This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 170
Capítulo 170




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95454/chapter/170

Capítulo 170 - Bakanerd

 Resumo dos últimos dias: como se a Megatec já não fosse uma escola anormal o suficiente, um ser misterioso conhecido apenas como "Troll" tem agido às escondidas pelo colégio, pregando peças, criando situações estranhas e deixando todos com a pulga atrás da orelha. No entanto, seu último ato foi no mínimo curioso: deixou letras espalhadas pelas três salas do oitavo ano que formavam a frase "Olhem a quadra". Graças à grande habilidade de Karina, desvendamos a mensagem que parecia levar à próxima travessura do Troll. Por qual motivo ele deixou essa mensagem ou porque queria que víssemos a quadra ainda eram mistérios. Mas, por alguma razão, ele parecia estar cansado de agir escondido. O Troll começou um jogo que, para variar, nos colocaria em encrenca. Continue acompanhando, já que isso ainda vai render.

- Beleza..estamos aqui. A quadra - falou Wilson, acompanhado de nós quatro mais o Cássio, que também parecia bem interessado nesse Troll.

- E como vamos ver alguma coisa no meio dessa confusão toda? - perguntou Jorjão.

 A preocupação de Jorjão fazia sentido. Nossa escola tinha um pátio grande, mas o horário do intervalo, quando não tinha aulas de Educação Física com o Ensino Médio, era aberto para quem quisesse aproveitar para jogar alguma coisa (sim, existem pessoas que gostam de jogar futebol mesmo no intervalo...o que posso fazer? Gosto não se discute). E é claro que naquele momento, a quadra estava ocupada, por uma dúzia de estudantes jogando futebol com uma bola vagabunda de plástico.

- Ah, quem liga para o jogo deles? - falou Wilson - É só entrar e procurar.

 Mas claro que isso era muito mais fácil falar do que fazer.

- Ei! Se vão jogar fiquem de próximo! - falou um dos garotos, reclamando da invasão de Wilson em pleno jogo de futebol.

- Desculpem, é uma situação de emergência - falou ele - A próxima pegadinha do Troll pode estar nessa quadra.

  Dimas, o cara mais folgado da nossa sala e que, infelizmente, também estava participando da partida, não pareceu ligar muito para isso.

- Wilson. Dá pra sair da quadra e levar esses panacas junto com você?

- Você não ouviu o que eu disse? A próxima vítima do Troll pode ser vocês!

- A única vítima aqui vai ser você se continuar atrapalhando nosso jogo! Já não basta fazer isso na Educação Física?

- Mas é sério! - Demi se aproximou, tentando argumentar - A Karina desvendou a mensagem do Troll que foi colocada nas salas. Dizia para olharmos a quadra. Fala pra eles, Ka!

- Sim - concordou a baixinha - Juntando todas as letras colocadas nas três salas, formamos a frase "Olhem a quadra"

- Isso só mostra que vocês devem estar envolvidos nisso - falou Dimas, ainda nervoso - O que me garante que esse Troll não é um de vocês?

- Não somos nós! Queremos pegar esse Troll logo e provar nossa inocência! - falou Wilson.

- Minha paciência com vocês já tá acabando - reclamou Dimas - Aí, galera! Vamos tirar esses babacas daqui!

- Ei, não toquem em mim - reclamou Cássio - Por que não pensam um pouco? Uma quadra é o último lugar que iríamos visitar!

- Bom, nesse ponto até que é verdade - falou um dos caras da minha sala - Eles nunca vem até aqui.

- E se fôssemos o Troll não iríamos querer sabotar nossa própria pegadinha - disse Wilson.

- E se isso já for uma pegadinha? - Dimas continuava desconfiado.

- Gente, por favor...deixem a gente olhar a quadra - Demi pediu encarecidamente. Por sorte, ela ainda tinha fãs o suficiente para ajudar na nossa causa...não que eu gostasse muito disso, mas o olhar meigo dela derretia mesmo qualquer coração. Garotos adolescentes são tão fáceis de enrolar quando se tem alguém como a Demi por perto...

- Ah, Dimas...é a Demi Gomez pedindo pra gente - falou um dos caras.

- Eles não vão demorar muito, né? - concordou outro.

- Tsc. Vocês são uns manés mesmo - falou Dimas - Tá, tá bom, procurem onde quiser. Mas vão logo, vai.

- Não nos apresse - falou Wilson - Esse é um trabalho que exige cuidado e cautela.

- E onde a gente procura? - perguntou Jorjão.

- Boa pergunta - concordei - Olhando a superfície da quadra não vejo nada de anormal.

  A própria Megatec já era anormal o suficiente, mas a quadra não tinha nada demais em uma primeira batida de olho.

- Então, ela deve estar nos lugares de mais difícil acesso - falou Wilson - Procurem nas traves ou perto das cestas de basquete.

 Foi o que fizemos, enquanto todos olhavam para nós, claramente incomodados por terem seu intervalo interrompido por detetives mirins que não tinham lá muita noção do que estavam fazendo.

- Nos gols não tem nada - falou Demi - Procuramos nos dois lados.

- Hmm...e nas cestas? - perguntou Wilson.

- É meio alto para alcançar, né? - constatei.

- Hmmm.. - Karina olhou para cima e, pelo que parecia, havia alguma coisa de diferente - Ei, tem alguma coisa na cesta.

- Hã? - perguntou Jorjão - Onde?

- É pequeno, mas vejo um pedaço de papel amarrado lá em cima na cesta de basquete - disse nossa prodígio inexpressiva, enquanto eu me esforçava para ver o bendito papel. Com um pouco de dificuldade consegui ver. Sim. Tinha alguma coisa lá em cima.

- Eu repito: como vamos alcançar ali? - perguntei.

- Bom...isso não te lembra algo, Daniel? - falou ele.

- O quê? - perguntei.

- Na caça ao tesouro da excursão escolar passamos por uma situação semelhante - disse ele, novamente lembrando de algo que eu adoraria esquecer - E lembro que sua solução foi bem inteligente.

- Você diz...balançar a árvore, digo, balançar a cesta nesse caso:

- Sim. É o jeito mais simples - disse Wilson, tentando agitar a cesta balançando o poste que a segurava, mas não teve muito sucesso.

- Acho que...o papel está bem mais preso dessa vez - comentou Cássio.

- Droga. Como vamos pegar, então? - perguntou Wilson.

- Err...podemos jogar bolas de basquete para tentar tirar o bilhete, que tal? - sugeriu Demi.

- É verdade! Somos ótimos em basquete. Lembra, Dimas? - gritou Wilson para Dimas que, claro, não tinha boas lembranças daquela partida.

- Cale a boca! - reclamou ele - E acabem logo o que vieram fazer aí antes que eu tire vocês à força!

- Não iria adiantar - disse Karina, ajeitando os óculos - O papel está bem preso. O único jeito seria tirando com a mão.

- E como vamos fazer isso? - perguntou Jorjão.

- Hmm...Jorjão, você tem ombros fortes, não tem? - perguntou Wilson, com a ideia mais micosa de todas, claro. Poucos instantes depois Jorjão estava me segurando, enquanto eu segurava Cássio, que segurava Wilson que, com muita dificuldade, tentava tirar o papel. Muita gente deve ter tirado foto disso e postado nas redes sociais na mesma hora.

- Ei, cuidado com a minha cabeça - reclamou Cássio, enquanto Wilson, desajeitadamente tentava desenrolar o papel da cesta.

- Calma, calma, muita calma... - disse ele.

- Se alguma inspetora vir a gente assim vai dar bronca com certeza - reclamei.

- Vai, tá quase conseguindo - gritava Demi, lá de baixo, que tentava dar algumas orientações para Wilson. Finalmente ele conseguiu, mas foi uma péssima ideia ter se agitado tanto, já que isso só levou o desmoronamento da nossa montanha humana.

- Ai - reclamou Cássio.

- Gente, vocês se machucaram? - perguntou Demi, preocupada e materna como sempre.

- Estamos ótimos - falou Wilson - E, tcharam, conseguimos o bilhete.

- Abre logo, o que tá dizendo? - perguntou Cássio.

 Wilson começou a abrir o bilhete, mas claro, não sem fazer um certo drama.

- O que poderá ser? Talvez uma pista ou mais uma pegadinha?

- Para mim não interessa! - disse Dimas, já sem nenhuma paciência - Peguem esse papel imbecil e sumam daqui!

- Tá bom, tá bom, vamos gente, vamos abrir isso num lugar onde as pessoas se importem com o futuro do colégio - disse Wilson, apenas para deixar Dimas mais fora do sério.

- Caiam fora! - disse ele, praticamente jogando a bola na nossa cara. É tão bom ser amado pelos colegas de sala. De qualquer maneira, tínhamos a próxima pista (ou pegadinha) em mãos. Já no nosso canto, abrimos o papel e vimos uma palavra difícil de decifrar. Dessa vez estava escrita à mão, mas numa letra de caligrafia horrível (e certamente feita propositadamente).

- O que é isso? Não dá pra entender nada - reclamei.

- Espere...você tem um espelho, Demi? - perguntou Karina.

- Não, só na sala - falou ela.

- Porque...vendo essa frase invertida...como em um espelho - continuou a baixinha - ...fica BAKANERD.

- Hã? - todos nós estranhamos.

- O que isso quer dizer? - perguntou Jorjão.

- Bom, "Baka" é um termo japonês para "Idiota" - falou ela - E "Nerd"...pode ter dois significados. Ou se refere a tribo urbana do estilo nerd...ou um mais específico.

- A NERD - disse Wilson - A nossa gangue: Notórios Estudantes da Revolução Divertida!

- Como é que é?! - todos nós falamos em uníssono, inclusive eu.

- Mas se for isso... - Demi parecia apreensiva - ...é alguém querendo nos atingir.

- Pode ser ou pode não ser - Wilson parecia tremer ao ler aquilo - Mas tem grandes chances de ser...uma mensagem nos provocando...

 BAKANERD...ou NERD Idiota. De fato, era uma mensagem provocativa. As chances de ser algo direcionado a nós era alta (embora não muito surpreendente, afinal, como eu disse, podíamos formar uma galeria de inimigos só com as pessoas que nos odiavam naquela escola).

- Cássio! Isso é coisa sua? - perguntou Demi.

- Pare de dizer bobagens! Por que iria ajudá-los a achar algo contra mim mesmo? - reclamou ele.

- Mas quem? Quem pode ser? - indagou Jorjão.

- Wilson...você parece meio nervoso - reparei.

- Nervoso? - disse ele - Meu caro Daniel, o termo certo é...empolgado.

- Empolgado?

- Porque agora é pessoal! Se ele estiver falando da gente...esse Troll acabou de nos desafiar! E uma gangue desafiada nunca rejeita um desafio!

 Fale por você, meu querido. Eu queria era estar fora dessa, mas é claro que agora seria impossível.

- Galera - continuou Wilson - Vamos descobrir...quem é esse Troll!

 Acho que agora estou começando a ficar com pena desse Troll...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora é pessoal...e a história começa a ficar interessante a partir de agora!

Aguardem os próximos caps.

PS: Meu horário mudou um pouco esse semestre. Escreverei os capítulos na quarta mesmo.