Be My Friend escrita por milena_knop


Capítulo 16
De volta a vida - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou bem pequeno UHASUAHA'
por isso hoje desejarei boa sorte !



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Capítulo 14 
Parte 2 

Abri a porta com cuidado, segurando o riso ao máximo, já que Bill tentava se desviar dos olhares de todos se escondendo atrás de mim.
No local estava Georg em pé perto do piano acompanhado de uma moça, e mais frente estava Gustav sentado em um sofá, também acompanhado. Bill ainda estava grudado em minha cintura, aparentemente menos preocupado, já que Simone não se encontrava na sala. Ao nos ver entrar, Georg se aproximou sorrindo daquele jeito que tira qualquer pessoa do seu estado normal.
- Bill, a barra tá limpa, ela já foi pra casa. - Georg disse, fazendo Bill retomar sua postura, reclamando de dor nas costas.
- Nós a convencemos de que você não fez por mal. Ela demorou, mas entendeu. - Gustav gritou do sofá.
- Ah, valeu rapazes. - Bill disse, colocando suas coisas na poltrona marrom que ficava perto da porta.
- Valeu nada, você nos deve essa e a gente vai cobrar. - Georg disse sorrindo e piscando. Bill bufou e girou os olhos.
Naquele momento eu queria gritar “hey, eu estou aqui!”, porque estar sendo ignorada naquele momento não me agradava nem um pouco. Bill se levantou e subiu as escadas, me deixando sozinha com duas mulheres, um deus grego de olhos verdes e um loirinho lindo. 
Georg se aproximou e me cumprimentou com um beijo na bochecha, e eu aproveitei para inspirar seu perfume, logo seguido de Gustav e das duas belas moças.
- Rachel, essa é Giulia, minha namorada. - Georg me apresentou a morena de olhos e cabelos negros meio ondulados que caíam sobre os ombros, mais ou menos 1.70 de altura, um sorriso bonito e uma pele muito clara. Ela era realmente muito bonita. Não pude evitar de me desapontar, já que Georg sempre foi o mais interessante de todos para mim.
- E essa é Karen, minha, é... - Gustav falou meio encabulado, mas foi interrompido.
- Namorada, prazer. - Karen sorriu. Ela era loira, cabelos curtos e de olhos extremamente azuis. Era baixinha, e pelo menos era menor que Gustav. Todos ali eram tão simpáticos, estava quase me sentindo em casa.
- Já fizeram as apresentações? - Bill surgiu atrás de nós bebendo algo em um copo escuro. Gustav, que estava ao seu lado, olhou curioso para o líquido, recebendo de Bill um sorisso.
- Relaxa Gustav, é suco. - Bill piscou e colocou a mão no ombro do amigo que assentiu afirmativamente com a cabeça.
- Vou buscar um para a Rachel, já volto. - ele saiu da sala, mas não sem antes pegar uma cadela marrom com um laço de fita rosa no pescoço e colocar embaixo do braço.
- Venha, me dê isso aqui, vou guardar pra você. - Giulia disse, pegando minha bolsa e sumindo do meu campo de visão. Karen colocou a mão em meu ombro e me guiou até o centro da sala, para nos sentarmos no sofá vermelho.
- E Tom? Onde ele está? - perguntei, já não agüentando mais de saudade e de vontade de vê-lo.
- Ele está com o Andréas sabe-se lá fazendo o quê. - Georg disse, enquanto Giulia voltava e se sentava ao seu lado. Não demorou muito e Bill voltou com o meu suco, sentando-se ao meu lado e falando feito um rádio. Era tão bom vê-lo alegre daquele jeito! Por mais cansaço que meu estado demonstrasse, eu acabava me contagiando com aquilo. 
As horas estavam passando rápido e a minha vontade de sair dali diminuía gradativamente a cada risada escandalosa e fofa que Bill dava.

Eu havia acabado de desligar o telefone após ter dado satisfação a Jen. Eu havia me esquecido completamente dela coitada! Estava quase tendo um colapso nervoso, tamanha era a sua preocupação. Me senti a pessoa mais irresponsável do mundo. 
Estava andando tão distraída que nem vi o local onde havia chegado. Estava no jardim, que por sinal era muito bonito, bem iluminado e com uma piscina bem grande, até exagerada eu diria. Aposto que ela tem menos utilidade que o Buda lá da frente. Sentei-me em uma cadeira de sol, na beira da água. Estava frio, mas as estrelas e a lua formavam um espetáculo tão lindo no céu que valia a pena perder mais uns minutinhos por ali.
- Ahá, aí está você, eu estava te procurando. - fui surpreendida por Bill que se aproximava, sendo acompanhado pela sua cadelinha. Ele se acomodou em uma cadeira bem próxima a mim.
- Ela é linda! - exclamei, enquanto fazia menção de pegar o bichano, mas Bill recuou, segurando-a. Franzi o cenho não entendendo sua atitude rude, mas ele logo tratou de se explicar.
- Cuidado, ela é muito brava, tenho medo que ela te machuque. - cauteloso respondeu, mas ela não me parecia aborrecida com minha aproximação.
- Me deixa tentar? – perguntei, estendendo os braços. Bill me olhou, mas cedeu, colocando-a em meu colo.
- Depois não me culpe – ele se defendeu. Mas diferente do que imaginávamos, ela se acomodou em meu colo e permitiu que lhe fizesse carinho, ela era tão fofa e cheirosa! Bill imediatamente abriu a boca e deixou transparecer sua surpresa. Logo depois, sorriu ternamente.
- Qual o nome dela? – perguntei, enquanto afagava seus pelos brilhantes.
- Ela se chama Diva. - Bill respondeu orgulhoso e sorrindo. Assenti afirmativamente com a cabeça.
- Sabe - Bill disse, apontando para a cadela -, isso é raro, muito raro. Ela não gosta de ninguém a não ser eu. Tom não pode lhe estender a mão se quiser continuar tocando guitarra... E ela gostou de você.
- Acho que isso é bom né? - sorri e Bill confirmou com a cabeça, ainda sorrindo daquele jeito.
- O Tom disse que ela só gosta de mulheres bonitas - ele disse sorrindo - e você é bem bonita. - completou, me deixando totalmente sem graça. 
Ficamos alguns minutos em silêncio, mas Bill logo tratou de falar.
- Então, como foi lá? - perguntou curioso.
- Ah - suspirei e encarei a água da piscina -, normal: jantares, gente chata, você tendo que fingir que adora aquelas ocasiões, sorrir pra todo mundo... Mas eu já me acostumei com esses tipos de eventos da empresa. - terminei e ergui meu olhar a ele.
- Deve ser mesmo muito chato.
- Você nem imagina. - sorri.
- Como é? – perguntou num tom de voz diferente.
- Como é o que?
- Ser herdeira de uma das maiores fortunas do planeta. – explicou, me encarando sério.
- Eu não sei... - soltei um riso - Acho que normal, eu tento não pensar muito nisso. 
- Entendo. - Bill respondeu, movendo a cabeça afirmativamente. – Não tem medo? Assim, de sair na rua?
- Não, agora não mais. Meu pai queria que eu andasse com seguranças, mas não acho necessário. Não sou tão conhecida, e se tem uma coisa pela qual eu prezo muito é a minha liberdade.
- Eu sei bem, detesto andar com várias sombras, mas não tenho coragem de sair sozinho. - Bill disse, olhando para um ponto fixo à sua frente.
- E quanto a questão do dinheiro, não me importo com isso. - nesse momento, Bill riu e me olhou incrédulo - É sério! Ta, eu sei que ele me faria muita falta - eu disse, girando os olhos -, mas essa desigualdade social gritante do mundo me irrita, me parece injusto. O dinheiro é a pior droga que eu conheço, é incrível o poder que ele tem sobre as pessoas, e sinceramente, eu odeio esse meio. - desabafei e Bill me olhava sério, talvez absorvendo tudo que eu falara.
- É difícil confiar nas pessoas né? – Bill disse. Ele parecia me entender, sua expressão facial demonstrava isso.
- Muito. - sorri.
- Eu sei... Sou muito desconfiado, minha confiança em alguém é algo raro de se ver. – Bill disse, tomando um gole do suco que ele trouxera consigo. Sorri enquanto brincava com as orelhas da Diva, acho que finalmente estávamos nos entendendo. Eu não era assim, uma pessoa que detalhava e contava sentimentos aos outros tão facilmente, mas ali com ele eu me sentia incrivelmente a vontade, como se ele fosse um amigo de longa data. Não fazendo por menos, Bill prestava atenção em tudo que eu falava. Ele me compreendia e estava se mostrando um ótimo ouvinte.
- E a fama, te incomoda? Você gosta disso né? – questionei, fazendo-o respirar fundo, deixando os pensamentos distantes.
- A fama é a minha droga. – ele inclinou a cabeça para o lado - Odeio o fato de colocar o nariz pra fora de casa e ser reconhecido, mas se estou em casa sem ver ninguém eu acho que todo mundo já me esqueceu. - sorriu
- Isso é estranho. - respondi
- Eu sou estranho.- ele revirou os olhos, me fazendo sorrir.
- Eu não sei o que é isso, não sou conhecida por aqui. Só sou lembrada pela amizade com o guitarrista mulherengo do Tokio Hotel, mas fora isso, sou uma cidadã normal.
- Não te incomoda o fato de se referirem a você como a garota “fixa” do Tom? – ele perguntou, fazendo as aspas com os dedos. Soltei uma risada e respondi:
- Nenhum pouco. As pessoas que são importantes pra mim sabem que isso não é verdade, e isso já me basta. O que os outros pensam não me interessa. – expliquei.
- É um bom modo de ver as coisas. – ele sorriu, balançando a cabeça.- Mas mudando de assunto, eu vi as fotos suas que saíram na mídia tomando sorvete em Malibu com o Eminem. - Bill disse fazendo a cara mais maliciosa que eu já o tinha visto fazer. Nesse momento, direcionei minha atenção a algo totalmente insignificante no meu lado esquerdo, mas que de repente parecia muito interessante. Eu precisava normalizar o rubor das minhas bochechas o quanto antes.
- Viu é? - olhei para ele que sorria daquela mesma maneira, maldito!
- Ahaam, vocês, assim... Têm algo? – perguntou, arqueando as sobrancelhas.
- Eu e ele? - soltei uma risada nervosa - Não, somos só amigos. - respondi sem jeito.
- Não precisa mentir, o Tom me contou algo sobre vocês. - nesse momento senti uma enorme vontade de esganar um ser que perambula por aí com rastas pretas e calças largas.
- Ah Bill isso é passado. Agora somos amigos, nos damos bem, só isso. - dei de ombros, tentando ser o mais convincente possível. Bill entrelaçou as pernas e balançou a cabeça, confirmando contra gosto. Eu sei que ele não acreditou, mas afinal, o que ele tinha a ver com isso? 
Para o meu total alívio ele não tocou mais no assunto e nossa conversa se tornou novamente agradável, apenas sendo interrompida por uma voz que me fazia tanta falta.
- Quando me contaram isso eu não acreditei, precisava confirmar com meus próprios olhos. - Tom apareceu balançando a cabeça para os lados e com os braços abertos vindo em nossa direção. Bill pegou a Diva do meu colo por precaução enquanto seu irmão se aproximava e se atirava sobre mim, me cobrindo com seus enormes braços e quase nos levando ao chão.
- Também senti muito sua falta Tom. - respondi enquanto era esmagada por ele, o que em todo caso não era nada ruim. Ele sorriu, mas continuou grudado em mim. 
Eu nunca soube ao certo porque Tom me fazia tão bem. Ele sempre foi como um irmão mais velho que mora em uma casa separada. Nunca brigamos e a falta que ele me faz é enorme. Sou totalmente dependente disso; é como que se eu precisasse dele pra me dizer que está tudo bem. Invejo demais o Bill pelo laço fraterno de sangue com Tom, mas ele sempre me garantiu que no nosso caso o sangue compatível nunca faria diferença nenhuma, e isso é uma coisa da qual eu concordo.
- Eu, eerm... Vou lá pra dentro, até depois. - Bill se despediu um tanto atrapalhado de nós e tomou o rumo da porta de entrada para a mansão. Tom que ainda estava sentado na mesma cadeira que eu, grudou os lábios em minha bochecha e lá ficou. Ele sabe muito bem que detesto esse tipo de coisa, mas no momento eu só conseguia rir das cócegas que aquilo provocava. 
- Ai Tom, pára, sai! – reclamei, segurando em seu braço que estava em volta do meu pescoço. 
- Chata. – rebateu, tentando parecer mal humorado. Ele se levantou, mas antes de se sentar, virou-se para mim e me pegou totalmente de surpresa com outro beijo. – Agora deu. - sorriu convencido e sentou-se com uma perna de cada lado na cadeira que antes era ocupada por Bill. – Fiquei surpreso ao me contarem que Bill foi te buscar, mamãe vai ficar uma fera com ele. – ele riu, sendo acompanhado por mim.
- Imagina eu então! Ele está muito mudado comigo e... Ele é tão curioso. - sorri ao me lembrar das perguntas que ele havia feito minutos atrás. Tom soltou uma gargalhada atirando o corpo para trás.
- Então você está finalmente conhecendo ele, só isso. – justificou - Eu acho que finalmente ele se acostumou com você. - senti por menor que fosse que seu rosto havia tomado uma expressão maliciosa, e seu velho hábito de passar a língua pelo pircing confirmou minha teoria. 
- Tom, que cara foi essa? – perguntei, apontando na direção do seu rosto enquanto ele ria como uma criança.
- Nenhuma. - deu de ombros.
- Tom...
- Que foi? Não tem nada. - se defendeu, me olhando como se fosse alguém totalmente ingênuo.
- Mesmo? - insisti
- Mesmo. - segurou o riso - Ele só fa...
- O que ele disse de mim? – subi alguns decibéis na minha voz e ele me olhou sorrindo. Ele estava se divertindo muito com aquilo.
- Nada, ele não disse nada. Estou só brincando sua boba. – ele tentou parecer sério, o que foi inútil.
- Me conta Tom...
- Não tem nada pra contar caralho – eu ri.
- Mas...
- Shii...- ele me interrompeu.
- Tudo bem! – gritei, antes que ele barrasse minha voz. E ele novamente riu, mas dessa vez, o tempo para se recuperar foi maior. 
- Chato. - reclamei enquanto ele acendia um cigarro - E apaga essa bosta. - apontei meu dedo para o monte de nicotina enrolada que ele punha na boca.
- Não. – ele riu e por pura provocação soltou a fumaça na minha cara. Não fiquei quieta e revidei lhe batendo a mão com força no braço esquerdo. Ele olhou para o local sério e eu cheguei a pensar que realmente o tinha machucado, mas ele logo desatou a rir e eu não suportei mais e o acompanhei. Parecíamos duas crianças bobas rindo de... Bom... Nada. 
Depois de um longo tempo, nossos ânimos haviam voltado ao normal, nos tornando novamente pessoas civilizadas. Então achei que aquele momento fosse a hora certa para tocar naquele assunto nada delicado.
- Então quer dizer que só as mulheres não lhe são mais suficientes. - o encarei sério, e ele que até então carregava um sorriso na face, deixou a expressão tornar-se séria.
- Sabia que você iria tocar nesse assunto. – respondeu, mexendo em algo na sua cadeira.
- Que ótimo. Mas e aí, não tem nada a me dizer? Nada do tipo “eu posso explicar”? – perguntei, e mantive minha expressão séria.
- E você vai me ouvir? Até agora só o Bill acreditou em mim e se manteve do meu lado. O resto não quis nem me escutar. Eu sei que tenho credibilidade baixa, mas custa tanto acreditar em mim? - choramingou.
- Sou toda ouvidos Tom. - posicionei-me a sua frente, embora ele não estivesse me olhando. Sua atenção estava sobre a água da piscina.
- Não foi culpa minha, foi... Foi a Anne. – ele me olhou sério. Suspirei fundo e fiz menção com a cabeça para que ele prosseguisse. Lá no fundo eu sabia que tinha dedo dela nisso aí.
- Eu estava lá com uma intenção boa, queria me distrair e sair. Ela estava lá e eu até cogitei a...- parou e suspirou fundo.
- A...? Pode continuar Tom. - encorajei-o 
- Eu não sei, eu me senti atraído por ela. Na hora lá eu quis ficar com ela, mas foi muito bom eu não ter feito, com certeza a essas horas eu estaria arrependido, e muito. – ele esperou um pouco para continuar. Talvez estivesse buscando as palavras certas ou talvez nem ele sabia ao certo o que falar. Para se distrair, soltou a borracha que amarrava seu cabelo e ficou brincando com ela. Eu nada fiz. Apenas continuei o observando.
- Aí eu me aproximei com boa intenção, ela até parecia gostar da minha companhia. - respirou fundo - Tom burro, burro! – ele deu um soco na cadeira e balançou a cabeça para os lados. - Você sabe - apontou para mim - você sabe que eu odeio ser feito de idiota! Ela me fez de idiota, me apresentou aquela coisa... - fez cara de desgosto - Estava escuro, não tinha como ver direito, eu achei que estava me dando bem mas ela era ele! - me olhou indignado – Era um homem, nossa! - passou a mão no rosto - Por sorte não a beijei. - nessa hora não pude conter minha surpresa, era inevitável. - É, pode fazer essa cara, eu sei, foi por pouco, o que mais... O que mais me irrita é que eu aposto que ela estava vendo tudo e se divertindo com aquilo, se divertindo as minhas custas, ninguém faz isso... - puxou o ar - Ninguém faz Tom Kaulitz de idiota. – terminou e ficou me olhando, esperando algum tipo de reação.
- Não sei o que falar. - justifiquei o fato de permanecer calada. - Eu não esperava isso, ela foi longe de mais. - eu ri e balancei a cabeça para os lados – Inacreditável... - esperei um pouco e continuei - Você já esclareceu isso? - perguntei
- Não, essa semana tenho coletiva de imprensa, preciso de uma boa desculpa pra isso.- balancei a cabeça confirmando. – Não acredito que vou ter que trabalhar com ela, não acredito, desculpa amor. - me olhou ternamente - Eu sei que ela é sua amiga, mas não posso ignorar esse episódio. - seu rosto foi se tornando rígido e demonstrava raiva - Eu a odeio tanto, aquela vad...
- Tom... - o interrompi.
- Desculpa, não quero mais falar sobre isso. Só de saber que você me apóia me sinto melhor, não preciso que mais ninguém acredite em mim. Já esqueci isso, então por favor, não toca mais nesse assunto. - implorou, pegando em minhas mãos. Apenas sorri e confirmei com a cabeça. 
Era algo meio difícil de compreender essa situação entre os dois. Se antes Tom tinha problemas com a minha relação e com o Bill, agora o meu problema era ele e Anne. Não deixaria isso assim, ela iria me ouvir. Deixar as coisas do jeito que estão não era a minha intenção, nem a faria.
Estava frio devido ao adiantamento da hora. Eu esfregava as mãos em meus braços, mas poucos eram os resultados. 
- Toma, coloca e vamos entrar. Está frio aqui. - Tom me estendeu seu casaco e levantou-se. 
Após colocá-lo seguimos em direção a porta de entrada do jardim para a casa.
- É bom estar de volta. – disse, colocando minha mão na cintura de Tom e repousando a cabeça em seu ombro. Recebi um beijo seu em minha testa enquanto subíamos as escadas.
O lado interno da casa estava muito animado. Havia mais pessoas lá, e todos estavam se divertindo, rindo e conversando. A música estava em som ambiente e tinha alguns que beliscavam a comida que estava em uma mesa colocada no centro. Tom se soltou de mim e foi até Georg que assistia televisão com mais pessoas. 
Estava comendo alguns canapés quando senti alguém tocar em meu ombro. No mesmo instante, virei-me e dei de cara com Bill ao lado de uma mulher loira, muito bonita e muito familiar também, mas a memória no momento estava me deixando na mão.
- Rachel, essa é Nathalie. – Bill me apresentou à moça loira que me olhava sorrindo. Sorri de volta, pois talvez essa fosse a moça que cuida da maquiagem do Bill e do cabelo do Tom, creio já tê-la visto em algumas revistas. - Minha maquiadora e melhor amiga. - confirmou minha teoria. 
- Prazer. – abracei-a sendo correspondida. Ela se soltou e continuou sorrindo, me parecia simpática.
- Ela é realmente muito bonita Bill. – Nathalie disse e sorriu, recebendo de Bill uma piscadela. Fiquei totalmente sem jeito e atordoada. Bill falando a respeito de mim para seus amigos era novidade, totalmente inesperado.
- Sabe Rachel, Bill tem obsessão por mulheres bonitas. - Gustav apareceu do meu lado estendendo seu braço sobre minhas costas e me guiando para longe dali. Demonstrei uma expressão totalmente confusa, o que provocou risos entre eles. Eles porque Georg havia acabado de se juntar a nós.
- A gente desconfia que seja porque ele queria ter nascido uma. - Georg cochichou em meu ouvido em um tom relativamente alto. Soltei uma risada e confirmei com a cabeça.
- Eu ouvi isso Georg. - Bill se aproximou com uma cara nada amigável olhando enraivecido para o companheiro. – Você quer que eu conte que você alisa os pelos pu... – Nathalie tampou a boca dele antes que ele terminasse a frase. Levou-o para longe e Georg continuou rindo, me alcançando logo depois com um copo de bebida em mãos. 
- Lição número um – ele me olhou sério - Nunca incomode a diva.
- A cadela? - perguntei
- Não essa. – ele se aproximou - O Bill. - terminou a frase e riu. Acabei por não segurar o riso, aquela gente era maluca.
Logo Nathalie nos deixou, dizendo que tinha uma família para cuidar. Giulia me explicou que ela era casada, o que foi surpresa para mim, pois ela aparentava ser muito nova, o que já foi um motivo para eu admirá-la.
Já passava da meia noite e eu já nem me lembrava ao certo qual tinha sido a última vez que havia dormido. Todos já estavam mais calmos por ali, mas os meninos ainda tinham ânimo para brincar no vídeo-game. 
Depois de uma longa conversa com Giulia, que por sinal era um amor e me tratou muito bem, avistei Bill no outro canto da sala sentado com os pés em cima do sofá apoiando o queixo nos joelhos e olhando para fora pela grande janela. Ele estava com o controle do som, coordenava as músicas que estavam tocando em um tom baixo, colocava o que lhe agradava e cantava junto olhando para fora. Percebi que havia ficado mais tempo que o normal o observando e sem que eu me desse conta eu estava sorrindo, mas era inevitável. Ele era muito fofo, parecia uma criança carente abandonada, e se existia uma coisa da qual eu gostava era de crianças. 
Enquanto todos estavam ocupados, saí dali e fui até onde ele se encontrava. Me sentei ao seu lado apoiando a cabeça no sofá, quase deitando e colocando os pés em um puff a minha frente. Ele estava tão distante dali que nem pareceu notar minha presença. Fiquei alguns minutos o observando apenas. Meu Deus, como era bonito... Ele estava sem a maquiagem, era tão natural, tão lindo, mesmo que eu não pudesse ver seu cabelo, já que sua touca o cobria. Seu rosto tinha a simetria exata para ser perfeito.
- Então, qual deles é o mais interessante? - perguntei, fazendo com que ele voltasse sua atenção a mim. Ele me olhou, sorriu e trocou a música várias vezes até encontrar alguma de seu gosto. Eu a conhecia. Era uma musica bem antiga, mas era boa e eu gostava. Ele que estava de frente para mim ainda abraçando as pernas, novamente me olhou.
- Não entendi, como é? – perguntou confuso.
- Qual dos planetas que você estava viajando é o mais interessante? - repeti a pergunta e ele sorriu ao entender. Ele me olhou, mas não foi algo normal, sem importância. Foi diferente, foi estranho e foi... Intenso. Talvez por ter sido a primeira vez que eu senti que ele olhava no fundo dos meus olhos... Não tendo outra alternativa, correspondi.
- Nesse momento? - sorriu e eu concordei com a cabeça - Aqui na Terra mesmo, está muito interessante. - sorriu e voltou sua atenção à janela novamente, cantando junto com a música. Virei meu rosto para frente e encontrei Tom nos encarando e sorrindo. Tentei falar algo mas ele virou sua atenção a Georg e me ignorou.
- Meu irmão não está com cara de quem levou uma bronca sua. - Bill disse me fazendo olhá-lo.
- E não levou. - respondi, sentindo que manter minhas pálpebras abertas era completamente difícil. Fazia horas que não dormia e a musica calma e o sofá confortável estavam ajudando para que o sono me dominasse de vez. – Eu vou falar com ela, por que... Ele me disse que gosta dela, e ela também, não... Ele quer sair com o travesti de novo, mas, tem o gato que a Anne ganhou... - eu disse, totalmente grogue.
- Isso não faz muito sentido. - Bill disse, rindo.
- Eu sei. - foi a última coisa que consegui dizer antes de fechar os olhos por completo.

Estava tudo tão frio, havia vento também. Eu tinha a leve sensação de estar voando, não sentia algo sólido e concreto abaixo de mim, seria mais um daqueles sonhos estranhos? A resposta veio logo após respirar fundo e inspirar um perfume conhecido. Nesse momento lembrei-me de onde estava até então, e agora pelos nossos passos estávamos subindo as escadas. 
- Tom, espera – ouvi a voz de Bill ao fundo sussurrando - Aonde você vai levar ela? 
- Pro meu quarto Bill. - Tom respondeu, também em um sussurro.
- O quê? - Bill ergueu um pouco a voz - Não, ela dorme no meu quarto e eu durmo com você. - Tom parou, acho que havíamos chegado à parte superior da casa. Girou o corpo para o lado, me levando junto, já que ele me carregava no colo.
- Como? Eu acho que eu não entendi. Eu dormir com você? - Tom riu baixinho - Bill meu querido irmão, você se meche como um girino a noite toda e muito rápido, e você é grande, ocupa praticamente todo o espaço da minha cama, sem chances. – ele disse e novamente girou o corpo.
- Isso nem é verdade. E você que ronca? Já disse que vou gravá-lo dormindo.- Bill rebateu, emburrado pelo tom de sua voz.
- Escuta Bill - Tom andou uns passos, talvez para ficar perto do irmão - A irmã é minha, sou eu quem decido onde ela vai dormir, entendeu? – perguntou. Eu estava no meu limite, mas seguraria o riso até o fim, queria ver onde essa discussão iria dar. Então para todos os efeitos eu dormia linda e profundamente. – E eu decidi que ela vai dormir comigo. - Tom terminou.
- Eu vou ligar pra mamãe. - Bill ameaçou.
- O quê? Tá maluco moleque? – Tom ergueu a voz – Mais vai, liga, até você explicar sobre a sua fuga de hoje eu já estarei dormindo. 
Depois de alguns minutos de silêncio, Bill soltou uma risada logo sendo acompanhado por Tom. 
- Tudo bem, você venceu, boa noite então. - Bill se despediu, e Tom abriu a porta do quarto. Estávamos quase lá dentro quando Bill gritou.
- Tom? – Tom revidou alguns passos.
- Que é?
- Você vai trocar a roupa dela? – Bill perguntou em um tom diferente que não consegui identificar e Tom limitou-se a rir. – Porque se precisar de ajuda... - Bill não terminou a frase, apenas riu e Tom entrou comigo no quarto. Queria poder estar de olhos abertos e ver a expressão de Bill ao pronunciar aquelas palavras, mas se eu estivesse presente e consciente talvez ele não falasse aquilo. Tom me deitou sobre a cama e retirou meus sapatos e o seu casaco que eu vestia, me cobrindo logo em seguida com um cobertor grosso devido o frio. Senti ele se afastar, me ajeitei na cama de um modo confortável e inspirei fundo, sentindo seu perfume que ficava impregnado nos travesseiros. Logo após meu ato, senti algo quente e úmido se chocar contra minha testa, mas não precisei abrir os olhos para identificar o que era: Tom havia voltado e depositado um beijo ali.
- Eu já volto, baby. - sussurrou baixinho e se afastou. Sorri comigo mesma e ao fundo escutei o barulho da água se chocando contra o chão. O sono que antes me dominou ainda estava presente, porém com menos intensidade. Ainda com os olhos fechados, comecei a recordar minha noite: Várias surpresas em um dia só, a significativa melhora de Bill, sua curiosidade em minha vida, as confusões de Anne e Tom... Minha vida com certeza não era nem de longe parecida com a que eu levava antigamente, pelo contrário. Não era algo pelo qual eu deveria lamentar, e sim me alegrar. Finalmente estava tudo se encaixando, e se dependesse de mim, não haveria motivo algum para que isso não melhorasse. 
Então, ouvi Tom saindo do banheiro. Ele apagou a luz e deitou-se ao meu lado. 
- Boa noite amor. - desejou com a voz abafada pelos travesseiros. Virei-me para o outro lado e dormi, mas dessa vez sem nenhum tipo de interrupção.

Abri os olhos lentamente e o que vi não foi digamos... Muito agradável. Scotty lambia freneticamente meu braço esquerdo. E aos pouco fui tomando consciência do lugar que estava. Virei o corpo lentamente para o lado direito e encontrei um corpo estirado de uma maneira bizzara. Tom dormia de bruços, totalmente espaçoso e desengonçado. Sorri ao ver que ele não mudara sua maneira infantil ao longo dos anos, e dessa vez, incrivelmente ele estava de camisa, isso era incomum. Lentamente, retirei o cobertor, sentando-me na cama e me levantando com cuidado. Logo Scotty ocupou meu lugar, acho que o motivo da sua euforia era puro ciúme. Segui até o banheiro onde fiz minha higiene matinal e arrumei os cabelos. Retornei ao quarto e Tom ainda dormia profundamente e dali não sairia, não antes de longas horas. Abri a porta com cuidado, não queria provocar nenhum ruído desnecessário. Desci as escadas e procurei pela cozinha, que por sinal era bem grande, com belos móveis, uma bela decoração, tudo em inox, e uma enorme mesa de mármore no centro, uma típica cozinha americana, o que é estranho para dois alemães natos como eles. Ao meu lado esquerdo havia uma enorme janela, que tinha vista para o belo jardim. Não havia sol. O que existia lá fora eram várias gotículas de água que insistiam em cair do céu nesse finzinho de outono. Seria um daqueles domingos chatos, frios e com chuva. 
Estava tão entretida com a movimentação lá fora que nem vi alguém chegar à cozinha. O que chamou minha atenção foi o barulho de cadeira sendo puxada, droga, qual deles eu acordei?! 
- Bom dia. – desejei a Bill que se encontrava sentado a alguns centímetros de mim.
- Sabe fazer café? - perguntou sem olhar-me, sua atenção estava em um ponto fixo na geladeira a sua frente. Concordei com a cabeça e fui à procura da cafeteira. 
Depois de muito procurar, a posicionei na mesa de mármore e notei que Bill me observava. Ele estava tão estranho, com roupas simples, o cabelo todo despenteado e a cara toda amassada. Pelo visto não é só Tom que tem a mania de dormir de bruços. Mas mesmo assim não deixava de estar bonito. 
- Estou horrível. - Bill disse, analisando seu reflexo em uma colher que ele achara sobre a mesa, contornando com o indicador a sobrancelha esquerda. – Você acorda assim tão bonita, e olha pra mim... Minha pele está tão seca... – reclamou, agora me olhando e dando leves puxões em sua bochecha. 
- Parece que alguém aqui acorda de mau humor. - sussurrei para que ele não ouvisse, e ele nem se quer notou.
- Meu creme preferido acabou. - cruzou os braços sobre a mesa - Eu disse praquela anta da minha assistente comprar, mas ela não sabe nem a diferença de um daqueles franceses e um alemão acredita? – bufou.
- Eu acho que eu tenho um que você vai gostar, se quiser... – antes que eu pudesse terminar Bill já havia aberto um lindo sorriso. Sorri ao vê-lo daquele jeito. 
- Em qual das malas está? – perguntou, já se pondo de pé e indo em direção a sala.
- Na marrom, é o pote dourado. 
Instantes depois voltou com ele em mãos, abriu-o e ficou sentindo seu perfume.
- Ele é incrível, eu adoro essa marca. Eu preciso de um desses. - sorriu e analisava o pote redondo do creme como uma criança que havia visto um pirulito pela primeira vez.
- Ele é seu. - sorri. E coloquei a água na máquina de café.
- Oh, obrigado linda. - Bill deu a volta na mesa, e sem que eu percebesse sua aproximação, deu-me um beijo na bochecha, logo sentando-se ao meu lado, analisando o creme que agora era seu. 
Depois de alguns minutos o café estava pronto. Servi a mim e a Bill, e ele analisava cada movimento meu, sem o mínimo de descrição possível.
- Você acorda sempre cedo? Não que seja cedo, mas é domingo. – perguntei, enquanto tomava um gole do café. Bill soltou uma gargalhada e me olhou.
- Não, mas ultimamente sim. Eu canso da minha cama, não arrumo uma posição confortável. – respondeu. Afirmei com a cabeça e ele sorriu.
- Vamos para o estúdio, quero conversar com você. – propôs, levantando-se e levando seu café consigo.
- Bill, espera! – gritei - Na sua dieta não se incluiu café da manha? – arqueei uma sobrancelha e ele sorriu.
- Não, só o café é o suficiente. – ele rapidamente saiu do meu campo de visão. 
- E esse papel aqui na geladeira com o seu nome, onde diz aliás que você deveria comer frutas com granola, pela manhã? - falei um pouco mais alto para que ele me escutasse. Ele imediatamente parou e permaneceu de costas.
- Diz é? 
- Sim, está aqui ó...
- Eu odeio isso, tem gosto de ração! É terrível comer todas essas frutas com esse cereal ruim... - interrompeu-me, vindo até mim e fazendo todas as caras estranhas imagináveis.
- Bill, você não pode fugir disso, você precisa! - ele se sentou ao meu lado apoiando o cotovelo na mesa e olhando-me com a cara mais fofa que já vi, aquela mesma cara que Tom fazia quando queria alguma coisa. 
- Droga, por que não tá dando certo?! – ele disse sem mover um único músculo que desfizesse seu sorriso. Eu gargalhei.
- Não adianta Bill, eu não caio nessa. - falei sorrindo, pois ele ainda matinha sua posição.
- Scheisse... – levantou- se, pegou seu café e saiu da cozinha - Tô te esperando lá, e se quiser fazer essa gororoba pode trazer junto que eu como! - gritou da sala.
A receita não era nada difícil, de modo que não tinha dificuldade nenhuma em faze-la. 
O estúdio ficava na parte superior, um pouco afastado do resto da casa, era o último quarto do corredor. Adentrei o espaço nunca antes visto por mim e me surpreendi tamanho era o seu encanto. Não era grande, nem muito pequeno. Tinha a medida certa para um estúdio caseiro. As paredes eram na cor bege, tinha a mesa de som mais a frente onde Bill se encontrava sentado mexendo no computador, a sua frente um vidro do qual se enxergava a sala de gravação onde havia inúmeros instrumentos, baterias, várias guitarras penduradas em uma parede mais ao fundo, violões e alguns teclados, na parede ao meu lado havia uma enorme foto da banda em um show, onde Bill ainda utilizava seu moicano, e em frente à fotografia havia um conjunto grande de sofás.
- Bem vinda a minha parte favorita da casa. – disse Bill ao me ver estagnada na porta.
- É lindo, eu... Eu adorei. - foi a única coisa que consegui dizer. Fechei a porta forrada com aquela espuma que custa alguns salgados euros, e Bill estendeu a cadeira que estava ao seu lado para que eu me sentasse.
- Toma, espero ter ficado bom. - estendi a tigela com sua refeição enquanto me sentava. Bill encarou a comida com uma expressão altamente nojenta, mexeu um pouco e muito sem vontade levou uma colher a boca. Fiquei em total expectativa, e para minha surpresa, sua expressão foi se tornando agradável, e logo após engolir, ele sorriu.
- O que... O que você colocou aqui? - meio atônito perguntou. Nada respondi, apenas o encarei - Isso tá muito melhor, ficou tão... Tão bom! – disse, logo colocando outra colher em sua boca.
- É, digamos que seja um ingrediente especial. - sorri ao ver que ele estava gostando, sua rapidez em devorar a comida demonstrava isso. 
Bill era diferente... Por vezes parecia uma criança pelos seus atos e atitudes e ao mesmo tempo demonstrava ser sério e bem mais velho que eu, o que nesse caso era verídico. É estranho eu sei, mas eu tinha essa impressão. 
Em questão de minutos ele havia ingerido tudo, e eu sem que me desse conta o observava. Ele limpou a boca com um guardanapo e ao me ver ali olhando-o, ele sorriu.
- Eu já estou sabendo de tudo. - ele disse, agora um pouco mais sério. Não entendendo aquilo, franzi as sobrancelhas e o olhei curiosa, embora no fundo eu já soubesse a que ele estava se referindo.
- Da proposta de David a você, sobre me ajudar nas composições. - continuou.
- E o que você pensa sobre isso? – perguntei, com certo medo da resposta.
- Eu não sei. - deu de ombros e sorriu fraco - Não tenho muitas opções, eu disse a eles que aceitava. – nesse momento senti um enorme alívio. No fundo eu achava que essa tarefa seria a mais difícil de todas, mas pelo visto ele era uma pessoa compreensiva e estava fazendo aquilo pelo bem de sua carreira e a dos seus amigos – Olha – ele segurou em minha mão, e instintivamente o encarei recebendo seu olhar sobre meus olhos – você vai entrar em um mundo que é muito importante pra mim. Ele é meu, é extremamente íntimo e eu não quero que você se assuste comigo ou com isso. - continuou. O quê? Ele estava com medo de que eu me assustasse com ele? Concordei com a cabeça para que ele prosseguisse. – Eu só preciso confiar em você. – confessou, ainda segurando minha mão.
- E o que eu devo fazer para conseguir isso? - foi a única coisa que consegui perguntar. Bill baixou a cabeça por alguns segundos e novamente me olhou. 
- Você só precisa dedicar toda a sua atenção a mim. E todo meu tempo será seu. - respondeu ainda sério. Senti que isso seria um desafio e que seria extremamente interessante. Eu já havia prometido isso a Tom, e se não o fizesse, decepcionaria muitas pessoas.
- Então, aceita? - Bill perguntou, agora estendendo a mão para um comprimento. Sorri e sem hesitar apertei sua mão, recebendo em troca um lindo sorriso. Não sei se o que fiz foi o certo, muito menos sei as conseqüências que isso poderia me trazer, mas de uma coisa eu tinha certeza: havia muitas coisas a mais envolvidas nisso, e se isso acabasse mal, eu não seria a única a sofrer e arcar com essas conseqüências. Disso eu não tinha dúvidas.


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Notas finais do capítulo

E então? ainda estão vivas?
gostaram? odiaram?
comentários!
beeijos até a próxima!



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