Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 7
Alguém me ajude


Notas iniciais do capítulo

Aguardem e verão melhoras!



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~>ALGUÉM ME AJUDE!

Harry e Rony estavam totalmente aparvalhados, demoraram bem uns cinco minutos para entrar na enfermaria. Enfim, chegaram ao lado da cama de Draco e o loiro disse:

-É Potter, nunca achei que fosse falar contigo... E muito menos com o Weasley... Vem cá, antes de qualquer coisa como é que ta a Mione? A enfermeira não quis me...

-Malfoy, ela ta mal... Parece que não come há dias, e foi parar no fundo do lago... Isso é muito estranho... Ela nunca mais falou com a gente, ta ignorando, quando fala é pra brigar...

-E o mais estranho, Malfoy – disse Rony de modo repulsivo – é a pessoa que a salvou. O Malfoy que eu conheço é aquele cara que nunca salvaria como você mesmo já disse um Sangue-Ruim sabe-tudo viver, principalmente a Mione. Vem cá, o que é que ta acontecendo? Você não tem mais aqueles dois gorilas pra te proteger, Malfoy, ta sozinho agora...

-Argh, Weasley você e o Potterzinho aí estão muito desinformados, sabe, eu e a Hermione estávamos nos dando bem. – disse Draco, enfatizando o que disse com um sorriso de vitória, e nem um pouco impressionado com as caras dos garotos.

-Namo... Você e a Mi... Não, não... – balbuciava Harry – Ela me disse, e ela estava com o Jorge!

Agora, a vez de fazer cara de surpresa foi de Draco. O garoto olhou para Harry como se não entendesse o que o moreno estava dizendo, como se fosse outra língua... Não entendia... Ela confiava nele, ele tinha certeza! Ou será que...

-Bom, a verdade é que a gente brigou... Mas isso não vem ao caso. Eu chamei vocês pra agradecer o que fizeram por mim... E pela Granger. – disse o garoto espantado, há muito tempo não chamava Hermione pelo sobrenome. – Eu, com certeza, não conseguiria chegar aqui sem a ajuda de vocês... Mas, vocês dois me digam, ela vai ficar aqui quanto tempo?

-Han, Malfoy... Madame Pomfrey disse que você sairia daqui amanhã, e que teria uma vida normal, não se preocupe. – disse Harry, ao que Rony completou, a uma menção de Malfoy para falar: - E a Hermione, a enfermeira ainda não sabe ao certo... Ela está tomando Poções Revigorantes, mas ainda não fizeram efeito. – Rony abaixou a cabeça, e apontou para a cama fechada pelas cortinas, onde Hermione estava. – Se ela não se recuperar daqui a um tempo, vai ter de procurar por atendimento especializado lá no st. Mungus. – A essa afirmação, Draco fechou os olhos, e Harry e Rony entenderam o gesto. Ele queria ficar sozinho. Ficou olhando para as paredes brancas da ala hospitalar, pensando em tudo o que ouvira de Harry e Rony... Não, do Potter e do Weasley. Hermione e Jorge Weasley! Será possível? E, se ela fosse para o st. Mungus? Será que se recuperaria? Seus pensamentos foram interrompidos pela chegada da enfermeira:

-Ah, Merlin, cadê aqueles garotos? Eu jurava que eles estavam... Sr. Malfoy, onde estão os amigos da srta. Granger?

-Eles já foram Senhora. O que foi? Algum problema com a Mione?

-Ah, por Merlin, a srta. Granger está na mesma... É que chegou correspondência para ela, e achei que eles pudessem guardá-la...

-Ah, não seja por isso, eu mesmo guardo e a entrego depois...

-Eu não deveria... Mas aqui não é depósito de cartas para doentes, pode guardar garoto, ande... Você se recuperou, mas não vá curtir as férias por hoje, vá para o dormitório, durma um pouco... Ah, e parabéns pelo ato heróico de hoje... Só não te dou uma medalhinha porque estou ocupada. – disse a enfermeira, irônica. Draco rapidamente se arrumou, pensando “eu, hein, vai que essa velha é maluca, acho que ela não vai com a minha cara! Melhor sair logo!”. Pôs cuidadosamente a carta de Hermione no bolso das vestes e foi para o leito da garota. Deu um beijo em sua testa e disse baixinho, que quando ela saísse, ele a estaria esperando no mesmo lugar de sempre, e deixou a chave com ela. Saiu da enfermaria e foi para o dormitório. Chegando lá, viu-se sozinho e pegou a carta. O envelope dizia que era destinado a Hermione, mas trazia também um remetente. Draco enfureceu-se a ler o nome.


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Harry e Rony estavam sentados silenciosamente na sala comunal da Grifinória. Logo depois do jantar McGonagall viera falar com os dois, e avisara a eles e Draco sobre um baile que haveria na escola, devido ao sucesso do Baile de Inverno. Estavam tristes por toda aquela situação com a amiga, e realmente tinham a sensação de ter esquecido alguma coisa importante.

-HARRY POTTER E RONALD WEASLEY! – disseram duas vozes femininas bastante irritadas, e os garotos logo perceberam que haviam esquecido o encontro com as garotas. Tentaram se explicar, e elas bufavam e davam risadinhas de profundo ódio ao ouvirem a explicação:

-Então, Harry, você acha MESMO que EU vou acreditar que você estava ajudando a Hermione Granger a sair do lago? Imagino que ela tenha simplesmente dado voltinhas com sereianos. Ops, mas será que você não estava junto com ela “brincando” no lago? – Vianne estava à beira das lágrimas. E, enquanto isso, Mina e Rony tinham uma conversa mais ou menos parecida:

-Ah, Rony, eu sinto muito por ter duvidado de você... É ÓBVIO que você estava conversando amigavelmente com o Draco Malfoy na enfermaria! Puxa como não pensei nisso antes? – dizia Mina enlouquecida. Não quis nem ouvir as explicações de Rony sobre o que aconteceu, e arrastou Vianne até o dormitório.

-Garotas! – Resmungou Harry, saindo para dar uma volta à beira do lago, com Rony em seus calcanhares.


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Draco não acreditava no que lia. “Então é verdade? Hermione e um dos gêmeos?” O garoto estava muito curioso, e releu as inscrições no envelope:

“Jorge Weasley, Loja Gemialidades Weasley, Beco Diagonal”.

Draco não iria agüentar, e abriu a carta. Seu desespero chegou ao auge quando leu:

Mione,

Palavras não são suficientes, e eu sei disso muito bem. Mas só espero que não estejas irritada comigo, tudo o que eu peço se estiver é seu perdão.
Espero que aquele momento de fraqueza não te magoe, eu já te disse que gosto muito de você, de verdade, e que não gostaria de te ver triste um minuto sequer. Mas eu realmente não consigo resistir ao teu charme, tua simpatia, beleza... Toda vez que te vejo, tenho vontade de te abraçar, de te proteger, te ter em meus braços, quem sabe até repetir aquele beijo... Uma música já disse que amor é flor e a gente rega... Mas se fosse o caso, não saberia que fim dar à nossa flor. Espero que seja um fim que não nos faça sofrer tanto quanto eu sofro e já sofri por você. Não peço teu amor, não estou te obrigando a gostar de mim, o que eu quero é que nossa amizade não chegue ao fim, já que é a única coisa que eu posso ter sua. Meu amor por você é e sempre será puro, forte e verdadeiro, e ele me fez ver que comigo você nunca seria totalmente feliz... O que eu disse naquele dia foi um momento insano, e que espero que você esqueça as sandices que eu disse. Por isso desejo que você seja feliz, mesmo que seja com outro cara, desde que ele te respeite e talvez te ame como hoje eu te amo.

Minhas sinceras desculpas,
Jorge.


Draco lia e relia a carta, não imaginava que Mione tivesse ficado com outro cara assim! O garoto sentia-se triste, sabia que nunca poderia dizer tais coisas à Hermione, e que esse Jorge sim, poderia... Poderia fazê-la feliz, talvez como Draco nunca a fizesse. Olhou-se no espelho e uma voz saída de seu reflexo disse:

-Não pense sandices, garoto, é de você que ela gosta, é você que ela quer! – Draco rebatia dizendo que isso nunca acontecera, ela estava era com Jorge e ponto final. Saiu para dar uma volta enquanto pensava no que fazer, e esbarrou em uma garota negra com cabelos trançados e compridos. Ela disse apenas:

-Ah, o famoso Draco Malfoy... Já jogamos quadribol em times adversários, meu nome é Angelina Johnson. Espera, não seria você o namorado da Hermione? Era com você mesmo que eu vim falar! Escuta, hoje não é o dia do passeio a Hogsmeade? Vamos tomar uma cerveja amanteigada. – e puxou o garoto atônito pela mão.


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Jorge estava cuidando da loja em pleno sábado. Tinham recebido um pedido enorme de Kits Proteção de uma grande vila. Parece que um estado vizinho havia sido atacado por Inferi, e praticamente o vilarejo inteiro pediu o tal Kit. Fred estava arrumando as coisas para o embarque. Capas, chapéus, botas e até véus eram enfeitiçados com um Protego bem eficiente, graças à AD, e protegiam de muitos feitiços, menos de azarações. Ele mantinha os olhos fixos no trabalho, mas a mente fixa em um outro ponto, mais ao Norte, onde uma garota de cabelos castanhos invadia-lhe os pensamentos. De repente, sentiu-se mal, uma falta de ar... Mas não era proveniente dele, estava tudo bem. Fred entendeu o que o irmão não sabia que ele havia entendido, e disse para ele entregar um relatório de novos produtos à profa. McGonagall.

-Mas, Fred e esse carregamento todo? Você vai precisar de ajuda, cara!

-Que nada! Já to terminando de arrumar, é só enviar agora... Vê se dá um alô pra todo mundo por mim o.k.? – disse Fred risonho, entregando uma lista a um Jorge confuso. E completou: - Anda cara, vai logo, você ta precisando de uma viagem mesmo! – e em tom de ordem disse: - Anda rapaz, ao trabalho!
Jorge não pensou duas vezes, e saiu em direção aos fundos da loja, onde poderia aparatar. Levava uma maleta com os novos relatórios, novos produtos e tinha um ar jovial como nunca visto. Chegou a frente ao pub Cabeça de Javali, onde havia muitos alunos dirigindo-se à Zonko’s. Procurava involuntariamente por Hermione, mas não viu a garota em lugar algum. Foi em direção a Hogwarts, e no caminho encontrou-se com Rony, que disse:

-Jorge, vem cá, você sabe o que aconteceu com a Hermione?

-Não, cara, aliás, eu to procurando por ela, você...

-Ela ta na ala hospitalar.

-O que? O que houve? – perguntou Jorge, já aflito.

-Vem correndo que no caminho eu te explico! – disse Rony, saindo em disparada, com Jorge em seus calcanhares. Chegaram rapidamente à ala hospitalar e Jorge, a par da situação puxou uma cadeira e ficou cerca de quinze minutos ao leito da garota, Rony tinha saído, iria esperar no corredor, deixa-los a sós um tempo. Enfim ele saiu e disse:

-Ron, eu tenho que ir falar com a diretora sobre a loja, você pode ficar aí enquanto...

-Ta legal, Jorge, tudo bem. – disse Rony, entrando na ala hospitalar em seguida. Jorge suspirou, teria de tratar de Hermione mais tarde, falaria com McGonagall e depois voltaria. A conversa durou não muito tempo, mas o bastante para uma surpresa na enfermaria quando voltasse.


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-Então, quando eu perguntei a ela o que é que ela queria se beijando com o Fred naquele corredor, ela disse que não era ele. Perguntei a ele e o Fred fez uma cara de que entendeu quem era, e disse que não era ele. Então...

-Então é o Jorge que está apaixonado por ela. – disse Malfoy, melancólico, bem diferente dos alunos que se divertiam naquele sábado antes da páscoa. – Ele enviou uma carta pra ela, dizendo muitas coisas, eu não acreditei... Mas com o que o Potter e o Weasley, e agora você disseram, tudo faz sentido.

-E o que você vai fazer?

-Argh, não sei, com essa história, ela na ala hospitalar... Nem sei quando a gente vai poder conversar... Ou brigar. Que horas são? Eu tenho, por sinal que ir ver a Hermione, nem sei quanto tempo devo ficar lá... Valeu por tudo, Johnson!

-De nadinha, Malfoy. – disse Angelina, saindo do estabelecimento com um sorriso. Seu plano estava apenas começando. Se Hermione achava que ela iria perder Fred, estava muito enganada. Aliás, poderia até perder... Mas quem sabe ganhava coisa melhor?
Enquanto isso Draco chegava à porta do castelo, totalmente vazio. Sabia que hoje seria um dia importante, se Hermione não apresentasse nenhuma melhora, teria que ir ao hospital... Começou a correr, não sabia por que, mas tinha que chegar antes... Corria desabalado pelos corredores vazios, e chegou à ala hospitalar ofegante. Viu Rony sentado em uma cadeira, perguntou notícias e ele disse um triste “na mesma”. Rony teria que sair, deixou Hermione com Malfoy e esperava que Jorge não se importasse.


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Jorge não acreditou na cena que viu assim que chegou à enfermaria. Estava Draco, de cabeça baixa, segurando hermeticamente a mão de Hermione, e estava resmungando coisas sem sentido. Ouviu os passos de Jorge e levantou a cabeça, perguntando:

-Rony, diz... – e percebeu quem era. – Ah, é você. Ta fazendo o que aqui, Weasley?

-Escuta Malfoy, não estou a fim de papo... Só vim ver se a Mi... Hermione estava melhor. Nada que tenha a ver com você.

-Olha aqui, - disse Draco, alterando o tom de voz – se você acha mesmo que a Hermione vai querer repetir momentos de fraqueza e coisa e tal, ta muito enganado. – Se a intenção do garoto fora inquietar Jorge, acertou em cheio. O rosto do garoto estava muito rubro.

-Mas como... Mas... Ouça bem, Malfoy, porque essa é a única vez que eu vou-te avisar. Se você acha mesmo que eu e a Mione – disse Jorge, enfatizando com um sorriso o uso do sobrenome – somos mais do que amigos, o problema é seu. Mas como amigo dela o aviso é esse: ai de você se fizer qualquer coisa pra... – foi interrompido pela chegada de Madame Pomfrey, com três frascos na mão. Pôs imediatamente o conteúdo de um na boca de Hermione, fazendo com que ela ganhasse uma respiração mais forte e rápida. Pegou o segundo frasco, e despejou nas mãos da garota, e esfregou-os. Logo, apareceram duas manchas vermelhas nos seios dela, exatamente no lugar dos pulmões. A terceira poção Draco reconheceu: a poção do Certo-Errado. A enfermeira pediu silêncio quando o garoto fez menção de falar, e mediu uma dose exata em uma seringa. Depois de medir exatamente a quantidade de poção, disse:

-É bom que vocês dois a segurem, ela pode ter uma convulsão a qualquer momento e seria melhor que não se ferisse. Isso, Sr. Malfoy, pegue as pernas dela com cuidado, e o Sr. Weasley, segure os braços. Isso, exatamente assim. Agora, enquanto eu estiver dando a poção, cuidado. A força dela é maior do que vocês imaginam. Agora, um, dois, e já. – Os garotos seguraram com imensa força os membros de Hermione, e Madame Pomfrey injetou o conteúdo da seringa bem ao centro da mancha. A garota logo tentava se contorcer ao máximo, sua força era inacreditável, e os garotos suavam muito com o esforço. Os olhos dela viraram, e quando a enfermeira retirou a seringa, a menina começou a se debater loucamente, os olhos giravam nas órbitas e, depois de um tempo, relaxou o corpo, porém os músculos estavam rígidos. Draco e Jorge entreolharam-se, assustados, quando seus olhos viram Madame Pomfrey encher outra seringa. O processo durava um bom tempo, pois a medida deveria ser precisa. Enquanto isso os dois descansaram e encontraram posições melhores. A doutora disse:

-Bom, eu ainda vou ter que injetar essa segunda dose... Se esse remédio não fizer efeito, a garota será transferida para o St. Mungus... Vamos lá, um, dois, e já! – Outra onda de fortes batimentos, só que acompanhada por uma cena nunca vista. Hermione gritava horripilantemente, suas veias estavam alteradas e seu corpo contorcia-se totalmente. Os olhos arregalados e tremia compulsivamente. Dos garotos, viam-se ocasionalmente gotas de suor pingando na cama. Enfim o corpo da garota relaxou, mas o coração batia loucamente e suas veias continuavam em estado crítico. Madame Pomfrey apenas disse:

-Pronto, agora é só esperar. – e sentaram-se durante meia hora, sem nenhuma mudança. De repente, o corpo de Hermione começou a tremer e arquear-se de modo que parecia possuída Draco e Jorge fizeram menção de se levantar, mas Madame Pomfrey os impediu com um gesto. Ela mesma foi para o leito da garota, e disse aos garotos, com uma expressão de meio sorriso:

-Bom, tenho duas notícias: uma boa e uma ruim. Qual das opções vocês querem?

-Anda, Madame Pomfrey fala logo! Chega de brincadeirinhas!

-Stress dá doença, sabia?! É o seguinte, ela não vai precisar ir para o st. Mungus agora. Mas terá que ir regularmente lá, para ver como está sua saúde, ela foi muito abalada e, com a falta de alimentação correta, não poderá ter emoções fortes nem exercícios muito pesados. Por conta disso, e pelo fato de ela ainda estar saindo do estado de transe em que seu organismo foi submetido, sua alta será amanhã, só não sei a que horas. Então, sugiro que vão para suas casas e durmam um pouco. Imagino que a experiência dessa noite tenha sido um tanto perturbadora para ambos. Boa noite.

Malfoy e Jorge saíram radiantes, e se separaram sem ao menos dizer uma palavra ao outro. Jorge iria passar a noite no dormitório da Grifinória, e pôde contar a história toda a Harry e Rony. Draco foi para a direção à cozinha, e havia bebido muito uísque de fogo, quando Dobby disse:

-Dobby quer dizer ao menino Malfoy que o menino Malfoy não beba tanto... O menino Malfoy pode fazer besteira... Dobby avisa que uísque de fogo é bebida forte, Dobby avisa...

-Cala a boca, elfo! Quanto mais forte, melhor! Que é agora vai dar uma de vidente? – Dobby saiu com as orelhas baixas, e Draco seguiu o conselho do elfo, apesar de tudo, e foi dar uma volta no castelo, apesar do perigo. No sétimo andar encontrou uma sextanista “muito conhecida” sua. Seu nome era Jandy Scherpes, tinha um ar de superior e adorava provocar sonserinos, principalmente Malfoy. Encantava-os com seu corpo escultural, cabelos negros encaracolados que lhe batiam na cintura e que ela prendia de forma que duas mechas caíssem pelo seu rosto, e no resto do cabelo fosse feita uma única trança, seus olhos negros, que de tanta intensidade dessa cor lembravam vinho e usava óculos, dando ar de inteligente. Jandy olhou para Draco, e dizia:

-Oi Draco, há quanto tempo... Achei que você tivesse esquecido de mim...

-Que é isso, Jandy?! Eu apenas estava “dando um tempinho”... – disse o garoto. A carta de Jorge para Hermione e o resto dos acontecimentos haviam dado a perceber que ele nunca mais havia curtido a vida.

-Oooora, amore... E eu acho que esse tempinho já acabou não é? – disse a garota, insinuante, indo à direção de Draco, que a olhava com um sorriso.

-Não, Jandy, eu to cansado... Hoje não...

-E desde quando eu te deixo cansado (genteee sem coments!)? Aquela época da Sala Precisa você parecia bem mais acordado!

-Ah, Jandy, é serio, eu não... – tentava argumentar Draco, que foi calado por um beijo da garota. Empurrou-a e disse:

-Jandy, eu realmente gostei daquela época, mas já estou...

-Apaixonado pela grifinória sabe-tudo?! – e acrescentou ao ver a expressão de surpresa do garoto: - Ah, Draquinho, todo mundo já sabe... E também já sabemos que ela te chifrou... Anda menino, é hora da vingança! – disse a garota, falando no ouvido de Draco e passando as mãos pelo peito dele.

-Jandy, eu... Eu não to bem, a história com a Hermione me deixou muito... Abalado.

-Quem diria hein, Draco, você abalado com uma grifinória? – disse a garota ainda sussurrando, e deixou o garoto arrepiado. – Eu sei, mas eu duvido que aquela lá te deixe arrepiado assim... – disse, levantando a manga da blusa do garoto, revelando o arrepio. – Ou que ela te beija assim? – disse insinuante e dando beijos no pescoço dele. Draco, bêbado, desistiu de resistir e pediu à Sala Precisa um quarto parecido com o que ele ficava com Hermione, só que sem as estantes de livros, e com uma cama de casal. Entraram e ficaram por lá a noite toda, Draco matando a saudade do seu “curtir a vida”, e Jandy... Bem, Jandy não tinha tanta saudade assim.


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-De semana em semana a senhorita passa aqui para tomar a Poção Revigorante, e nada de exercícios muito pesados nem emoções fortes, está bem? Ah, e a senhora estava doente na época, não soube, mas haverá um baile daqui a duas semanas, e será uma confraternização entre alunos e ex-alunos. Acho que já dei todas as recomendações, pode ir embora curtir o restinho das férias. Não esqueça! A cada semana passe...

-Sim, Madame Pomfrey, eu já ouvi! Tchau! – disse Hermione, radiante, saindo da enfermaria. Ela não estava realmente desacordada todo aquele tempo e ouviu muito bem o que Draco disse. Ficou ainda mais feliz ao ir para a sala comunal e encontrar Rony e Harry. Soube que eles a haviam salvado e disse:

-Ai, gente, mil desculpas por tudo! Ah, mas que idiota eu fui! Tudo por causa de besteira...

-E por causa do Malfoy. – disse Harry, e Rony completou: - É Mione, ele falou com a gente... Quero que você fique sabendo que a gente sempre vai estar contigo, não importa o que aconteça... E que, se o Malfoy fizer qualquer coisa... – disse Rony, fazendo um gesto de briga.

-Ooooh que coisa! Ainda bem que eu tenho esses dois guarda-costas aqui comigo... Bom, vou subir pra guardar as coisas e depois me encontro com o Draco. Tchau! – disse Hermione. Subiu, guardou suas coisas e foi em direção ao corredor do sétimo andar. Não viu a porta da Sala Precisa, mas estava com a chave que Draco deixou e assim que chegou a frente ao lugar onde estaria a entrada, uma porta surgiu. Entrou em silêncio, e viu que Draco havia feito algumas modificações. Havia tirado as estantes e posto uma cama de casal. Viu o garoto deitado e pensou “nossa, ele dormiu aqui?!”. Quando chegou ao lado dele, Draco acordou e olhou ara Hermione. Disse apenas:

-Mione, desculpa... – e ouviu um som no banheiro. A porta abriu, e Jandy Scherpes saiu vestindo apenas uma toalha. Tinha os cabelos molhados e passava um pente, dizendo sem perceber a presença de Hermione:

-Ah, Draco, você me... – parou, de repente, viu Hermione atônita e disse: - Ah, oi eu sou Jandy Scherpes, você deve ser a...

-Hermione Granger, colega do Draco. Achei que ele havia pedido uma ajuda num trabalho, mas se você já está ajudando... Bem, tchau Jandy... Boa sorte e divirta-se, ajudando o Draco. - Hermione surpreendeu-se. Havia falado de modo tão frio que parecia que não havia se importado mesmo, e o mais impressionante: não derramou uma única lágrima. Seu rosto ostentava um sorriso, como se fosse um vestígio daquela felicidade que sentira havia apenas meia hora. Esse sorriso esmaeceu e, tremendo, foi para uma sala vazia onde poderia chorar em paz... O que apenas queria era uma ajuda, e essa ajuda viria, com certeza, para o baile de Hogwarts.


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