No dia seguinte, cheguei na casa de Mary uns dez minutos mais cedo do que eu sempre chegava e sentei no primeiro degrau de uma escadinha que tinha em frente sua porta. Por ter chegado mais cedo, esperei dez minutos há mais do que o normal, porque ela sempre levava mais tempo para se arrumar, então depois do tempo normal que ela demorava, toquei a campainha de sua casa.

 Ninguém atendeu.

 Toquei novamente.

 Nada.

 Quando ia tocar pela terceira vez, sua mãe apareceu.

 - Adam.

 - Oi, tia. A Mary ta aí? A gente vai se atrasar para a aula.

 - Desculpe, mas a Mary não vai ao colégio hoje, Adam.

 - Sério? Por quê?

 - Ela não está se sentindo bem.

 - Tudo bem, mande “melhoras” para ela.

 - Pode deixar.

 - E diz que eu pego a matéria para ela, ta bom?

 - Tudo bem, obrigada, Adam – Deu-me um sorriso materno e fechou a porta.

 Cheguei à escola, anotei toda a matéria do dia para tirar Xerox para Mary no final da aula, sentei sozinho no almoço – Sim, fiquei excluído. Mas era melhor do que ficar escutando o Lucas se gabar de seu 9,9 em geometria o almoço inteiro -, vi Em junto de Brad e não fui para a natação.

 Fui para o curso à noite, mas Em tinha faltado, sabe-se lá o porquê.

 O dia foi pouco movimentado.

 Senti falta de Mary o dia todo, porque só ela conseguia me fazer sorrir, mesmo quando não queria.

 Espero que amanhã ela esteja melhor.