Na Mira do Inimigo escrita por ladyofcamellias


Capítulo 8
Capítulo 7- Conflitos lá de dentro


Notas iniciais do capítulo

Bem galera, queria ter postado antes, mas realmente não deu. Semana passada foi aniversário da minha mãe e ainda prestei outro concurso público no domingo. Mas o importante é que está aí né?



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Capítulo 7- Conflitos lá de dentro.

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Carlos Drummond de Andrade

O amor para Silena Beauregard nunca fora somente uma baboseira, como as pessoas a sua volta lhe diziam. Não era porque estava numa zona de treinamento militar que deixaria de amar e viver. Mas mesmo seguindo os seus ideais, as coisas realmente poderiam fugir de controle às vezes.

Afinal, ela havia matado.

Ninguém mata por amor. Porque quem ama quer o bem do amado. E ela queria o bem de Charles. O que a levara a matar. Para princípio de conversa, lhe levara a toda aquela confusão.

Não queria ter se metido naquilo. Mas Luke lhe prometera tudo. Inclusive a segurança de Charles e que nada aconteceria a ele.

Parecia simples. Simples demais. Mas sempre o amor, assim como uma benção, podia interromper tudo, e carregar consigo num furacão um turbilhão de emoções.

Ela gostava de Annabeth. E aprendera amar ela e Christie como amigas, em tão pouco tempo. Então acabar com suas vidas era errado. E dessa vez não era para o bem das próprias.

E finalmente chegava ao ponto crucial da situação. Havia matado a garota ruiva. Não a conhecia ou sentia algo por ela, mas Luke mandara. Ela atrapalhara seus planos e somente isso o importava. Era um desgraçado egocêntrico que só pensava em si mesmo. Não tinha idéia do porquê de começar lhe ajudar. E não deixaria mais seu amor por Charles ser uma desculpa imbecil. Nunca mais.

Silena escorregou as costas na parede do banheiro sujo e começou a chorar deixando o revólver ao seu lado.

Tudo a sua volta era em tons de preto e branco. Não existia o meio termo cinza, ou era ou não era. Sim ou não. Pronto.

Não conhecia a mulher ruiva. Mas já bastava olhar em seu olhar morto pra saber que tinha alguma coisa haver com ela. Sempre.

Eles lhe recomendaram ir para seu quarto e relaxar. Mas de que adiantaria? A morte daquela mulher iria lhe assombrar em qualquer lugar que estivesse. Por que se culpar?

Tantas perguntas para poucas respostas. O pensamento a fez sorrir, fazendo-a se lembrar de Percy Jackson. E falando no cretino, lá vinha ele.

Os cabelos pretos pareciam mais bagunçados do que nunca e os olhos verdes estavam emersos numa confusão sem fim. Confusão. Que palavrinha desgraçada!

_O que você está fazendo aqui?_ perguntou grosso a Annabeth. Tinha olheiras grandes e negras embaixo dos olhos. Cansado.

_Fui eu que achei o corpo_ respondeu no mesmo tom._ E a propósito, isso não lhe interessa.

Ela sorria com a própria resposta. Ele não podia deixá-la sair por cima. Nunca.

_Me interessa mais do que me imagina._ agora foi sua vez de sorrir arrogantemente.

Por um momento, Annabeth se deixou perder o fôlego. Mesmo parecendo aos pedaços, ele causava efeitos colaterais nela. Mas no mesmo instante recuperou a expressão, sem demonstrar fraqueza. Afinal, não era nenhuma apaixonadinha no colegial e precisava continuar antes que a coragem lhe fugisse. Não que ela lhe faltasse.

_E você acha que eu não sei?_ disse com uma risada angelical escapando dos lábios.

E aquele foi um estouro para Percy, o cúmulo dos cúmulos. As coisas saiam de seu controle, e isso o irritava profundamente. Primeiro Rachel, e agora a menina achando-se muito esperta. Era demais. Ele queria que Quíron o considerasse como capaz não como fracote.

Completamente fora de si, arrastou-a mais para dentro pelo braço, não se importando com a força que exercia sobre este. Entraram num quarto de bagulhos mal iluminado. Ele pressionou-a na parede, fazendo os olhos colidirem em choque.

_O que você sabe?_ perguntou rígido, em tom baixo, embora ninguém fosse o escutar ali.

_O que você sabe?_ retorquiu_ Você tem me espiado, tem tentado descobrir tudo da minha vida. Você tem me feito quebrar a cabeça descobrindo quem é você e o que quer. Você tem feito esse inferno desde que entrou aqui e ainda acha que tem direito de me tratar grosseiramente, achando que vou responder como um cachorrinho. Por isso eu o pergunto, o que você sabe Percy Jackson?

Ela o pegou de surpresa, como se fosse apunhalado com uma faca. Largou seu braço bruscamente e se virou de costas, cobrindo o rosto com as mãos. Estava sendo fácil demais.

Annabeth tentou não sorrir, embora a sensação de triunfo quisesse lhe tomar o corpo. Mas outra parte, apelava, com uma pena condescendente correndo cada veia do corpo. Sempre a mais forte.

_Quem era ela?_ perguntou, com mais delicadeza, tocando levemente seu ombro para que se virasse e ela pudesse olhar em seus olhos. Eles nunca mentiam.

_Alguém especial que um dia se importou comigo_ virou-se para ela, ainda irredutível._ Você já teve isso?

Ele lhe deixou sem palavras com sua frieza. A jovem abriu a boca inúmeras vezes, mas não emitia nenhum som. Finalmente, seguiu um conselho de Christie que nunca viu se encaixando a ela. Seguiu o coração.

_E se eu dissesse que me importasse?

As palavras dela causaram surpresa nele. Novamente apunhalado, num beco sem saída. Não era mais um jogo, era a vida deles sendo posta num tribunal e discutida.

_Por que eu acreditaria?

_Você tem escolha?

Agora as palavras vinham na ponta da língua de ambos, automático. Tudo tão natural.

Porém, às vezes elas podiam faltar, e o silêncio também ser acolhedor. Permaneceram neste, organizando o próprio pensamento. Era tudo tão irreal. Pólos opostos em contato.

Annabeth escorregou as costas na parede, sentando no chão. Tudo virara em 180º e estava de cabeça para baixo. Suas escolhas, seus princípios entraram pelo ralo. Desabafou numa simples frase, fluindo.

_É tudo culpa minha.

Mas a maldita corroeu foi o coração de Percy. Sentou-se de frente para ela, e colocou os fios de cabelo loiros atrás da orelha, que insistiam em cair nos olhos. Levantou seu queixo e observou atentamente os olhos cinzentos num grande conflito interno. Viu ali toda fragilidade enterrrada por tanto tempo escapar. Queria a abraçar, mas preferiu se expressar em palavras.

_Nunca foi culpa sua, Annabeth.

Era a primeira vez que ele falava seu nome tão carinhosamente. Soava tão bonito na voz dele. Sentia como se não fosse dela e ela era outra pessoa. Merecia tudo aquilo?

Relaxou os ombros e permitiu-se questionar a si mesma voz alta.

_Por que estamos sempre nessa guerra interna?

Percy queria ser tão verdadeiro com ela. Queria lhe revelar o maldito jogo. Mas apenas disse:

_Somos opostos.

_Dizem que os opostos se atraem...

E só mediu o peso de suas palavras depois de proferidas. Dizem que os opostos sem atraem... O sangue concentrou-se nas bochechas, e por um momento Percy a viu como uma princesa inocente de conto de fadas.

_Eles podem trabalhar juntos_ respondeu-lhe, fingindo não ter percebido o real significado da frase_ trégua?

Graças a Deus.

_Trégua.

Apertaram as mãos, por pouco tempo acreditando no impossível.

Corredores da KGB, algumas horas antes.

Ela rodopiava em seu percurso, os cabelos girando em volta de si como uma hélice vermelha. Uma vozinha proferia no fundo de seu coração. Ele ainda é seu Rachel.

Talvez nem Deus tivesse noção de seus sentimentos. Ela o amava tanto! Vivia por ele, respirava por ele, sorria por ele. Não era uma garotinha que impediria esse amor. Estava decidida a dar um fim nisso, imediatamente.

Acariciou o revólver em suas mãos. Tão bonito e letal. Era a decisão final para tudo, o grande cheque-mate.

An angel's smile is what you sell you promise me heaven, then put me through hell Chains of love, got a hold on me when passion's a prison, you can't break free

Alguns poderiam dizer que era apenas uma filhinha de papai. Mas era mais que isso. A arma, o golpe final de um jogo final. Assim que denominaria se pudesse.

Whoa! You're a loaded gun yeah, whoa... There's nowhere to run No one can save me The damage is done

Não considerava aos outros. Eles não existiam ali, porque no final ela era a ganhadora. E sempre que vencia queria mais e mais, como um viciado em drogas.

E para Rachel E. Dare as coisas sempre funcionavam assim. Tudo girava ao seu redor em 360º. O centro do mundo, o oxigênio dele.

Ignorava tudo ao seu redor, perdida nos próprios devaneios. Fingiu ignorar o pescoço sendo pressionado na parede e o tiro no peito.

Chorus: Shot through the heart and you're to blame You give love a bad name I play my part and you play your game You give love a bad name You give love a bad name

Permitiu-se perder.

Paint your smile on your lips blood red nails on your fingertips A school boy's dream, you act so shy You very first kiss was your first kiss goodbye

Porque dessa vez era diferente. Nada assim acontecera antes.

Whoa! You're a loaded gun whoa... There's nowhere to run No one can save me The damage is done

O corpo tombou no chão.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente gosto desse capítulo. Ele desencadeia tantas coisas ao longo da fic... (ok, não falo mais nada).
Para os interessados, a música do final é You Give Love a Bad Name, Bon Jovi.
Queria agradecer a lindíssima capa feita pela AddictedFashion e a fofissíma recomendação da anne_cullen_jb. Valeu fofas *-*. E também todas as leitoras que vem acompanhando e deixando reviews. Quero mais nesse capítulo hein! Rsrs
Bjoos ;*



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