Na Mira do Inimigo escrita por ladyofcamellias


Capítulo 5
Capítulo 4- Perguntas e suas indevidas respostas


Notas iniciais do capítulo

Deveria ter postado esse capítulo antes, mas vcs sabem como é prova de matemática né? Enjoy!



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Capítulo 4-Perguntas e suas indevidas respostas

 

Departamento oficial da CIA, Washington D.C., dois dias antes

 

_E por que raios, nós obedeceríamos você pirralho? _ perguntava o primeiro homem, que por sinal parecia ser feito apenas de massa muscular, enquanto um sorriso gozador espalhava pelos lábios finos e rachados. Luke cerrou os punhos sob a mesa. E com um olhar duro, respondeu deixando a raiva transpassar por sua voz:

_Porque o país idiota de vocês está em minhas mãos._ O segundo homem parecia nervoso, mas assentiu saindo da sala, como se fosse providenciar algo para irem à Rússia o mais rápido que pudessem. O outro passara a o analisar com o olhar.

_Eu não te entendo garoto_ dizia, balançando a cabeça como quem discorda

_E nem precisa_ respondeu-lhe friamente, batendo a porta com força enquanto saía pela mesma. Afinal, o que homens com uniformes da CIA fariam numa base inimiga?

Algum lugar no interior de Moscou, Rússia, Hoje

An' I could tell it wouldn't be long
Till he was with me, yeah me

A voz de Joan Jett ecoava por algum jukebox antigo quando eles entraram no bar. Lá fora nevava fortemente, e foi realmente um alívio poder entrar num lugar fechado. Mas como nada é perfeito, o ambiente não era lá muito agradável.

As paredes eram num tom de vermelho escuro, e o cheiro de álcool e homem era gritante. Apesar de ainda se estar no meio do dia, o botequim já estava cheio. Alguns jogavam sinuca ou pôquer, enquanto a maioria preferia apenas se embebedar, em sua maioria homens. Garrafas e vozes pareciam tilintar nos ouvidos de Annabeth.

Percy a guiou para uma mesa bem no final, onde o barulho parecia mais abafado.

-O que vai querer?_ perguntou apoiando seus cotovelos sob a mesa.

_Só uma água_ disse de imediato. Ele lhe deu as costas se encaminhando direto para o balcão.

Logo que saiu, a loira suspirou e reclinou-se mais na cadeira. Talvez fosse demais, até para ela.

Foram três longas horas de viagem ali para exatamente... Nada! Não entedia o porquê de tanta precaução.   

Afinal, pelo o que Percy lhe contara, eram somente alguns agentes fazendo uma revisão por uma pequena suspeita. E só. E segundo suas palavras “Melhor prevenir do que remediar.”. Por isso a levou para tão longe.

Mas Annabeth tinha lá suas próprias suspeitas rondando sua cabeça. Como por exemplo, a garota, os mesmos agentes e onde ele se encaixava no meio disso tudo. E depois daquelas breves palavras ditas pelo seu mestre de esgrima, o silêncio voltou a reinar no carro negro, correndo pelas estradas frias.

Seus pensamentos foram interrompidos por um Percy chegando com uma garrafa de água na mão e na outra uma caneca de cerveja. Ela revirou os olhos ao ver como ele andava desequilibrado.

_Quer ajuda?_ perguntou já indo a sua direção

_Não precisa_ disse, sem tirar os olhos das bebidas. Inconformada, Annabeth puxou a caneca de bebida alcoólica de sua mão, o que não de um resultado muito bom, fazendo o líquido escorrer por todo seu casaco.

_O que você... IDIOTA!_esbravejou Annabeth, analisando o estrago, enquanto Percy gargalhava. Todos os olhares se voltaram para eles, gerando divertimento geral. E daí que ela perdeu a paciência, dando um tremendo tapa na cara do rapaz.

_Que raios você está pensando, pirralha?

_Pirralha? Você aqui é a criança estúpido_ os dois continuaram gritando entre si, trocando xingamentos nada amáveis, até verem o próprio dono do bar, caminhando em sua direção. Todos se calaram.

_Estão achando que isso aqui é algum tipo de motel, crianças?_perguntou o velho calvo e barrigudo, se divertindo internamente com a situação.

-Vem cá você acha que..._ Deixando a frase no ar, uma risada nervosa saiu pelos lábios de Annabeth, e com isso se retirou batendo o pé como uma criança birrenta.

A saída parecia mais longa que o normal. Uivos e palavras zombeteiras a acompanhavam. Saiu batendo a porta, sem olhar para trás.

Queria ser forte e poder ficar fora do carro, mas o frio era avassalador. Entrou e sentou-se no banco do carona, deixando sua famosa teimosia e orgulho de lado por um instante

E foi aí que tudo veio de uma vez só. A pressão, os acontecimentos recentes e a constrangedora situação que acabara de passar. Socou o porta-luvas com força, como quem segura um grito frustrado. Mas chorar, nunca. Era como demonstrar uma grande fraqueza, e ela não podia.

Ele também entrou, enfiando a chave na ignição e dando a partida sem dizer ao menos uma palavra. Ela tentou disfarçar o seu estado emocional.

_Precisava de todo aquele maldito escândalo?_perguntou, nervoso.

_E precisava ser um idiota cabeça-dura?_retrucou na mesma moeda.

Percy dirigia rápido pela estrada vazia e gelada. Annabeth se sentia como num filme de terror, sozinha com um desconhecido num lugar deserto.

_Por quê?_ sussurrou, olhando para a janela ao seu lado sem prestar a mínima atenção no que via.

_Você faz muitas perguntas_ respondeu Percy sem pensar.

-Porque você me deixa com muitas dúvidas_ acelerava cada vez mais, como se a situação fosse algo que deveria acabar logo. Ele sentia as coisas saindo de onde não deveriam.

_Um dia você vai respondê-las?_ ela insistiu, agora observando sua expressão, tentando achar o caminho para explorar os olhos verdes.

_Talvez_ sentiu um tom brincalhão, deixando escapar um sorriso pelo canto dos lábios. E que sorriso!

_Então, por que você me tirou de lá se era apenas uma “revisão comum”?_Annabeth gesticulava enquanto falava e parecia se sentir mais à vontade, como se aquele sorriso tivesse sido sua porta de entrada para suas respostas

Percy não sabia como responder. Porque ela sempre lhe encurralava numa rua sem saída.

_Se eu dissesse que me importo o que você diria?

_Diria que é um idiota, porque sei me defender muito bem_ ela riu, com uma leveza incomum para sua pessoa. Tudo parecia estar tão bem...

_ E eu lhe responderia dizendo que é mais tola ainda, por estar completamente enganada_ ele riu também, por um momento se esquecendo que ela era sua vítima. E que deveria matá-la! O pensamento lhe gelou o sangue do corpo.

-Por que saiu da CIA?_ Annabeth pareceu absorver a seriedade do momento, ainda buscando seus olhos ao perguntar.

_E novamente você e seus “por quês”. Isso não acaba nunca?

_Enquanto você continuar cheio de evasivas, não!_ sorriu, como quem acha que disse a coisa mais genial do mundo. Mas dessa vez ele não seguiu seu movimento. Em vez disso, uma risada seca e sarcástica escapou de seus lábios.

_E se eu disser que enjoei de americanos em fardas?

_E se eu lhe disser que sei que está mentindo?

Novamente uma rua sem saída!

-Annabeth_ a atmosfera pareceu subtmamente mudar quando ele disse seu nome, naquele mesmo tom aveludado e ameaçador_ Eu sei tudo sobre você. E o que sabe sobre mim? Não deveria mexer tanto com o desconhecido.

Dito isso, um silêncio frio voltou a reinar até chegarem à base. Ambos em pensamentos confusos, sem ao menos entender o que acontecera agora. Da raiva ao divertimento, e assim chegando ao mesmo ponto de sempre. A dúvida do porque estavam juntos e a incompreensão e falta de informações que um tinha do outro. Tão incômodo.

O caminho já não era tão longo, mas era como se crescesse quilômetros. As ruas já não eram mais desertas. E isso não aliviava o nervosismo de Annabeth como deveria.

Percy entrou no quarto, depois de novamente caminhar por aqueles corredores mórbidos o mais discretamente possível. Aquilo já estava virando rotina.

Porém, com certeza não era rotina o que aconteceu entre ele e Annabeth. Sentimentos e diferenças se aproximando tanto... Mas logo o pensamento lhe escapou.

Jogou as chaves na mesinha ao lado da cama, e já iria entrar no banheiro com o intuito de tomar um belo banho quente, quando vê uma silhueta se esgueirar na escuridão.

Tenta chegar até a arma dentro do armário, mas já é tarde demais. A lâmina de um facão arranca um filete de sangue de seu pescoço.

_Olá querido_ diz uma voz melosa e feminina.

_Rachel_ murmura raivoso, virando-se para encarar a mulher.

Qualquer um que a olhasse, poderia enxergar à primeira vista uma mulher bela. Possúia cabelos ruivos naturais, num tom alaranjado caindo em ondas até metade das costas. Olhos verdes claros e intrigantes e sardas cobrindo a superfície do nariz fino e delicado. Mas os que a conheciam já não notavam mais essas coisas, quando tinham muito para ficar atentos.

_Achou alguma coisa? Sobre aquilo que te pedir para pesquisar quando aqueles homens chegaram? _ perguntou Percy, passando a mãe no recente machucado.

_E isso importa mesmo?_ disse Rachel, largando o facão no chão e massageando os ombros do rapaz. Este, apenas se virou e novamente lhe lançou um olhar duro. Ela revirou os olhos dramaticamente e se afastou, sentando na cama.

_Ok, ok... Você que pediu! Não reclame...

_E...?

_É como se Annabeth Chase não existisse Percy. Você está procurando uma agulha num palheiro.


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Notas finais do capítulo

Owwwn um dos meus capítulos favoritos, sem dúvida!!! Gosto tanto deste!! Pra mim foi um começo de muitas coisas :x (autora bocuda)
Reviews?
Bjoos linds