Ultraviolet escrita por annylopez


Capítulo 32
Capítulo 31: Afundando


Notas iniciais do capítulo

Gente ofereço esse cap á todas meninas que ja passaram por isso..
que entendem o que é voce olhar no espelho e sentir nojo da imagem refletida..e saber que mais , importante é voce saber que cada uma é linda e perfeita do seu jeito../ espero que gostem!...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/95449/chapter/32

Capítulo 31: Afundando

PDV ISABELLA

Respirei fundo subindo as escadas em direçao ao quarto da minha menina. Ainda não conseguia acreditar que ela teria que ficar internada. Meu coraçao estava aflito sem saber ao certo a razão dos problemas da minha filha, e parecia que a cada segundo eu me sentia mais impotente.

 - Isabela? – Virei-me ao ouvir a voz da Marta que vinha da cozinha.

- Como a Nessie está? Ela nao veio com você?

Engoli em seco, sentando nos degraus.

- Ela vai ficar internada, está muito desidratada e com inflamações sérias no trato intestinal.

- Mas como assim? Porque isso? – Ela perguntou, próxima a mim.

- Eu nao sei ainda, mas os médicos estão cuidando dela. Ela vai ficar bem, eu só vim buscar algumas roupas para levar, ela vai precisar quando acordar.

- Bem que eu ando achando ela muito magrinha...

- Ai Marta.. Eu estou com uma sensação tão ruim...

- Não fique assim meu bem, deve ser que ela não andou se alimentando direito, só isso. Um pouco de soro na veia e pronto, vai dar tudo certo.

- Você deve ter razão. Bom, eu vou lá no quarto dela buscar as roupas..

- Certo, se precisar de ajuda é só me chamar.

- Tudo bem! – Disse lhe dando um breve sorriso, ja me dirigindo ao quarto da Nessie.

Ao entrar no quarto fui contagiada com o cheiro tão peculiar dela, a cama por fazer e algumas roupas jogadas no canto da parede. Ele parecia estranhamente vazio sem ela aqui me pedindo pra sair e reclamando que eu nao lhe dava privacidade.

- Ah! Minha bebezinha cresceu tao rápido. – Era inevitável deixar que a nostalgia se apoderasse de mim. As lembranças de quando nos mudamos pra essa casa, quando ela tinha apenas 7 anos, invadiram minha mente. Lembro-me com perfeiçao a forma como ela birrou exigindo que seu quarto fosse rosa, como o da barbie...

Eu a amava demais, mas sabia que nem sempre eu conseguia demonstrar isso. Eu sempre era a carrasca , a que castigava e impunha limites, enquanto o pai era o queridinho que defendia e permitia tudo.

Suspirei me sentando sobre a cama quando sinto algo me machucando. Levantei-me olhando embaixo do edredom, percebendo que era um caderno abri a primeira página em curiosidade.

Olá Diary!...

A paradinha é o seguinte, tô na flor da idade e quero ter muito pra contar pros meus descendentes, mas não tenho memória de elefant,e então resolvi escrever um diário.

Então vamos nos apresentar? Você é um diário lindo, sério. Gatérrrimo kkkkk! Não estranha não, a partir de agora seremos bons amigos, tu será my baby diary ou simplesmente meu querido diário. E eu sou Reneesme Cullen, mas tu que é intimo pode me chamar de Nessie (Eu sei é estranho, foi um apelido mui crazy que meus pais me deram quando eu era pequena, diziam que eu era muito sapeca e quer saber, sou mesmo Honey, a vida é curta!). Bom, tenho só Seventeen (dezessete) e meus pais são separados.

Tá, ok, sem drama, minha mãe querida se casou de novo neh e meu padrasto é hiper irado. O nome dele é Billy e é como um pai pra mim, ele deixa minha mãe nas nuvens e aparentemente ele tem um filho, mas mora em Londres com a mãe. My Father é nada mais, nada menos que tuuudo de bom, ele é advogado.. se chama Edward Cullen e faz tudo que eu quero. Ele tá enrolado com uma mulher ai, nem decorei o nome dela direito, meu pai é meio... como se diz, inconstante [ah!..ele é galinha mesmo]

Mas e daí?!

Apresentações finalizadas prepare-se para ouvir horrores, quer dizer guardar horrores que irei escrever em você, mas se tu contar pra alguém eu te jogo na lareira da cozinha.

Sou má muahauahau! Tá parei, aqui nem tem lareira.

Sonha tonha!

T+ my new Best friend.

Fechei o caderno ao perceber do que se tratava, não queria invadir a privacidade da minha filha assim. Levantei para guarda-lo deixando cair um panfleto no percurso, me abaixei para pegar. Era uma fotografia do Jacob, sorri instantaneamente. Jacob era um bom rapaz e realmente gostava dela. Abri o caderno para repor a fotografia quando marcas de lágrima na folha chamaram a minha atenção, não tive como não ler.

Música:

http://www.youtube.com/watch?v=hRt3t3A5Ve4

Querido Diario...

Eu disse outra mentira hoje.

E eu passei por esse dia

E ninguém vê através de meus jogos

Eu sei as palavras certas a se dizer

Como "não me sinto bem"

"Eu comi antes de me sentir assim"

Essa estrofe de uma música qualquer relata a minha real situação. Não que eu me sinta totalmente ruim com isso, eu sei que anna e mia são minhas únicas amigas. Elas me fazem ter sucesso na minha carreira de modelo, elas me ajudam a manter o Jake comigo ..ja que eu já perdi todo o mais que eu tinha ...eu hoje estou me sentindo triste por pensar que não tem ninguém que me ama mesmo, eu poderia morrer e eles não notariam, mas eu vou ficar bem.

Mais um dia de NF(no food) e eu perderei todas aquelas gordurinhas que me deprimem..o importante é buscar a perfeição todos os dias.

XoXo

Diary..

Engoli em seco e folheei mais algumas páginas.

Querido Diário, 23 de abril

Entre choros e sorrisos não há como escolher....

Hoje foi mais um dia vencido, por um momento eu pensei em dizer pras meninas o que eu to passando, só que eu acho que elas não vao me entender. Na verdade besty nem eu me entendo..tem horas que eu quero ser o que era antes e tem outras horas que eu sei que não posso abandonar a anna e a mia, porque elas me aproximam da perfeição ( e a perfeição não inclui comida) eu sei que a minha carreira não seria nada sem elas... Mas tem horas que eu realmente me odeio, odeio quando tenho crises e como tudo que vejo na geladeira, odeio quando sou fraca e me desmancho de ciúmes e tristeza na frente do jacob...eu sei que eu preciso ser feliz, porque a vida não pode ser mais simples, porque não podemos ser literalmente felizes, eu finjo sorrisos pra esconder o quanto estou oca por dentro...como um abismo profundo em que eu me afogo cada dia mais, como uma areia movediça quanto mais eu tento me desvencilhar mais eu afundo.. tem horas que eu penso que não há esperanças pra mim, ai diarynho voce é o único com quem eu posso contar, ainda bem que eu tenho você.

Ate + meu diarinho.

Folhei mais algumas paginas...

30 de agosto, Diário..

Hoje estou me sentindo um lixo, uma verdadeira porca de gorda. Foi talvez o pior dia da minha vida, eu quebrei meu NF, descobrir que tio Billy esta se separando da minha mae, eu o perdi também, eu afasto todos de mim e ele levou o Jacob embora ..eu não posso perde-lo também.. Ele diz que nada vai mudar, mas eu sei que é mentira, eu não pude me conter e chorei desesperadamente na sua frente, acho que ele pensou que eu estava louca. Sei que assusto ele assim, mas foi mais forte do que eu, eu sei que ele não gosta mais de mim como antes, e pra falar a verdade nem eu gosto de mim, eu era tao alegre, espontânea e divertida e agora o que me restou?

Só cacos daquela vida.. E o pior é que ninguém parece notar, chorei o dia inteiro depois que  ele saiu pela aquela porta e acabei comendo tudo que tinha na geladeira...só pra me sentir horrível e colocar tudo pra fora...Não sei o que fazer, estou cansada disso, meu estomago doi e minha reserva de laxantes e antiácidos  já acabou. Não posso descer ou a marta vai ficar me enchendo que eu não estou comendo, mal sabe ela que há 11 dias eu não comia nada e sempre jogava fora o prato de comida que ela me trazia. Apesar de sentir saudade do que eu era eu sei que não posso voltar atrás porque se perco todos sendo magra, imagina eu gorda como uma baleia, ai é que ninguém iria gostar de mim mesmo.

No final das contas eu só tenho á você pra confessar tudo...

XoXo Diary.

Fechei o caderno com as lágrimas turvando minha mente. Como eu pude não perceber que minha filha debaixo do meu teto precisava de ajuda? Meu Deus, foi preciso eu achar esse diário pra perceber que minha filha está na beira de um precipício. Ajoelhei-me banhada em lágrimas sentindo a angustia dilacerando meu coração. O problema da minha filha vai muito além de uma simples desidratação e ela está quebrada por dentro e eu não fui capaz de perceber.

PDV JACOB

Já fazia quase uma hora que eu estava velando o sono da Nessie. Ainda me angustiava ver ela desse jeito, inconsciente. Ela parecia tão frágil, a minha única vontade era poder protegê-la.. Era o que eu mais desejava, porque uma parte de mim se sentia responsável pelo seu desmaio. Apesar do medico explicar que a causa era a desidratação, eu me sentia mal pela discussão que havia desencadeado seu desmaio. Fui tirado de meus pensamentos ao ver o medico abrir a porta para ver a Nessie.

- Bom dia doutor!

- Bom dia rapaz. Vejamos como esta a nossa garota. – disse indo checar alguns dados numa prancheta ao lado.

- Doutor, o senhor já tem ideia de quando ela poderá ganhar alta?

- Bem, serão necessários mais alguns exames, mas ela vai ficar bem, não se preocupe.

- Inevitável. De certa forma eu provoquei o seu desmaio. – resmunguei angustiado.

- Como assim? – disse Doutor Carlisle se virando pra me olhar.

- Ah, nós tivemos uma discussão antes do seu desmaio.

- Ah, isso?! Relaxa rapaz, todo casal discute, não tem nenhuma relação com o desmaio da moça.

- Mas mesmo sabendo que ela esta passando por uma fase difícil eu instiguei, mesmo sabendo das alterações que ela já vinha apresentando eu...

- Alterações? Que alterações?

- Ah.. não sei, de humor.

Ele franziu o cenho vindo sentar-se junto á mim.

- Explique melhor

- Ah, ela anda meio estranha, mas acredito que é devido aos estresses que tem passado. A tia Isa e meu pai se separando e a pressão na agencia de moda e..

- Estranha como Jacob?

- Bem, a Ness sempre foi um pouco ciumenta, mas de uns tempos pra ca ela se tornou extremamente possessiva, desconfiada e as vezes ela tem umas oscilações de humor, sabe, se irrita muito fácil e chora excessivamente por nada.

- Sei, e você me disse que ela é modelo, não é isso?

- Sim, linda desse jeito também neh – suspirei olhando pro seu semblante dormindo.

- Jacob, como é a alimentação dela? Ela tem acompanhamento com nutricionista? Come regularmente?

- Eu não sei, nunca percebo quando ela esta comendo. Depois da banda a gente não tem tanto tempo assim...

- Sim, mas ela não comentou com você nada referente á seu peso, se estava insatisfeita com ele?

- Eu me lembro de uma vez, há meses atrás, que ela havia ficado muito chateada por ter sido reprovada em uma campanha por estar acima do peso desejado pelos patrocinadores, mas depois eles reconsideraram e ela conseguiu estrelar a campanha.

- Entendo, eles reconsideraram do nada? Isso não é muito comum.

- Na verdade acho que ela conseguiu emagrecer o que precisava. Mas porque, você desconfia de algo?

- Sim, mas espero sinceramente que eu esteja enganado.

****

PDV ISABELLA

Após conversar com o médico da minha filha, sentei no banco de espera. Eu me sentia em turbilhão de emoções, entre elas a que predominava era o sentimento de impotência e culpa, eu estava muito preocupada.

- Bella? – me virei assustada ao ouvir esse nome ser pronunciado que só uma pessoa insistia em me chamar.

- Edward. – bufei impaciente – Eu já pedi mais de mil vezes pra não me chamar mais assim..

- Como ela esta? – Disse ele me ignorando.

Suspirei.

- Ela esta bem, mais esta dormindo, os remédios são fortes... precisamos ajuda-la Edward eu não sei o que fazer, eu me sinto tao ... – engoli o choro que se formava na garganta.

- Calma – disse ele sentando-se ao meu lado – Eu estou aqui e vai ficar tudo bem, não é culpa sua.

- Claro que é, eu estava ao lado dela todos os dias e não percebi que ela estava pedindo socorro. Que tipo de mãe, que tipo de psicóloga eu sou?

- Bella ... – O olhei feio – Tudo bem, Isabella – disse se esquivando – você não pode se culpar assim, precisa estar forte pra quando ela acordar, ela precisa de voce, de nós. Eu sei que não tenho sido um bom pai, mas eu estou disposto a tudo pra ver minha princesinha sorrindo novamente.

Assenti respirando fundo.

- Olá, boa noite. – disse uma moça de cabelos dourados e sorriso meigo vindo até nós – Perdoe-me pelo atraso, sou Esme Freire, a psicóloga que o doutor Carlisle indicou.

- Ah! Prazer, sou Isabela Swan, a mãe da Renesmee.

- Edward Cullen. Mas, sente-se.

- Bem, obrigado. – disse sentando-se ao nosso lado.

- Pelo o que eu disse pelo telefone, qual é o seu prognostico? – Perguntei ansiosa.

- Na verdade, é necessário que eu converse com a Renesmee. É estritamente necessário que ela deseje o tratamento pra que possa se curar, não adianta forçar nada.

- Mas e se ela não quiser..

- Temos que fazê-la enxergar que tudo isso só esta afundando ela na depressão. Se impormos um tratamento, o qual ela não deseja, ela não conseguirá ir ate o fim, porque é necessário muita força e determinação pra vencer a bulimia. É uma doença extremamente dependente, que desencadeia uma serie de fatores além da depressão, pode vir a paranoia, a insegurança, a irritabilidade, a tendência é afastar todos que ela ama.

- Eu não consigo entender como isso veio á acontecer. Nessie sempre foi linda e teve o que quis. – Disse Edward confuso.

- Isso é muito relativo, geralmente ocorre por algum trauma na infância ou ate mesmo por uma ruptura, uma separação por exemplo. Ás vezes aparentemente a pessoa tem tudo, mas se sente rejeitada por dentro.

- Eu amo a minha filha e apesar de não viver com ela eu nunca a rejeitei.

- Eu entendo Sr. Cullen, mas não devem se culpar, Nessie precisa de toda compreensão e apoio e não ser julgada, vocês precisam ser fortes e um apoiar o outro, tudo ficará bem – Disse ela juntando minha mão e a de Edward entre as suas.

Ela transmitia tanta confiança naquele olhar, uma confiança que eu não tinha em mim, mas se minha filha precisava de mim eu estaria aqui por ela.

Eu seria o porto seguro que ela precisava, eu faria de tudo para ter minha filhinha feliz...

PDV RENESMEE

 Acordei com a cabeça zonza e um bip irritante apitando ao meu lado, não conseguia me lembrar onde estava, minha cabeça doía. Suspirei olhando ao meu redor, só pra perceber que eu estava em um hospital, mas antes que eu entrasse em choque a porta se abre.

- Meu anjo você acordou! – disse minha mãe sorridente.

- Porque eu estou aqui? – falei rouca, a garganta seca.

- Bom, você estava com o Jacob quando desmaiou então ele te trouxe pra cá.

- Há quanto tempo eu estou aqui?

- Cerca de três dias.

- O que?! Tudo isso por conta de um desmaio? Mãe, eu quero ir pra casa.

- Nessie, na verdade você ainda esta em observação.

- O que isso quer dizer? – disse me sentando na cama, minha intuição me dizia que isso não era bom sinal – Eu não quero mais ficar aqui. – falei começando a me exaltar.

- Filha, por favor – minha mãe engoliu o choro – Você precisa de ajuda..

- Como assim?

- Renesmee eu sei..

Meu coração acelerou e minha respiração ficou rarefeita.

- Sabe o.. O que?

- Nessie, querida você..você...eu acabei encontrando seu diário.

- O que?!

- Eu juro! Não era minha intenção, mas filha foi a melhor coisa que poderia acontecer. Nessie, você é linda não precisa passar por isso, olha só pra você eu não entendo o porque você..

- Mãe, você não tinha o direito de ler o meu diário, era meu! Meu diário, onde fica minha privacidade...

- Nessie  - disse com voz chorosa – Filha eu só quero te ajudar, eu não tinha intenção de..

- Eu não preciso de ajuda, não preciso de ninguém. Ate parece que você se importa comigo, como pode fazer isso, como pode invadir minha vida assim?!

- Nessie eu só...

Antes que eu pudesse responder algo a porta se abre novamente, uma mulher de cabelos dourados entra com sorriso nos lábios.

- Então você é a Renesmee. – disse ao entrar.

Sua alegria me incomodava, como se no mundo existisse motivos pra sorrir.

- Sim – sorri irônica – A menina fraca e gorda que vomita tudo que come, é essa mesma.

- Nessie?! – minha mãe olhou-me boquiaberta.

- Por que esconder? Aposto que ela já sabe, assim como todo mundo.

- Renesmee nós só queremos te ajudar. – disse com a voz irritantemente doce.

- E quem foi que disse que eu preciso de ajuda?

Odiava a maneira como ela me olhava como se eu fosse uma débil mental. Eu sabia das minhas fraquezas, mas não necessitava que ninguém as jogassem na minha cara.

Se eu estava afogando, não era da conta de ninguém.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A : amadas perdao pela demora por conta das eleiçoes , fiquei meio enrolada..
mas prometo que postarei pelo menos uma vez por semana...