Quando Percy parou o seu carro na frente do apartamento da minha mãe, eu corri para vê-la. Entrei no elevador, e quando a porta ia fechar, Percy coloca a mão e entra também.

– Só vamos falar um pouquinho com ela, pegar umas roupas para você. - Ele diz olhando para frente, enquanto esperávamos ansiosos pelo andar 5.

A porta abriu e eu pulei para dentro do longo corredor. Agachei-me, e no corredor só vi Percy. Sabendo que podia confiar nele, peguei a chave debaixo do tapete e abri a porta.

– Adam! Você demorou um pouco mais hoje. O que ouve? - Ela me abraça e olha para Percy. Ele faz um sinal com a cabeça para que ela se aproximasse. Os dois saem do apartamento para conversarem e me deixam sozinho dentro de casa. Sem pensar muito eu tomo um belo banho e arrumo minha mochila com roupas e objetos de higiene. Quando sai do meu quarto, sou surpreendido com um abraço da minha mãe. Tentei me largar um pouco e vi que ela estava chorando.

– Se cuide! Percy vai te ensinar como se comunicar comigo enquanto estiver no Acampamento. Agora você vai descobrir quem é o seu pai. - Eu me larguei dela.

– Meu pai? - Ela me abraçou de novo e acompanhou Percy e eu até o carro dele.

– Se cuida meu amor! - Ela não precisava ter dito isso.

– Tchau mãe! - Tive uma leve impressão que demoraria um pouco até nos vermos novamente.

Percy acelerou, e antes de virar a esquina, vi minha mãe acenando para min no meio fio do prédio. Sempre soube que ela escondia alguma coisa do meu pai. Ela trabalhava em um escritório como uma atendente, Sempre tinha dividas e sempre conseguia me agradar com qualquer coisa que ela fazia. Uma vez, há muito tempo atrás ela mencionou um Acampamento, depois disso eu nunca mais me lembrei de mencionar o assunto. Ela parecia evitar o assunto.

Começamos a sair da cidade, e entramos na onde ficam as montanhas do litoral.

Ele começou a subir uma montanha, e no topo dela tinha um... Dragão? Não, não era possível. Dragões não passavam de um mito.

Quando nós nos aproximamos dele, ele cheirou o carro, e depois olhou diretamente para min. Annabeth tirou um objeto estranho da bolsa, e balançando a mão para a criatura, de forma que ele o visse, gritou:

– Ei garoto! Ele é Adam, está tudo bem! - Ela coloca a cabeça para dentro do carro e guarda o item misterioso.

O dragão se movimenta, e fica de pé, alcançando uma altura de uns dez metros. Ele puxa duas árvores, cada uma estava de um lado, e as inclina na sua frente, de modo que formasse um tipo de triângulo, e ao fazer isso, a imagem que passava por dentro das árvores vai se distorcendo, até parecer um ambiente completamente diferente. Percy acelera e eles atravessam, chegando a outro lugar.

– É um portal. Atravessamos metade do país em um segundo. - Explicou Annabeth.

Prosseguimos, passando por morros e árvores até chegar um clareira, guardada por outra criatura, colossal, que os recebe. Estou desnorteado, mas seus meu amigos logo cuidaram para que chegassem ao seu destino final.

O carro passa por dois grandes pilares, como um portão, e eu vejo uma cena muito estranha. Seguindo na ordem, primeiro tinha uma grande casa branca. Parecia ser onde ficavam os líderes deste Acampamento. Depois, tinham 12 chalés que um do lado do outro, formavam o formato de um "U". Do lado desses 12 chalés, tinham mais 8, e outros 2 estavam sendo construídos ao lado desses 8. Mais a frente, tinha um anfiteatro ao ar livre, e na frente dele uma arena circular. Tinha estábulos com cavalos com.. com asas? É, e mais adiante ainda tinha uma arena de arco e flecha. Tinha também, ao final do Acampamento, um lago, onde tinham 8 barcos encostados no cais.

– Adam, bem vindo ao Acampamento Meio-Sangue! - Percy deu um largo sorriso para min.

– Você é filho de um deus. Ele é homem. - Annabeth fala.

– DEUSES? Como assim? - Agora sim eu desmaiava.

– Exato. Divindades... gregas. Semi-deus, saca? - Agora tinha caído minha ficha de que eu era um semi-deus. Nunca me esquecera da aula de Mitologia certa vez.

– E de quem eu sou filho? - Perguntei, me inclinando para trás.

– Até a noite você saberá. - Percy fala.

– Percy, alguns anos atrás, conseguiu com que os deuses anunciassem seus filhos toda noite. - Annabeth completou.

– Legal! - Agora eu me sentia feliz. Cara, ser filho de um deus não é para qualquer um!

– Por enquanto você fica no Chalé 11, o de Hermes. Opa, desculpa Sr°, e quando a noite algum deus te anunciar, você vai para o chalé do seu pai junto com seus meio-irmãos. - Percy estacionou seu carro na garagem da casa do Acampamento.

– Vamos, eu te ajudo. A noite você conhecerá Quiron e Sr° D. - Ele pegou minha mala e levou até o Chalé da ponta esquerda em formato de "U".

– Converse um pouco com os filhos de Hermes. Até a noite, Adam! A, fique com as mãos nos bolsos e sempre fique de olho na sua mala! - Quando eu fui perguntar o porquê, ele já tinha saído. Mas não seria necessário ele me dizer o porquê. Lembrei que Hermes é o deus dos ladrões. Olhei no meu relógio. Seriam quatro longas horas até anoitecer.