Cap. 1

Quase três anos passaram desde que Sasuke abandonara Konoha para se juntar a Orochimaru. Naruto tinha ido em viagem com Jirayia, para continuar o seu treino, Sasuke continuava junto a Orochimaru, Sakura treinava com a Hokage, Tsunade.
Agora, quando não estava a treinar, Sakura passava a maior parte do seu tempo a ajudar a tomar conta da florista da mãe de Ino. Era o que acontecia hoje, era Sábado e Tsunade gostava de descansar, por isso, Sakura ajudava Ino, que estava encarregue da loja. Eram cerca de três horas da tarde quando Lee apareceu.
-Bom dia, Sakura-chan.
-Bom dia, Lee-kun.
Sakura já estava habituada, desde que Lee soubera que ela trabalhava ali, fazia uma pausa no seu treino para a visitar. Lee finalmente tinha a costa livre: Sasuke tinha partido há quase três anos e Naruto partira para treinar há quase três também.
-Quero três rosas vermelhas.
Sakura colhe três rosas vermelhas e entrega-as a Lee, dizendo:
-São cinco ienes.
Lee troca o dinheiro pelas flores e, de seguida, entrega-as de novo para Sakura, sorrindo. Ultimamente, Lee comprava sempre três rosas vermelhas a Sakura e entregava-lhas. A rapariga não o impedia, pois sabia que ele poderia interpretar mal o gesto e submeter-se a um dos seus estranhos castigos, como dar mil voltas a Konoha apoiado apenas nas mãos e ao mesmo tempo comer ramen em cinco horas e, se não conseguisse, tinha que dar três mil murros numa árvore.
-Obrigado, adoro.
Quando o rapaz saiu, Ino resmungou:
-As tuas flores favoritas nem sequer são as rosas, são as flores de cerejeira (flores de Sakura, em japonês).
Os dias de Sakura decorriam normalmente. Falava muito com Ino (desde que o Sasuke se tinha ido embora, elas tinham se aproximado mais, pois o rapaz que antes as separara, com a sua partida, voltara a uni-las, Ino tinha ajudado bastante Sakura após a ida de Sasuke, quando ela ficou de rastos), com Lee e com os restantes ninjas companheiros de Konoha.
Treinava e aplicava-se ao máximo, pois sabia que um dia chegaria a batalha entre ela, Naruto, Sasuke e Orochimaru, a derradeira batalha.
…

Naruto treinava arduamente, enquanto Jirayia ia á cidade "divertir-se". Não parava de pensar em Sasuke, o que ele fizera á amizade deles, ao pobre coração da Sakura. Naruto ficava repleto de raiva quando pensava na imagem de Sakura, á beira das lágrimas, a pedir-lhe para salvar Sasuke, que ele era o único que podia salvá-lo e que ela não tinha conseguido. Desde esse dia que Naruto se perguntava de como é que a rapariga tinha tentado impedir Sasuke e o que este tinha dito para a ela, provavelmente, a chorar freneticamente. Teria ele ignorado-a? Teria ele sido simpático? Frio e distante como sempre fora? Ou teria mudado por uns momentos, por uns segundos, com as palavras de Sakura, fossem elas quais fossem? Estas perguntas ecoavam na mente de Naruto nos treinos.
Imagens de Sasuke e ele (os bons momentos que passou com ele, naqueles raros momentos em que se conseguiram dar genuinamente bem), passou-lhe pela cabeça o primeiro dia em que souberam que ele, Sasuke e Sakura iriam fazer parte da mesma equipa, o beijo horrível entre ele e Sasuke, o primeiro dia como equipa, o teste dos guizos de Kakashi e quando Sasuke lhe ofereceu comida, a batalha com Haku em que Sasuke quase morreu, o exame Chuunin, a batalha entre ele, Sasuke e Gaara (quando estava transformado em monstro), a batalha em que quase ambos matavam Sakura, a batalha na cascata, a última vez que vira Sasuke.
Depois vinham-lhe á mente imagens de Sakura, a primeira vez que a vira, o feliz que ele ficou e ela não quando estes souberam que iam pertencer á mesma equipa, aquela vez em que quase a beijou, quando no teste de Kakashi esta lhe deu a comida á boca, a cara dela quando, após a batalha com Haku, ele disse-lhe que Sasuke tinha morrido, o choro imenso desta quando chegou ao pé e viu-o morto, quando esta enfrentou os ninjas do Som e cortou o cabelo, na Floresta da Morte, quando esta lutou incessante com Ino, novamente a memória dela a ir contra o Rasengan dele e o Chidori de Sasuke, quando esta pediu a Naruto para trazer Sasuke de volta, quando decidiu ajudar Naruto a recuperar Sasuke, treinando com Tsunade.
Sempre que treinava, eram estas duas caras que lhe vinham á mente: Sasuke e Sakura, os seus companheiros de equipa, a razão pela qual ele treinava e lutava, para cumprir a promessa que fizera a Sakura e para não deixar Sasuke entrar naquele mundo sombrio onde Naruto já estivera. Jirayia chega, quase de certeza bêbado, e diz para Naruto:
-Como tens mostrado tantos progressos, já só falta uma coisa para acabares o treino comigo.
-A sério? O que é?! - pergunta Naruto na sua habitual voz empolgada.
-Sim... Bem, mas desta vez, temos que viajar mais uma vez, pois o treino final é noutro sítio...
-Onde?!
-Surpresa...
-Ah! Eremita Perverso, tu também! Quase que aposto que nem tu sabes!
-Claro que sei! E até estava a pensar contar-te mais para meio da viagem, mas como me chamaste Eremita Perverso, nem penses!
-Ah! Vá lá!
-Muito bem, dou-te uma pista. É um lugar que te traz muito boas recordações.
"Mas também muitas más...", pensa Jirayia.