Mudando o Jeito de Viver escrita por Mayara Paes


Capítulo 7
O6 - Aproximação repentina: Parte 1. (Edward)




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"Para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro."

Eu nunca acreditei em destino. Mas nesse
momento, eu tinha motivos suficientes para começar a mudar minha opinião.



Assim que meu nome foi citado, junto ao de
Isabella, não pude controlar a alegria que se apossou de mim.



Não pude evitar o grito que escapou de meus
lábios:



–O QUÊ?
– gritamos juntos. Ao que parecia, eu não era o único surpreso.



Seria o destino me ajudando? Ou uma simples
coincidência? É, Deus deve gostar mesmo de mim. Eu quase não acreditava no que
acabara de ouvir. Minha felicidade era tanta que não consegui conter meu
entusiasmo e um sorriso bobo que se formou em meu rosto.



–Algum problema Sr. Cullen e Srta. Swan? –
perguntou o professor cruzando os braços sobre o peito.



– Nenhum
professor Grossman, só ficamos meio surpresos! - disse observando a reação de
Isabella, ela me parecia paralisada. Fiz uns sinais com a mão para que ela
acordasse, mas não deu muito certo.



–Tudo bem,
vamos terminar o sorteio. – declarou balançando novamente a urna.



–Ela é tão
ridícula e anti- social que não saberá aproveitar nem um pouco essa oportunidade
de dupla com Edward Cullen.- Disse uma garota ruiva sentada á minha frente para
a outra menina loira, sentada ao seu lado.



Na mesma
hora meu sangue ferveu. Cutuquei seu ombro e ela se virou surpresa para mim.



–Algum
problema com minha parceira?- Perguntei a ela.



Ambas se
entreolharam e deram sorrisinhos sem graça.



–Não, claro
que não. Foi apenas um comentário, nada mais. – respondeu à ruiva rapidamente
claramente envergonhada.



–Pense muito
bem antes de dizer algo sobre Isabella Swan, pois podem ter certeza de que
vocês não chegam nem a seus pés. – disse irritado.



–Não sabia que tinha virado
defensor da esquisitinha, Edward. – rebateu petulante.



–E se eu tiver? O que você tem
haver com isso? – perguntei arqueando uma das sobrancelhas.



–Posso continuar minha aula Sr.
Cullen e Srta. Denali?- Perguntou o professor Grossman enfiando-se entre nós
com uma carranca de dar medo.



–Desculpe professor. Não irá se
repetir.



–Assim espero!- Disse ele, se
distanciando de nós.



Trocamos olhares enfurecidos e
desviamos nossos olhos.



Parece que minha breve discussão
com a ruiva havia despertado Isabella de seu choque momentâneo. Ela se levantou
se direcionando até mim. Nesse momento foi como se o mundo tivesse sumido e só
e eu e ela existíamos. Eu nem acreditava no que via.



–Edward, queria lhe agradecer por
me defender. Essas pessoas do colégio não gostam muito de mim. - Ela me disse
com uma profunda tristeza em seu olhar.



–Tudo bem Isabella, disponha.



–Só Bell. - disse se afastando de
mim.



–Agora que acabamos de sortear as
duplas vamos aos temas. - Disse o professor, frente á turma. –Por favor,
juntem-se com suas respectivas duplas e discutam sobre qual tema iram abordar.
Não se esqueçam de me comunicar.



Levantei de minha cadeira com
meus pertences e me direcionei a mesa da Bell, pois havia um lugar vago ao seu
lado.



–Isa... quero dizer Bell, já tem
alguma ideia do que vamos apresentar? Deixarei ao seu critério o nosso tema. –
Disse assim que me sentei ao seu lado.



Nesse mesmo momento vi Bell se
contrair como se estivesse se escondendo.



–Gostaria de falar sobre Romeu e
Julieta de Willian Skaspeare... Se você concordar, é claro. – ela falou
baixinho quase inaudível aos meus ouvidos.



–Claro, me parece perfeito, eu
adoro os livros de Skaspeare. Já li todos. – Comentei sorrindo. - Vou até a
mesa do Sr. Grossman avisar sobre nosso tema antes que outro grupo o escolha
também.



Ela apenas assentiu.



Fui à mesa do professor e o
avisei, ele fez uma anotação em sua caderneta e voltei o mais rápido possível
para o lado de Bell.



–Eu estava pensando em nos
vestirmos com roupas do século em que se passa o livro e explicar para todos um
pouco sobre os personagens. Eu falarei do Romeu e você de Julieta, é claro, o
que você acha?- Estava cheio de ideias e muito entusiasmado, não só com o tema,
mas sim com Bell sendo minha parceira.



Ela novamente apenas assentiu.
Estava nervoso por estar ao seu lado, mas ela não se pronunciava, não dizia
absolutamente nada, somente afirmava. Achei estranho e resolvi perguntar.



–Bell, fala para mim o que você
realmente acha porque o trabalho é duplo. – Disse para ela e vi que ela ficou
meio sem graça.



Suas bochechas ganharam um tom de
rosa claro, deixando-a mais encantadora.



–Oh! Me desculpe, é que estou
acostumada a fazer trabalho sozinha. – desculpou-se novamente com aquela
tristeza em seu olhar.



–Sem problemas, só gostaria que
participasse mais, só isso.



Continuamos a fazer nosso
trabalho. Ela começou a participar mais, argumentar em alguns pontos, ainda
pouco, mas já era o bastante. Ficamos de
ler novamente o livro para fazer um pequeno roteiro falando de nossos
respectivos personagens.



A hora passou mais rápido que eu
esperava, quando percebi o sinal tinha acabado de bater. Não quis sair de perto
dela, mas era necessário.



Ela juntou suas coisas e deu um
pequeno acenou para mim se despedindo. Fui para minhas outras aulas sem nenhum
animo.



O tempo se arrastou e quando o
sinal que anunciava a hora do almoço soou sai correndo para o refeitório doido
para ver Bell novamente, agora eu teria uma desculpa para falar com ela.



Assim que cheguei ao refeitório o
vasculhei com os olhos a procura dela, mas ela não estava lá.



Fui rapidamente pegar algo para
comer, estava faminto.



Com a bandeja em mãos, dirigi-me
á mesa onde se encontrava Jasper, Emmett e Rosalie. Alice ainda não havia
chegado ao refeitório. O que será que
aquela nanica estava fazendo?



Estava muito distraído comendo
que não percebi Alice chegar com um acompanhante e senta-se conosco. Só percebi
quando ela pigarreou tentando chamar nossa atenção:



– Pessoal, quero que conheçam uma
pessoa. - ela disse e na mesma hora levantei minha cabeça quase engasgando
quando vi quem era. Realmente, agora eu
acredito no destino.
– Essa é Bell Swan e esses são Emmett McCarty, Jasper
Hale, Rosalie Hale e meu irmão Edward. - Ela dizia gesticulando para cada um de
nós, quando encontrei o olhar de Alice ela deu um leve piscadela para mim, e
seu sorriso, era de mais pura felicidade.



–Bell, nem acredito que você irá
se sentar conosco hoje! -Disse a primeira coisa que me veio à cabeça, ansioso e
nervoso demais para pensar em qualquer coisa coerente.



Analisei o rosto de Bell e estava
assustado, surpreso e envergonhado. Ela e Alice foram buscar seus almoços e
voltaram a se sentando novamente.



– E aí Bellota? Que novidade é
essa, não se senta mais sozinha?- Disse o idiota do Emmett.



Percebi Bell se contrair com a
declaração de Emmett.



–EMMETT!-Dissemos em uníssono.



–O que foi gente? Só fiz uma
pergunta, afinal ela sempre senta sozinha. – ele disse com a cara mais lavada
do mundo.



– Mas hoje ela irá se sentar aqui
conosco. Algum problema?- Alice disse rispidamente.



–Tudo bem, tudo bem. Não está
mais aqui quem falou ok? – Se desculpou todo sem jeito.



–Emmett, porque você chamou a
Bell de Bellota?- Rosalie perguntou. O
que era um milagre, porque ela não se importa com ninguém além de si mesma,
ainda mais com a Minha Bell. É isso mesmo, Minha Bell. Ela ainda não sabe que é
minha, mas ela vai saber e não irá demorar muito, eu espero. -
Bellota é apelido
de gorda, e Bell é tão magra.



–Mas é por isso mesmo, ela é
magra, o oposto de gorda, por isso achei maneiro chama-la de Bellota. - Emmett
se pronunciou como se fosse a coisa mais inteligente do mundo.



–Isso não faz sentido! -Rosalie
pensou em voz alta.



–Mais você é muito burra mesmo
Rose, terei que desenhar? -Emmett começou a zombar de Rose e pela cara que ela
fez, ia voar alguma coisa em cima dele e não iria demorar muito.



–Olha aqui seu cavalo sem cérebro...
–Rose foi interrompida.



–Gente, por favor, vamos parar
com essa discussão infantil. A Bell deve está se perguntando se está na mesma
mesa que um monte de malucos. - Alice disse e eu concordei com ela, assentindo.



–Bellota, ou melhor, Bell posso
te chamar de Bellota? -Emmett perguntou a Bell com carinha de cachorro pidão.



–Pode sim Emmett. – Bell
respondeu meio sem graça com toda aquela situação constrangedora, mas dando um
sorriso divertido.



Não pude deixar de retribuir.



–Viu? Ela não se importa! –
insistiu o brutamontes, lançando um sorriso petulante em nossa direção.



Revirei os olhos.



–Tudo bem Emmett, já chega. Está
deixando a minha Bell envergonhada! – resolvi interferir.



Todos imediatamente olharam na
direção. Alice estava com um olhar malicioso, Rosalie desconfiada, mas ainda
sim surpresa. Jasper tinha os olhos tão arregalados que pareciam prestes a
saltar, Emmett, esse me olhava divertido e Bell, essa parecia querer se enfiar
em um buraco e nunca mais sair.



–O que foi? – perguntei confuso.



Só naquele momento, percebi meu
deslize.



Arregalei os olhos e engasguei-me
com minha própria saliva.



Droga!
De onde eu tirei minha Bell e ainda dizer em voz alta?



Eu estava errado, Deus não gosta
de mim, ele estava é me castigando.



Pigarrei.



–Hum... Digo a Bell envergonhada!
– corrigi olhando para baixo.



De repente, Emmett começa a
gargalhar. Suas risadas eram tão altas que chamaram a atenção de todos no
refeitório.



–MINHA BELL? – gargalhou
estrondosamente. – MINHA BELL!



Envergonhado, rapidamente recolhi
meus pertences e me retirei da mesa.



–Licença! – e andei
apressadamente para fora do refeitório, ignorando quando me chamaram.



Essa foi a pior coisa que poderia
ter acontecido.






X-X







Nesse momento, gastava minhas
energias fazendo o teste para entrar no time de basquete.



Havia sido liberado das ultimas
aulas, para treinar um pouco.



Agora, jogava uma partida com os
outros alunos sobre os olhar rigoroso do treinador Clark.



Havia alguns expectadores nas arquibancadas
parcialmente preenchidas. Mas nenhuma que realmente me interessava.



Estava totalmente concentrado,
dando o máximo de mim, apenas focado a tão sonhada aceitação para o time.



O sinal marcando o fim das aulas
soou, mas não nos abalou. Continuamos a jogar avidamente, sem qualquer
distração.



Embora estivesse bastante
compenetrado, foi inevitável ouvir a gritaria de minha irmã quando a mesma
entrou na quadra.



–VAMOS BELL, QUERO VER O JASPER E
O EDWARD JOGANDO! – dizia Alice, empurrando uma Bell totalmente desnorteada.



Ela cochichou algo no ouvido de
Alice que a respondeu com uma careta.



–NADA DISSO, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR
ALGUM. – disse obrigando-a a se sentar em um dos bancos. – AH, VAI SER
DIVERTIDO, VAMOS, ANIME-SE!



Bell concordou com a cabeça,
lançando lhe um sorriso tímido.



As duas se concentraram no jogo,
mas duvido que estejam entendendo algo.



De repente, sou atingido por algo
exatamente no rosto, levando-me ao chão.



Minha face ardia e meus olhos
lacrimejaram.



Olhei raivoso para o individuo
que me atingiu fortemente com a bola.



–Muito obrigado Jasper! – minha
voz transbordando sarcasmo.



–Desculpe! Mas você estava distraído e não
tinha te visto parado no MEIO da quadra olhando para o nada. – disse ajudando-me
a levantar. – Ou melhor, olhando para a Bell. – sussurrou a ultima parte
risonho.



–Você é muito engraçando, devia
ir para um circo fazer suas palhaçadas lá. – murmurei irritado.



–Não se estresse, fiz apenas um
comentário. – defendeu-se pondo suas mãos para alto, se rendendo. – Um
comentário verídico, você tem que admitir.



–Se já vai começar me avisa, pois
estou caindo fora! – avisei me afastando.



–Para de bobeira, vamos voltar para
o jogo. Ainda quero entrar para o time. –disse dando-me um leve soco no ombro.



–Tudo bem, vamos logo! – disse o
empurrando.



Quando voltamos para a partida,
ouvir o treinador gritar:



–Mais atenção Cullen, não
queremos seu nariz quebrado!– dizia olhando-nos divertido.



Bufei.



Alice gargalhava histericamente
na arquibancada, chamando a atenção de todos. Bell apenas se encolhia tentando
reprimir o riso.



–Bom, acabamos os testes por aqui. Já tenho o
nome dos aprovados! – disse entrando na roda que havia se formado.



Existiam exatamente vinte e três alunos
querendo entrar para o time titular. Mas apenas dez seriam aprovados. Cinco titulares
e cinco reservas. Fora os ajudantes.



–Os nomes que direi agora, serão os reservas.
– começou. – Bom, vamos aos alunos: Drake Theodore, Billy Sharp, Fred Horn,
Evan Smith e Matthew Nicholas.



Alguns comemoravam e outros ficavam cada vez
mais nervosos, assim como eu. Jasper parecia à beira do histerismo, pois não
parava de bater o pé no chão.



–Será que você poderia parar? – pedi irritado
com o barulho.



–Desculpe, estou ansioso. – murmurou.



–Vamos aos titulares: Taylor Samuel, Vince
Blake, Jasper Hale, Patrick Freell e por último... Edward Cullen. – assim que
meu nome foi pronunciado, um alívio subiu em meu peito, fazendo-me respirar
fundo.



A alegria foi geral, cada um comemorava de
seu jeito.



Jasper correu em direção a Alice, e deu-lhe
um grande abraço, deixando-a envergonhada, mas sorridente.



Fiquei tentado a fazer o mesmo com Bell, mas
contentei-me em sorri abertamente e dirigi-me ao vestiário.



Quando já estava entrando no chuveiro Jasper
chegou todo alegrinho, tentei reprimir o ciúme que estava sentindo de minha
irmã, afinal de contas eles pensavam que eu era idiota ou o que? Achavam que eu
não tinha percebido os olhares apaixonados e as demonstrações de afeto em
publico, mas eu vou resolver isso agora mesmo.



–Jasper, chega aqui, quero ter uma conversa
com você. - Disse rapidamente.



–Espera só um pouquinho que vou pegar minhas
coisas para tomar meu banho. - Ele disse colocando a cabeça no meu campo de
visão.



Alguns minutos depois ele veio trazendo sua
toalha e sabonete.



–Pode falar Edward. -Disse com certo receio
na voz.



–É que de uns dias para cá venho percebendo
sua “alegria” quando minha irmã está por perto. Gostaria que você fosse sincero
comigo e me contasse o que está acontecendo. Sei que você deve achar que sou um
irmão possesivo, mas prefiro que me digam a verdade. - Disse sendo sincero, se
for para minha irmã ficar com alguém que seja com quem eu conheça e saiba aonde
mora, porque se fizer algo a ela Ah! Eu mato um. Percebi o rosto de Jasper
mudar levemente sua coloração depois de minhas palavras.



–Ed-ward, eu vou ser sincero com você. Eu
estou interessado pela sua irmã. Acho ela muito legal, linda, divertida, e gostaria
de ter um relacionamento serio com ela, mas é claro que iria falar com você só
estava esperando o momento certo. Eu achava que você era um irmão ciumento e
estava com medo de te contar. - Ele disse demostrando facilmente seu
nervosismo, não só por ter gaguejado no meu nome, mas sim porque disse tudo
isso em tempo recorde. Realmente ele combina com a Alice.



–Estou feliz por ter sido sincero comigo,
Jasper. Por essas e outras que sou seu amigo. - Disse satisfeito, afinal ele
parecia ser uma pessoa sensata e eu admirava isso.



–Mas Edward, eu gostaria que não contasse
nada para a Alice ainda, sabe como é, quero ter certeza de que ela está
realmente afim de mim. Sou louco por ela, mas ainda não tenho a certeza de seus
sentimentos por mim. Espero que me entenda! - Ele me disse com um olhar de
suplica, não tinha como eu negar isso a ele.



–Pode deixar que não contarei nada, mas se um
dia você começarem a namorar, já vou logo te avisando, se você fizer qualquer
coisa que machuque minha irmã, eu te mato, entendeu?- Disse com certa
agressividade na voz, e assim que minhas palavras foram cuspidas, os olhos de
Jasper se arregalaram de tão forma que achei que fossem pular, como na hora do
almoço quando cometi aquele deslize. Fico me perguntando até agora como pude
fazer aquilo...



–Pode deixar cara. – Ele disse com um medo no
olhar. Nesse momento comecei a gargalhar.



–Fica tranquilo, é só você seguir as minhas
regras e tudo ficara bem. – Disse em meio a risadinhas sinistras e sai do
banho.



Troquei-me rapidamente e sai do vestiário
dando um pequeno aceno para Jasper.



Quando cheguei novamente na quadra ainda
havia algumas pessoas por lá esperando os novos jogadores saírem do vestiário.
Algumas pessoas que eu nem conhecia me cumprimentaram e me parabenizaram por eu
ter conseguido entrar para o time. Esse historia de entrar para o time era
legal, mas já era costume, em todos os colégios que já estudei, não havia um
que eu não era escolhido para ser um jogador titular.



Acho que sou bom nisso, modéstia à parte, é
claro!



Quando finalmente consegui me desvencilhar
das pessoas, encontrei Alice sentada me esperando com a Bell, estava feliz em
poder vê-la novamente, mas não saberia o que falar. Foi totalmente
constrangedor no almoço. Vou tentar me desculpar.



–Oi Allie e Bell. – Disse meio envergonhado.



–Maninho parabéns! Como sempre você entrou
para o time. – Alice disse pulando em meus braços com um grande e apertado
abraço, apertado até onde suas forças iam, né?



–Obrigada nanica! - Disse e ela me fez uma
careta, como sempre fazia quando eu a chamava desse jeito. – Eh! Bell, gostaria
de me desculpar por hoje no almoço. - Disse e senti meu rosto queimar de
vergonha, será que estou corado? Cara, está ficando cada vez pior.



–Não foi nada Edward, não precisa se preocupar!
– Ela disse toda envergonhada, com a cabeça baixa.



–Então maninho, acho melhor irmos. - Alice
disse nos tirando daquela situação meio constrangedora.



–É, acho melhor mesmo. Daqui a pouco nossos
pais estão nos ligando. Quer uma carona Bell? - Eu já sabia a resposta, mas não
custava nada tentar né? Vai que o carro dela tenha quebrando e ela ainda esteja
aqui esperando justamente isso.



É, sonhar faz bem.



–Estou com meu New Beattle aqui, mas mesmo
assim obrigada! - Ela sempre falava com a cabeça baixa e em tom muito baixo,
sinais claros de muita timidez.



–Bell, o que você vai fazer essa noite?-
Alice falou com aquele brilho estranho no olhar.



–Bem, hoje vou começar a ler “Romeu e
Julieta”, pois havia combinado com o Edward isso.



–O que você acha de jantar lá em casa hoje?
Assim você e o Edward possam se reunir e fazer o resumo do trabalho juntos.
Seria fantástico, não acha Edward?- Eu confesso que não esperava que Allie já
tivesse nesse grau de intimidade com a minha Bell, mas eu estava adorando essa
repentina aproximação das duas. Pelo menos assim eu ficava mais perto dela.



Pela cara que Bell fez ela tinha ficado mais
surpresa do que eu.



–Acho uma ótima ideia. E ai Bell, topa?- É
claro que tentei reforçar um pouco a ideia, quem sabe ela não aceita.



–É melhor não Allie. Acho que estamos indo
rápido demais, não acha?- Confesso que fiquei confuso com essa declaração.
Rápido demais? Rápido com o que? Está acontecendo alguma coisa aqui que eu vou
descobrir. Eu preciso.



–Ah Bell, é só um jantar, afinal de contas
você também ira fazer um trabalho, não é mesmo? -Alice deu uma piscadela para
Bell, e a puxou pelo braço para o corredor me deixando para trás com cara de
bobo.



Rapidamente as segui.



O caminho todo elas conversavam, ou melhor,
Alice conversava. Bell praticamente não falava, somente afirmava e de vez em
quando sorria.



Caminhamos até o estacionamento e fui
diretamente para meu Volvo, colocando minhas coisas no banco do passageiro.



Emmett, Jasper e Rosalie se juntaram á nós.



Olhei para as meninas e Bell encarava meu
carro impressionada e surpresa. Sua careta estava cômica.



–Esse carro é seu? – perguntou em um
sussurro.



–Sim.



–Nossa! – comentou sorrindo.



–Por quê? Nunca viu um carro assim antes? –
perguntei curioso.



–Nunca na cidade, não é um veiculo para
qualquer pessoa. – riu. – A primeira vez que o vi, fiquei curiosa para saber o
dono. Bom, agora já sei á quem pertence.



Nossa, cada dia ela me impressiona mais.
Nunca vi uma menina se interessar por carros antes.



–Quer dar um volta com ele? – ofereci
sorrindo.



–O QUÊ? Edward você nunca deixou ninguém
dirigir seu carro! –comentou Emmett.



–Nunca deixei VOCÊ dirigir meu Volvo.



–Ah fala serio! Eu também tenho o meu carro,
não vejo diferença. – exaltou-se indignado.



–Você já observou o tamanho de seu jipe? Já
percebeu a diferença de tamanho entre os dois? Acho que você não cabe dentro de
um carro comum. – ri. – Você iria acabar afundando o pedal do acelerador.



Rimos da careta que ele fez.



–Muito engraçado Edward! – cruzou os braços
sobre o peito. – Deixa, não quero mesmo! – deu de ombros.



–Emmett você está parecendo uma criança de
cinco anos, não um homem de dezoito! – comentou Rose risonha.



–Ah, não enche você também! – fez bico.



Gargalhei.



–Emmett se você quiser você pode dirigir meu
New Bettle! – sugeriu Bell, certamente comovida com o pequeno teatro dele. –
Não é o mesmo que o Volvo, mas acho que você cabe dentro dele.



Rimos.



–Viu? Bellota é a única que se importa
comigo. – comentou sorrindo abertamente. - Por isso que ela é minha amiga! –
disse dando um abraço em Bell.



Observei desconfiado sua mudança de expressão.
Seus olhos ficaram marejados e um sorriso iluminou seu rosto, como se aquelas
palavras fossem o melhor presente do mundo.



Alice os olhava igualmente comovida.



Algo essas duas estavam escondendo.



Bell, jogou a chave de seu carro para Emmett,
que correu até um New Bettle vermelho, estacionado entre meu Volvo e o Porshe
de Alice.



–Então Bell, você ainda não respondeu. –
insisti. – Quer dar um volta no meu carro?



Olhou em volta e suspirou.



– Acho melhor não, talvez outro dia. – negou.
– Mesmo assim, agradeço sua oferta. – sorriu.



–Tudo bem, mas se quiser é só pedir.



–Vou cobrar! – disse me fazendo rir.



Nesse momento, Emmett entra no estacionamento
cantando pneu, espalhando uma fumaça fedorenta no ar.



Estacionou e saiu do carro minúsculo
comparado ao seu tamanho, entregando a chave nas mãos da dona.



–Obrigada Bellota! Um carro veloz, mas
pequeno. – comentou sorrindo.



–Disponha. – sorriu. – Bom, agora tenho que
ir.



–Espere! – disse Alice. – Você ainda não
respondeu se vai jantar em minha casa essa noite.



Bell olhou-a incerta.



–Allie, acho melhor não, pelo menos por
enquanto!



–Ah, que isso, não faça essa desfeita. –
implorou. – Tenha consideração á mim e a Edward. – Alice atacou o que parecia
ser seu ponto fraco, apelou para a chantagem emocional.



–Allie... eu...



–Alice, deixe a menina em paz, ela tem
direito á escolhas. Livre arbítrio! – interrompi.



–Fique quieto Edward! – exigiu empurrando-me.
– Vamos Bellzinha, aceite! – juntou as mãos. – Por favor!



–Alice não é Bellzinha não, é Bellota! –
interrompeu o intrometido Emmett. – Bellzinha parece nome de cachorro.



Ri de seu comentário.



–Nome de cachorro? – indagou Jasper, falando
pela primeira vez desde que chegou aqui.



–Será que dá para vocês ficaram quietos um
minuto e não se meterem na conversa alheia? Um bando de envolvidos! – exigiu
brava. – E aí, você vai?



–Não Allie, outro dia talvez.



–Tudo bem, você acabou de comprovar que não
me ama! – Alice tinha que fazer drama.



Bufei.



–Não é isso! – negou Bell rapidamente. – Eu
já te disse, acho que estamos indo rápido demais, somente isso.



–É Edward, vamos embora. Vou tentar seguir
minha vida sem minha mais nova melhor amiga. Sabe, achei que ela me amava. Que
em tão pouco tempo de convívio, ela já se importava comigo, mas vejo que estava
redondamente enganada. – Nossa, ela sabia ser melodramática quando queria!



–Dê-me o endereço! – pediu Bell, sua
expressão denunciava claramente que se sentia culpada.



–O quê? – perguntou Alice, pressionando a
pobre menina.



–Pedi que me desse o endereço de sua casa. –
repetiu. – Eu vou jantar com vocês hoje!



–ALELUIA! Pensei que nunca iria ceder!



Como Alice era cara de pau!



Anotou nosso endereço e entregou o papel cor
de rosa para Bell.



–Chegue por volta das 20h00min. – aconselhou.
– Estaremos te esperando! – sorriu.



–Tudo bem!



–Saiba que estarei disposta á ir te buscar se
você não aparecer nesse horário. – ameaçou sorrindo maquiavélica. SINISTRO!



–Pode deixar! – garantiu suspirando.



–Você sabe que eu já te amo, não sabe? –
indagou dando-lhe um abraço.



–Sei Alice, sei! – sorriu fracamente. –
Agora, eu preciso mesmo ir, até mais tarde!



–Até Bellzinha! – despediu-se Emmett.



–EMMETT! Seu plagiador! Esse apelido quem
inventou foi EU! – DEUS, como esse povo adora uma intriga.



–Deixa de ser chata pintora de roda pé, só
dei uma pequena copiada, nada demais!



–Pintora de roda pé é a sua...



Percebi que não valia a pena ficar observando
esses dois discutirem sobre banalidades, nem mesmo a dona dos apelidos estava
presente, então quem seria eu para interferir.



Retirei-me sorrateiramente do local e
dirigi-me para casa.



Por todo caminho, eu indagava-me como seria
este jantar. Onde há pessoa que povoava diariamente meus pensamentos estaria.



Talvez fosse uma noite agradável ou não.



Eu simplesmente não sabia o que esperar,
apenas queria que tudo corresse bem.




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