Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 17
Como você + BÔNUS


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo MUITO importante e que eu, particularmente, adorei escrever!



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~>COMO VOCÊ

Hermione levantou e tomou um banho longo. Sentia-se mais desperta, e não conseguia dormir mais, apesar do longo dia que tivera. A preocupação com Draco a deixou com dor de cabeça, e afundou a cabeça na banheira tentando esfriar a cabeça. Percebeu, então, que o ano estava acabando, e lembrou-se de tudo o que acontecera até ali. Pensou em Draco e sorriu involuntariamente, mas o sorriso logo se apagou. Não sabia ainda o que se passava na mente de Draco, mas percebeu que ele era mais forte. Invadia sua mente a qualquer hora, e ela não podia deixar que isso acontecesse. Saiu do banheiro e foi até o dormitório. Vestiu uma roupa e viu a coruja de Jorge, Varden, empoleirada na janela. Era um belo exemplar, de cor acinzentada, e era bem diferente da coruja de Fred, de cor avermelhada e chamada Darren.

-Varden? Mas... – abriu o bilhete. Era curto e tinha apenas uma linha.

O Draco acordou e chegaremos aí pela manhã, avise à Gina. Sophie não voltará, terá que ir a Raphindonn. Jorge.

-Gina... Gi acorda... – disse ela, sacudindo a ruiva. – Varden apareceu aqui agora...

-Você é maluca? Ou melhor, o Jorge é maluco? Isso são horas de se enviar uma coruja? – perguntou ela, virando de lado e olhando o relógio. Disse indignada. – É madrugada! Alguém morreu?

-Não, eu sei Gi, desculpa... O Draco acordou, ele e o Jorge chegarão de manhã.

-É? E a Sophie? – perguntou Gina, levantando-se. Hermione sorriu ao ver que a garota estava quase dormindo sentada na cama.

-Teve que ir a Raphindonn... – sorriu. – E então, a nossa enviadora de pessoas à morte dormiu bem?

-Por favor, sem piadinhas... Eu só dormi meia hora! – ela disse, consultando o relógio de novo.

-Meia hora? Gina, quando eu entrei aqui eram menos de seis horas e você já estava dormindo! – Hermione olhou para a ruiva, compreendendo. – A não ser que... Mas que beleza, hein? A santa Weasley fingiu que estava dormindo!

-Ok, não consigo esconder nada de você então lá vai a bomba. – ela suspirou. – Eu e o Rafa... Bem, nós ficamos. Mas eu sou uma santa mesmo!

-AAAAH!!! – gritou Hermione. Mina resmungou alguma coisa e voltou a dormir. – Nossa, Gi!!! Que máximo!

-Hermione, eu estou com medo, é sério. – Gina disse, os olhos arregalados, afastando-se discretamente de Hermione. – Esses seus gritos realmente não são normais.

-Conta tudo! – ela disse.

-Ok, lá vai. Eu não estava conseguindo dormir.

-Não estava conseguindo dormir... Conta outra!

-Sério! Sabe o que é um dos seus amigos ir parar na ala hospitalar do Minsitério da Magia por sua causa? – Hermione baixou a cabeça. – Desculpa... Continuando, eu estava andando pelo lago e olhando a Lula Gigante, então...

-E encontrou o Rafael lá? Que romântico! – Hermione gargalhou.

-Você não está bem, é fato. – Gina balançou a cabeça. – Ok, continuando...

-Vocês conversaram por um tempo e se beijaram, ficaram lá embaixo até pouco mais de meia hora atrás.

-Assim não vale! – Gina exclamou, pondo a mão na cintura. Sorriu quando viu que Mina jogara um travesseiro por cima da cabeça. – Como eu posso contar a história se você tem uma aura brilhante ao seu redor, menina, você vai longe... - disse ela, imitando a professora Trelawney. – Agora me deixa dormir, quando eles chegarem me chame.

-Ok. Durma bem. – Hermione vestiu uma roupa casual e desceu para a sala comunal. Só era ouvido o crepitar da lareira. Ela sentou-se e relaxou, pegando um dos livros que estavam na mesa e começando a ler. Fazia tempo que não ficava sozinha assim. Não conseguiu se concentrar, os acontecimentos mais recentes passando pela sua mente.

Chegou à plataforma 9 ¾ acompanhada de Rafael, Gina, Harry, Vianne, Mina, Rony, Fred, Sirius e Luna. Tentara várias vezes contatar a mente de Draco, sem sucesso. O comitê de recepção era bem inesperado. Olho-Tonto, a senhora Weasley e Tonks os esperavam. Enquanto todos conversavam, ela ficou mais afastada. Só ouviu a voz de Tonks do seu lado.

-E então, Hermione? Já se resolveu?

-Sobre o que? – perguntou a garota assustada. Não era possível que todos já soubessem da sua grande dúvida.

-Ora, sobre o que você vai fazer no ano que vem! – disse Tonks, como se fosse a coisa mais normal do mundo. – Hogwarts deve continuar fechada, e se algum dia reabrir... Bem, deve ser só daqui a dois anos... – Tonks baixou a cabeça. – Hogwarts é a casa de muita gente... Eu ouvi Molly e Arthur dizendo que queriam colocar Gina em Beauxbatons...

-Ela não gostaria nem um pouco.

-Poderiam coloca-la em Raphindonn, mas não sei se Gina aceitaria. Mas e então, você não vai ser professora em Hogwarts pelo menos ano que vem. Soube que você recebeu propostas em outros lugares, mas só você decide.

-É verdade... – disse Hermione. – Ainda não pensei realmente... Acho que o melhor a fazer é ficar um pouco sossegada no meu canto...

-É, você passou por muitas coisas. – Tonks sorriu amigavelmente para ela.

-Já falou com o Sirius? – perguntou Hermione, observando o grupo que se reunia em torno do bruxo. A plataforma estava quase vazia, exceto pelo grupo. – Ele gostaria de conversar com você, você é bem mais... Cabeça aberta, poderia contar tudo a ele. Sabe, a morte do Dumbledore, da Narcisa... – e lembrou de Draco. Tonks passou a mão por seu ombro.

-Ainda não. Ele está meio ocupado no momento. – Tonks apontou para os trilhos. – É, a Minerva está realmente irritada.

-Por quê? – perguntou Hermione, seguindo o dedo de Tonks. Parado ali estava o velho Ford Anglia do senhor Weasley, sem os vidros quebrados mas ainda em estado consideravelmente crítico. Assustou-se quando compreendeu o que Minerva queria. – E isso voa com todos nós?

-Ah, não! Só vão vocês, os Aurores, o Sirius e Molly vamos para o Ministério.

-E quem vai dirigir? – perguntou Hermione apreensiva. Olhou pela plataforma, procurando alguém. Tonks suspirou e disse.

-Ele. – apontou para um bruxo parado. Seu ar desleixado era reconhecível em qualquer lugar. O bafo de Wisky de Fogo era perceptível até onde eles estavam.

-Por favor, diga que você está brincando. – disse Hermione torcendo as mãos em desespero. – Desde quando Mundungo Fletcher dirige? Tonks, por favor, dirige esse carro, leva a gente... – Percebeu que Sirius também olhou preocupado para Mundungo.

-Há muitas coisas entre a cabeça e os pés de Mundungo Fletcher do que supõe a nossa vã filosofia. – disse Tonks, tentando sem sucesso demonstrar confiança.

-Bela citação. – disse Hermione. – Quero que esse seja o meu epitáfio.

-Sério, eu acho que a Minerva não mandaria vocês para a morte.

-E você e o Lupin? O casório sai ou não sai?

-Acha que é fácil casar nesses tempos, Mione? – Tonks sorriu, olhando para Sirius, já mais isolado. – É, acho que agora dá pra conversar com ele. – Hermione esperou mais alguns minutos até que pôde entrar no carro. A viagem não foi tão ruim, mas as turbulências a deixaram meio tonta. O colar que Draco lhe dera ainda estava pendurado, e ela segurou-o com firmeza.


-Hermione? Hermione... Mione, acorda. – ela abriu os olhos e viu Jorge parado à sua frente. O garoto sorria, mas seus olhos estavam vermelhos devido à longa vigília.

-Ah, oi Jorge... – ele olhou para a garota, e depois para a poltrona velha onde ela estivera dormindo profundamente. Torceu o nariz quando viu o livro que estava no colo da garota: Quadribol através dos tempos.

-Você está aqui desde que horas? E desde quando você lê sobre quadribol?

-Ah... É por isso que eu não me concentrei no livro... Não sei desde que horas... Acho que desde quando Varden me acordou. Que horas são?

-Nove da manhã. – disse ele, parado ao lado dela.

-Ai, Merlin, perdi a aula! – exclamou ela, levantando-se. Depois se tocou de que não haveria mais aula. – Droga.

-A rotina ainda está presa em você, não é? – disse ele, sorrindo. Deu-lhe um selinho e ela tomou coragem.

-Jorge, e...

-Ele está bem. – disse Jorge secamente, subindo para o dormitório masculino. – Vou dormir, passei a noite toda em claro. Ele ficou lá, tomando café. – subiu, fechando a porta ao entrar. O que eu fui dizer? Burra, burra, mil vezes burra! – perguntou-se enquanto trocava de roupa. Minutos depois entrou no Salão Principal. As mesas haviam sido substituídas por uma única, onde poucos alunos estavam sentados. Reconheceu Gina de longe. Mas quando foi-se aproximando, viu que ela estava sentada com Draco. O garoto estava de cabeça baixa e ouvia o que Gina lhe dizia. Os cabelos loiro-platinados cobriam-lhe totalmente o rosto, e estavam pouco acima dos ombros. A ruiva olhou para Hermione e sorriu.

-Bom dia...

-Gina, por que você não me acordou?

-Estou bem, Mione. – respondeu ela. – Bela maneira de me dar bom dia. Não te chamei porque você estava dormindo tão bem, Mione... Não quis atrapalhar. – Draco tentou-se levantar, mas a mão de Gina pousou delicadamente em seu braço. Ele bufou e voltou a comer de cabeça baixa.

-Dormi otimamente... Naquela poltrona horrorosa. – olhou para Draco e disse hesitante. – Er... Oi, bom dia.

-Só se for pra você. – disse ele, dando as costas à garota e levantando-se. Ignorou os chamados de Gina e saiu andando apressadamente.

-Ei, Draco, espera! – Hermione segurou-o pelo braço. O loiro olhou-a com firmeza e Hermione recolheu a mão com horror. A face esquerda do garoto tinha uma cicatriz enorme e parecia recente.

-Feliz agora, Granger? – disse ele, voltando a andar em direção às masmorras. Gina, ainda sentada suspirou e balançou a cabeça, voltando a comer.

-Por favor, Draco, vamos conversar... Ouça o que eu tenho a dizer, é importante!

-Conversar o que? – disse ele em voz alta. A garota pensou em responder muitas coisas, mas preferiu o silêncio. – O que eu tenho pra falar com você, com certeza você não quer ouvir, Granger. E eu falo sério, você vai se irritar.

-É? Acho que gostaria de te ouvir sim. Você pode me falar? – ela levou-o para uma sala vazia.

-Ta vendo isso aqui? – apontou para a cicatriz. Chutou uma cadeira e voltou a falar em voz firme, mas baixa. – Não vai sair nunca mais! Antes noventa por cento da população bruxa não olhava na minha cara como se eu fosse um basilisco, como se eu matasse só com o olhar. E agora o resto não vai mais me olhar porque eu estou uma aberração! – Hermione andou até ele.

-Não, não está. – ela passou a mão na cicatriz. O garoto fechou os olhos ao sentir o toque já tão conhecido. Não posso fazer isso, pensou e saiu andando até a porta. Sua mão parou no caminho até a maçaneta ao ouvir a voz de Hermione suplicante. – Por favor, me escuta... – pela segunda vez pensou em perdoá-la, mas não poderia. Estragara sua vida, então era a melhor hora para acabar com isso.

-Escutar? Como foi maravilhosa a sua tarde com o Jorge? Escutar você esfregar na minha cara que eu só atrapalho sua vida? – Hermione sacudiu a cabeça. Draco virou-se, mas hesitou em sair. Hermione aproveitou a oportunidade para se desculpar.

-Eu... – ela gritou. – VOCÊ NÃO DEVERIA TER INVADIDO A MINHA MENTE ASSIM, SABIA?

-É? – disse ele num sussurro, andando lentamente até ela. – Então ta, Granger. Vamos fingir que eu não sei de nada. – deu um sorriso de lado provocante. De repente cerrou os olhos e disse mortalmente. - Que eu não sei que você fica trocando de mim para o Jorge como se cada um de nós fosse um casaco, pra ver qual combina melhor com a roupa! – ela cerrou os punhos e deu um murro no rosto de Draco. Ele levantou a mão, mas logo a abaixou.

-De novo vai tentar me bater? Que ótima pessoa Draco Malfoy está me saindo! Ótimo, Malfoy, vamos conversar, se é assim que você quer. Eu não contei para ninguém, achei que você tivesse mudado, que você fosse uma pessoa melhor! – Draco olhou para ela sem entender. - Mas não mudou nada, isso é o que aconteceu!

-Mudado? Como assim? – ele encostou-se na parede e cruzou os braços.

-Belo papel de agente duplo, Malfoy. Enganou a todos. – aplaudiu.

-Você está blefando, Granger. E sabe que é uma péssima mentirosa.

-Blefando? Sabe de uma coisa, Draco... Isso não é só uma tatuagem... Fica no sangue. Lembra disso?

-Mas... – ele lembrou-se da conversa com Angelina. - Droga. Escuta, Hermione...

-Agora é Hermione? Achei que eu tivesse voltado a ser a sangue-ruim a quem Draco Malfoy sempre odiou! Ah, mas você mudou... Aprendeu a matar um homem! – Hermione desistiu de lutar contra as lágrimas.

-NÃO FALE ASSIM COMIGO, GRANGER! – gritou ele, atirando outra cadeira longe. – VOCÊ NÃO TEM ESSE DIREITO!

-Nunca deixei meus pais falarem assim comigo, não acho que VOCÊ tenha esse direito! – ela andou até a porta. Parou, abriu um sorriso debochado para ele e disse: - Pense melhor no meu caso, Draco. Quem sabe você não volta pra Angelina, ela deve estar esperando você lá! – e saiu batendo a porta.


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Rony andava silenciosamente ao lado de Mina. A viagem até Hogwarts fora calma, mas era a hora. Precisava dizer o que estava engasgado em sua garganta desde o rapto de Hermione.

-Mina... A gente precisa conversar. – ela olhou-o sorrindo. – Eu não queria... – foi interrompido pela garota.

-Sobre o que, meu amor? Não pode ser depois? A gente tem que fazer...

-Não Mina. – ele olhou-a sério. – Tem que ser agora. – sentou-se na escada, e ela ao seu lado. A garota abraçou-o e ele se afastou.

-Agora você está realmente me assustando, Ronald. – Mina olhava-o sem entender; - Sobre o que é essa conversa?

-Sobre a gente. – Rony suspirou. – Mina, eu não estou mais agüentando.

-Como assim? – ela levantou e alteou a voz. – Como assim, Ronald? Não está agüentando? Eu não estou entendendo o que você...

-Mina... – Rony a interrompeu, levantando-se. - O tempo que a gente passou junto foi incrível, mas... Acabou.

-Como acabou? – ela segurou-o pelo ombro. – Você disse que me amava e que não queria viver sem mim! Você disse que me amava! Quer negar isso, é Ronald?

-Mina... Tem uma hora que... – Rony tentou falar, mas ela gritou.

-EU ACHEI QUE ÉRAMOS FELIZES! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!

-EU TAMBÉM ACHEI QUE A GENTE FOSSE FELIZ! – gritou ele. Respirou fundo e continuou em voz baixa. – Mas eu estou cansado, Mina. Sempre você, você e você. Nunca temos tempo pra nós.

-MENTIRA! – gritou Mina, as lágrimas escorrendo-lhe pelo rosto. Falou a primeira coisa que lhe veio à mente. – VOCÊ TEM OUTRA!

-TA VENDO? – ele respondeu. – Olha só, Mina... A gente nem confia mais um no outro!

-Isso é desculpa, eu sei... Você só brincou comigo... Só brincou... – balbuciava ela.

-Sinto muito, Mina. Eu realmente não queria fazer isso, mas você não muda...

-O que? AGORA VOCÊ VEM ME DIZER QUE A CULPA É MINHA? – ela apoiou-se no corrimão, sem querer olhar para as pinturas que se amontoavam perto deles querendo saber o motivo da briga; Sir Cadogan brandia a espada, fazendo um som alto.

-Você acha que o mundo gira ao seu redor! Quantas vezes você me colocou na parede entre você e os meus amigos? E quantas vezes eu poderia ter perdido todos eles por sua causa? – ele suspirou de novo. – Cara, quantas vezes eu fiquei entre você e a Gina, entre você e a...

-E a Granger, não é? – ela sorriu. – Claro, sempre sua irmã e a Granger em primeiro lugar! Aposto que foram elas que te colocaram contra mim!

-Elas não têm nada a ver com isso. Eu sempre fazia o que você quisesse, por mais que... Cara, por mais que eu não quisesse! Tudo porque eu achava que era uma fase, mas você continua... Droga...

-Continua o que? – replicou ela. – CONTINUA O QUE, RONALD? Diga o que você ia dizer!

-CONTINUA SENDO A FILHA DO MINISTRO! Droga, eu não queria falar isso, mas você insiste! Você age como se fosse a princesa do mundo?

-Não é nada disso! – disse ela.

-Então é o que? Você age assim por natureza ou foi mimada pelo seu pai?

-Você sabe... – ela sentou-se e abraçou os joelhos. – Você sabe que meu pai nunca teve tempo pra mim, que me mandou pro Centro...

-Eu não deveria ter dito isso, que droga... – ele disse, mas manteve-se afastado de Mina. - Mina, se acalme... Eu não queria dizer isso, merda... Mas você me irrita... Por favor, fica calma, vamos resolver isso numa boa...

Fique calma
Leve, escura e sem sonhos...
Tão distante de meus pesadelos e solidão
Eu me odeio
Por respirar sem você
Eu não quero sentir mais nada por você

-NÃO ME PEÇA PRA FICAR CALMA! Se for isso que você quer, Ronald, que eu me abaixe a essa sua decisão está enganado! Nada vai me separar de você, nada nem ninguém! – ela gritou ainda sentada no chão.

De luto por você
Eu não estou de luto por você
Nada pode empobrecer o amor real
E embora eu possa ter perdido meu caminho
Todos caminhos me levam direto para você

-Isso é passageiro. – disse Rony, com uma dor no peito. – Não pense que eu estou feliz em fazer isso, mas é o certo! Você acha o que? Que nós íamos ser felizes para sempre? Já leu Shakespeare [[OBS.:. Gentee, malz falar taanto de Shakespeare no cap mas eh ki... Eu tva lendo há poko tempo “A Megera Domada” q eh a história q deu origem à melhor novela do mundoo!!! O Cravo e a Rosa!!]], um autor trouxa? A princesa e o plebeu, Romeu e Julieta, acabou mal! NÃO. DÁ. CERTO.

Eu quero ser como você
Repousar fria na terra como você

-Até a maior das distâncias o amor cobre Ronald. Até mesmo a morte. E não importa o que aconteça isso vai estar vivo em nós dois pelo resto da vida!

Glória
Barreiras entre nós
Derretam e nos deixe sozinhas novamente
Sussurrando, assombrando em algum lugar lá fora
Eu acredito que nosso amor pode nos ver através da morte

-Você é louca? Use um pouco de cérebro, Mina! – ele levantou-a gentilmente, mas era perceptível que estava muito irritado. - Ok, eu tentei não ser grosseiro, mas... Acabou! Não é sua culpa, é minha! EU. NÃO. QUERO. MAIS. FICAR. COM. VOCÊ!

Eu quero ser como você
Repousar fria na terra como você
Há espaço aí dentro para duas e eu não estou de luto por você
Eu estou indo por você

-Você sabe que fazendo isso nunca vai ter paz! – ela tentou bater nele, mas o garoto segurou seu braço firmemente. Desistiu e voltou a se apoiar no corrimão. – Nunca vou te deixar em paz, vou te perseguir... Eu sempre consegui o que quero, não vai ser você que vai me impedir.

Você não está sozinha
Não importa o que te disseram, você não está sozinha.
Eu estarei bem ao seu lado para todo o sempre

-Isso é passageiro. – repetiu Rony. – Você vai arranjar outra pessoa e vai ser feliz. Isso que você chamou de sermos felizes era porque você era feliz. – Mina resignou-se e começou a subir as escadas. Parou, sacudiu a cabeça e disse quase inaudivelmente:

Eu quero ser como você, maninha,
Repousar fria na terra como você fez
Há espaço aí dentro para duas e eu não estou de luto por você
E quando nos deitarmos numa felicidade silenciosa
Eu sei, você se lembrará de mim

-Ok, Ronald. Eu vou te deixar em paz. Vou voltar para de onde eu nunca deveria ter saído.

Eu quero ser como você
Repousar fria na terra como você
Há espaço aí dentro para duas e eu não estou de luto por você
Eu estou indo por você.


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Harry e Vianne estavam subindo as escadas e ouviram a discussão de Rony e Mina. Quando tudo acabou Rony passou por eles e nem os viu, tão transtornado que estava.

-Nossa. – Harry aplaudiu. – Nunca imaginei que o Rony fosse tão maduro.

-É... Nem eu imaginei que a Mina fosse tão criança. – ela olhou para Harry. – Harry, eu estou com medo. Mesmo.

-Por quê? – ele perguntou sem entender. - A guerra não deve explodir tão cedo, eles estão se preparando para destruir o véu e...

-Não é isso...

-Fala o que é Vianne. Você ta me assustando.

-Harry, eu não sei o que eu vou fazer agora...

-O que você ta falando, Vianne? – Harry segurou a mão da garota.

-Harry, escute. – ela abraçou-o. - Meus pais são tão fúteis que, nossa...

-Não fale assim...

-São sim! Eles me mandaram pro Centro porque eu não tinha as mesmas preocupações que eles... Porque eu nasci metamoformaga eles acharam que eu não seria “útil aos planos deles”... E que a única maneira de se vangloriarem era dizendo “ah, minha filha estuda no melhor centro de treinamento para Aurores”!

-Nossa...

-Desde que eu cheguei lá, minha única família são os Scrimgeour. E desde que eu passei no teste para treinar para ser Aurora... Há três anos eles não me escrevem... Nem sei se eles não foram mortos! E agora, se a Mina for... Eu vou ter de ir junto!

-Sssh, relaxe... Você não precisa ir...

-Se eu não for não vou ter mais nada! Meus pais não podem pagar o resto dos meus estudos, e eu não poderei ficar aqui!

-Vianne... Eu nunca te deixaria ir... Cara, exceto com os Weasley e na Ordem com o Sirius eu... Eu nunca fui feliz. Só com você, e não vou deixar essa felicidade ir embora assim, tão facilmente. Sério, eu nunca perderia pra Mina! – Vianne sorriu. – E então? Se você quiser ficar... Eu vou te ajudar ao máximo. A escolha é sua.

-Ok, Harry. Eu fico. – e beijou-o.


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Draco andava pela escola com as mãos nos bolsos. A conversa com Hermione ficara gravada em sua mente como se tivesse sido marcada a ferro em seu cérebro. Estava distraído como nunca em sua vida. Sabia que teria de tomar uma decisão. Dali a algum tempo o Ministério começaria a caçar o assassino de Lúcio Malfoy, e ele teria que tomar uma decisão. Fugir e viver longe de tudo o que conquistara; deixaria Hermione, os amigos que fizera durante esse ano, a Ordem? Ou ficaria e seria preso, pagando pelos seus crimes? Esbarrou em um castiçal e, quando o recolocava no lugar ouviu a voz de Sirius.

-Draco! – o homem aproximou-se sorrindo. Abraçaram-se brevemente, e Draco percebeu que ele estava pensando em Narcisa. – Você cresceu rapaz. Agora você tem provas de que é um garoto mau... Eu conquistei muitas garotas assim aqui em Hogwarts, sabia? – disse Sirius, levantando a manga da camisa e mostrando uma cicatriz enorme no braço direito. – Isso foi em uma briga com Régulo, mas não vem ao caso... – ele observou Draco por mais um tempo. – É... Cara de mau, não. Cara de homem. – Draco sorriu.

-E você continua a mesma coisa, Sirius. – o homem olhou-o fixamente.

-É impressão minha ou você tem algum problema? – perguntou, enquanto voltavam a andar. – Olha Draco, eu soube que seu pai morreu... Eu nunca gostei do Lúcio, mas se você precisar de alguma coisa, sei lá, desabafar...

-Não precisa Sirius. – ele olhou-o sem acreditar. – Sério.

-Olha, não vou ser tão discreto com você do que quando fui com os outros. Você sabe que eu e sua mãe...

-Vocês foram namorados, é eu sei.

-Não pude conversar com ninguém ainda, por isso não tive notícias... Ainda não pude conversar com Minerva a sós, então... Como vai Cissy?

-Sirius... Minha mãe morreu. – os olhos de Sirius arregalaram-se. Draco surpreendeu-se quando percebeu que já não doía tanto falar da morte de Narcisa.

-Estou chocado... Como foi?

-Lúcio. – Sirius cerrou os punhos.

-Eu não acredito! Cara, eu...

-Sirius, calma. É melhor que eu lhe conte a história toda, antes que você fique muito mexido. Lúcio tentou me matar, descobriu que eu estava agindo para a Ordem, gritou que eu não seria mais filho dele...

-Horrível.

-E depois ele lançou um Avada Kedavra, mas... Minha mãe se jogou na frente. Na hora ele fugiu. Depois de um tempo eles seqüestraram a Hermione e, em Azkaban... Bem, nós nos encontramos.

-Se encontraram? Draco, não me diga que...

-Não estou orgulhoso, nunca estaria. Mas isso mesmo. Eu matei Lúcio. [[OBS.:. Eu matei Mufasa. Kkkkkkkkkkk!!!!!!]] – Sirius arregalou os olhos, espantado com a naturalidade com que Draco dizia aquilo. – Não se espante, você aprende a ser uma pessoa muito fria quando convive durante um ano e sabe-se lá quantos dias com os Comensais.

-Draco... Deve ter sido realmente... – as palavras de Sirius foram interrompidas por McGonagall chamando seus nomes. – É... Vai começar tudo de novo.


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Uma sala de aula enorme estava com apenas uma mesa, a qual Hermione reconheceu como sendo do Largo Grimmauld. Lupin, Tonks, Olho-Tonto, McGonagall, Sirius, Dédalo Diggle, Quim Shackebolt, Horácio Slughorn e McGonagall estavam sentados ao redor. Harry, Rony, Gina, Vianne, Sophie, Luna, Draco, Fred, Jorge e Rafael estavam de pé. Ela aproximou-se lentamente dos amigos, parou ao lado de Jorge e suas mãos se entrelaçaram. Não percebeu que Draco olhou com repulsa para os dois e baixou a cabeça, com os punhos cerrados.

-Vocês têm idéia do que aconteceu hoje aqui? – perguntou Minerva. Como ninguém respondeu, ela continuou. – Estão cientes de que a qualquer momento o Ministério da Magia pode cancelar a ajuda que tem dado à Ordem da Fênix, seja em termos políticos quanto em pessoal e financeiro? Estão cientes... – levantou-se e olhou um por um nos olhos. – De que poderiam ter morrido nessa loucura?

-Vocês cometeram um erro terrível. – disse Moody, sentado em sua cadeira. – Conseguiram com a sorte que só Merlin poderia lhes dar trazer o Sirius e voltarem todos vivos! E eu digo vivos, não íntegros!

-Nenhum membro da Ordem da Fênix com a responsabilidade necessária se arriscou tanto quanto vocês essa noite. – disse Lupin. Seu olhar sério ia de Hermione em uma ponta a Draco, na outra ponta da fileira de jovens. – Me admiram vocês... Hermione, Harry, Gina, Rony... Tão inteligentes e agindo dessa maneira sem pensar nas conseqüências! – olhou para os gêmeos e deu um soco na mesa. – Vocês acompanharam seus amigos e seus irmãos quando deviam ter acabado com essa história! Sabem muito bem que Molly está desolada desde que Percy saiu de casa, ela não agüentaria perder todos esses filhos por uma idiotice!

-Remo... – disse Tonks. – Não seja tão duro com eles assim... Eles sabem o que tiveram de enfrentar.

-Não é assim que se age, Ninfadora. – Tonks torceu o nariz ao ouvir o primeiro nome sair da boca de Quim. – Eles agiram erradamente e puseram-se em um risco enorme. Você como Aurora deveria reprimi-los!

-Com certeza! – disse Dédalo exaltadamente, a cartola pousada cuidadosamente na mesa. – Não se pode passar a mão na cabeça deles, são adolescentes sem juízo!

-Isso eles não são mesmo. – disse Moody. – E o pior é que três dos que participaram desse absurdo eram menores de idade. E vocês devem agradecer pelo Ministério estar mais preocupado com os Comensais do que em monitorar alunos que fogem de Hogwarts, aparatam em uma casa trouxa, desestruturam todo o ambiente de trabalho e fazem com que um dos seus amigos se fira gravemente nessa fuga, quase o matando!

-Não é assim, Alastor! – disse Tonks em voz alta. – Você tem que levar em consideração que eles trouxeram o Sirius e uma das Horcruxes!

-Tonks, fique quieta, você ainda é muito jovem... – começou Lupin, mas ela continuou.

-Muito jovem? Remo, eu achei que você fosse o último a dizer isso! O que você diria se um bando de “adolescentes sem juízo” invadisse a sua sala dizendo que uma lenda não é uma lenda, e que eles descobriram que uma das Horcruxes está no próprio Departamento de Mistérios? – o lobisomem baixou a cabeça.

-Diria que estão todos loucos.

-Então! – disse Tonks. – O que eles fizeram foi poupar a você o trabalho de prendê-los em Hogwarts!

-Sabemos que o que fizemos foi errado... – disse Gina. – Mas a culpa é toda minha.

-Não é não. – disse Draco. – O que você fez foi enxergar além do que vê. [[OBS.:. Esse cap tah td tipw Rei Leão kkkkkkk!!]]

-Não importa isso agora. – disse McGonagall. – O que queremos é a ajuda de vocês. As punições ficam pra depois.

-Diretora, por favor... – Harry pediu a palavra. – Acho que nós já estamos grandinhos o bastante para decidirmos por nós mesmos. – Hermione entendeu onde ele queria chegar, mas Rony falou primeiro.

-A maior parte de nós é maior de idade, e acho que os pais da Vianne, os meus e o pai da Luna não se oporiam... – Sirius arregalou os olhos.

-O que eles querem dizer é que nós queremos entrar na Ordem. Quero dizer... – disse Hermione. – mais ativamente.

-Como vocês, participando das reuniões... – disse Fred.

-Ganhando missões e coisa e tal. – completou Jorge.

-Vocês têm noção do que estão me pedindo? – disse Minerva. – A escolha é de vocês, mas teria que falar com seus responsáveis primeiro.

-Como eu sou responsável do Harry posso falar. – disse Sirius se levantando. – Eu nunca tive objeção ao fato de que ele entre na Ordem e sempre deixei isso claro. Acho que os Granger e os Beltanny não se oporiam também. E quanto ao Draco, bem... Minerva, você aceita a minha permissão para que ele entre na Ordem? Você sabe muito... – ela o interrompeu.

-Sirius, eu... – ela suspirou. – Eu vou pensar. Conversarei com Ranieri e os outros. Mas temos outra coisa para conversar. – ela pôs o Véu na mesa. – Vamos destruir isso todos juntos, e depois tenho más notícias. – Moody, de mau gosto, pegou a varinha. Mas Tonks se interpôs.

-Isso é pro Harry, pro Rony e pra Hermione. – o ex-Auror bufou, mas guardou a varinha. – Vocês só têm que lançar a Azaração Shantaralla. – os três garotos se concentraram e lançaram o feitiço não-verbal. O véu começou a brilhar, uma luz invadiu o aposento. De repente tudo ficou escuro e quente. A Horcruxe começou a pegar fogo e alguém gritou do lado de fora da sala. Ninguém deu atenção. O fragmento da alma de Voldemort pairou acima deles e virou um pó, caindo nas chamas e apagando-as.

-Era isso? – perguntou Rony. – Que sem graça, considerando-se que esse fragmento é da alma de Você-Sabe-Quem.

-Exato. Mas esteja certo que nem todos são tão sem graça como esse. – disse Slughorn. – Agora, Minerva, o que você tem para nos dizer?

-Os Comensais estão-se aproximando. O último ataque que tivemos notícia foi em uma cidadezinha a sul... Inteiramente trouxa. Não houve sobreviventes.

-Que horror... – disse Hermione. Depois se lembrou do que ficava a sul, exatamente na direção do lago. – Ah, não!

-O que houve Mione? – perguntou Jorge.

-Acredito que a senhorita Granger entendeu exatamente aonde quero chegar. Por isso eu fiquei tão preocupada com a ida de vocês ao Ministério.

-E quando é a previsão da chegada? – perguntou Sirius, que também entendera o raciocínio.

-Daqui a cinco dias. Mas temos de estar preparados para bem antes disso.

-Ok, eles vão chegar pelo sul. Temos de estar preparados. Mas por que esse drama todo? Hogwarts está vazia, podemos tirar todos daqui em um dia! – disse Rony.

-O que vocês não estão entendendo... – disse Hermione. – É o caminho que eles vão pegar.

-Falando em língua de gente isso significa que... – disse Draco.

-Isso significa Draco... – disse Hermione secamente. – Que eles vão passar pelo vilarejo de Hogsmeade. – todos na sala prenderam a respiração. – E que, em cinco dias, o último vilarejo totalmente bruxo da Grã-Bretanha pode se extinguir.

-Que... Horror! – exclamou Sophie. Fez os cálculos em mente e disse: - Nunca, nem com a maior força-tarefa que o mundo já viu poderemos tirar todas aquelas pessoas dali... Merlin...

-O que houve? – perguntou Fred. – Por que eles vão invadir um vilarejo inteiramente bruxo? Isso é totalmente contra os princípios dos Comensais!

-Há alguns dias foi divulgado nos jornais que o número de pessoas com sangue misturado superou o de sangues-puros em Hogsmeade! – disse Dédalo Diggle.

-E o pior disso tudo... – disse McGonagall, sentando-se. – É que temos alguém desconhecido que ainda não sabemos quem é e o que quer... E essa pessoa está infiltrada com os Comensais.

-E isso não seria bom? Sei lá, ajuda é sempre bom... – disse Vianne.

-O problema é que não sabemos se é uma ajuda. Quero dizer, essa pessoa salvou o Draco... Mesmo assim estava torturando a Mione com Poção Polissuco de Snape. – disse Harry. Gina ao seu lado bebeu uma água enquanto prestava atenção.

-Agora descobrimos que o amigo de vocês, o que estava com a maldição Império foi deixado no St. Mungus por algum desconhecido. – disse Minerva. Gina cuspiu rapidamente toda a água.

-O Taylor? No St. Mungus? – ela começou a andar de um lado para o outro. – Isso é pior do que eu pensava...

-Explique-se melhor, senhorita. – disse Quim.

-Essa pessoa pode estar nos colocando em uma armadilha. Quer dizer, salvar o Draco e... Até salvar o Taylor foi legal, mas se vestir de Snape... Acho que isso tudo está muito estranho, e que os Comensais não sabem mais do que a gente.

-Não sabem? Gina, você tem noção do que disse agora? – perguntou Lupin.

-Muita. – ela respondeu com convicção. – Qual é? – ela olhou para todos os membros que estavam na mesa. – Se eles querem que o cara fique escondido... Putz é só matar algum Comensal, manter o corpo escondido e faze-lo se fingir do cara morto! Tom Riddle não é tão burro, pelo menos não até esse ponto. E eu, infelizmente, o conheço melhor do que todos aqui... Menos o Harry, o Ron e a Mione.

-Ok, Gi... Você não acha que está meio... Imaginativa? – perguntou Hermione. Gina olhou para ela com indignação.

-Hermione, eu estou pensando em alguém. Nenhum Comensal se arriscaria a esse ponto, de se fingir de um cara que todos sabem estar morto. Além disso... – perguntou ela. – Quem matou o Snape? Tinha marcas de lobisomem, mas... Nenhum indício que foram os Comensais da Morte.

-Você acha que um maluco qualquer se fingiu de Comensal da Morte pra nos ajudar? Cai na real, Gina. – disse Fred. – Torturar a Mione não foi bem uma ajuda.

-Ok, vocês que pensem assim. Mas eu acredito na Gina. – disse Luna sonhadoramente.

-Luna? – perguntou Rony. – Quando você chegou aqui?

-O que vem ao caso... – disse Minerva. – É que os Comensais estão-se aproximando muito rapidamente. E como nós podemos evacuar um vilarejo desse tamanho, com moradores e seus objetos pessoais em apenas três dias.

-Hogwarts, diretora... – disse Luna. – Podem trazer todos, a escola está bem vazia no momento.

-A senhorita sabe o que está dizendo, senhorita Lovegood? A escola seria o nosso maior refúgio. – disse Moody. – Aqui temos todos os recursos para uma batalha.

-Mas aqui há suprimentos suficientes para cuidar de todas essas pessoas. Além disso... – continuou Luna. – Seria muito mais proveitoso que o vilarejo fosse destruído do que o castelo.

-Tem um fio de lógica nisso tudo, tenho que admitir. – disse Sirius. – E então, Minerva? A decisão é somente sua.

-Podemos falar disso depois? – perguntou Harry impaciente.

-Harry! – exclamou Hermione. – Você não se preocupa...

-Me preocupo sim, mas... E onde estão as outras Horcruxes?

-Claro... – disse Lupin. – Se não as destruirmos, não vai adiantar de nada.

-O Véu... Pertenceu a Gryffindor. Já foi destruído. – disse Tonks.

-O anel, que comprovava o fato de Tom ser descendente dos Perverell também já se foi.

-O diário, que provava o fato de poder abrir a Câmara de Slytherin... Já era.

-Ele próprio, que vamos destruir na batalha. – disse Harry, convicto. – É. Porque essa é a tão esperada batalha.

-Já temos algo de Gryffindor... Agora a Taça de Hufflepuff...

-Nagini... Uma alusão a Slytherin! – disse Luna em voz alta.

-Como assim, Luna? – perguntou Sirius.

-A serpente... Rony... – disse ela, segurando o garoto pelo colarinho. – Você me disse, quando eu descobri tudo que a Horcruxe dava características dela pra o “dividido”.

-É... No dia em que todos souberam... Exatamente, mas... – Rony ficou abismado. – A serpente, símbolo da Sonserina! Luna, você é genial!

-Ok, outra pra destruir na batalha. E a Taça, vocês têm idéia de onde esteja? Ele não fez a última... – perguntou Harry.

-Só pode estar com ele. – disse Vianne. – É o melhor jeito pra protegê-la, ele estando com as três que faltam...

-Cara, esse Tom é um gênio. – disse Fred, balançando a cabeça.


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BÔNUS SIRIUS E NARCISA: O QUE FIZEMOS DE ERRADO?

Hermione e Sophie chegaram ao quarto, ambas extremamente cansadas, mas totalmente sem sono. As informações que receberam em algumas horas valiam para uma vida inteira.

-É... Mione, você já olhou o diário de minha tia?

-Na verdade não... E você, já começou a olhar as lembranças?

-Ainda não... Escuta, eu estou totalmente sem sono... Quer dar uma olhada?

-Isso é de tirar o sono totalmente... Vamos! – e mergulharam nas lembranças, com o diário de Narcisa em mãos.

OBS.:. Gentee agora começa o bônus... São todas as lembranças okeyy??? E eu não vou colocar no ponto de vista da Hermione nem no da Sophie, elas vão ser apenas espectadoras. Vai ser tipo na 3ª pessoa flww?? E ó, a musik eh do Blink 182 e + 1 avisoo: ENJOY!

LEMBRANÇAS

1- Era mais um início das aulas em Hogwarts. Narcisa Black viajava ao lado de sua melhor amiga, Lílian Evans. Estavam sentadas em seu vagão totalmente vazio quando um grupo de garotos entrou na cabine:

-Oi priminha... – disse Sirius, soltando um beijo para Narcisa. Ela olhou-o com indiferença. – Olá, Evans. – Lílian não respondeu, olhava com ódio para um garoto que aparentava ter quinze anos, cujos cabelos negros bagunçados davam a impressão de ter acabado de sair da vassoura.

-Não perceberam que a cabine está ocupada, Marotos? – Aluado resignou-se a sentar, acompanhado de Rabicho. – Ah sim, bom dia Pettigrew, bom dia Lupin...

-Belo dia... As cabines estavam todas ocupadas, então resolvemos ficar aqui. – Pontas disse, sentando-se ao lado de Lílian e abraçando-a. Ela levantou.

-Sai daqui, Potter. – Almofadinhas sorriu e sentou ao lado de Narcisa, que continuou calada.

-Eu e Cissy não brigamos desse jeito, não é querida?

-Não brigamos priminho... Porque da última vez você lembra o que aconteceu. – ela sorriu. – Não acho que a lembrança seja muito boa.

-Aquele chute realmente doeu, Cissy... Se você me ama tanto quanto diz... – Aluado e Rabicho rolavam de rir no banco, e Lílian olhava indignada para a amiga.

-Eu deveria te chutar de novo, queridinho... Assim você não teria mais porque importunar nenhuma das garotas de Hogwarts com suas técnicas de conquistas primitivas.

-É com ela que você aprende, não é, Evans? – disse Pontas sorrindo.

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2- Narcisa estava distraída em uma escada vazia escrevendo em seu diário; há muito não o fazia. Estava tão entretida que não percebeu que os Marotos se aproximavam dela. Só os notou quando ouviu a voz de seu primo Sirius dispensando os garotos. Os outros garotos deram risadinhas e subiram.

-Boa tarde, Cissy. – ele tentou espiar por cima do seu ombro. Ela suspirou e fechou o diário. – O que você está escrevendo?

-Não te interessa, Six. – respondeu ela, olhando-o intensamente.

-Ei, não precisa ficar na defensiva! – ela manteve o olhar firme e ele se rendeu. – Deveria estar em aula, sabia?

-Muita moral você tem pra dizer isso. – ela levantou-se graciosamente, e como estava um degrau acima do garoto podia olhá-lo de um modo um pouco superior. – Marcando outra saidinha romântica à lua cheia com seus amigos, Six? Tem que tomar cuidado... Um dia vocês serão dedurados. – Sirius a prendeu na parede com firmeza.

-Não gostaria de se envolver nessa história, Cissy. É muito perigoso para a minha princesa.

-E quem disse que eu sou a sua princesa?

-E quem disse que não era? – perguntou ele, beijando-a. Ela se afastou depois de algum tempo e disse, ajeitando o cabelo.

-Eu disse, Six. Você me conhece o bastante pra saber que eu tenho vontade própria.

-E sua vontade própria resiste ao meu charme próprio? – Narcisa virou-se para que ele não visse o sorriso que insistia em brotar em seu rosto. Enquanto descia silenciosamente as escadas disse, para que só o primo ouvisse:

-Eu sou vacinada contra tudo o que um cachorro pode transmitir, Six. Até mesmo charme. – desceu, sem perceber que passara por sua irmã e Lúcio, que subiam “inocentemente” as escadas.

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3- Odiava chegar atrasada à aula. Geralmente quando se atrasava deixava para adiantar o assunto na sala comunal, e depois tirar as dúvidas. Mas seria a segunda aula consecutiva de História da Magia que perderia. Chegou à sala, o professor Binns, sentando em sua cadeira, falava algo que ela não pôde entender. Sua atenção estava voltada para a única cadeira vazia na sala, em frente ao seu primo, Sirius. Ele sorriu e colocou os pés na cadeira. Essa vai ser uma manhã longa, pensou enquanto se sentava. Narcisa tentava prestar atenção à aula, mas Sirius chutava sua cadeira insistentemente.

-O que é, Six?

-Hogsmeade domingo?

-Hogsmeade domingo? – ela se perguntou baixinho. Virou para ele e disse: - Mas não tem passeio no domingo!

-E no que isso me impede de ir?

-Você é louco! Se...

-Ninguém nos descobre. Vamos! – Binns interrompeu as explicações, olhou para os dois e voltou a falar. – Vai ou não vai, Cissy?

-Me deixa em paz!

-Só me responde! – como ela não fez menção de responder, Sirius levantou a mão.

-O que houve, sr. Black?

-Professor, eu e minha querida prima estamos nos sentindo mal.

-Simultaneamente?

-É. Se é que o senhor me entende. – todos na sala riram. Narcisa tentava falar em vão.

-Podem sair da sala, se isso for para que não atrapalhem mais a minha aula com briguinhas de família. – Narcisa pegou suas coisas e saiu andando apressadamente. Quando chegou a uma distância segura da sala de aula ela explodiu com Sirius:

-VOCÊ É LOUCO??? ACABOU DE ME FAZER PERDER UMA DAS ÚNICAS CHANCES DE ENTENDER O QUE AQUELE CARA PIRADO FALA!

-O que você acha? E então, vai? – ele tirou o sobretudo de Hogwarts, jogando-o por cima do ombro. Estava apenas com uma camisa branca e a calça preta.

-Só quero ver no que isso vai dar...

-Considero isso um sim. – disse ele, dando um beijo no canto da boca da prima e saindo assoviando.

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4- Sirius e Narcisa andavam ao redor do lago em silêncio. Era primavera, e ambos resolveram dar uma volta. Narcisa sentou-se na margem e soltou os cabelos; as mechas esvoaçantes que tomavam a frente do seu rosto lhe davam a impressão de estar no fundo de um lago. Uma mulher afogada. A mais linda mulher afogada no ar. A princesa afogada no ar. Pensou Sirius, não conseguindo conter um sorriso.

-O que foi Six?

-Nada... – ele suspirou, sentando-se ao lado da prima e abraçando-a. – Princesa...

-Vem cá, priminho... Por que você me chama de princesa? Isso é estranho!

-É?

-Pode me responder a essa pergunta? – perguntou ela, aconchegando-se no ombro do garoto. Ele sorriu e a abraçou.

-Eu sempre gostei das histórias entre princesas e plebeus... – ela olhou-o fixamente.

-Você sabe que as histórias sempre acabam mal, Six. Mesmo que no fim haja um “felizes para sempre”.

-Mesmo assim... – ele sorriu ainda mais. – Durante a história eles sempre curtem bastante a vida. – Narcisa olhou nos olhos de Sirius.

-E você sabe disso como? Não são nada mais do que contos... Nem sempre eles são reais.

-“Nem sempre” quer dizer que às vezes há uma possibilidade, Cissy. Você já viveu uma história dessas?

-Estou vivendo... – sussurrou ela, tão baixo que ele teve que fazer leitura labial para entendê-la. Ele sorriu.

-E em que parte está a nossa história, Cissy?

-Na parte em que os mocinhos fazem brincadeirinhas idiotas no jardim do castelo. Eles saíram escondidos, os dois rolam na grama, ele a pede em namoro e ela diz que vai pensar. Então ela vai pra dentro do castelo, que é o que eu vou fazer.

-Só sai daqui com um beijo, prima. – disse ele. Ela sorriu provocante, roçou os lábios no rosto dele e disse:

-Vem buscar, Black. – saiu correndo pelo jardim, ele a segurou e a beijou.

-Duvido que a princesinha Ballin queira namorar um pobre maltrapilho que abandonou a família nas últimas férias.

-Aceito o desafio, ó pobre maltrapilho.

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5- Era a maior festa já organizada pelos Marotos. Na Sala Precisa os grifinórios comemoravam uma vitória surpreendente, a Taça do Quadribol no meio da sala em um pedestal. Alguns alunos de outras casas chegavam quando Narcisa entrou, acompanhada de Lílian. A algazarra era imensa, e elas estavam em um canto quietas cada uma com um copo de Whisky de Fogo em mãos.

-E a Bela, onde está? – perguntou Narcisa, aos gritos, sobrepondo a voz ao som da música que tocava. Lílian fez uma careta; a amiga sabia que as duas não se gostavam.

-Não sei... Ela deve estar chegando! – ouviram gritos vindos do centro da festa, e olharam para ver a razão do barulho. – Ou então não veio, já que a Sonserina perdeu...

-Quem foi que se pegou agora? – perguntou Narcisa, abordando Lúcio. Ele olhou-a tristemente e disse:

-É melhor você ver com seus próprios olhos. – a loira se assustou com a resposta. Andou um pouco mais para frente e viu Sirius e Belatriz se beijando violentamente no meio da festa. Lílian tocou em seu braço.

-Vamos, Cissy... É melhor você não ficar aqui, vai fazer uma besteira... – a festa ficou em silêncio e abriu uma espécie de corredor para Narcisa. Sirius empurrou Belatriz e viu Narcisa olhando para ele com ódio. Pouco depois Belatriz ajeitou as roupas e deu-lhe um tapa. Narcisa já vira demais e saiu correndo. Na escada Sirius a alcançou.

-Cissy... Não fui eu, foi...

-Como? – disse Lílian que se aproximava Tiago em seu encalço. – Você tem a cara de pau de vir falar com a Cissy?

-Evans, não se meta... Deixe-os conversarem. – disse Lúcio se aproximando. Lílian viu um sorriso triunfante nos lábios dele, e então resolveu deixar Narcisa ir. A loira correu para o dormitório.

-Cala a boca, Malfoy. – disse Tiago, apontando a varinha para o loiro.

-Sirius, por favor... Deixe-a ir... Eu quero mesmo falar com você. – disse Lílian, mais calma.

-Você me entende, não é? Você sabe que não foi culpa minha! – ele passou a mão nos cabelos desesperado.

-Coisa feia, Black... Se envolver com as duas irmãs... – disse Lúcio, saindo sorridente.

-Ainda mato esse Malfoy...

-Melhor não fazer uma besteira agora, Almofadinhas. – disse Tiago. – Deixe que eu faço pra você. – saiu correndo em direção ao grupo que se afastava, mas Lílian o parou.

-Não faça isso, Tiago. – ele se assustou com o uso do primeiro nome. Ela suspirou e continuou. – A Cissy precisa pensar. Amanhã eu converso com ela.

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6- -Não adianta tentar fugir, Cissy. – disse Sirius sorrindo enquanto a loira arremessava-se contra a porta da Sala Precisa. Lá havia uma mesa com duas cadeiras e algumas garrafas de cerveja amanteigada. Ela tentou sem sucesso abrir a porta com magia, até que relaxou e sentou.

-O que você quer, Sirius?

-Que você me ouça.

-Ouvir? Ouvir o que?

-Como aconteceu tudo.

-Já ouvi bastantes besteiras da Lily, obrigada.

-Ela disse a verdade. O Lúcio e a Bela me levaram pra uma armadilha.

-Armadilha? Achei que você estivesse gostando de ser tripudiado!

-Não, não estava. Cissy, quando eu te vi na porta...

-Por favor, não continue... Eu não quero sofrer tanto, Sirius... – respondeu ela, com os olhos marejados.

-Você vai me ouvir. E depois vai dizer se acredita em mim. Se não... Eu juro que não te procuro mais. Palavra de maltrapilho.

-Fale. – pediu ela.

-A Belatriz estava usando suas roupas, seu perfume... Eu não percebi isso no início, mas a Lily percebeu e falou com uma de suas amigas, a Minerva. E ela respondeu que há um feitiço de ilusão, Princesa. Ele faz com que se veja a pessoa que realmente se ama na sua frente. Quando eu vi que você estava lá na porta, olhando pra mim... Meu mundo caiu, Cissy.

-E a Bela faria isso com que troco?

-Não sei... Mas você me perdoa?

-Precisaria de uns dias pra pensar, Six... – ele fez uma cara de cachorro abandonado, e ela sorriu. – Mas acho que não é necessário.

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7- O café da manhã estava monótono. Narcisa e Sirius conversavam em voz baixa, e Belatriz e Lúcio observavam de longe. Lílian observava cada passo dos dois. Minerva viria dali a algumas horas conversar com as duas. Há muito não se comunicavam pela Triangulação. Tiago ao seu lado observava-a fixamente. O que eu não faço pelas amigas? Tenho que sentar do lado do Potter... seus pensamentos foram interrompidos pela chegada do correio. Uma coruja negra cm olhos vermelhos penetrantes pousou a frente de Narcisa. Lílian a reconheceu como sendo a coruja dos pais de Cissy, e ficou preocupada. Ela abriu a carta calmamente, enquanto a coruja voava em direção a Belatriz, que recebeu uma carta parecida. A coruja voou para o corujal. O rosto de Cissy ficou cada vez mais tenso ao ler a carta.

-Cissy? O que houve, alguma coisa séria? – ela foi incapaz de falar, e entregou a carta a Sirius. Narcisa pôs a mão na boca, assimilando a carta, e Sirius riu.

-É, Princesa... A Andy tomou coragem.

-Como ela pôde? Como nossos pais... Ah Merlin! – Belatriz correu para o dormitório. Narcisa tentou seguir a irmã, mas Sirius a impediu.

-A Bela não gostou muito da notícia... Deixe-a ir, ela tem que ficar sozinha.

-Que mal lhe pergunte o que aconteceu com a Andrômeda?

-Ela... Merlin, ela é louca! – disse Narcisa, esboçando um sorriso.

-É o seguinte... Vocês sabem que a Andy estava se encontrando em segredo com um trouxa...

-Ted Tonks? Soube sim... – disse Lílian.

-Então... Meus tios descobriram. E... Eles fugiram.

-Mentira! – disse Tiago, gargalhando. – E a Andy foi pra onde?

-América. Ela pretende voltar, mas não sabe quando. Só sei que ela foi deserdada.

-Largar tudo assim, por causa de um cara? – disse Lílian. – Deixou a família, os amigos, tudo...

-Nem sempre, Lily. – disse Narcisa, aconchegando-se nos ombros de Sirius. – Ela e o Ted se amam. Queria eu ter a mesma...

-Sorte? – perguntou Sirius.

-Não. A sorte eu já tive... Só falta a coragem.

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8- Narcisa estava em silêncio. A capa da Invisibilidade que Tiago lhe emprestara cobria todo o seu corpo, e estava encolhida no canto ao lado da lareira da sala da Mansão Black. Sirius e os pais gritavam alto, e a garota não conseguiu segurar a tensão para saber onde toda a briga ia dar.

-Você sempre soube que era um erro nessa família! – gritava a Sra. Black.

-ESSA VIDA SEMPRE FOI UM ERRO! – gritou Sirius em resposta. – Vocês pareciam mais com diretores de uma escola, sempre cobrando de mim... Nunca agiram como pais!

-Te demos tudo do bom e do melhor, rapaz. – disse o senhor Black. – Te demos o sangue dos Black!

-E é uma pena que eu não possa devolvê-lo. – replicou o jovem, correndo para o quarto. Pouco depois apareceu com um malão em mãos.

-Vai renegar o seu sangue? VAI RENEGAR A SUA FAMÍLIA? – Sirius olhou diretamente para onde Narcisa estava; ela percebeu que a capa não cobrira seus pés. Apressou-se a consertar o erro.

-Não vou renegar a família. Vou renegar aqueles que nunca foram a minha família.

-E você vai pra onde? Ninguém quer ter um fugitivo em casa, rapaz.

-Pois eu conheço quem vai me acolher. E – continuou ele em voz mais alta. – nem mesmo as Pontas que vocês deixarem de sua criação em mim vão me impedir! Accio vassoura! – uma vassoura chegou voando e parou ao lado de Sirius. Ele montou e, lançando um último olhar para a lareira saiu voando. Ao lado da lareira uma poça de lágrimas se formava no chão; a árvore de natal dos Black cintilava na porta da cozinha.

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9- O tempo estava frio na mansão Black. As irmãs Black liam a última carta que Andrômeda enviara, que contava os detalhes do casamento com Ted Tonks. Na cidade próxima de onde estavam um ataque dos Comensais da Morte deixaram uma trilha de devastação.

-A Andy poderia ter morrido... – sussurrou Narcisa, lendo a notícia do Profeta Diário.

-E deveria! – respondeu Belatriz. As duas haviam feito as pazes, e estavam se preparando para voltar a Hogwarts dali a alguns dias. Os malões estavam sob a cama, e ambas planejavam a volta à escola. – Uma pessoa que renega o sangue-puro com o qual teve a sorte de nascer merece morrer!

-Nem sempre, Bela. – falou Narcisa calmamente.

-Você é uma defensora dos fracos e oprimidos, Cissy. Não conta. – a loira abriu um sorriso enorme ao ver uma vassoura se aproximando.

-É ele! É o Six!

-Bom, como eu não quero ficar de vela vou indo... – disse Belatriz, levantando-se.

-Não, Bela! Você fica!

-Sinto muito, Cissy, mas castiçal já tem na parede. Além disso, você sabe como o Sirius me odeia.

-Tudo isso já foi há quase um ano, Bela, mas não é por isso! O Régulo vai desconfiar! – Sirius parou a vassoura na janela.

-Bom dia, primas... Os meus pais estão aqui?

-Não. – disse Belatriz, enquanto olhava Sirius entrar no quarto e beijar Narcisa. – Eles saíram, por quê?

-Acho que a princesa Ballin gostaria de dar uma volta com seu namorado... – foram interrompidos por um garoto alguns anos mais novo. Tinha um ar de superior assim como Belatriz, e apontou a varinha para Sirius.

-Ei, Reggy! – cumprimentou o irmão. Olhando para ele, Sirius percebeu que ele tinha um olhar bravo, mas fraco. – Como vão as coisas? – Narcisa tentou ir até Sirius, mas Belatriz a segurou. – Ei, Reggy, não precisa isso, eu...

-Nenhum desertor invade a mui antiga e nobre casa dos Black e fica impune. – jogou Sirius pela janela, e Belatriz segurou Narcisa com um sorriso no rosto.

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10- Narcisa estava sentada no corujal observando a lua cheia e a constelação Homo Canis. Era uma bela noite, e a convidava a pôr as idéias em ordem. Ouviu passos e se virou com a varinha empunhada. Pouco depois relaxou o braço; era Belatriz.

-Horrível, não é?

-O quê?

-Sei lá, a vida... – suspirou a morena, os belos olhos negros fitando a irmã. – A Andy me escreveu hoje... Ela e o maridinho estão com sérias dificuldades.

-É? – perguntou Narcisa preocupada. Voltou a olhar para a lua. – Eu não sabia...

-Cissy, eu sei que você e o... E o Sirius... - disse o nome com um tom de desprezo que desagradou Narcisa. – Que vocês se amam...

-Não amola Bela! – exclamou ela. – Eu e o Six vamos nos casar.

-É? – perguntou Belatriz, sentando-se na janela do corujal. – E vocês vão viver de que? Se você casar com aquele cara vai ser deserdada.

-Grande coisa...

-Amor não enche barriga, Cissy. – Belatriz deu um sorrisinho sarcástico. – Quer dizer, enche, mas de outra forma. E que não alimenta.

-E você vem me falar de amor, Bela? Poupe-me! Você e o Lestrange vão casar, viver uma vidinha qualquer como a dos nossos pais...

-Qualquer, não! Eu e o Rodolfo vamos ter alimento, mansão, criados... Vamos dar seguimento e orgulho à linhagem dos sangues-puros!

-Orgulho? – perguntou Narcisa aumentando o tom de voz para afastar o eco das palavras de Belatriz. – Sinceramente, casar com uma família de Comensais...

-Não importa! Eu realmente não ligo! O Rodolfo não liga para o que eu faço, e eu não ligo para o que ele faz. É assim que deve ser!

-Bela, eles destroem, eles matam!

-Oh! Grande novidade! Então ta, vamos falar de vida digna. Enquanto seu namoradinho fica brincando com animais selvagens e lobisomens, o meu namorado não tem nada na cabeça a não ser o que eu queira que ele tenha. Pense nisso, maninha. Boa noite. – e saiu andando. Narcisa olhou para o Salgueiro Lutador, que balançava lentamente. Uma lágrima caiu-lhe no seio esquerdo, onde sentia um vazio profundo.

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11- Narcisa e Sirius andavam pelo Jardim dos Lírios de mãos dadas. A Mansão Ballin estava quase totalmente escura, exceto por alguns archotes do lado de fora. O casal caminhava lentamente, ambos descalços e a água do riacho cobrindo seus pés. Vez ou outra uma das flores agarrava a perna de um dos dois. Apesar de um pouco fria, a véspera de Natal não trouxera a costumeira neve. Tinham dado um tempo nos estudos para os NIEM para curtir um pouco a sós.

-Sabe? Adoro a calmaria que dá nessa casa à noite...

-Principalmente quando a Bela não está por perto... – resmungou Sirius.

-Pára com isso! – retrucou Narcisa. – A Bela só é carente, não recebe muita atenção... Só porque é mais nova.

-Também, namorando o tapado do Rodolfo... Mas chega de falar deles.

-Não é um assunto agradável... – disse ela e com razão: todas as vezes que falavam sobre Belatriz eles brigavam.

-Concordo. E então, sua tia reclamou muito quando eu cheguei? A hora do jantar é sempre inoportuna...

-Ela não ligou muito na verdade... Só falou algo sobre quartos separados, senão a mamãe a mataria.

-E... Somos os únicos hóspedes aqui?

-Não. A Andy e o Ted estão lá em cima. Eles jantaram fora...

-Escuta Princesa...

-Já te disse pra não me chamar assim. Eu sou sua rainha agora, Six, entenda isso.

-É? – perguntou ele sorrindo.

-Você ainda tem dúvidas?

-Tenho! – ele deu um sorriso insinuante.

-E o que você quer que eu faça? A escolha é sua.

-Quero que você me prove! – respondeu beijando-a.

-E como eu posso provar a ti, meu amado rei?

-Não sei... – disse ele, beijando o pescoço da namorada. – Só quero que prove que é minha...

-Então eu digo. – ela empurrou-o no chão e deitou-se. – Eu sou totalmente sua. Só sua.

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12- Sua roupa incomodava. Estava cansada de andar e as suas costas doíam. Mesmo assim Narcisa estava feliz como nunca em sua vida. Na véspera ela e Sirius souberam que o bebê que ela esperava era um menino. O nome já estava decidido. O principal gosto em comum entre os dois eram criaturas perigosas, especialmente dragões.

-Draco é realmente um belo nome, Cissy. – Lílian sorria empolgada, observando algumas roupinhas de bebês em Hogsmeade. – Ah, nem acredito!

-É, mas eu acredito... E até demais. – resmungou a outra. Olhou para o sol que fazia nas ruas de Hogsmeade. – Minhas costas doem como se eu fosse uma escrava que tem que carregar uma tonelada nos ombros... Estou inchada como se tivesse comido uma tonelada de chocolate... E estou enjoada como se essa tonelada de chocolate se misturasse a uma tonelada de sal.

-Belas comparações, mas a fase dos enjôos não já tinha ido embora?

-Eu também achei isso, mas pelo visto... – ela passou a mão pelo suor frio que encharcava sua testa. Lílian suspirou.

-Relaxe, Cissy, são só mais alguns meses...

-Eu sei... – disse ela, enxugando mais suor. Continuou um pouco ofegante. – É maravilhoso, mas eu achei que fosse menos... Monótono. E que eu estivesse finalmente livre das malditas cólicas... Mas elas agora só... Aumentaram... – Lílian a olhou preocupada. Depois, ao olhar para o chão viu que embaixo de Narcisa estava se formando uma poça de sangue. A amiga seguiu o olhar dela, e cambaleou.

-Cissy! – gritou Lílian, amparando-a. – Cissy, eu não posso fazer muito aqui, e não consigo te levar até mais longe de Hogwarts para podermos aparatar... Você tem condições de andar alguns metros?

-Por favor, Lílian, me ajuda... Chama o Sirius... – Lílian gritou.

-PRECISO DE AJUDA AQUI! – três mulheres se adiantaram. Duas eram funcionárias da loja, e a terceira era uma mulher em adiantado estado de gravidez. Uma das funcionárias e a outra mulher ajudaram Narcisa a se levantar, enquanto a outra funcionária entregava uma toalha molhada a Lílian.

-Ótimo... Vamos, Cissy, teremos que andar mais um pouco... Você – ela disse à mulher que trouxera a toalha. – avise ao professor Dumbledore, de Hogwarts.

-Lily, não me deixa sozinha... Chama o Six... – Narcisa dizia enquanto andavam. A funcionária que as acompanhara disse:

-Vou deixar vocês duas no hospital. – segurou os braços de ambas e aparatou. Pouco depois, no saguão do St. Mungus uma equipe de médicos levava Narcisa em uma maca. Lílian sentou-se e começou a chorar. – Eu sinto muito, mas não posso ficar muito tempo...

-Não, tudo bem... Agora eu devo avisar a quem precisa saber. – disse Lílian. Escreveu um bilhete urgente a Minerva e, pouco depois, Sirius e Dumbledore aparataram. O garoto estava muito nervoso.

-Onde está a Narcisa? Lílian, para onde eles a levaram?

-Estou certo de que a senhorita Black está sendo bem tratada. Vou preencher os formulários, afinal, sou o responsável por ela enquanto está na escola.

-Sirius... Eu sinto muito, mas... – Lílian foi interrompida pela chegada de Minerva, que também estava aflita. A ruiva explicava tudo à amiga quando o medibruxo chegou.

-Presumo que são amigos da senhorita Black?

-Exato. Ele é o pai da criança. – explicou Minerva. – E ela é a madrinha. Por favor, como está a nossa amiga?

-Bem. A senhorita Black está descansando, ela passou por muitas provações essa tarde. Estou certo de que poderão vê-la quando acordar, desde que vocês me prometam que todos não vão exaltá-la demais ou fazer-lhe perguntas.

-E meu filho? – perguntou Sirius. O medibruxo sacudiu a cabeça. – EU QUERO SABER DO MEU FILHO!

-Six, calma! Já estamos nervosos demais por nós mesmos. – disse Minerva.

-Eu sinto muito, mas nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para salva-lo, mas mesmo assim não foi suficiente. Agora, se me dão licença, preciso informar ao professor Dumbledore. – e saiu andando. Sirius desabou na cadeira e jogou a cabeça para trás, as lágrimas caindo pelo rosto, o corpo balançando-se devido aos soluços.

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13- Narcisa estava recostada em uma cabeceira na mansão de sua tia. A bandeja do café da manhã intocada estava em cima da mesa. Pouco depois uma das criadas entrou.

-Senhorita, seu primo Sirius Black deseja falar-lhe. Devo mandá-lo subir ou a senhorita irá ao seu encontro?

-Mande-o subir, por favor. – ela disse, enquanto soltava os longos cabelos. Sirius entrou um tempo depois, um tanto pálido.

-A Minerva está lá embaixo, e... A Belatriz também. Dippet virá mais tarde, e nós voltaremos com ele.

-Que bom... – um silêncio constrangedor, que Sirius quebrou, entregando vários papéis.

-As matérias que você perdeu, a Lílian mandou.

-Obrigada... – ela suspirou. - Escuta Six...

-Não vamos falar disso agora, ok?

-Não finja que nada aconteceu, por favor, isso é horrível... Não precisamos atribuir culpas, isso foi...

-Isso não é verdade, se eu estivesse...

-Não importa o que fizemos ou deixamos de fazer.

-IMPORTA SIM! – gritou ele, dando um murro na parede. – É CLARO QUE IMPORTA! SE EU... Se eu não estivesse brincando de lobisomem com o Remo... O Draco teria uma chance!

-Não repita isso nunca mais. – disse Narcisa friamente. – Você só o estava ajudando, se fosse eu teria feito a mesma coisa.

-Eu devia estar com você lá.

-MAS NÃO ESTAVA! – gritou ela, encravando as unhas nas palmas das mãos. Se houve algum aprendizado para ela naquela situação era que devia agir friamente. Pelo resto da sua vida. – Não foi você que carregou um bebê por cinco meses, não foi você que fez planos de se casar e ser feliz, não foi você que não dormiu por noites imaginando risinhos de criança... – ela parou para tomar fôlego, e sentiu as unhas se quebrarem. Pouco depois o sangue começava a correr para fora dos cortes nas mãos. – Não foi você que sentiu a vida do seu filho... A vida do seu filho... Cara, ela sair de você... E a impotência que se sente nessas horas é horrível, Sirius... – ela mostrou os cortes nas mãos. – E não é você a pessoa que aparenta ser bem mais forte do que jamais será ouvir as pessoas te chamando de coitadinha... – Sirius a olhou, abismado.

-Cissy, eu não sabia...

-O problema da gente é esse, Sirius Black. Você não sabe de metade das coisas que se passam comigo. Por favor, saia daqui. – ela se deitou, arfando.

-Sair... Do quarto ou da sua vida?

-Ainda estou decidindo. – disse ela. Ele saiu andando do quarto, e logo depois Belatriz entrou. – Bom dia, Belatriz.

-Narcisa, minha irmã...

-Eu sei que você está feliz, Bela. Não finja.

-Eu avisei que você se machucaria... Mas ainda dá tempo, há um cara bastante gentil, educado, de sangue puro, rico...

-Um Malfoy? – perguntou Narcisa, dando as costas à irmã.

-Exatamente.

-Me deixa em paz. – Belatriz abriu um sorriso e saiu.

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14- Narcisa entrou correndo no quarto de Minerva, em uma pequena casa em Londres. A mulher comemorava com Lílian o fato de ter sido chamada para lecionar Transfiguração em Hogwarts.

-Parabéns, Minerva! – Minerva olhou torto para o anel de noivado de Narcisa. Falou com cara feia:

-Então você aceitou mesmo? Vai casar com o oxigenado?

-NARCISA BLACK! Não acredito que você aceitou! – gritou Lílian.

-Êêê, TPM! É sim, olha que lindo... Esse anel está com os Malfoy há gerações e...

-Não acredito Cissy! – disse Lílian entre lágrimas. – Vai fazer o que a Bela disse? Se separar do Sirius pra viver com o Lúcio?

-Você é louca? – disse Minerva ao lado delas.

-Louca eu estaria se fosse ficar com aquele pé-rapado... Gente, eu preciso continuar a tradição! – disse Narcisa, exibindo o anel de noivado.

-Você não é a minha amiga. A Narcisa que eu conheci se perdeu nesse clone de Belatriz barato. – Narcisa virou-se e deu um tapa com toda a força em Lílian. A ruiva sacudiu a cabeça e saiu da casa.

-Só espero que você saiba o que está fazendo, Cissy.

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15- -Minerva, eu estou grávida! – a mais velha vibrou com a notícia.

-Sério?

-Acabei de voltar do hospital! Passei em Hogwarts para lhe contar!

-E como vai se chamar? Nossa, vai ter que usar Black... Mesmo sobrenome da mãe e do pai!

-Não! Você não está entendendo! – disse Narcisa, sorrindo com orgulho, mas seus olhos não exibiam o brilho da felicidade. – Vai se chamar Malfoy!

-Mas... Você e o Sirius não...

-Foi há três semanas... A última vez que eu vi o verme foi há um mês! – não percebeu que Minerva se virara com raiva, mas sem deixar transparecer.

-Então... É filho do Lúcio...

-Exatamente!

-E qual vai ser o nome? Já se decidiu?

-O Lúcio me deixou escolher... Ele aceitou de bom grado, desde que eu desse um herdeiro a ele...

-Sim, mas me diga o nome! – exclamou Minerva impaciente. Viu o olhar de Narcisa e murmurou: - Você não fez isso...

-Fiz o que?

-Você sabe MUITO BEM! Narcisa, eu não acredito que você chegou a esse ponto!

-A que ponto? – Minerva suspirou aliviada.

-Por um momento eu pensei que... Ah, esquece. Então, qual vai ser o nome do bebê?

-Se for menina eu ainda estou em dúvida... Entre Andrômeda e Minerva. – a amiga sorriu.

-E se for um menino?

-Eu já tenho o nome perfeito. Draco Lúcio Malfoy. – Minerva parou de sorrir imediatamente.

-Não acredito nisso... A Lily estava certa... Você virou um clone da Belatriz. – Narcisa saiu andando sem olhar para trás. Arrependeu-se amargamente de sua atitude quando, dois anos depois soube da morte dos Potter.

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16- Sirius estava sentado em sua cela em Azkaban. Jogava uma bolinha na parede e a aparava no ar, lembrando-lhe um pomo. Ouviu passos delicados, e sentiu o frio ao qual já se acostumara quando um dementador se aproximava. Surpreendeu-se quando uma mão cavernosa abriu o cadeado e uma alta mulher entrou. Seu vestido negro por pouco não arrastava no chão sujo e, preso à sua mão um garotinho choramingava. Atrás deles um segurança alto parou no portão.

-Mamãe... Eu não gosto daqui! Vamos embora, mamãe... – Sirius correu até a mulher.

-Cissy! Você... Princesa, eu... – Narcisa levou um dedo até os lábios do homem.

-Olá, Sirius. Draco, você poderia...

-Dar uma voltinha com o Albert, já sei... Não entendo por que você e o papai não me deixam assistir às conversas de gente grande!

-É porque você ainda não é grande... Como é o seu nome mesmo?

-Draco. – disse ele, estufando o peito. – Draco Lúcio Malfoy. Sou grande sim, tenho oito anos. – e saiu andando.

-Narcisa, como você pôde...?

-Sirius, eu...

-Draco era o nome do nosso filho! Não do filho daquele... Daquele...

-Daquele que é meu marido. – disse ela friamente.

-Obrigado pela parte que me toca priminha.

-Eu disse marido... Mas não disse rei. – ele sorriu, virou-se e a beijou.

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17- Narcisa ouviu seu nome ser chamado na sala de espera do St. Mungus. As mãos, dentro das luvas negras que usava, suavam frias como nunca antes. Fez os exames e sentou-se, esperando a medibruxa. Algum tempo depois ela voltou, com um envelope um pouco grande em mãos.

-Senhorita Black.. Acho melhor a senhora mesma ler os resultados. Prefere ler aqui mesmo ou...

-Para que adiar mais? – perguntou Narcisa, mais para si mesma do que para a medibruxa. Puxou um monte de papéis, e procurou um que lhe interessasse de imediato.

-É aquele ali, o segundo papel...

-Positivo... – sussurrou Narcisa. Recompôs-se e apertou a mão da medibruxa. – Obrigada, doutora. Só espero...

-A ética profissional me impede de dizer qualquer coisa a qualquer pessoa, senhorita. Quando precisar estarei aqui. – Narcisa saiu da sala e aparatou perto dos jardins da mansão Malfoy. Entrou na casa e disse à elfa:

-Bonnie, preciso que você arrume as minhas roupas. Farei uma longa viagem. – a criatura assentiu e saiu. Narcisa foi atrás de Lúcio. Encontrou-o em um dos escritórios.

-Já não disse que... – ele levantou os olhos. – Ah, é você, Narcisa.

-Vim avisar ao meu distinto marido que vou fazer uma viagem longa...

-Tudo bem. Quanto tempo?

-Um ano.

-Ótimo. Você irá amanhã?

-Exatamente.

-Então a verei depois do jantar. Agora me deixe, eu preciso me concentrar. – Narcisa saiu andando lentamente do escritório enquanto tirava as luvas e acariciava com as pontas dos dedos as cicatrizes nas palmas das mãos.

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18- Narcisa tomava um café fumegante em um pequeno chalé.

-Ainda não acredito que você pôde ficar com ela para mim... Estou realmente agradecida, Martha.

-Nunca é tarde para recomeçar, Narcisa. – disse Martha. – Ainda pretende pôr os mesmos nomes?

-Não. Andrômeda, Minerva... Elas me magoaram muito... E eu magoei a Lily demais para pôr o nome da minha filha em homenagem a ela.

-Então posso sugerir algum?

-À vontade, você é quem vai criá-la...

-Railynn.

-Um belo nome. Railynn Martha Fork. Um nome bem...

-Suíço. – completou a outra, e as duas sorriram.

-Só me faça um favor, Martha. Ela deve estudar em Hogwarts.

-Por mim tudo bem. Narcisa desculpa a pergunta, mas você ficará ainda quanto tempo na cidade?

-Não sei ainda... A Railynn tem de desmamar antes. Mas eu pretendo voltar assim que possível.

-Você pode ir, sabe... A minha filha Zukka não é duas semanas mais nova que a Railynn... Eu poderia amamentar as duas.

-Como irmãs. É, acho o melhor a fazer. Então, estarei voltando à Inglaterra amanhã. – a partir desse ponto a lembrança virou uma névoa negra. Apenas o rosto de Narcisa pairava. Ela disse:

-Esse segredo está com o feitiço Fidelus, você não poderá contar isso a ninguém... A não ser com a minha permissão.


19- Narcisa e McGonagall conversavam em voz baixa em corredor de Hogwarts.

-Eu não vou aceitar, já te disse isso mil vezes!

-Pode dizer mil, milhões de vezes, mas eu vou continuar a insistir, Narcisa!

-Não acredito que depois de tudo o que eu fiz à Lily ela escreveu isso... Isso aí.

-Pode acreditar. Você mesma reconheceu a letra. Você mesma lembrou que conversávamos sobre isso há séculos. Então, por que não?

-Porque, se você não se lembra, querida Minerva... Eu e a Lily brigamos assim que eu fiquei noiva do Lúcio!

-Mas isso demonstra que ela te perdoou! Entenda isso! Por que a Lily deixou o cargo de madrinha do Harry vago? O cargo ao lado do Sirius!

-Porque ela não conseguiu pensar em ninguém melhor, eu imagino!

-Em quase quatro anos? – ironizou Minerva. – Acho praticamente impossível! E agradeça a Merlin por eu ter encontrado isso e não outra pessoa! – Narcisa ia dar uma resposta mal criada à amiga, mas foi interrompida pela chegada de Draco, Crabbe e Goyle.

-Querido! Você deveria estar em aula! – disse ela, acariciando a cabeça do filho.

-Não, a professora Sprout nos liberou mais cedo hoje. – respondeu ele. – Tchau, mãe. – o garoto e seus amigos saíram andando.

-É incrível como eles crescem rápido... – disse Narcisa, olhando para o filho. Minerva olhou pela janela onde, na estufa três era perceptível que sonserinos e corvinais dividiam uma aula.

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20- Narcisa praticamente corria pelos corredores de Azkaban. Enfim chegou à cela onde Lúcio estava.

-Você foi preso, Lúcio, ele vai te matar!

-VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI?

-E agora? – perguntou Narcisa aflita. – O que deu errado?

Estou cansado de sempre ouvir canções tristes no rádio
O dia todo elas estão lá pra lembrar como ele é um cara sensível
Sempre sozinho, ya


-Estávamos quase conseguindo quando o Potter começou a... Resistir com seus amigos.

-Por Merlin, Lúcio! – exclamou Narcisa incrédula. – Eles são só adolescentes!

Eu odeio nosso restaurante favorito, nosso filme favorito, nosso show favorito.
Nós ficaríamos acordados durante a noite, nós riríamos e ficaríamos bêbados - nunca atender ao telefone.


-E você acha que eu não sei?

-Então como você e... – ela olhou para a cela ao lado. – E eles foram capturados?

-Os amiguinhos de Dumbledore chegaram lá... Aqueles da Ordem da Fênix. – Narcisa sentiu uma dor no peito.

Eu não posso perdoar, não posso esquecer, não posso ceder - o que deu errado?
Por que você disse que estava certo
Você detonou a minha vida


-E então?

-Nós duelamos... Estávamos prestes a ganhar quando a Belatriz...

-A Belatriz fez o que? O que aconteceu com a minha irmã? Lúcio me diga logo!

Estou cansado de sempre ouvir canções tristes e melosas no rádio
Esse lugar está cursado, plugado, eu não posso escapar, meu coração explode.


-Ela foi a única que fugiu, eu acho, a desgraçada... E foi a única que matou também.

-Matou?

-Isso que você ouviu. – disse ele, sentando-se no chão. – E agora por causa disso vai ser cada vez mais difícil sair daqui... E o Lorde foi visto lá...

-Quem a Bela matou?

-O seu primo Sirius. – disse ele, ostentando um pequeno sorriso. – Pelo menos uma notícia boa durante a noite.

Eu não posso perdoar, não posso esquecer, não posso ceder - o que deu errado?
Por que você disse que estava certo
Você acabou com a minha vida

-Não... – ela saiu correndo. Ouviu a voz de Lúcio chamando seu nome, mas nem ligou. Sirius, seu rei... Morto! Isso não estava acontecendo, não podia estar. Narcisa aparatou diretamente em seu quarto, e só levantou da cama uma vez, que foi para receber a carta molhada das lágrimas de Minerva.

Eu estou desistindo ferozmente do mundo em volta de mim, o que deu errado?
Eu estou desistindo ferozmente do mundo em volta de mim, o que deu errado?
Eu estou desistindo ferozmente do mundo em volta de mim, o que deu errado?
Eu estou desistindo ferozmente do mundo em volta de mim, o que deu errado?
Eu estou desistindo...


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