Ragnarok - Beginning escrita por Kyoto, tomm


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Estamos começando o Segundo Ato da história.
Agora as tramas vão começar a se desenrolar *-*
Espero que gostem e continuem lendo! ^^



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Parecia que os problemas no extremo norte não haviam nem mesmo sido ouvidos na capital do reinado. Prontera continuava barulhenta, lotada e vibrante.

Era o dia seguinte ao final do ataque de Hugel. Aylen, Ícarus e Rouryu haviam descansado e agora empacotavam as coisas para partir da estalagem, em direção à guilda dos Mercenários. Tomaram café da manhã normalmente e animadamente, quase esquecendo tudo que ocorreu. Ou estavam apenas querendo esquecer.

Saindo da cidade pelo sul, rumaram até o deserto, onde começaram a caminhar pesadamente. Chegando ao Sol do Meio Dia, resolveram parar e descansar à sombra de uma cabana.

- Ahhh... Que caloooooooooooooooooooor... – Aylen quebrou o silêncio, se jogando em um tapete recém estendido.

- Ta tanto assim...?

- Você não conta – Disparou Ícarus se jogando ao lado da Sacerdotiza – Nasceu e cresceu nesse forno!

- Detalhes...

- Puxa vida... A gente nem viu se tinha correspondência né? Se o tio Tary queria fala com a gente...

Ambos os homens deram um pulo e gritaram ao mesmo tempo.

- VOCÊ QUER DIZER: AINDA BEM QUE “ELE” NÃO FALO COM A GENTE AINDA NÉ?!

- Nhaa... Vocês tão sempre pegando no pé dele.

- Hah! Você que é paparicada e não nota o que aquela criatura faz! – O Cavaleiro falou se jogando de volta no chão.

- Não posso discordar... – O Rouryu falou com uma expressão pensativa.

- Ele não puxa o meu saco... Vocês é que tem ciúmes por que ele é gentil comigo.

- Só com você?! Já percebeu que TODAS as garotas do clã tem uma posição especial? Pelo menos as bonitas...

- Não posso discordar de novo...

- Ahh... é que ele sabe como tratar bem as comandadas... Todas nós temos estímulo pra dar o melhor na hora da Guerra do Emperium.

- Estímulo...? – O Mercenário abriu um largo e raro sorriso. Ícarus começou a rolar de rir.

- Ryu!! Você entendeu!!

Era fim da tarde, e eles chegavam aos pés da guilda, que estava vazia, como de costume. Era normal os guardas estarem muito bem escondidos e disfarçados. Na frente de uma porta de quase dois metro de largura por três de altura, Rouryu parou e tocou levemente a porta.

Palavras apareceram na pedra amarelada, como se tivessem sido cavadas por dentro.

“Nome?”

Ainda com a mão na porta, Rouryu fala, em tom solene.

- “Perdi o direito à meu nome, quando virei uma Sombra.”

As letras se embaralharam, formando novas palavras.

“Bem vindo, soldado Rouryu Rin. Está sendo esperado.”

Mesmo esperando algo parecido, ambos a Sacerdotiza e o Cavaleiro ficaram espantados. Com um estalo dos dedos do Mercenário, saíram do transe e entraram pela porta.

Passando por vários corredores com tochas, finalmente chegaram a um portal, com palavras irreconhecíveis no umbral.

Na sala grande e espaçosa, haviam algumas mesas longas no meio, lustres no teto, e grandes janelas. Haviam três portas no fim da sala, uma fechada e duas saiam em corredores.

Depois de olhar em volta, Ícarus e Aylen  avançam, sem olhar à frente, e ambos esbarram no Mercenário, que não havia se movido.

- Tem algo errado. – Ele falou, colocando sua Máscara do Sicário no rosto.

- C-como assim...?

- Este é um quartel-general. E quartéis-generais nunca ficam abandonados. – Ícarus fala, com o sabre e o escudo em punhos.

Eles entraram até o centro da sala quadrada, entre duas mesas. Rouryu fechou os olhos, tentando uma conecção mental.

“Mestre? Temos problemas.”

Depois de alguns minutos, ele ouviu uma voz.

“Código 0. Haja rápido e discretamente, apenas com pessoas de confiança.”

“Sim, senhor.”

Logo depois, ele vira para os amigos.

- Vamos sair daqui. Eu explico no caminho. Aylen, crie um portal para Morroc.

- Mas... Ryuzinho...

- Rápido!! Não há tempo!!

Saíram de Morroc pelo portão leste, e apenas então Rouryu começou a falar.

- Dentre todas as obrigações dos Mercenários, houve a primeira missão, que foi o motivo da guilda ter sido criada.

Os dois apenas escutavam em silêncio.

- Há muito tempo, Morroc era a capital de um reino, do qual existem apenas ruínas soterradas. Era um império que cobria todo território até os limites de Prontera, Cômodo e Payon. O líder do império, era um Deus, chamado Osiris. Em um dia qualquer, Osíris decidiu que não queria mais manter a população, e quis destruir a tudo. Os humanos se aquartelaram em Morroc, a capital, e assistiram ele destruir tudo em volta. Um homem, chamado Eremes Guile, lutou sozinho contra o deus, e por sua própria força conseguiu selá-lo em sua pirâmide. Esse mesmo homem, derrotou o semi-deus Amon-Rá e o regente de Osiris, Faraó. Logo depois, ele criou a Guilda dos Mercenários, e como primeira missão, todo Mercenário deveria proteger com a vida o Selo, que é a sala das Ruínas de Morroc onde Osíris está adormecido. Basicamente, a guilda está vazia por que todos os Mercenários disponíveis estão atendendo a um chamado do Código 0.

- E esse código seria...? – Aylen perguntou, já sabendo a resposta.

- O Selo foi quebrado e Osíris foi libertado.

- Putz... – Ícarus dá um tapa na testa.

Chegaram aos pés da grande pirâmide de cor dourada pouco tempo depois. Sem esperar, entraram, Aylen já usando suas magias de suporte. Como todos já haviam ido pelo menos uma vez àquele lugar, o caminho era mais ou menos conhecido, por Rouryu principalmente. No centro do andar térreo, uma pequena escada levava ao subsolo, onde se localizava a guilda dos Gatunos e a parte mais interna das ruínas.

- O melhor é ver se tem alguém que possa nos ajudar na guilda dos Gatunos. – Disse Rouryu, descendo as escadas. Como era um andar livre de monstros por alguns encantamentos mágicos, desceram sem nem mesmo tirar os equipamentos.

Iam em sua formação mais básica, com Rouryu na frente, Aylen, seguida por Ícarus. Repentinamente, a parede ao lado de Rouryu explodiu, e o Mercenário foi lançado com força para o lado. Batendo forte na parede, ele cai inconsciente. Depois um martelo sai do buraco formado na parede, seguido por dois chifres, e a pelagem laranjada de um Minouro. Ao ver que atingira um humano, ele abre um sorriso e dá um urro. De trás de si, mais alguns Minouros saem do buraco.

- Ryuu!!

- Aylen!! Saia daí!! – Ícarus falou no instante em que o martelo voou na direção da Sacerdotiza, que foi lançada para trás, também inconsciente.

Se agachando ao lado dela, ele se arma com o escudo e o sabre.

- Vocês querem lutar?! Então venham!! – Ele retira um pequeno frasco de vidro, com um líquido de cor verde-escura. Ao retirar a tampa e tomar o conteúdo, suas pupilas se dilatam, e seus ossos estalam, com o aumento da massa muscular – Venham!! Rapidez com Duas Mãos!!

Como se por mágica, o frágil sabre avança, atravessando o primeiro inimigo sem que este tivesse chance de notar. Pisando em cima do corpo ainda no ar, o homem enfurecido avança para o próximo, que se defende com o martelo, à frente da cabeça. O som de metal batendo é ouvido, mas habilmente o Cavaleiro joga a arma inimiga para o lado, fazendo-o perder o equilíbrio, e cortando profundamente o peito, fazendo esguichar sangue. Coloca o broquel na frente da cabeça, defendendo um golpe pesado vindo de cima. Fazendo força, ele joga todo o peso contra o escudo e faz com que o monstro caia para trás, pulando sobre ele e enterrando seu sabre entre os olhos do inimigo. Antes de tomar fôlego, sente o metal pesado e maciço no braço esquerdo onde está o escudo e é jogado para o lado, batendo na parede. Antes mesmo de abrir os olhos, pressentiu o ataque vindo da mesma direção, e se agachou, avançando por baixo das pernas do Minouro e cotando fora seus cascos, deixando a espada no mesmo lugar e lhe dando um golpe final. Estupefados, e apesar de pouco inteligentes, os demais olham para a cena e saem correndo.

- Covardes...

Súbito, ele se lembra dos amigos inconscientes, e vai até eles. Dando prioridade à Aylen, que seria mais frágil, ele tira de uma das bolsas pequenas em sua cintura uma folha pequena e extremamente verde. Amassando a folha entre as palmas, ele deixa o fino pó´cair sobre o corpo na Sacerdotiza, que instantaneamente recupera a consciência, com alguma tosse.

Sem perder tempo, ele vai até o Mercenário, e faz a mesma coisa.

- Nossa... Aquilo foi repentino... – Rouryu falava massageando a testa, que havia batido na parede.

- Nem fale... A partir de agora vocês dois vão na frente!

- Não temos tempo para papo! Se o selo que detinha os monstros lá em baixo foi quebrado nós temos que ver se tem gente por aqui! – O cavaleiro falou, correndo em frente e entrando com tudo nas portas do corredor.

- Quando foi que ele ficou assim...? – O Mercenário cochichou para Aylen.

Não conseguiram achar nenhum sobrevivente, e nem corpos, em todo o corredor no setor da guilda dos Gatunos.

- Nós devemos subir agora. Se eles não estão por aqui quer dizer que podem já ter evacuado. Afinal nenhum gatuno agüentaria uma coisa dessas.

Subindo de volta ao térreo, eles tomam algumas passagens ao norte e chegam em uma escada, que dessa vez sobe. Sem demora, eles chegam no primeiro andar, que mais parecia um mausoléu. Corpos e sangue estava estendidos no chão, a maioria de monstros, mas muitos de Mercenários e alguns até mesmo de Gatunos. Depois de andar algum tempo a esmo, em silêncio para escutar qualquer voz que venha, encontram uma porta na parede, recém feita. Aparentemente apenas um buraco, Aylen consegue notar um quantidade de magia, suficiente para manter criaturas longe.

- Acho que achamos a QG dos Mercenários. – Disse Rouryu, tirando a Máscara do Sicário e se colocando na frente do buraco, não muito mais alto que ele mesmo. – Só não sei que tipo de coisa iríamos achar por aqui.

De repente, Ícarus empurra ele com tudo pra dentro, sem dó nem piedade. Tropeçando na fissura do chão, ele cai de cara na parte de dentro do buraco.

- Dexa de ser chato e entra logo pow!

Se recompondo, e agora que os outros dois amigos estavam ao seu lado, ele olha a frente, não consegue ver nada.

- Ahh... Pera pêra! Deixa isso comigo! Revelação!!

Uma esfera azul brilhante, do tamanho de uma bola de futebol, começa a girar em volta da Sacerdotiza, que toma a frente do grupo. Agora com o caminho iluminado, eles notam que o caminho era na verdade um túnel propiamente dito, enfeitado com desenhos nas paredes, a maioria de batalhas, de humanos com algo que era representado apenas como uma sombra de onde saíam muito monstros. Se estendeu por mais 10 metros, nos quais nenhum dos três falou uma palavra.

No final, saíram em uma sala, completamente idêntica à sala da Guilda dos Mercenários, a não ser pela falta de janelas, e as tochas acesas nas paredes. Nas mesas, pessoas de uniforme roxo, a maioria com bandagens, fitavam o pequeno grupo. Uma Mercenária de cabelos longos rosados se levanta de uma das longas mesas que corriam pelo salão. Lentamente ela se move na direção de Rouryu, andando, mas depois de alguns passos, como se tivesse saído de hipnose, sai correndo e agarra no pescoço do Mercenário, que fica embasbacado de início, mas depois a abraça também. Ela chora muito, tentando falar. Quando nota isso, o Mercenário a afasta, coloca a mão em sua boca.

- Sombras não tem sentimentos.

Com um sorriso, ela assente.

Assistindo a cena com ar de idiotas, Aylen e Rouryu se olham, e falam por telepatia.

“QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE?!?!?!?!”

“Aquele vagabundo rabugento sociopata tem sentimentos?!??!?”

“POR DEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUS QUEM É ESSAAAAAAAAAAAA?!?!?!”

- Prazer, Srta. Aylen, Sr. Ícarus. Meu nome é Erianne, Mercenária da Guilda. Pedimos desculpas pelos inconvenientes dentro de nossa jurisdição, mas estamos a ponto de resolver o problema...

- O cacete – Ícarus interrompeu.

A Mercenário olhou para o Cavaleiro, que fechou a cara.

- É por isso que não gosto de mercenários. Se acham e se ferram por isso. E como se não bastasse, não aprendem quando se ferram.

A mulher olhou para Rouryu e para Aylen, que fitavam os lados, envergonhados por saberem que não tinham coragem de dizer o mesmo que o amigo.

- O Selo de Osíris foi aberto, a Pirâmide está quase completamente tomada, não duvido que em algum tempo isso se repita na Esfinge. E esses dois lugares ficam exatamente ao lado de uma cidade grande como Morroc.

- Mas nós estamos lutando para controlar a sit...

- O cacete!! Em uma hora dessas não podem confiar apenas na sua própria força! Com um problema desse tamanho a Capital devia ter sido informada a muito tempo!! Esse lugar devia estar cheio de Sacerdotes curando e buffando, Bruxos preparando magias, Templários orando, e tudo mais!

- Meu jovem, quem você acha que é... ? Ou... Quem você acha que nós somos... ? – Uma voz masculina retumbante ecoou pela sala inteira, vindo do fim do salão.

Na porta central, estava um homem, careca, com um tapa-olho, vestido com roupas de Mercenário, porem, estas, muito mais elegantes, ainda que muito surradas também.

- Oh! Senhor! – Erianne se ajoelha sobre um pé, acompanhando todo o resto das pessoas, inclusive Rouryu. Aylen agora olhava a frente apreensiva.

- Eu sou Ícarus Holleen, Cavaleiro da Ordem Real de Prontera, e em nome do rei Tristan II eu ordeno que seja instaurado um estado de emergência, assim como acionadas as competências para controlar essa situação!!

- Ícarus... – A Sacerdotiza falou gaguejando, em parte pelo medo que sentia do líder da Guilda dos Mercenários, homem de quem Rouryu já contara histórias, e em parte pela reação inesperada do Cavaleiro. Seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Rouryu em sua cabeça.

“As vezes aquele idiota tem seus momentos”


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Notas finais do capítulo

Quem diria Ickye se mostrando!!
Mas o que será que aquele homem vai fazer com o couro dele? :D Esperem pra ver! Deixem um comentário! xD



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