Na Mira do Inimigo escrita por ladyofcamellias


Capítulo 16
Capítulo 15- A dor das palavras não ditas


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorei, eu sei. Mil desculpas, mas ando suuuper sem inspiração. Não sei o que está acontecendo comigo, de verdade. Quem escreve sabe que uma hora ou outra isso acontece. Mas argh, é completamente horrível. Espero que gostem, mas já vou preparando vocês para fortes emoções!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95923/chapter/16

Capítulo 15- A dor das palavras não ditas

Minhas falhas e meus fracassos não são minhas paixões, mas sim a falta de controle que tenho sobre elas.

Jack Kerouac

Annabeth Chase, naquele momento, poderia classificar-se como um turbilhão. Resumindo em apenas uma frase, não sabia mais quem era ela mesma. Aquela Annabeth lhe parecia tão desconhecida diante dos seus olhos.

Tudo parecia novo, brilhante e mágico. Como uma criança enxerga os presentes embaixo da árvore na noite na véspera de uma noite natalina, ou um cego que ganha o dom da visão.

Porque esta experimentava algo mais que novo, um sentimento mágico brotando no pequeno e até agora, conhecedor de apenas sofridas dores.

Porém, talvez essas a fortalecessem agora. Momento decisivo este. Medonho e assustador. Sua base parecia tremer e queria fraquejar e dar as costas em qualquer chance. Mas não o faria. Não iria amarelar enquanto ele lhe assistisse.

Não só por isto, mas afinal, queria fazer aquele luta ser histórica na KGB. Ela venceria Clarisse La Rue. De maneira histórica e bela, claro.

Caminhou, ainda sem a máscara de proteção, todo orgulho estampado num sorriso largo, no meio da multidão. Queria ver o temor nos olhos deles. Aquele que somente uma vencedora pode causar. Ela era uma.

Posicionou-se na arena, e observou tudo que acontecia a sua volta. Viu a adversária aproximar-se e um homem sussurrar algo em seu ouvido. Era bonito, alto e moreno. Sem falar que nunca o vira ali.

E foi aí que se tocou. Aquele seria o tal “conselheiro” de que falaram a semana inteira? O rapaz lhe dava nervoso, isso era fato.

Mas não mais que a grandalhona, que agora se aproximava, fazendo que as duas ficassem frente e a frente. Mesmo com a máscara, Annabeth podia jurar ver os olhos raivosos da garota. Porém estes não causavam nenhuma reação no seu psicológico.

O apito foi dado pelo árbitro gorducho, e a luta começava. Os floretes debatendo-se um contra o outro, cheios de força, rivalidade e desejo. O calor humano propagando-se tanto quanto o cheiro de derrota que a loira sentia vazar de Clarisse.

Tudo era tão satisfatório. Até mesmo as pessoas olhando atentas a cada mínimo golpe. Alguns até conhecidos. Quase podia ver Christie roendo as unhas enquanto Silena fazia as próprias. Thalia remoendo de ódio por não estar ali, chamando toda atenção possível.

E Percy Jackson. Escondendo-se, embrenhado na multidão para ao ser visto, sem dúvida. E ela sorriu com o mínimo pensamento, encostando a lâmina nas costas da adversária.

Mas aí que o imprevisível aconteceu. A menina tomou o florete das mãos de Annabeth e virou-se, empurrando-a de leve. Todavia, o suficiente para fazê-la cair e estourar a pequena bolha de paciência que tinha nas mãos.

Como aquela cretina poderia atrever-se?

E o pior, sem dúvida, encontrava-se na face do árbitro. Aquele grande gordo descarado paquerava uma aluna, uns 20 anos mais nova do que ele. E no tal conselheiro, que pelo o que observara, não servia para porra nenhuma a não ser encara a pequena trapaça.

Tomou a primeira atitude que lhe veio na cabeça, sem ao menos cogitar ser bem pensada. Naquele momento não importava, de qualquer maneira. E fez o simples: partiu para a pancadaria. Tirou a máscara e deu todos os socos possíveis, arranhões e chutes. Arruinou a vida da coitada.

E aquilo finalmente acordou o velho gordo. Apitou e deu a vitória a Clarisse La Rue. E fez com que a perdedora, ninguém menos que Annabeth Chase, fosse retirada carregada dali.

De longe, Thalia e Nico sorriam um para o outro. E ela se encaminhou para o rapaz.

_Deu tudo certo_ cantarolou

_Não é bom nos verem juntos_ ele disse entre dentes.

_Quem se importa?_ sussurrou sensual em seu ouvido.

_Senhor Di Ângelo?_ o árbitro lhe gritou. Ele queria ter ficado mais tempo, para dar uma resposta bem ao nível dela. Isto é, bem baixo.

Percy Jackson observava toda cena perplexo, cheio de mágoas nos olhos. Como ela fora capaz? A quem se referia? Nem ele mesmo sabia.

Caminhou na direção da confusão, sem enxergar nada em volta. Apenas a derrota de Annabeth. Por que raios, ele estava tão abalado?

_Hey, que porra está acontecendo?_ perguntava a todos que avistava perdido em suas próprias perguntas. E finalmente, depois de longos 15 minutos conseguiu alguma coisa útil.

Correu pelos corredores da KGB, completamente familiarizado com estes. O lugar aparentava ser sua casa, e isto havia tornado-se assustador.

E por mais que corresse, toda velocidade era lenta. Porque Percy estava preso num pesadelo. Sem escapatória. Afinal, não lhe pertencia.

Com a falta de fôlego altamente perceptível, entrou na enfermaria, carregado de preocupação. Não tratou de cortesias ou perguntar onde ela estava. Ele sabia. Seu coração era um guia, uma bússola, e um GPS infalível.

Avistou-a quase invisível, afogada em lágrimas secas que insistiam não sair. Corpo pequeno e trêmulo, lábios frios e coração gelado. Desgrenhada, em pedaços. Vazia. Oca.

I couldn't tell you
Why she felt that way she felt it everyday
And I couldn't help her
I just watched her make the same mistakes again
What's wrong, what's wrong now?
Too many, too many problems
Don't know where she belongs, where she belongs

Ele poderia ter feito tantas coisas. Abraçado a pobre menina desolada. Lhe oferecido um ombro pra chorar. Dizer que a amava. Mas não. Só soube gritar. Jogar-lhe mais e mais o peso da culpa nos ombros, da própria derrota.

_Por quê?_ gritou. E repetiu, até criar eco nos ouvidos.

She wants to go home, but nobody's home
that's where she lies, broken inside
With no place to go, no place to go
To dry her eyes broken inside

_Por quê?_ dessa vez foi sussurrado, para si mesmo. Ele não teria resposta? Nunca. Afinal, qual era q finalidade daquela porra de escândalo. Fazer a perdedora chorar mais e mais? Por uma fração de segundo, conseguiu sentir pena. Mas foi muito pouco tempo. E ele não conseguiu defender-se da série de insultos que veio a seguir.

_Quer mesmo que eu lhe responda Percy Jackson?_ disse irônica e ainda toda trêmula. Inutilmente tentou levantar-se._ A culpa é toda sua, seu merda. Quem me ensinou ganhar a qualquer custo?_ silêncio_ RESPONDE!

Open your eyes
And look outside find the reasons why
You've been rejected
And now you can't find, what you left behind
Be strong, be strong now
Too many, too many problems
Don't know where she belongs, where she belongs

E novamente o silêncio perturbador vindo dele. Existiam palavras que definissem tudo aquilo? Mais uma pergunta para a coleção.

_Apenas pense._ dessa vez a voz veio mais calma. Porém nada compassiva. Agressora, dolorosa._ Pelo menos uma vez na vida. Foi prazeroso estragar tudo para mim.

Cada murmúrio era um tiro no peito dele. Entrava e embrenhava e tentava um inútil consolo.

She wants to go home, but nobody's home
that's where she lies, broken inside
With no place to go, no place to go
To dry her eyes broken inside

E passou-se pela cabeça dele, rápido como um relâmpago. E ele disse tudo num fôlego só, com dificuldade. Doeu.

_Só queria ajudar.

Ela riu, sem sombra de humor.

_Missão fracassada_ e o largou sozinho nos ecos sombrios.

Her feelings she hides
Her dreams she can't find
She's losing her mind
She's fallen behind
She can't find her place
She's losing her faith
She's fallen from grace
She's all over the place

She wants to go home, but nobody's home
that's where she lies, broken inside
With no place to go, no place to go
To dry her eyes broken inside
She's lost inside, lost inside... oh oh
She's lost inside, lost inside... oh oh yeah

_E foi isso_ Silena disse ao celular. Sorrindo.

_Até que você tem servido para alguma coisa, vadiazinha.

_Eu sempre sirvo_ o sorriso continuava ali. Estático, inabalável.

_Veremos_ e Luke desligou. O silêncio na linha telefônica era acolhedor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Peguei pesado. Mas faz parte da fic, e antes de se levantar, tem que ter que queda,all right?
Ok, ok... peguei pesadissímo, e também fiquei inconsolável quando escrevi essa parte. Então, eu poderia dizer "tentem enteder" mas nem eu mesma consigo :s
Quanto a música, foi Nobody's home, da Avril Lavigne. Aguardei muito pra colocá-la na fic, porque é simplesmente perfeita, e o momento pediu.
Mil bgs e não esqueçam: REVIEEEEEEEWS!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Na Mira do Inimigo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.