Cuddy’s POV

Há muitos anos eu mantinha um relacionamento estável com Gregory House. Estava noiva e era tudo tão intenso.

Ele sempre foi o mesmo, desde o princípio aprendi como bater de frente e não me submeter aos seus jogos, ser um jogador e não os dados.

Eu queria ir alto até onde minhas asas podiam me levar, mas ele sempre foi alguém de manter o “Status Quo” e sempre o imaginei como um velho patético de boné chupando pirulito e então... Foi isso, esse tipo de coisa que acaba sem porquê.

“Um belo dia resolvi mudar

E fazer tudo o que eu queria fazer

Me libertei daquela vida vulgar

Que eu levava estando junto a você

E em tudo que eu faço

Existe um porquê

Eu sei que eu nasci

Sei que eu nasci pra saber”

A cada virada que a minha vida dava, me vinha sempre à memória seu nome, seu gosto, mas a carreira sempre à frente e namorados puderam até me amar mais, porém nunca souberam como alcançar o que eu precisava.

Ele certa vez disse que eu nunca alcançaria meus sonhos, nunca seria reitora, sempre a médica regular, pois meu coração falava alto demais para um mundo de cabeça.

E cada vitória minha vinha nos dedos uma coceirinha ligeira de ligar para lhe dizer que meu destino dependia de mim mesma e que minhas asas não eram de cera, nada iria me parar.

“E fui andando sem pensar em voltar

E sem ligar pro que me aconteceu

Um belo dia vou lhe telefonar

Pra lhe dizer que aquele sonho cresceu”

Até que ele inundou minha vida, derrubou minhas barreiras, resgatou mortos e deu uma de Jesus Cristo ressuscitando meus sentimentos que já cheiravam decomposição.

E aqui estou eu orando pro Deus que disse pobre do meu povo na bíblia dos Cristãos, para que este homem, que conhece as rachaduras que fragilizam a minha casa na areia, acordar.

Eu tenho tudo, mas largaria tudo por nove meses até as dores da boa esperança; procuro manter minha posição e aqui estou deitada num sofá duro ao lado do leito do homem com o qual percorrem tórridos boatos de que eu mantenho um caso; eu sou forte, contudo aqui estou me debulhando em lágrimas por um homem que em quase 25 anos vi chorar duas vezes e sem ele perceber, homem este que me fez chorar por feridas criadas à seu punho mais vezes que meus dedos podem contar.

Tenho tudo, mas me falta...

Gregory House.

- I’m here. Pisque se você pode me ouvir... – ele tenta dizer alguma coisa – Não tente falar nada, descanse.

Thank God.

“No ar que eu respiro, uu

Eu sinto prazer

De ser quem eu sou

De estar onde estou

Agora só falta você, iê, iê

Agora só falta você, aaa...”

To Be Continued...