Nothing Lasts Forever escrita por Cherrie


Capítulo 1
Mais Do Que Palavras


Notas iniciais do capítulo

Oi amorinhas, que saudades de vocês. Eu sei que disse que ia esperar mais, mas eu não aguento. Então aí está o primeiro capítulo da continuação de How Could This Happen To Me?
Espero que vocês gostem, pq eu estou muito receosa de decepcionar vocês.



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– Entregue o relatório e qualquer coisa pode me ligar. – Disse à minha secretária ao passar pela porta giratória do saguão do escritório. Um vento gélido e seco me atingiu em cheio na rua.

Abracei meu próprio corpo para me proteger do frio. O sol de meio dia brilhava a pino. Droga! Hora do rush. Se eu fosse de carro iria demorar o dobro do tempo. Peguei minha mochila e deixei a bolsa no carro.

O dia de hoje era para ter sido um dia de folga. Porém eu resolvi trabalhar ao menos pela manhã, já que havia dias eu nem colocava o pé no escritório. E pela tarde eu ensaiaria, de novo. Iria aproveitar para fazer isso, diferentemente dos outros dias que eu era acompanhada pela professora Eva. O Grand Prix se aproximava e eu dançava todos os dias exaustivamente, e ganhei dois de folga.

Fui andando até uma escola de dança que estava desativada no momento. Peguei a maior chave do molho e abri a porta de vidro temperado e logo que entrei tranquei-a novamente. Não era nada seguro deixar a porta aberta estando sozinha no recinto. Troquei rapidamente as roupas de executiva pela legging com polaina e uma camiseta mais folgada. A sapatilha de ponta parecia estar pequena nos meus pés maltratados e inchados. Amarrei o laço e fiquei na ponta, meus dedos passaram a latejar no mesmo instante e eu quase tive a certeza de que eles começaram a sangrar. Deixei que a Der Nußknacker op 71ª tocasse e comecei a me alongar. Me coloquei no centro da sala de frente para os espelhos. Mil vezes ensaiar sozinha.


Minha cabeça começou a doer. Eu já me sentia fraca, tinha que comer alguma coisa. Fui ofegante, com as pernas totalmente doloridas, até a mochila e peguei uma barra de cereais. Sei lá quantas calorias, como eu odiava fazer dietas. Olhei no visor do celular: 6:00 PM, merda iria me atrasar. Achei melhor me arrumar lá mesmo, para economizar tempo. Tomei uma ducha, a água estava bem fria e isso só fazia com que a dor na minha cabeça ficasse cada vez mais aguda. Não, não iria tomar outro analgésico. Me vesti e me olhei no espelho: Eu já estava mais magra, e parecia mais alta por isso; meus cabelos negros estavam um pouco mais compidos, na altura nos ombros, desfiados em um corte irregular e uma franja grossa jogada de lado, caindo um pouco sobre os olhos azuis escuros; tinha perdido a cara de menina de antes, estava parecendo mais mulher agora.


Voltei ao escritório onde eu trabalhava todas as manhãs, como relações internacionais, isso quando eu não tinha de viajar. Entrei no carro e fiz o trajeto a que eu já estava tão acostumada. Berlim – Hamburgo. Tentei ligar para os meus irmãos: caixa de mensagens. Resolvi mandar uma mensagem: “Eu sinto sua falta.” Para todos eles, isso era um hábito quase diário. Quando eles atendiam se deixavam ser amáveis, mas logo acabávamos chegando no assunto Bill e a conversa se tornava inviável. As nossas relações estavam voltando ao normal aos poucos, lentamente, ao menos tinhamos mudanças constantes, para melhor.



Cheguei ao local do show as 9:00 PM, como em quinze minutos o show iria começar, fui direto para os camarotes.

O show começou com Noise. Mas a minha parte preferida era sem dúvidas Phamtomrider, Bill cantava divinamente, com uma emoção incrível, eu era só arrepios. Ele ficava cada vez mais lindo, como se isso fosse possível. E eu cada vez mais boba, argh. Assim que o espetáculo terminou me dirigi ao backstage.

– Me desculpe, mas essa área é restrita, – o segurança careca e alto me disse. – não será possível a sua entrada.

Isso sempre acontecia, e eu ficava sem saber o que fazer. Eu iria dizer o quê? “ O senhor tem que me deixar entrar, eu sou a namorada do vocalista do Tokio Hotel.” Sim, claro.

– Pode deixar ela passar, Frietz. – Andréas veio me salvar. – Ela é confiável. – piscou para mim. Seus cabelos antes loiros platinados agora adquiriram um tom achocolatado. Ele me levou até a parte dos camarins. – A partir daqui você já consegue ir sozinha né?

– Sim, brigada. – fui até a quarta porta do lado direito e parei diante dela. Nunca sabia se devia entrar direto ou bater e esperar alguém vir abri-la. Resolvi fazer um misto das duas coisas hoje, bater antes e depois entrar. Bem perto da porta estava Georg, de costas. – Oi Georg! – Ele se virou, sorriu e me abraçou com um só braço.

– Ai meu Deus Bill, você está parecendo um boi! – me espantei ao vê-lo com o septum.

– Ótima comparação. – Tom disse em meio a risos, abraçando o seu próprio abdômen sentado no sofá.

– Ah tá, muito obrigado. – Bill falou num tom ressentido e um olhar de ódio mortal.

– Desculpa, vamos começar de novo. – me virei de costas e fingi estar entrando novamente, com uma cara de tédio.

– Oi Bill. – fui em sua direção e o beijei antes que ele pudesse reclamar, um beijo rápido, antes que eu começasse a hiperventilar. – Viu como eu sou querida, vim antes do combinado... – a máscara de irritação ainda continuava em seu rosto. – Ah Bill me desculpa, é que é estranho isso aqui. – Falei cutucando o septum. - Não fica com essa cara, fala alguma coisa droga.

Ele riu um pouco de mim, e então me olhou com os olhos doces e ternos que eu tanto adorava. – Senti sua falta. – estendeu os braços e os passou pela minha cintura. Me beijou tão intensamente que todos os sintomas que eu havia evitado sentir a pouco me invadiram avassaladoramente: sensação de estar flutuando, tontura, vertigem, ,sensação de falta de ar, tremores, ansiedade, fraqueza...

– A gente pode ir? Eu quero te mostrar uma coisa.

– O que você quer me mostrar? – Falou assim que cruzamos a porta de entrada do seu quarto. Um sorriso malicioso lhe rasgava a face.

– Não fique imaginando coisas, é só minha tatuagem nova.

– Outra? Você gostou disso né. – Além da tatuagem com a fitinha negra em símbolo de luto na base do pescoço que eu tinha desde os quatorze anos, eu tinha adquirido mais três: uma bailarina grande nas costas, cinco Mm’s no pulso e uma frase no antebraço: "Ce sera tout droit, Il suffit de prendre ma main, Tenez serrés. Je vais vous proteger de tout autour de vous, je serai là." E eu tinha acabado de fazer mais uma, há poucos dias, era essa que eu queria mostrar para o Bill.


– É que você diz que eu sempre esqueço as datas importantes do relacionamento... – revirei meus olhos ao falar isso, estas coisas só não eram importantes para mim, era difícil de entender isso? – Agora você não vai mais poder reclamar.

Me sentei ao seu lado na cama e tirei o casaco deixando o braço livre para que ele pudesse ver a tatoo. Bill semicerrou os olhos enquanto observava o recém adquirido desenho em meu braço direito, logo abaixo da comum marca de vacina. - Considere isso como um presente adiantado de um ano de namoro, pra você não me matar dessa vez. - falei debochadamente apontando para o local. - Finalmente eu não esqueci.

XX/II/MMVII, XIII/VI/MMIX e V/III/MMIX. – ele concluiu sorridente, com uma linda e fofa cara de bobo. – Eu não acredito que VOCÊ fez isso.

– Nem eu, pode não ser muita coisa para as outras pessoas, ou para você, mas para mim isso é muito. E também é um sinal da minha completa debilidade mental.

– E é muito para mim. Own, - fez beicinho e me abraçou, depois ficou me contemplando com um olhar brilhante. – se você colocou isso aí é por que finalmente admitiu o quanto essas datas te marcaram. – dei um sorriso de canto de boca. No que eu estava me transformando? Em uma boba apaixonada? Droga, isso eu já era há muito tempo. – Eu já disse o quanto eu te amo?

– Algumas vezes. - ri um pouco e o abracei, sentindo o arrepio que percorria meu corpo cada vez que ele estava tão perto. Aspirei lentamente o perfume que me inebriava. As batidas do meu coração se acelerando. Ele era minha droga, que eu me permitia viciar cada vez mais.




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Notas finais do capítulo

Às tatuagens:*A fitinha de luto, toda a família tem, por causa da morte da mãe dela e tudo.*A bailarina vocês sabem o por quê né?*Os cinco Mm's representam ela e os irmãos dela. Por que eles são cinco coisas felizes e gostosas como chocolate. xD*Ce sera tout droit, Il suffit de prendre ma main, Tenez serrés. Je vais vous proteger de tout autour de vous, je serai là. --> (Vai ficar tudo bem, apenas pegue minha mão, segure forte. Eu te protegerei de tudo ao seu redor, eu estarei aqui.[palavras do pai dela])*XX/II/MMVII, XIII/VI/MMIX e V/III/MMIX. -->(20/02/2008, 13/06/2009 e 05/03/2009) - O dia que eles se conheceram, o dia que eles começaram a namorar, e o dia que eles voltaram, lá no Canadá lembram?E aí, como foi? Como vocês sabem, eu preciso da opinião de vocês.
E como já tem uns bons capítulos prontos só depende de você a velocidade da atualização.É tão bom estar aqui de novo.Beijos.