Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 18
Faça Seu Coração Parar De Chorar


Notas iniciais do capítulo

OiOiOi

Cheguei né, finalmente, com mais um capítulo dramático.

Espero que gostem.

E por favor, cliquem na musiquinha aqui embaixo pra escutar, vocês sabem que faz toda a diferença né. A de hoje é do Cldplay, eu escrevi todo o cap. escutando ela.



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Yellow - Coldplay

  - Bill! – meu corpo parecia queimar, e minha mente estava num estado de total torpor. Ele pulou da pedra e veio caminhando lentamente em minha direção. Eu não sabia o que fazer, meu coração travava uma árdua batalha com o meu cérebro para decidir minha reação, olhei para trás procurando Jared para que de alguma forma ele me ajudasse, porém ele já havia sumido do meu campo de visão. Olhei para frente novamente vendo Bill se aproximar cada vez mais. Inconscientemente comecei a dar passos curtos e lentos em sua direção, aos poucos acelerando meus passos no mesmo ritmo que meu coração acelerava suas batidas. Quando dei por mim já estava correndo, encurtando o já mínimo espaço que nos separava. Nossos corpos se encontraram e no mesmo instante que isso ocorreu correntes elétricas atravessaram todas as minhas terminações nervosas. Meu coração batia com tanta força que eu conseguia ouvi-lo. As mãos de Bill percorriam cada pedaço do meu corpo nervosamente, como se verificassem que tudo estava no seu devido lugar, que nada tinha mudado no tempo em que ficamos distantes.

  - Gott... Quando seu irmão chegou lá eu achei que... – ele encostou sua testa na minha deixando suas lágrimas molharem meu rosto. – eu achei que...

  - Sh, shh... – coloquei meu dedo em seus lábios e o abracei ainda mais forte, acariciando-o, tentando de todas as formas fazer com que a dor dele passasse. – Você prometeu que não ficaria assim.

  - Desculpa. – descolou seu rosto molhado do meu com os olhos fechados. Passei meus dedos pelo seu rosto para secar suas lágrimas e limpei as manchas negras de sua maquiagem borrada com a manga da camiseta. Nossos olhares ficaram conectados por longos segundos, numa transmissão muda de sentimentos, muito mais eficaz do que qualquer palavra. Instintivamente nossos lábios foram sendo puxados como ímãs opostos, coisa esta que eu não poderia evitar, nem se eu quisesse. A sedosidade da sua boca sob a minha, sua respiração quente batendo em meu rosto, as batidas do seu coração contra o meu... Tudo isso era mais forte e viciante do que qualquer droga.

  O beijo estava ficando tão forte  que chegava a doer. Eu não precisava mais pensar, nem respirar, somente isto já fazia meu coração viver por si só. Como, como eu iria conseguir viver longe dele?

  Bill descolou nossos lábios e colou novamente nossas testas. – Eu te amo, te amo... – eu não estava mais conseguindo pensar direito por causa da hiperventilação, e com ele dizendo estas coisas ficava mais difícil ainda dizer as coisas que tinham de ser ditas.

  - Bill, a gente precisa conversar.

  - É, precisa. – segurou minhas mãos e as beijou – e nada de ficar me mandando ir embora, eu escolho o que é melhor para mim.

  - Okay, você decide. – revirei os olhos, caminhando em direção da pedra em que ele estava sentado. – Mas eu preciso te fazer entender, que não é tão simples como você pensa.

  - Só que, para que eu possa entender, tem muitas coisas que eu preciso saber. – nos sentamos na pedra.

   - O que você quer saber?

  Ele respirou fundo e olhou para o céu. – Primeiro, com o que exatamente nós estamos lidando. – perguntou normalmente, exalando uma calma que não combinava nem com o assunto nem com o momento.

  - Neurofibromatose de Von Recklinghausen. – disse simplesmente, como se apenas isso bastasse para que ele compreendesse. Ele olhou para mim arqueando a sobrancelha direita, como se dissesse “WTF?”. Revirei os olhos novamente, já vi que ia ser uma longa conversa. – É uma síndrome genética, hereditária, que espalha tumores pelo sistema nervoso. – Bill arregalou os olhos, perdendo toda a calma que tinha há pouco. – Mas tudo bem, ela geralmente não causa problemas, - ele sorriu aliviado – geralmente.

  - Tá, tá. Pára de me confundir e diz logo tudo o que você tem. – disse afobadamente, com a respiração acelerada, e esfregando as mãos nervosamente.

  - Bom, geralmente, todos estes tumores são benignos e é só fazer uma cirurgia e tirá-los,problema resolvido. Mas raramente acontece a malignização desses tumores. E mais raramente ainda acontecem as metástases. – esperei, mas como ele não falou nada eu prossegui. – Metástase é quando um tumor se divide e forma outro, e mais outro, e assim por diante.

  - E você tem a forma mais rara dessa doença de sei lá o quê que podia existir. – disse observando as mãos que continuava esfregando.

  - Provavelmente. – olhei para o mar, observando o padrão de cada grupo de ondas, a coloração delas e o modo como o vento se amoldava a elas. Olhei para Bill que continuava na mesma posição. Senti-me mal por estar fazendo ele se sentir assim, mas quem sabe assim ele percebesse que o melhor, para ele, era ficar longe de mim. – O que mais você quer saber?

  - Eu nem sei se quero saber mais alguma coisa... – olhou para o mar também, e para mim em seguida. – Bom, acho que não pode ser pior do que isso né. – sorri torto para ele, e fiz que sim com a cabeça para que ele perguntasse o que quer que fosse. – Como as coisas começaram, quando você descobriu.

  - Bom, - suspirei fundo tentando pensar como as coisas começaram. – como é genético e hereditário era muito provável que eu tivesse herdado da minha mãe. E somente eu, pois essa a anomalia genética está no cromossomo 22 e no cromossomo X. Por isso, desde pequena eu fazia exames regulares para ver se achava alguma coisa estranha. E, - contei nos dedos para saber a idade certa, - com dez anos detectaram um tumorzinho no ouvido. – olhei para Bill que provavelmente já estaria dando sinais de tédio. – Tá, isso já está insuportável.

  - Não, não continua... Sério.

  Olhei para ele desconfiada. – Tudo bem, já que você insiste. – me ajeitei mais confortavelmente na pedra, se é que dava para ficar confortável naquilo. – voltando, com esse tumor nós descobrimos que eu tinha mesmo isso, mas até então ninguém se preocupava, por que nessa época até a minha mãe estava bem. Então no ano seguinte ela ficou muito mal, com tumores malignos espalhados por todo o cérebro e em menos de um ano ela morreu. – precisei respirar lentamente e me concentrar profundamente para não começar a chorar. Eu não conseguia falar sobre a morte da minha mãe, nunca consegui. – e nesse momento eu percebi qual seria o meu destino. E quando eu olhava para os meus irmãos chorando, e para o meu pai, droga, – meu choro começava a escapar, sem a minha permissão, tornando aquilo tudo mais difícil. – ele tentou se matar sabia? – olhei para Bill e voltei meu olhar para a areia, sentindo seus braços ao meu redor e aproveitando para afundar minha cabeça em seu peito, sem esperar resposta alguma continuei. – e deste dia em diante eu prometi para mim mesma que eu nunca deixaria ninguém passar por isso. Nem eles de novo e principalmente outra pessoa. Eu sempre soube que ninguém me amaria como meu pai amou, e ama, a minha mãe; mas mesmo assim eu me prometi, que nunca faria isso a ninguém. – abracei meus joelhos, e continuei, evitando de todas as maneiras olhar para Bill e sem permitir que ele falasse qualquer coisa. – E estava tudo bem sabe, eu nunca tive problemas com isso, eu sabia que iria passar por isso e eu já tinha aceitado. Mas aí você apareceu e estragou todos os meus planos, e agora eu não sei, não sei mais o que fazer.

  Ele me abraçou ainda mais forte, colocando o queixo em minha cabeça. – Não se preocupa, vai ficar tudo bem agora, eu vou cuidar de você. – agarrei a cintura dele, afundando minha cabeça cada vez mais em seu peito, querendo acreditar no que ele dizia. – E eu não vou te deixar, nunca mais, não importa o que você diga. – estranhamente tudo aquilo me fez sentir muito bem e uma vontade de não lutar contra mais nada foi me tomando por inteira.

Baby você sabe que
Talvez seja tempo para milagres
Porque eu não vou desistir do amor
Você sabe disso
Talvez seja tempo para milagres
Porque eu não vou desistir do amor
Não eu não vou desistir de nós


Cada beijo que você não pode esquecer
Esse coração machucado não está quebrado ainda
Oh Deus eu queria poder fazer você ver
Porque eu sei que essa chama não está morrendo
Então nada pode me impedir de tentar


Eu só quero estar com você
Porque viver é tão difícil
Quando tudo o que eu sei está preso dentro dos seus olhos


Baby você sabe que
Talvez seja tempo para milagres
Porque eu não vou desistir do amor
Você sabe disso
Talvez seja tempo para milagres
Porque eu não vou desistir do amor

Não eu não vou desistir de nós


Time For Miracles - Adam Lambert

  - Você tem certeza que ninguém vai ter um ataque se eu entrar aí? – Bill parou em frente à porta de casa, receoso.

  Dei de ombros. – Não me importa o que eles vão fazer ou deixar de fazer. – sorri de canto. – Agora eu posso, ninguém vai ter coragem de brigar comigo.

  - Que feio – beliscou a minha bochecha, me apertando ainda mais em seus braços.

  - Eu não tenho culpa. – girei a maçaneta da porta e fomos adentrando vagarosamente ao interior da casa. As cortinas estavam abertas, deixando que raios brilhantes de sol iluminassem todo o local. O piso escuro de granito contrastava perfeitamente com as paredes em tons de marfim, os móveis do mesmo tom possuíam detalhes em dourado, assim como o lustre que pendia do meio do teto.

  Ouvi alguns passos vindos do corredor, se aproximando cada vez mais da sala. Jeremy parou de andar assim que nos viu e saiu rapidamente em direção a cozinha. O segui até lá, chegando e vendo meu irmão debruçado sobre o balcão. – De que adiantou? – perguntou alterando a voz, quase gritando. – Me diz? – se virou e apoiou as costas no mesmo balcão. Esperei que ele continuasse, em pé a sua frente. – Eu tentei de proteger de tudo a vida inteira, de tudo. – disse estas últimas palavras dirigidas a Bill e então voltou-se para mim, com o rosto contorcido de dor. – E para quê? Para nada, simplesmente para nada. Todo o meu esforço foi inútil, e a única coisa que eu consegui foi afastar eles de você por um ano, e no final, isso só piorou as coisas.

  - Jimmy... – chamei-o em vão, ele apenas prosseguiu com aquele discurso terrível.

  - Me perdoe por ser o pior irmão que você poderia ter. – saiu batendo a porta com toda a força, e durante o momento que permaneci inerte, só pude ouvir a arrancada do carro dele, e as palavras que Bill sussurrava em meu ouvido enquanto acariciava meu cabelo. Tudo isso doía tanto, e parecia que com o tempo isso só iria piorar, principalmente para eles.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?Ansiosos para o próximo?

Ah, e me desculpem, a parte ali da doença dela eu tive q mudar umas coisinhas p se encaixar no capítulo, então, quem entende de medicina, por favor, releve esses dados técnicos.