Renata Volturi escrita por Morgana


Capítulo 12
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

hoho, espero que estejam preparados. rufem os tambores!!



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Cαp.X

 Emmett sentou-se ao lado de Rose, abraçando-a. Olhei aquele gesto e me senti só demais. Algo que não devia acontecer. Que nunca havia acontecido.

Então pensei em outra coisa para me distrair.

 Jacob olhou atravessado para mim quando eu ajeitei Reneesme melhor em meu colo, de forma que ela ficasse mais confortável. Respirei fundo e a abracei, enquanto via Jasper sentar-se na poltrona à nossa frente com Alice aos seus pés.

“Bem...” eu não queria tocar naquele assunto. Acima de nós, Bella e Esme preparavam o quarto que um dia fora de Edward para mim, e ele estava na cozinha, fritando alguma coisa. “Não seria bom que só começássemos quando seus pais estivessem aqui?” falei baixinho pra ela. Senti meus olhos arregalados.

“Ah, Renata, eles poderão te escutar. Por favor, conte logo sua história.” Fiz uma careta que ela não viu e Jacob deu uma risada.

“Okay, mas só porque você está pedindo, Nessie.” Respirei fundo e me reencostei no sofá.

 “Eu nasci em Camucim, uma cidade no nordeste do Brasil. Era o ano de 1913, então eu era muito nova para lembrar a primeira Grande Guerra.”

Suspirei.

 “Meu pai era mercador. Na época, era o suficiente para que vivêssemos bem, como uma família de classe média. Minha mãe morreu quando eu ainda era muito pequena e ele logo se casou com uma mulherzinha chata e perua. Eles tiveram outras filhas quando eu já era mais velha, mas isso agora não vem ao caso. A mulher dele me maltratava muito. Ela tinha ciúmes de mim, obviamente, mas meu pai era muito rígido e não dava ouvidos às minhas queixas. Lembro que uma vez eles brigaram... Não lembrotudo, mas o fato é que depois, quando ninguém estava olhando, eu fui brincar no jardim com a única boneca que eu tinha –elas eram bem caras naquele tempo, sabe?” eu olhei para Reneesme e ela se virou para mim com seus lindos olhos cor de chocolate.Eles estavam arregalados de curiosidade.

“Continue, por favor!”

Sorri.

“Ela apareceu lá e tomou minha boneca, jogando-a sobre o telhado. Nunca mais vi minha bonequinha...” choraminguei. Reneesme levantou meu rosto com suas mãozinhas delicadas e me disse:

“Você se lembra de como era sua boneca?”

“Não. Isso tudo foi há muito tempo, e a memória humana, se não for forçada durante certo tempo é esquecida.”

“Como você se lembra de tudo isso, então?” sorri novamente.

“Eu não lembro os detalhes como cores, vestimentas. Tudo é muito embaçado e confuso. Só os fatos mais marcantes ainda persistem. Mas voltando à história: eu contei para meu pai sobre o ocorrido e ele me ignorou completamente. A mulher dele continuou a me maltratar até que fiz quinze anos e apareceu meu primeiro pedido de casamento.

Estávamos no ano de 1928, e tudo ia bem na economia. Faltava só uma ano para o ‘baque’ da bolsa de Nova York. Arséne era o marido perfeito para uma moça como eu: Bonito, influente, jovem, com bons genes, rico... Era a realização de muitas famílias. Eu não o amava, mas fazia sentido que nos casássemos. Por causa da ganância de minha madrasta, nós casamos cedo.”

“Vivíamos felizes, pois ele era animado, um doce de rapaz, e gostava de ir a festas. Como eu nunca havia tido uma ‘noitada’, por ser mulher, meu marido passou a me levar depois do casamento. Curtimos nossas vidas de jovens enquanto não eu não engravidava. E quando aconteceu, nós tomamos mais cuidado para escolher os locais e os tipos de festas. Mas não deixávamos de nos divertir, nem que fôssemos só nós dois em casa.” Dei uma risada com a lembrança de nós dois no chão de nosso apartamento, o tapete persa que o revestia estava coberto de molho...

“Então, quando se tornou avançada demais para que eu saísse de casa, ele levava os amigos mais íntimos lá pra casa, para que não tivesse que me deixar só. Era reconfortante, e ele nunca deixou de me tratar bem. Quando o bebê nasceu, um menino forte e saudável, assim como o pai, nós lhe batizamos do mesmo jeito, já que era moda na época. Arséne, pai e filho, eram os maiores tesouros que eu tinha. Meses depois de nosso filho nascer, Arséne ficou doente. Não lembro ao certo o que ele tinha, mas era algo como cólera... A crise de 1929 havia passado e deixado um estrago enorme no mundo, mas mesmo assim, estávamos nos reconstruindo. O problema foi que mesmo com toda a ajuda, Arséne morreu. Voltei a morar na casa de meu pai. Ele e a megera que se dizia sua esposa já haviam tido outros filhos e tomaram tudo o que um dia fora meu para si. A mais nova deles me entendia e nós ficamos amigas. Ela me ajudou a cuidar de meu filho. Ensinou-o a ler e escrever, protegeu-o...” suspirei.O buraco em meu peito que reprimi por setenta anos voltava com gosto e gás.

“Faltando alguns meses para que eu completasse dezenove anos, chegou a Camocim um homem de estirpe, alto escalão. Ele era bonito: tinha o nariz fino, os cabelos um pouco compridos, os lábios era bem delineados. Seus olhos eram escuros e ele tinha um quê de sedução que emanava de todos os lados. Todas as mulheres da cidade queriam que ele as conquistasse. As famílias empurravam suas filhas para ele. Mas eu, com meus dezoito anos, viúva e com um filho pequeno, não estava interessada. Foi, por ironia do destino, por mim que ele se apaixonou. Um dia, quando voltava do parque com Amélia e Arséne, meu pai comunicou algo que muitas garotas desejavam: eu estava, a partir daquele dia, noiva de Fernando Rodrigues. E isso não me fez feliz.” Respirei fundo mais uma vez e vi que Edward e Bella ouviam atenciosamente minha narrativa. Esme estava sentada a centímetros de mim, bem concentrada em minha história. 

“Eu fui morar na casa dele depois do casamento. Por costume da sociedade, meu bebê teve que ficar na casa de meu pai, mas ele sempre ia me visitar na casa de Fernando com Amélia.”

“Meu novo marido era vinte anos mais velho que eu, e sua primeira esposa, com a qual ele teve sete de seus filhos, havia falecido poucos anos atrás. A filha mais nova deles, de cinco anos, me recebeu como sua mãe, e ocupou um espaço que as filhas mais velhas de Fernando não conseguiam preencher. A mais velha delas tinha a minha idade.

Certa vez, ela inventou que eu e um dos filhos de Fernando que ainda vivia conosco, Mario, estávamos tendo um caso. O pobre moço ficou tão desgostoso com a mentira da irmã, que depois de explicar-se ao pai, foi embora para São Paulo. Meu marido não crera, nem por um mísero segundo, no que Bernadete falara. Ele já conhecia a ‘peça’ que a filha era.”

“Meses depois, como não havíamos tido Lua-de-Mel por causa do trabalho de Fernando, nós viajamos para a Itália. Passeamos muito, e ao final dela, fomos à Volterra. Lá, fomos convidados por Heidi para o tour no castelo. Eu recusei. Meus sentidos humanos me disseram que não era bom, e consegui distrair Fernando o suficiente para que ele esquecesse.

 Continuamos passeando, até que escureceu e eu, casada do jeito que estava, convenci-o novamente a voltarmos para o hotel.”

“Faltavam alguns metros para que chegássemos a rua do Hotel Belaggio, o mesmo em que eu tragicamente assassinei um homem com merecido fim.

Então apareceram dois vultos perto de nós, vindos de um beco. Eles vestiam capuzes escuros, que nos impedia de vê-los.”

“Demetri e Felix” Edward murmurou.

“Sim. Eles se aproximaram devagar, nos impurrando para o beco do outro lado da rua. Fernando me colocou atrás de seu corpo, mas eu o ignorei. Podia ver o brilho vermelho de seus olhos, e isso me encantou. Não senti medo. Eu queria saber como eles faziam aquilo. Pareciam demônios com seus olhos em brasa...” Suspirei. “Então Felix deu uma gargalhada sinistra e atirou-se para nós. Por um ato reflexo, eu saí de trás de Fernando e fiquei à sua frente. O impacto de meu corpo Frágil com o de Felix devia ter me matado, mas eu continuei viva. Ele e Demetri se alimentaram de Fernando. Eu não podia ouvir nada. Não conseguia me mexer... E então Alec apareceu, e eu perdi os sentidos.” Ergui meus olhos e mirei cada um ali. Reneesme parecia paralisada. Eu a abracei levemente.

“Você pediu.” Eu murmurei e ela sorriu.

“Continue.”

“Quando eu acordei, minha pele brilhava e minha roupa havia sido trocada. A garganta ardia de forma enlouquecedora e o mundo era algo que eu nunca havia visto antes. E assim começou minha vida como vampira.” Eu terminei, suavizando a voz.

“Conte mais! Quando você conheceu Aro?”

“Minutos após eu acordar. Ele estava do lado de fora do quarto, com Jane. Alec estava lá dentro, escorado num canto, me fitando com seus olhos arregalados.”

“E Heidi, Demetri e Felix?”

“Ela me reconheceu e me ajudou na adaptação. Nós somos amigas. Chelsea me ajudou também, fazendo com que eu tolerasse Demetri e Felix. Depois de um tempo, ela não era necessária, e nós três ficamos meio que inseparáveis.” Coloquei-a no colo de Rosalie e me espreguicei. A família me olhou. E então Carlisle passou pela porta, vindo do hospital.

“Como foi a caçada, garotos?” ele perguntou para Emmett, Jasper e Jacob.

“Está tudo limpo.” Jake respondeu e nós ficamos lá, conversando sobre banalidades como uma família qualquer. Talvez eu conseguisse, algum dia, me adaptar a eles.


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Notas finais do capítulo

e ai? gostarem da historia da vida humana da Renatinha??? espero que sim! comentem!



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