PDV Bella

   Finalmente a sexta-feira havia chegado.

   Ainda estávamos naquele sítio onde seria a festa, e ficaríamos lá até segunda, para podermos ajudar a arrumar tudo, já que eu e meus irmãos já estávamos de férias escolares.

   Alice, como sempre, estava dando chilique a cada dez minutos, dizendo que não ia dar tempo de arrumar tudo até sábado à noite.

   -Não, não, não!!! – o que eu disse? – Mais pra esquerda!!! Minha esquerda!!! Perfeito!!!! Para ai!!!

   -Nunca mais te chamo de perfeccionista, Bella – dizia Emmett toda vez que Alice brigava com ele, e eu ria

   -Se quiser, pode chamar Mett – eu dizia a ele – Você não está fazendo isso por Alice, e sim por mim! Então não faça promessas que não deve cumprir!!!

  -Emmett! – gritou Alice, lá do salão – Cadê a caixa de som que eu mandei você pegar?

   Só naquele segundo reparei na caixa de som de dois metros de altura que Emmett ia pegar antes de falar com ele.

   -Alice, nem mesmo ele consegue pegar uma caixa desse tamanho, ficou doida mulher?!

   -Eu não diria isso, Bellita! – retrucou ela

   -Eu também não diria isso – naquele instante, quase tenho um infarto. Emmett estava segurando aquela enorme caixa de som bem atrás de mim, aparentemente sem o menor esforço.

   Depois que lhe dei passagem – o que demorou tempo suficiente para ele deixar a caixa no chão e me empurrar para um sofá -, ele seguiu para o pátio principal, com Alice no seu encalço. Quando chegaram lá, tudo o que deu para ouvir foi o baque surdo da caixa de encontro ao chão, e logo depois, Alice começando a reclamar sobre o local onde ele deveria tê-la deixado.

   Aproveitando que os dois estavam ocupados, e meus pais na casa principal – pra variar -, resolvi dar outro pulinho na floresta, já que, da ultima vez que estive lá, não pude sair do lugar em que havia entrado em transe. Se saísse, Alice não teria notado e teríamos nos perdido uma da outra.

   Uma vez dentro da floresta, encontrei de novo a trilha que ia dar no lago e a segui até o fim, outra vez na beira do primeiro. O cheiro de mel, lilás e sol do dia anterior não havia sumido, então fiquei quase inebriada ao senti-lo de novo, mas mantive o foco... Por um tempo.

   Era quase meio dia quando saí de casa, mas mesmo na cidade em que vivemos, o calor estava de matar naquela floresta... Calor de matar em Forks? Humm, essa é a segunda coisa mais bizarra que já vi – sim, a segunda, pois você sabe qual é a primeira – Eu estava começando a me sentir tentada por aquele lago... Tão tentador!!!!

   Eu estava quase indo nadar, quando me vejo, literalmente, em um conto de fadas, tipo o da Branca De Neve, ou o da Bela Adormecida – Bella De Neve ou Bella Adormecida, no meu caso -, pois me aparecem, de repente, animais da floresta, ou silvestres sei lá, que parecem querer a minha companhia, pois ao invés de se afastarem, como os animais normais fariam, só se aproximam. Entre eles, havia um filhote de cervo, no qual prestei mais atenção, que faz um sinal sugestivo com a cabeça para mim, e outro para o lago.

   -Quer que eu entre aí? – pirei de vez, to falando com um cervo!

   O animal não se surpreendeu com a minha pergunta, e faz que sim com a cabeça!

   Não muito a vontade, me afasto deles, e dou uma boa olhada ao nosso redor; ninguém a vista. Hesitante, tiro a camiseta e a calça que vestia, ficando só de maiô, largo as roupas na beira do lago e mergulho nele. A água era incrivelmente refrescante, e diferente do que eu esperava extremamente limpa.

   Não ligando para os animais, fico nadando por lá por pelo menos meia hora. Nesse tempo, eles pareciam me olhar como se eu fosse uma deusa, sempre olhando em volta com cautela. Depois de alguns minutos, ouso os maiores e mais reconhecíveis gritos do mundo: Alice e Emmett.

   -Bella, oque que cê ta fazendo ai garota?! – disseram em sincronia quando me viram

   -Eu... Eles... Calor... Nadar! – gaguejei

   -Me deixa traduzir para os animais – disse Alice, apontando para Emmett – Eu estava aqui quando eles apareceram, mas como eu estava com muito calor resolvi nadar! É isso? – fiz que sim com a cabeça – Poxa Bella, e por que não chamou a gente?

    -Bem, vocês estavam tão ocupados que eu resolvi não intrometer... – ela ia me interromper, mas como já sabia o motivo então continuei – E eu sei que é ingratidão da minha parte não estar lá para ajudar, já que estão fazendo isso tudo por mim, más... – nesse instante, um gigante de sunga, leia-se Emmett, se atirou feito uma bola de canhão no lago, espirrando água para todos os lados. Por pouco não atingiu minhas roupas!

  -Entra logo, Alice!!! – berra um Emmett mais molhado do que o mar - Isso aqui é uma delícia!!!

   -Você. Quase. Me. MOLHOU!!!!  - Lice disse, mas se rendeu com cara de “vocês são os mais velhos e eu sou a responsável da família???”. Ela tirou o vestido estilo verão que vestia, ficou só com um biquíni roxo que havia por baixo da roupa e pulou no lago conosco.

   Ficamos lá por cerca de, mais ou menos, quinze minutos, até que Alice começou a tremer.

   -Acho melhor irmos para casa – eu disse – Você deve estar com frio não é, Lice?

   -Não, não estou com frio, Bella – ela disse – Mas é que esse silêncio está de dar medo, não acha?

   -Eu concordo com o Hobbit – intrometeu-se Emmett – Esse silêncio ta me irritando... – ele fez cara de quem está pensando... Vocês sentiram cheiro de queimado também? – tive uma idéia!!!

   Ele saiu às presas do lago, pegou sua roupa e correu para a floresta. Nem eu nem Lice entendemos o que aconteceu, mas nem tentamos chamar Emmett.

   Dois minutos e meio depois, ele voltou para perto de nós com um violão na mão, e me perguntei se ele havia concluído o curso de música no qual se inscrevera.

   -Muito bem, Bellita – ele se sentou na beira do lago, e eu saí do lago, me sentando ao lado dele – Lembra aquela música que você compôs?

   Vasculhei um pouco a minha cabeça. Eu já havia composto várias músicas... A qual ele se referia? Depois me lembrei da única que eu o havia ensinado a tocar.

   -Você quer dizer Magic? – perguntei

   -A própria! Eu toco e você canta. Alice faz o acompanhamento, O.K.?

  -O. K. !!! – dissemos

   Emmett começou a tocar a introdução. Concerteza ele conclui as aulas. Tomei fôlego e comecei:

Oh, oh, oh

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

I never been awake

I never seen a day break

Leaning on my pillow

In the morning

A lazy day in bed

Music in my head

And crazy music playing

In the morning light

Oh, oh, oh

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

I love the sunny day

A dream of far away

Dreaming on my pillow

In the morning

I never been awake…

   Antes que eu continuasse a música, ouvimos o barulho estridente e inconfundível de um tiro. Os animais que estavam lá fugiram, mas não para a floresta, não. Eles fugiram para atrás de mim! Isso! Como se eu fosse protegê-los! Antes que eu pudesse fazer objeção, gritei:

   -Mett, Lice, pra casa agora! Tem gente caçando hoje!!

   Eles nem pensaram duas vezes. Enquanto Emmett ajudava Alice a sair da lagoa, eu pegava todas as nossas roupas. Sem nem ao menos nos vestirmos, corremos em direção à floresta, sem nem se quer olhar para trás, quando reparei que havia perdido meu colar.

   PDV Edward

   -Caramba, Jasper, você tinha que dar um tiro logo agora??? - berrei

Flash Back On

   Já era sexta...

   Finalmente um pouco de diversão!!!

   Carlisle, Jasper e eu havíamos entrado na floresta logo que o dia raiou, pois ficaríamos lá o dia inteiro.

   Jasper não estava muito excitado com a viagem, e em nenhum instante, deixou de dizer que atiraria no primeiro animal que encontrasse – se o próprio não fosse um cisne, a pedido meu, um urso, a pedido de Rosalie, ou uma raposa, por pedido próprio -, para irmos embora logo.

   Por volta do meio dia, ainda não havíamos atirado em nada, quando resolvi me separar um pouco deles... Foi quando eu ouvi:

Oh, oh, oh

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

I never been awake

I never seen a day break

Leaning on my pillow

In the morning

A lazy day in bed

Music in my head

And crazy music playing

In the morning light

Oh, oh, oh

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

It's magic, you know

Never believe it, it's not so

I love the sunny day

A dream of far away

Dreaming on my pillow

In the morning

I never been awake…

   Antes de a frase ser concluída, Jasper atirou em alguma coisa.

  -Caramba, Jasper, você tinha que dar um tiro logo agora???

Flash Back Off

   E aqui, estava eu, feito um idiota completo, correndo para o lugar de onde supostamente a voz vinha.

   Depois de alguns segundos correndo, percebi que reconhecia a voz

  -Me Ajuda! – ela quase havia gritado. Sua voz era melodiosa, doce e... Agoniada? – Por favor, me ajuda! – lagrimas rolaram seu rosto

   Era isso! A voz era a mesma!

   Se a voz realmente era a mesma, significava que a garota era real!

   Continuei correndo pela floresta, em direção ao lugar de onde o som havia vindo, e acabei chegando à mesma lagoa do dia anterior. A água estava meio agitada, parecia que alguém estava nadando nela, mas ignorei esse fato.

   Comecei a andar em direção ao lago, prestando atenção em cada folha que se movia a minha volta, consciente da platéia de animai que se formava a minha volta.

   Quando cheguei até ele, não havia absolutamente nada. Andei um pouco pela clareira a minha volta, sem desistir, até que ouvi um alto grito me chamando.

   -Por que você se separou da gente??? – perguntou Jasper – Estávamos feito loucos correndo atrás de você!!!

    -Desculpe é que... Eu pensei ter ouvido alguma coisa – disse

  -Filho, está tudo bem com você? – perguntou Carlisle

   -Sem problemas – respondi sem olhá-lo

   -Tudo bem, nós vamos à frente. Tente não deixar esse arco se perder – ele gesticulou para o arco que havia me dado de aniversário. Eu o havia trazido para a caça, uma vez que não gosto de arma. Reparei que o arco quase caía do meu ombro e fiz que sim com a cabeça

  Olhei para o lago mais uma vez, então andei em direção a floresta, quando reparei em um colar que havia no chão. A corda era de um tom de azul tão lindo que até os anjos teriam inveja, o fecho era feito de prata e havia um coração de cristal transparente com mil facetes.

   Sem hesitar, peguei o colar da grama e o coloquei no bolso. Devia pertencer a dona daquela voz, então, eu ia dar um jeito de devolvê-lo a dona.