Poltronas 65 e 66. Não demoramos a encontrá-las, e, como de hábito, logo surgiu um inconveniente.

-Desculpe-nos Sr Way, mas a poltrona de n° 66 está com uma pequeno problema nos auto-falantes, portanto não será possível que o Sr. escute a seu ipod, sendo assim disponibilizamos a poltrona 78 para o Sr.

G: Não precisa se incomodar, ficarei aqui mesmo ao lado do Frank, obrigado.

-Pois não. Disponha.

Devo dizer que nada me surpreendeu mais do que ouvir isso. Nada nesse mundo faria com que Gerard ficasse um segundo sequer longe de seu ipod, bom, pelo menos era o que eu imaginava... até agora. Devo ter ficado com uma cara digna de minha surpresa naquele momento, porque assim que ele sentou e olhou para mim não pôde conter o riso.

G:Você realmente pensou por uma minuto sequer que eu ficaria uma viagem inteira longe de você?

F:Well, devo admitir que sim...

G:Então devo ficar ofendido.

Aquelas palavras atravessaram meus ouvidos como uma flecha que voltava, voltava e voltava, milhares de vezes em um segundo só para voltar a me atingir. Senti como que meus estômago congelasse, e minha boca ficou extremamente seca como se tivesse em um deserto. Pedi licença para ir ao banheiro; precisava jogar uma água no rosto, tomar alguma coisa, não sei, qualquer coisa para trazer o sangue de volta para minha face. Entrei naquele banheiro minúsculo, quase claustrofóbico, e quando fui fechar a porta, notei que um pé me impedia de fazê-lo. Olhei para baixo e reconheci aquelas botas que mantinham a porta entreaberta. Antes mesmo que eu pudesse dizer algo ou ao menos gesticular qualquer coisa, fui empurrado com força na parede enquanto aquela porta, que antes se mantinha aberta a força, se fechou atráz de mim, e o dono das botas que me impediram de fechá-la, beijou-me vorazmente.