Em meio a todos aqueles becos escuros fazia-se presente um bar, rodeado por motocicletas fascinantes e prostitutas por todos os lados; não era bem o lugar que procurávamos para descançar após uma tentativa frustrada de chegar ao local a que deveríamos estar à duas horas, mas pelo atual estado de nossos pés, e pela noite que já cobria toda LA com sua escuridão gélida de inverno, aquele bar grotesco nos pareceu um estabelecimento 5 estrelas situado na avenida principal da cidade.

Adentramos aquele estabelecimento, e nem preciso dizer que do momento em que pousamos nossos pés ali dentro até o momento em que nos sentamos em meio a dezenas de mesas de sinuca e caça-níqueis, nossas feições limpas e o frescor de nossa juventude ainda a desabrochar foram o centro dos olhares de todos ali presentes; dezenas de homens e mulheres, que esboçavam em suas feições já maduras traços de suas vidas já longas e desgastadas; seus cabelos longos e gordurosos cobertos por bandanas de couro pretas, e suas aparências sujas, de total embriaguez, em que era possível ler um apelo desesperado por um bom banho de água fria.

Nos sentamos e não demorou para que aquela mulher tatuada dos pés a cabeça e de cabelos ruivos e crespos se aproximasse e nos oferecesse algo para beber. Valkyria: era assim que todos a chamavam.

Bebemos uma ou duas cervejas, quando três daqueles homens que estavam sentados próximo a nós aproximaram-se e começaram a puchar conversa, falando sobre coisas banais e curiosos sobre o porque de estarmos ali. Lhes contamos sobre a banda, nossa carreira, sobre os tempos da escola, e eles sobre suas aventura em grupo, suas mulheres, suas infâncias difíceis, e enquanto conversávamos aquelas duas cervejas foram se multiplicando rapidamente, e quando nos demos conta do quanto já havíamos bebido estávamos tontos demais para andar com nossas próprias pernas; essa "pequena aventura" noturna resultou em uma carona para casa na qual nossos objetos de valor desapareceram e uma ressaca imensa.