A aula de história corria bem, fluía como água, a professora quase não chamava a atenção dos alunos. Tudo ia bem, até...

-Professora, as luzes estão piscando. –Meyr apontou as luzes da sala, que faziam o ambiente alternar em claro e escuro.

-Chega até a assustar. –Naehe disse, olhando para cima.

-Uhhh, é o fantasma do colégio! –um garoto brincou, tentando assustar alguém.

-Que besteira. –Sarae suspirou- O zelador derrubou água na caixa de força de novo?

Depois de bastante discussão, as luzes acabaram por apagarem por completo. Pela escuridão total que fez na sala, o colégio todo havia apagado. Um grito agudo ecoou pela sala.

-Garotas, não precisam ficar com medo. –Louis disse num tom zombado.

-Não foram as garotas, palhaço, foi o Idan! –Naehe disse, dando-lhe um soquinho no ombro.

-Ai!

-Desculpa Sara, ombro errado.

Algumas pessoas riram, outras começaram a ficar assustadas. Nada podia ser visto. Lá fora, o sol já estava se pondo, então não fazia luz para dentro. Com as janelas fechadas muito menos. A professora não conseguia conter todos os alunos que nem sequer conseguia ver.

Demorou mais meia hora até que as luzes voltassem ao normal. Idan estava abraçado a Daren, com medo do escuro. Isso chamou a atenção de muitos alunos.

-O que vocês estão fazendo...? –Meyr fez uma cara de desgosto.

Idan tentou gaguejar alguma coisa, mas ficou envergonhado demais. Soltou Daren e olhou-o com o rosto corado.

-Que gay, estavam se agarrando no meio da sala. –Jones disse.

-Idan tem fobia do escuro, e você sabe disso. –Daren rosnou.

-Mas isso não é motivo para se abraçarem de um jeito tão... –um garoto disse, enojado.

-Tão gay. –Jones completou.

A professora abriu a boca, mas sabia que não iria mudar nada seu comentário, então nem tentou. A turma olhava os dois de um jeito estranho.

-E qual o problema se eles forem gays? –Alec disse, quebrando os cochichos e baixos comentários.

-O quê? Como assim qual o problema? –Meyr indignou-se.

-É, não vejo mal algum neles se gostarem. –Naehe completou e Sarae assentiu.

-Nunca ouviram falar naquela frase: “O sexo oposto é aquele que está na minha frente”? –Alec continuou, sorrindo.

Idan e Daren olharam para Alec, Sarae e Naehe e sorriram.

-Mesmo assim, isso é tão... Estranho. –Meyr disse, virando o rosto.

-Pense o que quiser. Mas eu nunca vou ter remorso nenhum ao dizer –ele olhou para o loiro- Eu te amo, Idan.

Antes que ele pudesse retribuir as palavras, já sentia seus lábios presos aos de Daren num caloroso beijo.

-Que coisa fofa. –Sarae disse, apertando a pelúcia nos braços.

No final das contas quase todo o colégio ficou sabendo dos dois, mas depois de um tempo todos acabaram se acostumando.