- Templário? – Outro golpe com o Broquel de Pedra lançava o Ferus para o lado, ao mesmo tempo em que um golpe na mesma direção dividia outro em dois – A Transclasse de um Templário é um Paladino?

 Depois do susto inicial, Ícarus e Soerem Hardworth começaram a conversar e se ajudar em batalha, abrindo uma grande vantagem contra os inimigos, que não paravam de entrar pelo portão, e muitas vezes eram conjurados pelo Hidro. Este, havia agora avançado um pouco, mas ainda não estava em batalha, apenas lançando Chuvas de Meteoros esporadicamente, estas sendo defendidas pelos Proteger Terreno de Nolan.

- Exatamente. Punição Divina!! – O escudo golpeara um Ácidus, que voa longe de encontro a outros dragões, e todos desmontam na hora. Se a luta do Lorde era impressionante, o Paladino lutando não ficava atrás, invocando preces a toda hora e fulminando inimigos. Ícarus se surpreendera ao notar que não uma nem duas vezes ele parara de lutar e ficara apenas olhando ele lutar de forma magnífica, o escudo sendo arma tanto quanto a espada. 

“Atenção todos os membros do grupo” – Nolan falava por telepatia – “Eu vo entra em combate com o Hidro agora. Pelo que eu sei os demais dragões devem cair com ele, então agüentem mais 5 minutos, ok?”

- Ele... Consegue mesmo fazer isso? Digo... É um dragão lendário...

 Soerem não parou de golpear.

- Ele é o humano mais forte existente no mundo. Não deve ser grande coisa.

- Três metros... Nenhuma fraqueza que eu possa explorar... Pode dar até 3 ataques simultâneos. E é bem rápido né? – Nolan estava frente a frente com o dragão, seus olhos brilhavam, e o monstro não movia um músculo.

 Repentinamente, o Professor fez um gesto com as mãos e um círculo de gelo se formou a sua volta.

- Podemos começar? – Ele deu um passo a frente, ao mesmo tempo em que o gelo tomava forma no chão , derretia e se tornava um pequeno lago, sem água de verdade, apenas ilusoriamente. – 75% de defesa mágica contra água. Adicionando mais 25% a minha força com água, a sua defesa desaparece. – Acrescentou com um sorriso.

 O Hidrolancer se empertigou, lançou as três cabeças ao alto e rugiu, magnificamente.

“Muito bem. Eu aceito seu desafio, humano.”

 O professor pulou para trás, escapando de um ataque com a cabeça amarela, nem bem chegou ao chão e se esquivou para a esquerda, dos dentes da cabeça branca. Voltando ao centro, a cabeça vermelha se colocava a frente, brilhando.

“Ah não!” – Da gigantesca boca, um sopro negro foi lançado, acertando em cheio o humano, ao mesmo tempo em que as duas outras se lançavam no centro do ataque e abocanhavam alguma coisa.

 A fumaça negra se dissipou, mas em seu lugar ainda restava uma fumaça cinzenta. Nas bocas do dragão um Ferus estava dividido em dois.

- Lanças de Gelo!! – Da espessa fumaça  as lanças azuladas foram lançadas , acertando em cheio o centro do monstro. Elas congelaram a região em que tocaram, e ultima, ligeiramente maior, quebrou o gelo, com um impacto profundo.

- Rajada Congelante!! – A linha de gelo avançou na direção do monstro, que ainda não havia se recuperado do ataque anterior, e quando chegou nele, encostou e cresceu em volta de seu corpo, o transformando em uma estátua de gelo – Furacão!! – Uma ventania de cor esverdeada se formou em volta de Nolan – Relâmpago!! – Uma esfera elétrica apareceu acima do monstro, e dela um raio saiu, atingindo-o em cheio, quebrando o gelo e o eletrocutando.

 O dragão estava ofegante. Novamente a telepatia foi ativada, e Nolan ouviu a sua voz grutural.

“Realmente incrível... As Habilidades de um Sábio... E mais as Habilidades desconhecidas de um soldado divino. Mas eu não sou tão fraco assim!”

 Raios vermelhos começaram a se formar em volta do dragão, junto com uma aura verde, que curava os machucados.

“Agora é minha vez!”

 Ele desapareceu em um cilindro azul, reaparecendo atrás de Nolan.

- Mas o que...?! – Ele parou por um instante, carregou todas as forças, e começou a atacar freneticamente, com as três cabeças, em uma velocidade incrível. O humano nada fazia a não ser se esquivar. Um golpe veio da direita, ele deu um passo para o lado e outro para trás a tempo de se esquivar de um da esquerda. Quando o monstro se lançou a frente com a cabeça vermelha, o Professor apenas se lançou a frente também, porém mais abaixo. O sangue explodiu das suas cotas, rasgadas pelos dentes do dragão.

“Quer me enfrentar frente a frente garoto?!”

 O homem estava com a palma da mão na barriga do monstro, totalmente ofegante. - Não. Essa eu já venci. Petrificar!! – Instantaneamente o hydro se tornou de um tom marron, como que fosse coberto por argila.

- Você atacou humanos inocentes. Vulcão!! – A energia vermelha a sua volta se colocou no chão e se tornou como lava incandescente – Você destruiu uma cidade construída por nós. Prisão da Teia!! – Fios quase invisíveis saíram das suas mãos, e ficaram conectados por elas como se o monstro fosse uma marionete – Você me fez sangrar. Lanças Duplas!! – O seu corpo ficou com uma aura brilhante avermelhada – E tá doendo pra burro. Morra. Lanças de Fogo!! – As lanças, duplicadas, saíram das mãos de Nolan, encostaram na teia, que também pegou fogo, e atingiram o dragão. A carapaça de argila explodiu, o hidrolancer começou a pegar fogo e urrou, desta vez em agonia. Sua voz esganiçada ainda era ouvida na cabeça do humano.

“Não! Pelo menos você! Você vai comigo!!” As cabeças se elevaram e pararam de urrar, a telepatia ainda funcionava. “Os deuses do fogo me deram poder! Suas esferas destruidoras eu vou comandar! Que Ifrit venha a terra! Chuva de Met...” – Algumas esferas já saíam de um gigantesco círculo de magia entre as nuvens, mas o professor parecia apenas estar ouvindo um discurso chato.

- Desconcentrar. – O círculo de magia se quebrou, tanto no chão como no céu, e os meteoros se desintegraram. Ao mesmo tempo em que o grande corpo carbonizado caía sem vida, uma luz azul fortíssima aparecia em volta do Professor.

 Em volta de Aylen, os dragões começavam a tombar, todos juntos.

-Ele... Conseguiu...?

 Victoria sorriu, virando-se para a Sacerdotiza.

- Não há nada que o humano mais forte do mundo não possa fazer... eu te disse não foi? – Uma luz azul aparecia também em volta da Arquimaga, que fechava os olhos em uma expressão serena.

 A estranha luz aparecia em volta do Paladino, ele guardava a espada, o escudo e começava a se curar. Ícarus não acreditava no que via.

Rouryu saía da Furtividade. Estivera lutando com mais dois estranhos, e agora olhava para ambos como se fosse a última coisa iria ver.

“Vocês viram isso?!” – Aylen gritava pela conecção mental.

“Não grita! Claro que vi! Aqueles caras...” Ícarus respondia atropelando as palavras.

“Não grite você também.” – O tom entediado de Rouryu não mudara.  “Sim. São praticamente deuses.”