preso, a barba feita, o bloco de notas na mão, ele trabalhava ali. (Demorei para perceber ok.)
- E então?
- Ah, não quero nada.
- Se não consumir, não pode ficar aqui.
- Ahh. Mas não sei o que...
- Temos chá com biscoitos amanteigados, sucos naturais, sanduiches que você monta, cupcakes, torta de morango e maracujá, bolo de chocolate, petit gateau com sorvete de creme, sem contar em 40 sabores de sorvete. - ele foi falando rápido, cortando a frase do baixinho.
- Uma torta de morango e um chá (Odeio decidir sobre pressão)
- Certo - e com essa palavra ele se virou e foi andando para dentro do estabelecimento.
O baixinho ficou com raiva de si mesmo, com tantas chances e não soube o que dizer.
Ficou se martirizando mentalmente até seus pensamentos serem interrompidos de novo por aquele cara (colocar garoto ou homem seria muito estranho) alto segurando uma bandeja.
- Torta de morango - ele foi falando e colocando na mesa na minha frente - e chá.
Devia ter parado para reparar na fumaça que saia da xícara.
- Cuidado que está! (Foi nessa hora que virei a xícara e queimei a lingua) quente...
Naoyuki se sentia um idiota pelo que havia feito, e cara de mais idiota que estava tentando soprar a lingua já queimada. Por isso foi de quando surpresa quando o garçom virou e perguntou:
- Vai continuar aqui até que horas?
- Não sei (não sei explicar mas sentia meu rosto arder de vergonha)
- Quer ir no cinema?
- QUERO (foi muito automático que nem pensei no que essa minha atitude repentina podia causar)
- Ok. Eu saio as cinco. Quando o resto chegar nós vamos.
- Resto? - a decpção era nitida na voz daquele pequeno, mas o mais alto claramente não se fez entender.
- Meus amigos.
- AMANEE! - uma voz gritava lá de dentro.
- Tenho que ir, qualquer coisa voltar as cinco! - e acenando com a cabeça ele foi correndo na direção da voz que gritava seu nome.

(Ok, momento pausa na narração. COMO ASSIM SABE? Ainda não acredito que isso aconteceu, foi tão natural!)

Quando o menor percebeu que a frase amigos implicava nos que andavam com ele na escola, desanimou na hora. Mas as chances disso acontecer novamente eram remotas.
Continuou desenhando, as vezes sentia olhares sobre os ombros, mas quando virava para olha, Shinji estava limpando alguma mesa. Por mais que parecesse que a maioria das mesas já estivessem limpas.

A tarde passou tão lentamente, mas tão lentamente que deu tempo de Naoyuki terminar o desenho da contadora de histórias, desenhar mais duas paisagens, e estreiar seu caderno dos sonhos com o desenho de uma bateria.
Não havia conseguido comer mais nada depois da torta de morango, mesmo já estando algumas horas sem comer.
Cinco pras cinco, ele andava sem rumo perto do café, não queria parecer desesperado, ansioso ou nervoso. Mas não pode deixar de sorrir quando viu Shinji saindo do café e procurando por ele.
Andaram um ao encontro do outro e depois de algum tempo se olhando em silêncio, a boca de Amane pareceu que ia falar alguma coisa quando foi interrompido por alguém pulando nele gritando SHIN.

- PORRA! DA PRA VOCÊ TER CUIDADO HIROTO?
- Não! Você sabe como eu gosto de você - foi falando o menino enquanto apertava a boxexa dele.
- Pega leve, senão quebra o menino trabalhador - foi a ver de outro chegar colocando a mão no ombro de Amane, o que me chamou atenção nele foi a calça rosa de oncinhas.
- Eu já disse! Não vou posar pra eles! Oi Shin! Quantas vezes vou ter que dizer? - ele havia chegado perto, cumprimentado e saido para continuar falando no telefone.

(Nessa hora me senti muito mal, tipo eu atrapalhando sabe.)
Naoyuki sentia que não devia estar ali, mas quando se virou para ir embora escutou a voz de Shinji.
- Esse é o Murai Naoyuki! - Naoyuki tentou se controlar para não exibir o sorriso que mostrava por Shinji ter lembrado o seu nome - Ele é novato lá no colégio.
Os três virarm o rosto para Naoyuki fazendo-o ficar totalmente desconfortável.
- Oii.. - foi apenas isso que ele conseguiu balbuciar.
- OIII! Eu sou Ogata Hiroto! Prazer. - enquanto ele falava abraçou o baixinho, que era um pouco maior que ele.
- Prazer, Kohara Kazamasa. - ele apenas sorriu.
- E aquele lá é o Sakamoto Takashi que a gente chama de Saga - risos.
- Saga se você não desligar isso agora, eu vou quebrar seu celular - Shinji foi bem direto e grosso.
- Então que tipo de filme você gosta Naoyuki? - foi a vez de Kohara falar.
- Quase todos, menos de guerra sem contéudo, sabe que só tem tiro e nada mais.
- Ta passando um de carros né? Algo sobre drift - me surpreendi ao ouvir Saga falando de uma maneira não ofensiva.
- Todos topam? - Kohara parecia liderar o grupo.
- Pode ser, só estou aqui porque me obrigaram. hunf - Amane, foi falando e tirando um cigarro do seu ipod.
- A idéia foi minha, então claro que vou. - acabando de falar o celular dele tocou e ele se afastou para atender.
- Desde que tenha chocolate eu topo! - Hiroto era o mais elétrico do grupo.
(Olharam para mim querendo uma resposta.)
- Ah, eu topo.
- ENTÃO VAMOS AO CINEMAA! - Hiroto gritou e começou a correr empurrando Kohara pelas costas.
Naoyuki e Shinji começaram a andar um do lado do outro. Naoyuki não aguentou e soltou um risinho baixo.
- O que foi?
Depois de encarar aqueles olhos, disse sem medo.
- Quando você disse amigos, fiquei um pouco receoso porque imaginei os que você anda no colégio.
- E mesmo assim veio?
(Nessa hora eu fiquei MUITO vermelho)
- Aqueles são colegas, esses são amigos. Mas por classe social, temos que ficar separados lá.
Não tinha entendido muito bem aquela frase, mas resolvi deixar pra me preocupar com isso depois.

Chegando na bilheteria do cinema, Murai se preparava para pegar seu dinheiro quando ouviu Amane dizendo: Duas porfavor.
Murai olhou incredulo e viu Shinji oferecendo um ingresso.
- Eu que chamei, eu que pago.
É desnecessário comentar que Naoyuki estava mais vermelho que nunca, e quando ele pegou o ingresso teve certeza de que viu Shinji sorrir.

.....

Me distraia escrevendo que esqueci o horário. Me toquei porque minha mãe veio aqui reclamar da luz acesa.
Nossa! E realmente está tarde!
Se não fosse pelo colégio amanhã bem cedo continuaria descrevendo o resto do dia.
Amanhã continuo, não vai se arrepender. Muito menos eu, que o quero fazer é ficar relembrando isso para sempre.
Hoje vou dormir nas nuvens.


- Murai Naoyuki


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Notas finais do capítulo

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