Uma Noite num Restaurante escrita por Cathy Thesaurus


Capítulo 2
Capítulo 2




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“Se você não parar de ser um idiota é uma semana de clínica dobrada e...” Ela puxa um pouco a camiseta dele para que eles ficassem extremamente próximos e pudesse dizer em suaves e quase sem som palavras “... Greve de sexo por um mês”.

E pronto, ela havia ganhado a batalha.

“Você é uma mulher muito maldosa Doutora Lisa Cuddy”.

“E nós dois sabemos que isso te excita Doutor Gregory House”.

Eles comiam o raviolli e, no meio tempo, dividiam entre comentários maldosos, pesados e goles de vinho.

“Se você não parar de olhar para os dois eu vou começar a achar que você está interessado no House!” Exclamou Amber tirando-o de seus pensamentos a procura de todos os sinais que passaram batidos.

Wilson então se concentrou no prato a sua frente, mas em certo ponto do jantar House sujou-se de molho e Cuddy resolveu limpá-lo.

“Meu Deus Greg, você parece criança comendo massa! Não sabe comer sem se sujar?”

Disse ela passando sua mão pelos cantos da boca dele que estavam sujos de molho vermelho.

“Se sujar faz bem”. Ironizou.

De longe James Wilson observava a cena e aquilo foi, a gota d’água.

Ele se levantou deixando a parceira sozinha na mesa.

“Aonde você vai?”

“Descobrir quando Tom e Jerry viraram namorados e tirar a limpo porquê o Rex não ficou sabendo”.

Ele chega na mesa deixando os dois amantes desconcertadíssimos, haviam esquecido do fato de que o chefe da Oncologia estava no mesmo restaurante que eles.

“Por que vocês não me contaram?”

“Porque você é mais fofoqueiro que uma adolescente líder de torcida” Disse House levantando as sobrancelhas.

“E também porque não há nada oficial, completamente sem compromisso e livre para outros relacionamentos”.

“Por DEZ ANOS? É humanamente impossível vocês estarem tendo um relacionamento puramente sexual sem responsabilidades por uma década inteira”.

Ambos sabiam que essa data, sim naquele dia completavam exatos dez anos, ou como Wilson preferiu destacar, uma década inteira, em que eles estavam nesse relacionamento que, eles não chamavam, mas ambos acreditavam ser um relacionamento sólido.

Tanto que os últimos dez anos nenhum namorico de nenhum dos dois deu certo, óbvio que House cooperou para que os de Cuddy dessem errado, mas isso não vem ao caso.

Quando aquele ano entrou, na verdade logo após o último ‘aniversário’ dos dois juntos, eles não estavam mais se empenhando em esconder mais nada, as provocações ficaram mais óbvias a cada dia e ela nem mais ligava quando ele fazia algum comentário que em outros tempos seria completamente abominado.

“Mas nós temos um Wilson, supere isso”. Falou Cuddy querendo findar a conversa antes que fosse tarde demais e tudo aquilo que eles formaram em dez anos virasse algo sério e ela já havia passado por isso, algo sério com House nunca funcionava.

“Você tem medo que não funcione porque nada com o House funciona, mas se você não sabe, ele nunca ficou mais de cinco anos com alguém, você quebrou essa quota”.

House olhou inquisitivo ou talvez apenas com uma vontade incrível de socar o amigo, afinal ele não estava caindo de amores pela sua namoradinha de faculdade, estava? Não podia. Ela era a chefe dele e estar nesse relacionamento ‘eu te quero, preciso de você, mas não admito’ estava de bom tamanho por toda a sua extensão.Que vinha desde a última copa da França.

“Foi por isso que você tentou de tudo quanto é jeito fazer a Cuddy não se apaixonar por mim, porque você a AMA! Como eu não vi?”

Era então a vez da Cuddy de olhar questionando, eles tinham um acordo, como ele se achava no direito de quebrá-lo tão descaradamente?

“Greg? Você não tem nada para me dizer?”

“Não vou dizer que te amo, nunca disse a ninguém...”

“Como você se contraria tão facilmente? Você me disse uma vez”.

Agora que o Oncologista não entendia mais nada.

“Vocês já namoraram antes?”

“GREGORY HOUSE! Você não me disse que tinha contado para ele essa parte da história?”

“James, o restaurante inteiro está olhando para vocês”.

A loira chegou de surpresa assustando os três.

“Já é comum o restaurante inteiro olhar para nós, o House ama fazer um escândalo”.

“Como você agüenta?”

“Com amor e um pouquinho de vinho a gente agüenta qualquer coisa”.

Um sorriso indesejado surgiu nos lábios de House e ele lutou consigo próprio contra o desejo de sorrir ante ao último comentário da sua... Afinal o que ela era?

Lisa olha para o seu prato e o de Gregory e vê que, como sempre, eles já haviam terminado.

Ela tentando fugir mais do que nunca daquela conversa com o melhor amigo do seu... Alguma coisa.

Ela levanta a mão e chama o garçom.

“Por favor, a conta.”

Esse volta em menos de um minuto, afinal eles geralmente comiam a mesma coisa toda quinta.

Um silêncio impera entre os quatro, assim que ela paga a conta, Cuddy levanta-se da mesa.

“Bem Wilson, nos vemos amanhã”

Ele pegou House pelo braço, pegou seu casaco para sair dali o mais rápido possível.

“E aí, o que aconteceu?”

Disse Amber curiosíssima.

“Fiz minha boa ação do Dia. Mereço uma estrelinha dourada.”

Eles haviam vindo de moto, outra tradição deles desde que a moto ressurgiu na vida deles.

Lisa senta-se atrás de House e o segura mais perto e apertado que o normal, seria difícil agora que o ser mais futriqueiro que eles conheciam sabiam da existência do “nós”.

Eles vão para casa dela em um silêncio que eles não conheciam, nunca estava silêncio entre os dois, pelo contrário era sempre conturbado e barulhento, mas naquele instante, pela primeira vez, House e cuddy, não sabiam o que dizer.

Ele estaciona na garagem enquanto ela entra e desvencilha-se do casaco.

Quando ele adentra à casa quente de Cuddy, pela primeira vez ele repara que seu apartamento e a grande casa de sua chefe tinham muitas coisas em comum, eram decorados pelas mesmas cores, provavelmente Lisa em algum momento interferiu no seu relacionamento porco com seu apartamento.

Ela já estava sentada no sofá com uma taça de vinho na mão e a lareira ligada, ela põe a mão do seu lado indicando para que ele se sentasse ali.

“Você não está pensando no que o Dr. Phill disse, está?”

“Talvez um pouco”. Disse ela em uma voz baixa e rouca, como se ainda estivesse pensando no que realmente dizer.

“Então no que você pensou?”

“E se nós ficarmos sérios?”

“O que eu ganharia com isso?”

“Você não gastaria nada com prostitutas e... poderia me ter quando quisesse”.

“Isso é extremamente tentador.”

Ela olha para ele seriamente mostrando que pela primeira vez, ele deveria ser sério em relação aos dois.

“MEU DEUS MULHER VOCÊ NÃO CONSEGUE FICAR LONGE DE MIM NÃO É?”

“Como se você conseguisse ficar longe de mim Greg.” Falou revirando os olhos.

O silêncio volta e ela acha que nunca receberá uma resposta, até que finalmente ele resolve algo dizer.

“Nada de romantismos, não espere que eu vá te chamar pra jantar toda semana.”

Ela solta uma gargalhada gostosa, similar a de uma criança, põe a taça na mesa de centro e então sua mão no rosto dele.

“Pode ficar tranqüilo, eu sei que o jantar é sempre por minha conta."

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