Agora só Falta Você escrita por Cathy Thesaurus


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

música "Not now" do Blink 182



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House’s POV

Eu quereria falar tudo que me vêm à mente, DAMN IT! Nenhuma palavra coerente ou que realmente exista consegue se formar em meus lábios, ela pede que eu descanse e assim eu faço, ao menos fisicamente.

Estou sozinho, já não mais no ônibus, é o hospital, ele está completamente vazio, manco em direção a minha sala e lá tudo está no seu devido lugar e no quadro branco onde estão as palavras “You can’t always get what you want”, novamente isso.
No refrão da música que toca ao fundo essa linha se repete, over and over again.
Já não posso mais andar a perna pesa, muito mais que normalmente, uma cadeira de rodas surge e eu nela sento e esta vai sendo empurrada, andando sozinha até o quarto onde a CTB - Amber, o nome dela é Amber, foi o que eu disse CTB – onde ela está, o quarto todo é vermelho, e a cadeira pára em frente à porta de vidro que se abre sozinha, eu olho para trás e observo a cadeira sumindo junto com Cuddy que estava guiando-a sem que eu percebesse.
Wilson olha para mim e numa fúria vem a minha direção, mas seu punho pára no ar, congelado como todo o resto, um tubo de ensaio com sangue dentro que caía congela no ar e o sangue forma uma mancha, como num desenho.
Ela se levanta e olha para mim dizendo:
- Não acha que já exigiu demais do James?
- Por que você está dizendo isso?
- O que você quer dizer com isso, é a real pergunta, eu estou morta, dentro da sua cabeça, por que eu não sumo?


Eu abro os olhos e estou deitado no leito e Wilson à porta, ele olha para mim e para o meu lado, chora parecendo criança e sai como se negasse a continuar vendo o que acontecia, eu olho para o meu lado e lá está ela, Lisa Cuddy, segurando a minha mão.
Ela não tem o direito de guiar quem quer permanecer perdido.
Eu quero permanecer perdido?

“Come here, please hold my hand for now
Help me, I'm scared please show me how
To fight this, God has a master plan
And I guess, I am in his demand”

Durante anos eu permaneci assim, sem um rumo concreto, nada fixo além da minha amizade com o Jimmy Boy, meu Vicodin e meu piano, já que a bengala não dura mais de dois anos na minha mão.
Mas e a Cuddy? Ela é constante ou uma peça esporádica que geralmente só existe na minha imaginação?
Ela vem em doses homeopáticas sempre que nem sei ao certo se é real, como agora: ela dorme, mas não solta a minha mão, numa posição desconfortável.
Ah... Os boatos a partir de hoje se tornarão mais intensos, minha diversão diária de irritá-la será ainda mais real.
Tsc, tsc, tsc.
Como meus pensamentos saíram de toda a minha solidão intrínseca para o corriqueirismo de irritar Lisa Cuddy?
Eu realmente não quero mais ser um miserável sozinho como eu disse para a minha alucinação da ... Daquela pessoa no ônibus branco.
Se eu não tenho mais o Wilson, quem eu tenho? O que me resta nesse mundo? Que papo mais EMO.core.
Mas sendo adulto uma vez na vida o que me resta, a mão que segura a minha instintivamente aperta como se me segurasse.

“Please save me, this time I cannot run
And I'll see, you when this is done
And now I, have come to realize
That you are, the one who's left behind”


Ela respira um pouco mais forte, como um suspiro de alívio, mexe-se um para os lados e solta a minha mão espreguiçando-se.
- O que você faz acordado? Você precisa descansar, House.
Ela se levanta, sempre mandona como se pudesse abraçar o mundo com suas pernas e guardar a todos com os quais se preocupa embaixo de seus braços e proteção.

- You can’t...
- Você não vai me dizer essa máxima de novo House, eu tenho uma nova para você: Não é como se vive, mas como se escolhe viver.
- Que...
- Graças à Deus que você não está conseguindo falar, aproveite o momento e durma, descanse.
Ela diz num olhar cansado, embaixo de seus olhos existem bolsas pretas como se não dormisse há dias.
- Você é muito... tola.
- It’s good to have you back. Apenas durma, House.
Ela se senta e pega um bolo de papéis duma espécie de mesinha na cabeceira do leito e começa à lê-los.
- Eu mandei você dormir!
- Você não vai...
- Embora? Só nos seus sonhos.
Nem neles, Cuddles.
“Please stay, until I'm gone
I'm here, hold on, to me
I'm right here, waiting”


Meus olhos fecham-se naturalmente, quando a fraqueza atinge além dos meus ossos e músculos.

Vou para um lugar que já estive muitas vezes, e é tudo branco.
Meu coração deve ter parado novamente a falta de oxigenação deve estar fazendo com que eu alucine, novamente.
Entretanto, dessa vez, é diferente, eu estou leve, o peso da perca de um amigo ainda vivo some de minhas costas, mas em meus lábios um gosto estranho, e um cheiro inconfundível preenche minhas narinas.
É o cheiro da mulher que não larga meu lado, Good Lord Woman, nem quando estou numa alucinação pré-óbito você me deixa em paz?
Ela se aproxima de mim e o cheiro impregna minha pele, como se não saísse, torna-se parte de mim, eu tento resistir, mas ela chega tão perto que eu necessito beija-la, é mais uma necessidade, um instinto, do que eu quereria que fosse.
Antes que nossos lábios toquem-se ela some no ar e tudo fica preto.
Isso é definitivamente uma alucinação, um clarão aparece e eu vou em sua direção.


“I see, the light it feels good
And I'll come, back soon just like you would
It's useless, my name has made the list
And I wish, I gave you one last kiss”

- Charge! CLEAR!
Meu corpo se contorce quando um choque passa pelo meu corpo.
Um ar que eu não permito deixa meu peito.
- Ele voltou.
Diz aquela voz familiar num suspiro ainda mais melancólico que os anteriores.
Ela me salvou... again.

"Please stay, until I'm gone
I'm here, hold on, to me
I'm right here, waiting
And take, my one last breath
And don't forget
That I will be right here, waiting"


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