One In a Million escrita por Neline


Capítulo 9
Chanel loves me


Notas iniciais do capítulo

Enjoy.



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- Blair, acorde. - Chuck sacudia meu ombro enquanto eu cobria o rosto com o cobertor.

- Não, está frio. - O escutei gargalhando baixo.

- Temos faculdade, você vai se atrasar. - Quis olhar no relógio, mas pensar em por o braço para fora da cama com esse frio parecia impossível.

- Está. Frio. Demais. - Murmurei, enquanto criava coragem para o encarar. Meu cabelo deveria estar revirado, e meu rosto, inchado. Mesmo assim, tentei manter em mente que ele já havia me visto assim.

- Anda logo garota. - Ele puxou minhas cobertas em um solavanco, e eu percebi que não estava tão frio assim. É claro que dentro de casa havia o sistema de aquecimento. Encarei a janela, com as cortinas já abertas. A neblina era tanta que parecia uma parede sólida.

O expulsei do meu quarto, e depois tomei um banho rápido. Não demorei muito para escolher uma roupa - o casaco era só o que me importava. Desci as escadas correndo, e vi Evelyn e Bart tomando seu café da manhã. Bart estava concentrado ne seu jornal, e Evelyn estava de costas para mim. Eu tinha um pouco de medo da reação deles.

- Bom dia. - Eu disse em um tom baixo. Ambos os pares de olhos se voltaram para mim, e E. abriu um grande sorriso.

- Blair, querida, sente-se. Gosta de bacon? - Chuck já estava atrás de mim, puxando sua cadeira.

- É claro. - Aprendi que café da manhã americano é assim: bacon, ovos fritos, waffles, geleias... Enfim, exatamente como nos filmes. Me servi, engolindo tudo com pressa. Eu e Chuck estávamos atrasados.

Entrei no carro, e coloquei meu cinto.  Chuck dirigia do jeito dele - correndo. Não sei como ele conseguia ver alguma coisa com aquela cerração toda. Não sei se ele via alguma coisa de fato

- Dormiu bem? - Ele perguntou com um tom manhoso, parando.

- Como um anjo. E você? - Eu o olhei direito. Ele parecia bem. Os cabelos arrumados de sempre, nenhuma olheira, um sorriso torto no rosto. Tudo em seu devido lugar.

- Muito bem. 

- Você, por acaso, não acha que perdemos conteúdo pra caralho nesses últimos dias? - Ele franziu o cenho para mim, ainda com o sorriso divertido.

- Espere: você sabe falar palavrão? Achei que essa coisinha inocente sequer soubesse que palavras de baixo calão existem. - Eu ri para ele, revirando os olhos.

- Eu sei um dicionário de palavrões. Só procuro não os usar. Agora me responda. 

- Talvez. - Deu de ombros. - Mas nós com certeza não vamos ter problemas. - ele falou, parando na frente da universidade.

A aula foi tranquila. Eu havia perdido alguma coisa, mas Chuck estava certo: os professores são bem maleáveis com intercambistas. Fui para meu armário, e Chuck me esperava, escorado nele. 

- Então, vamos. - Ele falou, antes que eu pudesse dizer oi, passando um braço pela minha cintura e praticamente me arrastando para fora. Algumas garotas nos olharam, e murmuraram. Fiz questão de revirar os olhos para elas. Já estávamos no pátio, e eu percebi que o chão estava quase congelado. Escorreguei algumas vezes, mas a mão firme de Chuck não me deixou cair. Quando entramos no carro, ele sorriu para mim.

- Garoto! Por que você me arrastou para fora daquele jeito?! - Meu sotaque ficou mais perceptível enquanto eu gritava. Tenho que trabalhar nisso.

- Eu tenho uma festa hoje à noite. - Antes que eu pudesse protestar, ele completou. - Para nós. - Dei de ombros. Uma festa americana, aquilo realmente parecia uma parte do intercambio que eu não poderia perder.

- Tudo bem. - Ele dirigiu da sua maneira de sempre para casa: voando. Assim que pisei no chão, pronta para agradecer a deus por ter chegado viva, escorreguei, e cai com tudo no chão. Chuck logo apareceu do meu lado, e o rosto retorcido de preocupação logo mudou para uma gargalhada sem fim. Ele estendeu a mão para mim, sem parar de rirr da minha cara. - Obrigado. - Falei em tom de deboche.

- Você é incrível. Caí até com um misero gelinho. - Me preparei para protestar, afinal, não era só "um gelinho". O chão estava completamente congelado. Mas logo me deti, é claro. Para eles, aquilo era o de menos, comparado as nevascas que estavam por vir.

- Desculpe, Capitão América. Onde eu moro o chão não costuma estar congelado quando saio do carro. - Ele riu um pouco mais, enquanto estravamos em casa.

Eu corri para meu quarto. Precisava ligar para alguém, mas definitivamente não queria falar com Joe. Na verdade, eu havia mando um sms acabando nosso namoro. Eu sei, muito gentil. A verdade é que as coisas não estavam bem há algum tempo, mas aparentemente eu era a única que via isso. Estava ignorando as ligações dele. Suspirei, decidindo que ligar para minha mãe seria uma boa ideia - embora ela f0osse gritar muito comigo, já que eu estava há quase uma semana ali, e não havia feito mais do que mandar um ou dois e-mails avisando que eu estou viva. Peguei o celular com calma, e disquei o número.

- Alô. - A voz da minha mãe soou calma do outro lado da linha.

- Boa noite, senhora Eleonor. - Um ofego do outro lado da linha me mostrou que ela havia reconhecido minha voz.

- BLAIR! PELO AMOR DE DEUS, COMO OUSA FAZER ISSO COM SUA MÃE? NÃO ME LIGA, NÃO ME ATENDE, TERMINA COM O POBRE DO JOE E SEQUER ME CONTA NADA! - Ah, é claro que o Joe havia ligado para minha mãe.

- É, mãe, eu estou bem. O país é lindo, está nevando, minha família é ótima, consegui ficar em Harvard e... estou namorado. - Disse as duas últimas palavras em um sussurro, mas tive certeza que ela escutou. Falar em português foi muito bom, e não foi tão estranho quanto eu achei que seria. Fez-se silêncio.

- Com um americano? - Revirei os olhos.

- Não mãe, com um sueco. É lógico. - Ela gargalhou baixo.

- Hm, ele deve ser lindo para você ter trocado o Joe. - Sorri.

- É, ele é.

- Por que não me fala um pouco mais dele.

- Ah, então. - Mordi meu lábio. Sabia que quando começasse, não ia parar. Mesmo assim... - O nome dele é Chuck Bass, ele tem 21 anos, morava no Canadá, mas voltou para cá, sabe, estou morando na casa da mãe dele. Ele faz Direito, como eu, tá no 3° ano. ele é... divertido e fantástico. - Me controlei nos detalhes, quando pude perceber que ela estava satisfeita.

- Tudo bem, querida. Isso não vai te causar problemas com sua família? - Dei de ombros.

- Não, eles estão encarando bem. Mãe, tenho que desligar, tenho uma festa.

- Se cuide. Veja lá o que vai fazer, não quero que você volte para casa grávida. Eu te amo, mande um abraço para seu namorado. Eu te amo e...

- Também te amo mãe, te ligo amanhã. - Desliguei, com um sorriso no rosto. Então, abri meu guarda-roupas.  Havia uma caixa dentro dele, e eu me surpreendi. O bilhete que estava pendurado na fita que a envolvia dizia "Vai ficar lindo em você, com certeza. Passo para te pegar as 7h, e espero ver que estou certo. CB."  Abri a caixa, vendo um lindo vestido Chanel aninhado lá dentro. E sorri.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Espero que sim!
Deixem reviews!

XOXO. Neli ;*



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