Hated escrita por Juliana133


Capítulo 28
Capítulo 27




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Estavam ali a horas, pelo menos era o que parecia, já devia ter escurecido e ninguém percebia dois adolescentes trancados num elevador.
— Nós temos que subir.
Os dois tinham sentado, um em cada canto do elevador e não diziam nada a muito tempo.
Tom desencostou da parede e ficou agaixado esperando por Jullie.
— Suba.
— Como? Não vou subir nas suas costas, desista.
— Suba logo nos meu ombros.
— Eu não quero...
— Com o que você está tão tímida?
— Eu não estou tímida com nada.
— Então suba! Vai logo.
Ele se levantou, a pegou pela mão e a colocou de pé, num segundo mais tarde Vanessa estava no alto, encima dos ombros de Tom.
Ela berrada e batia na cabeça dele.
— AII!! Pare de me bater e empurra essa tampa!
Jullie se acalmou um pouco e se concentrou em empurrar a tampa do elevador.
Com muito esforço ele empurrou e com mais um pouco ele conseguiu sair e ajudar Tom a sair também.
— Estou com medo de ficar aqui! - Disse Jullie num canto se segurando na parede - É muito alto.
Tom foi pro outro canto e trocava o peso do corpo de uma perna pra outra toda hora.
— Parece que a situação está realmente muito ruim. - declarou
— O que faremos? - Choramingou Jullie.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! - Tom berrou de repente.
— O que foi isso?
Ele lançou um olhar matador a ela, o que a fez se encolher.
— Não dá! Não agüento mais.
Passou por ela e virou de costas perto da parede.
— O que está fazendo seu pervertido?
— Eu preciso esvaziar, olhe pro outro lado! - reclamou.
— Que horror, como você é nojento.

Ela foi se afastando , até que não sentiu mais chão nenhum.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!
— Jullie!!!
Ela tinha escorregado, tinha tentado se afastar demais e não viu que o elevador tinha acabado, nesse momento ela estava pendurada por uma mão, gritando feito uma louca.
Tom fechou o zíper com pressa e correu pra tentar ajudá-la, se agaixou e estendeu a mão.
— Estou com medo, me ajude! AAAHHH!!! - Jullie gritava desesperada.
— O que pensa que está fazendo?? Vamos, me de a sua mão! - Berrava Tom irritado.
— Não! Você não lavou as mãos... Que nojo, que nojo!
— Estúpida, agora não é hora de dizer essas coisas.
— Não! Tô com medo! Tô com nojo!
— Vamos me dê a mão Jullie, pelo amor de Deus!
Ela o encarou por um segundo, depois viu que não tinha jeito, segurou a mão e numa facilidade tremenda ele a trouxe pra cima, ele a abraçou tentando fazer com que ela não caísse de novo enquanto eles se olhavam nos olhos.
Jullie tentou se soltar dele, mas em movimentos muito bruscos os dois caíram pra dentro do elevador, gemeram de dor enquanto tentavam se levantar.
— Jullie.
— O que foi?
Ele a olhava, tinha um olhar indecifrável e tentava se aproximar dela.
— Fique bem ai onde está, se você fizer alguma coisa nunca mais vou te perdoar! - Jullie se desesperou, já pensando no pior.
Tom tinha o olhar meio embaçado e como se fosse em câmera lenta, Jullie viu ele caindo sobre suas pernas, chegando com o rosto quase perto do dela.
— Tom, saia de cima de mim, o que você quer?
Ele não respondia, estava imóvel, Jullie o empurrou e quando o olhou ele estava com os olhos fechados e suava ofegante.
Ela colocou a mão na testa dele.
— Credo... Que febre!
Tom tremia, puxou os casacos que vestia se cobrindo mais.

— Que frio! - reclamou com um fio de voz.
Ela abriu a bolsa a procura de algum remédio, o achou e soltou uma pílula da cartela.
— Abra a boca. - Avisou antes de pegar a garrafinha de água.
— O que é isso?
— É remédio. - Ela pegou a cabeça dele e colocou em seu colo, ele se acomodou.
— Se não for receitado pelo médico, eu...
— Cale a boca e faça o que eu digo! - Falou alto, enfiou o remédio na boca e lhe deu água.
— Amanha pela manha deve aparecer alguém pra nos resgatar. - Ela tirou o casaco e colocou sobre ele - Aguente firme. - Desenrolou o cachecol e enrolou em volta do pescoço de Tom.
— Você não está com frio? - Tom ficou preocupado vendo que ela estava só com uma blusinha de manga comprida.
— Pobres são acostumados com o frio, por isso não se preocupe está tudo bem. 
— Me desculpe.! - Fez uma pausa - Mas se for falar a verdade você é a culpada por ter se atrasado. - Jullie riu - O que foi?
— O líder dos F4 não tem nenhuma dignidade nesse estado - lhe deu um soquinho na perna rindo dele.
— Fique quieta! - Ele fechou os olhos apertando a blusa contra si, respirando alto - A tarja vermelha.. - disse depois de uma pausa - está retirada.
Jullie arregalou os olhos.
— Como?
— Talvez por anos.
— Não brinque. - Esperou por uma interrogativa dele pra continuar - Você acha que vai ser fácil perdoar tudo o que você fez tão facilmente?
Tom sorriu, e depois de um tempo, vencido pelo cansaço e pela fraqueza que sentia acabou dormindo.
Jullie o olhou por alguns segundos.
Como o mundo da voltas, dias atrás se estivesse no mesmo metro quadrado que ele com certeza estariam se batendo, se xingando, estariam aos berros, mas não, ele estava em seu colo e ela cuidava de sua febre.
Ela passou inconsciente a mão nos cabelos dele, fazendo carinho por um tempo, depois percebeu o que estava fazendo e se afastou, colocou a cabeça dele apoiada em sua bolsa, ajeitou o cachecol e puxou um pouco mais o casaco.

Se sentou num canto, encolhida pelo frio, estava cansada, com sono e seus ossos tremiam de tanto frio.
Olhou Tom ali e não podia mais agüentar, se deitou a seu lado e puxou um pouco a blusa pra se cobrir, ficaram os dois dividindo o mesmo casaco toda a noite, mas com a aproximação dos corpos, se esquentavam mais rápido.


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