"Oh, por favor," Eu disse para Marie "você está me dizendo que eu posso virar uma vampira, tipo o Drácula?"

"Numa versão século 21?" Falou Alec. "E toda popular e linda?" Terminou Abgail, os dois dizendo de uma forma nojenta, e meio macabra. Logo eu disse, "Parem! Eu não vou virar um Drácula feminino. Espera, eu nem sei se vou virar um vampiro. Vocês ouviram Marie? Ela disse que achava que eu viraria um vampiro. Não." Disse, "Vampiros não existem!" Eu meio que gritei com os olhos espufetados.

"Er, não acho que seje o que Marie tem em mente." Disse Lucas. Abgail olhou pra mim de forma piedosa e falou, "Bem, e-eu concordo com ele."

"Ótimo. Marie, acho que você poderia explicar toda essa coisa de vampiros existirem, não é? Aliás, foi você que chegou a essa conclusão." Eu disse.

"Está certo. Bem, há uns.. hmm, 2 anos atrás, eu estava com minha prima num parque de diversões, em pleno dia ensolarado. Ela meio que estava tossindo a umas horas, mas a cada minuto que se passava, a tosse ficava cada vez pior. Não achei que fosse uma coisa muito grave, porque ela não estava reclamando, e também havia feito frio nos dias anteriores, e achei que ela tinha pegado algum tipo de tosse, ou algo assim. Eu mesma estava com uma gripe idiota. O parque tava bastante movimentado, e resolvemos ir para o Castelo do Terror. Nós não tímanhos que entrar em nenhum caminho, era um longo percurso à pé, num castelo escuro onde uns caras fantasiados de coisas macabras tentavam assustar a gente. Aliás, assustavam. Não podíamos correr, e não podíamos voltar. Então, quando chegamos a uma parte do castelo, a parte da Câmara de Torturação, minha amiga começou a tossir sangue, e disse que passava mal. O cara estava assustando as pessoas que estavam na excurção com a gente, e tudo o que eu queria era ajudar minha amiga. Eu gritei por ajuda para os que estavam ali, mas eles pensaram que estava gritando de horror. Não percebi que comecei a recuar para as sombras. O lugar todo tinha se iluminado quando chegamos na sala, então quando todos saíram, as luzes se apagaram. Mas minha amiga continuou tossindo cada vez mais e mais sangue. As luzes se acenderam de volta, e o torturador tentou tirar a gente dali, assustando a gente, e quando ele começou a se aproximar, aconteceu. Uma nuvem negra se formou no ar e um homem de capa preta, semelhante com a Morte, ressurgiu do nada, e disse palavras como 'Fostes escolhida pela noite, a tua morte será teu nascimento', e..." ela parou com olhos arregalados e disse cada palavra distintamente, como se não estivesse conseguindo engolir as palavras que ela mesmo estava falando. Mas mal sabiam o pavor que eu estava sentindo e minha garganta se fechou. "A noite te chama..." Então ela piscou com força e como se estivesse em um sonho terrível e acordado, olhou para cada um da mesa e então, por fim, para mim.

"Totalmente bi.za.rro!" Lucas falou.

"Fo-foi isso mesmo que acon..teceu?" Abgail gaguejou. "Talvez você estivesse sonhando, ou.. ou.. ahhh, não não não." Ela disse em um tom de como se estivesse chorando e muito chateada.

"Soa como um filme." Alec disse. "Bem, de qualquer forma eu preciso comer um cheeseburger ali no McDonalds do outro lado da rua,"

"para aliviar os ânimos." Abgail completou.

Eles se levantaram e sairam, em silêncio. Todos estavam indo, menos eu e Marie, quando Abgail deu meia volta e olhou pra gente. "Hey, vocês vem, né?"

Eu tentei soar tranquila, mas minha tentativa foi por água a baixo, "E-e-eu não s-sei, é, ach-"

"Não. Desculpa, mas eu tenho que levar a Wanda pra casa, ela tá sem a moto hoje, certo, Wanda?" Marie de um cutucão com o cotovelo no meu braço, discretamente. "É, certo." Eu falei forçado, e minha voz saiu mais firme.

"Oh, tudo bem. A gente se vê amanhã?" Era quinta-feira, e amanhã iria ter aula, claro. "Sim. Tchau." Eu falei. Ela acenou um 'tchau' para mim e se virou. Neste momento o canto estava totalmente vazio e eu pude ver a balconista da biblioteca pelas frestas sentada em seu devido lugar lendo algum livro com seu óculo de grau. Ela era uma mulher de uns 30 anos, não muito alta e de pele morena-bronzeada, que ficava mais atraente quando ela usava vestidos brancos e vermelhos, com um Scarpin da mesma cor e com jóias de pérolas.

"O que foi isso?" Eu falei olhando pra Marie.

"O que?" Ela falou, olhando de onde Abgail tinha saido para mim.

"O que o quê?" Eu falei que nem uma idiota. Respirei fundo e tentei de novo, "Você quer falar comigo, ou algo assim? Por que se não, eu adoraria tomar um café, justamente para", uma pausa para dar uma leve tossida, "para aliviar os ânimos."

Ela deu uma risada (o que não era comum), e fez seu rosto já bonito ficar mais perfeito ainda. "Oh, fala sério. Eu não tava brincando. Eu realmente acho que você vai ser Marcada. Desculpe, mas é a verdade." Eu olhei fuminando ela. Okay, como ela pode dizer isso, assim? "Calma, calma. Já pedi desculpas. Mas eu ainda não terminei a história da minha prima."

"Okay. Como é o final, hmm? Me conta." Eu disse sarcasticamente, esperando impaciente.

"Tá. Colabora, por favor." Ela me olhou com um olhar pidão.

"Tudo bem", eu suspirei. "É que todo esse sonho, e essa coisa de virar vampiro. É tudo tão... estra-nho." Na última palavra eu tentei engolir uma tosse que estava coçando na minha garganta.

"Logo quando o cara terminou, eu vi que na testa dela havia uma lua crescente azul-marinho, que, por mais que seje bizarro, achei bonita. Minha prima tinha parado de tossir, mas não achei que ela ficaria boa assim por muito tempo. Eu olhei pro Torturador que estava parado com as algemas não mão, tremendo, e olhando arregalado pra gente. Pude ouvir que já tinha mais um grupo de pessoas vindo. Então ele falou em um tom urgente: "Vão para a House of Night! Você precisa levar ela para lá. Pegue a Broadway e siga-a até chegar ao Inwood Hill Park. Lá, vão ao lado leste e pegue um caminho, indo até ao final dele e então estarão na escola. Vá!" Ele disse rapidamente. Eu peguei minha prima que estava gemendo um pouco de dor na testa e corri com ela para fora do Castelo do Terror, em direção à House of Night, seguindo as coordenadas que ele falou."

"House of Night?" Eu disse, não conseguindo mais conter uma tosse gigaenorme. "É uma escola. Porque ele falou que era pra levar ela lá? Quanto ele sabia?"

"Eu não sei, mas o suficiente pra mandar a gente pra lá, e salvar minha prima. Bem, escute. Chegando lá, eu fiquei impressionada com o tamanho da escola. Hey, pense em um castelo medieval em pleno século XXI."

"Yeah, parece ser uma escola muito bonita e grande."

"Totalmente! Continuando; eu mal cheguei na escola e uma mulher muito bonita, e eu digo muito bonita, recebeu a gente. Deixei minha prima com ela, e foi isso."

"Wow, é isso?"

"Não. Tem mais, quero dizer. Uma semana depois, minha prima me ligou certificando-se que estava tudo indo muito bem. O afogamento no sangue tinha parado," Marie riu de mim quando fiz cara de horror, "e que tudo era demais. Ela ficaria naquela escola pelo período de 4 anos, até completar a mudança, virando um vampiro por completo. Isto é, se não morrer afogado em seu próprio sangue durante este período."

"O que você quer dizer com isso?" Eu já tava tendo um ataque de horror.

"Oh, é mais uma coisa de vampiros. Você tem apenas 2 opções: Ou você completa a mudança e se torna uma vampira, como eu já disse, ou seu corpo rejeita a mudança e você morre. Você está bem?" Ela perguntou por causa da minha tosse. Diabos, as mudanças no tempo são idiotas, principalmente em New York.

"Sim. É só gripe. Tempo frio em cima do quente. Er, você entendeu." Expliquei. Tossi minhas tripas. Já estava incomodando. "Mas então. Isso é muito ruim. Como a pessoa pode ser Marcada e então morrer?" Tossi de novo, e uma dor enorme preencheu meu pulmão.

"Coisas... de vam...piros" Ela disse devagar. Eu levantei pra tossir melhor (?), e botei minha mão na frente, como de costume, e uma bolota de sangue saiu de meus pulmões. Meu interior começou a queimar loucamente. Marie imediatamente pulou da cadeira e colocou um braço em minha volta. "Precisamos sair daqui. Precisamos ir pra House of-"

"Não, eu to bem. É só uma gri-" E tossi mais sangue.

"Ah, inferno, inferno." Ela tirou seu cachecol e deu para mim para por na frente da minha boca. Joguei mais uma dose de sangue pra fora. Então tudo aconteceu rapidamente. A nuvem negra que eu imaginei enquanto Marie contava sua história não era nada, se comparado ao que eu estava vendo agora. Era uma fumaça de trevas. Tão escuro que parecia as roupas que Marie usava. Tão escuro... que se parecia com a noite, a hora mais escura da noite, antes do amanhecer. E ele apareceu no meio das sombras. Por mais que tudo estava escuro e eu tava se cagando de medo, não pude deixar de perceber a lua estava presente, no meio de sua testa, e era azul safira, com tatuagens adicionais que se entrelaçavam em seu rosto. Então o cara, semelhante com a Morte, de capa escura, tão escura que se mesclava com a fumaça, disse, cada palavra enviando tremores pelo meus ossos.

"Wanda Selene Os-da-a-da-nv-se! Fostes escolhida pela Noite; tua morte será teu nascimento. A Noite te chama; preste atenção para escutar Sua doce voz. Teu destino aguarda por ti na House of Night!" Ele apontou um dedo para mim e minha testa começou a arder com uma dor radiante, e então eu percebi apenas uma coisa: Eu havia sido Marcada.