Killian encontrava-se ao lado de Etzel que desde do ataque de horas atrás mantinha-se desacordada. O dragão segurava a mão da ninfa com preocupação.

Ao que o trio de guardiões poderiam estar certos em dizer que Oz; o Pai, Anke e mais alguém estivessem tentando reviver os príncipes coroados do inferno.

Sentia-se receando que as coisas tornassem piores que já estavam, queria saber a razão de tudo e o principal quem eles estavam tentando trazer de volta a vida especificamente.

O loiro suspira enquanto seu olhar para a ruiva que detinha uma expressão de paz no rosto.

Em outro canto da loja onde se encontravam, Kari e Kane estavam conversando sobre o que poderia ter acontecido naquele prédio, mas não chegam à conclusão nenhuma.

Não sabiam porque os vampiros que nada tinham haver com as coisas que aconteciam os atacaram. Nem por qual motivo Etzel tivera ficado daquele jeito.

Kari caminha de um lado para outro, numa débil tentativa de achar a resposta que queria em sua mente, mas nada útil passa por sua mente no momento.

Irritada decide sair da loja na busca de que o ar noturno e gélido lhe clareasse a mente.

Kane não a impedi de fazer isso, tinha que fazer outras coisas e Kari sabia cuidar de si mesma.

A elfa distancia-se da loja deixando o elfo com os demais, cruza os braços de contra o corpo por conta do frio que se instalara à noite na cidade. Por um instante não percebe que isso era diferente, mas após caminhar por mais um tempo e vendo que o frio se intensificava com mais violência decide que algo deveria estar errado. Antes que pudesse pegar seu arco nota uma respiração gélida tocando levemente sua nuca.

Kari sente seu corpo todo enrijecer enquanto engoli em seco. Lábios tocam a pele de seu pescoço. Ela arrepia-se com o toque gélido, ao segundo que percebe que tratava de um vampiro que estava agora atrás de si e pronto para liquidá-la ao primeiro vacilo que desse.

A elfa fecha os olhos enquanto senti que uma mão máscula subia para sua garganta. Ela puxa o ar para seus pulmões. Precisava ser minuciosa.

Num rápido movimento segura a mão do vampiro o projetando para frente enquanto com um impulso recua para trás, levando a mão para as costas a procura de seu arco e as flechas. Mais agarra apenas o vazio deixando-a desolada enquanto o vampiro ruivo, conhecido como Quincy, que estava na sua frente deixa um sorriso escapar de seus lábios.

Kari trinca os dentes ao segundo que ele avança para cima de si numa velocidade anormal até mesmo para um vampiro. Ela gira seu corpo para o lado, mas tem arranhado o queixo. O vampiro leva a boca seus dedos que detinham uma parcial quantidade de sangue de Kari, ele os lambe sentindo o gosto delicioso que a elfa detinha.

-Doce – conclui ele antes de ver a elfa o estudando – Ora, Kari, você não terá chance de sair viva daqui.

-Nossa que encorajador – ironiza ela amarrando seu cabelo logo em seguida tirando o pesado casaco que usava.

Assim permaneci com apenas uma blusa de manga curta branca, a calça jeans justa e as botas negras que achara um máximo.

Quincy vê seu corpo de cima abaixo, dura apenas um segundo até que ela avance de contra si tentando um chute em seu peito, mas ele bloqueia sua perna com uma das mãos em seu joelho o esmagando um segundo depois.

A elfa tranca o gemido de dor que ameaçou sair de sua boca. Ela manca de uma perna, deixa seu corpo de lado novamente enquanto as mãos de Quincy passam longe de seu corpo. Novamente senti sua perna reclamar, o vampiro avança contra ela que recua, mas tem seu pescoço agarrado pela mão ágil dele que a enterra na parede de uma residência fazendo-a rachar de tamanha a força que usou.

Dessa vez, Kari não consegui conter o grito de dor que ecoa no ar deixando Quincy com um sorriso ainda maior nos lábios. Ela empurra-o com o pé sentindo o ar voltar com violência para seus pulmões, antes que pudesse se recompor novamente o ruivo já a agarra e a apertava de contra seu corpo quebrando todas as suas costelas enquanto ouvi-a espernear tentando sair daquele abraço que parecia mortal.

Enquanto isso na loja onde Etzel repousava tendo Killian velando por seu sono e Kane encostado na parede de braços e pernas cruzados pensativo, a calmaria e o silencio foram quebrados por passos que ressoavam do lado de fora. O dragão ergue seu olhar para ele depois volta seus olhos para entrada.

O elfo suspira enquanto pega sua arma e sai de perto deles sentindo um forte cheiro acre-doce. Ele estanca por um segundo confuso ao ver a que a rua não existia ninguém, apenas se via a destruição que fizeram.

Kane gira em seus próprios calcanhares tendo visão o suficiente de Anke vindo em sua direção com um olhar negro, recua para trás defendendo-se do chute que o mensageiro lhe dera, Seus antebraços sentem a potencia do golpe fazendo-o trincar os dentes. Anke gira a cabeça relaxando os músculos antes de encará-lo novamente, no segundo que ele dá um sorriso Killian era arremessado para fora da loja sendo seguido por alguém que saia da loja arrastando uma espada, fazendo um ruído insuportável para Kane que leva as mãos aos ouvidos ao segundo que Anke acerta se estomago o fazendo se curvar.

O elfo arfa por um instante, antes de se abaixar por completo tentando aplicar uma rasteira, mas ele pula. Kane aproveita e aplica um chute na virilha de Anke que curva de dor.

Killian sai dos escombros em que se encontrava deparando com Baalberith o olhando superior, havia em seu olhar algo que nunca havia visto e nem imaginado. O anjo gira a espada no ar antes de descê-la rumo ao dragão que desvia rolando pelo chão.

-Preciso de seu sangue, dragão – diz o ex-lider querubim o encarando – Não posso perder tempo brincando convosco.

Killian ergue-se novamente sentindo o sangue do ferimento em seu braço escorrer por todo o cumprimento. Ele bufa e um segundo depois estava em sua forma de dragão cuspindo fogo na direção do anjo que abre suas asas prateadas, as coloca a sua frente defendendo-se na maré de fogo que lhe fora lançada.

O dragão solta um bafo de ar quente, antes de sua cauda ser lançada contra o anjo que coloca sua espada no caminho. Fazendo apenas com que ele seja forçado a recuar um pouco.

Baalberith deixa um suspiro escapar antes de girar sua espada e suas asas farfalharem. O tempo era seu velho inimigo e isso não podia continuar.

Ele ergue suas mãos ao alto enquanto o dragão avançava contra si novamente.

Uma bola de energia já se formava em suas mãos enquanto ele abria o máximo que podia suas asas esperando que o reflexo deixasse o dragão por um minuto atordoado, mas nada aconteceu como esperando, pois mãos pequenas abaixaram seus braços em seguida o levando ao chão sem esforço algum.

Killian passa por cima deles indo pousar sobre um prédio cuspindo fogo ficando cada vez mais feroz.

Na luta que se seguia no chão, Kane acabava de cravar uma flecha entre o ombro e o braço de Anke que a retira num rompante voltando seu olhar para Baalberith que estava agora de frente a Etzel na sua versão estranha que Kane vira antes.

O anjo deixa um sorriso escapar, não imaginava que o sangue de demônio que corria em suas veias fosse ser tão útil como agora.

Ainda se lembrava de tê-lo inserido em seu corpo quando era apenas um reles bebê, mas precisava de outro sangue que trouxesse seu companheiro de volta a vida.

Ele volta seu olhar para Killian que cuspia novamente fogo, deixa um sorriso escapar enquanto ajeita sua espada. Antes de levantar vôo, olha para Etzel meio abaixada o encarando com curiosidade. Um segundo depois o anjo já estava atrás do dragão que abre suas asas fazendo-o perder por um segundo o equilíbrio, iniciando assim uma queda livre, mas ele consegue ferir na pata esquerda Killian que gemi de dor.

O anjo fica feliz em ver o sangue começar escorrer do ferimento e que acumulara na sua espada. Abre novamente suas asas enquanto começa a murmurar coisas que pareciam ser uma espécie de ritual ao segundo que o sangue que descia do ferimento de Killian era redirecionado para o local onde Etzel estava começando a envolvê-la.

Anke deixa um sorriso escapar de seu rosto, antes de se voltar completamente para ela que se debatia tentando se soltar daquelas linhas de sangue que a puxavam para baixo.

O mensageiro em segundos cria com seu próprio sangue proveniente dos ferimentos causados por Kane o mesmo desenho que havia no chão da Basílica no momento que Baalberith era trazido de volta a vida.

Etzel rosna enquanto apóia-se em suas próprias mãos, seus olhos estavam intercedendo entre negros e a cor natural deles.

-O que pensa que está fazendo? – pergunta a ninfa com certa dificuldade

-O pequeno favor á um amigo – respondi Anke começando a murmurar coisas sem sentindo para quem lhe ouvia com exceção de Baalberith que bloqueava Kane e Killian que tenta tirá-lo usando sua cauda, mas novamente é infrutífero o ataque.

-Precisa de ajuda? – indaga Quincy pelas costas do anjo dando um olhar de relance para Anke que terminava a primeira parte do ritual de ressurreição.

-Já acabou com a elfa? – indaga Baalberith abrindo uma asa ocasionando assim uma forte lufada de vento sobre o elfo e o dragão.

O vampiro por um instante ver-se voltando para o outro ponto da cidade vendo o corpo da elfa que tivera todos os ossos esmagados ou congelados por ele.

-Posso dizer que sim – diz ele voltando-se para Killian que abria suas asas preparando-se para atacá-los – Como esse dragão é feroz.

-Ele é todo seu se quiser – diz o anjo voltando-se para Kane que se aproximava colocando algumas flechas em seu arco. – Vamos acabar com isso.

Quincy revira os olhos enquanto ouvi Anke murmurando as ultimas palavras que se era necessário.

-Vá fazer sua parte – ordena ele – Cuido disso.

-Tem certeza? – indaga o anjo sugestivo

O ar no mesmo segundo começa a esfriar, Baalberith afasta-se enquanto Killian novamente cospe fogo, mas começa a sentir o frio o dominando. Kane sentia o ar vir para seus pulmões com mais violência e gelidez. Lança as flechas de contra Anke e Baalberith, mas Quincy o intercepta.

-Não adianta mais tentar atrapalhar – diz o vampiro deixando um novo sorriso surgir em seus lábios.

O grito de Etzel permeia os ouvidos de todos enquanto uma leve claridade os cega por um segundo antes de tudo voltar à normalidade. Quer dizer, nem tudo.

Anke enfaixa sua mão esquerda que ainda exibia o corte cerimonial enquanto Baalberith sugava os resquícios de sangue que escorria de seu corte na mão direita.

A segunda faixa do ritual consistia entregar ao corpo do príncipe coroado sangue proveniente da mão esquerda do mensageiro que possui metade dos sangues das espécies existentes no mundo e da direita de um anjo de alto escalão de uma categoria separada das dos demais.

Não é por acaso que Baalberith fora trazido de volta à vida.

Os dois homens tal como sua platéia olhava para o demônio que acabava de se erguer deixando seu olhar luxuriante por si só recair por cada um dos seres que ali se encontrava até pousar em Killian que tinha volta à forma humana deixando seu corpo completamente a mostra, principalmente a sua tatuagem em seu tórax.

A malicia apareceu então nos lábios do príncipe que massageou seu pescoço antes de dar um pulinho sentindo todos seus novos músculos, ossos. Seu novo corpo.

-Uma dríade – diz ele com mais um sorriso – Não imaginei que o corpo fosse tão... Imperfeito.

-Perfeito que esse não se encontraria, Asmodeus – replica Baalberith entediado.

O demônio revira os olhos antes de se voltar para Kane e Killian.

-O que são esses dois? – pergunta ele os apontando com o queixo

-Amigos de sua casca – respondi Anke enquanto Quincy se aproximava deles

-Então acho que são lixo – conclui Asmodeus tornando-se meio serio – E lixo acaba-se.

Kane e Killian enrijecem com aquela sentença, mas para sua surpresa o demônio deixa outro sorriso escapar de seus lábios.

-Algum de vocês cuide disso – pedi ele – Temos que fazer uma outra coisa, Baalberith.

-Eu cuido deles – diz Quincy já dando um passo em direção a dupla.

-Bom divertimento – deseja Asmodeus deixando que suas asas esqueléticas sem nenhuma pena apareçam – Nos vemos no inferno, homens.

Asmodeus