Domando o Destino escrita por deh_ruiz


Capítulo 8
Capítulo 7 – Impedindo o destino.




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Capítulo 7 – Impedindo o destino
    O sol aparecia no horizonte e Kara já estava de pé, sua armadura arrumada, pronta para ser usada. Suas coisas empacotadas. Gabrielle ainda dormia devido ao chá de ervas, então, Kara suavemente andou até ela e pousou uma mão em seu ombro. Disse suavemente.
    - Gabrielle, hora de acordar.
    - Xena – murmurou de olhos fechados.
    Kara não havia previsto essa, Gabrielle a puxou e a abraçou, ainda em seu sono, deu-lhe um beijo nos lábios, e Kara a afastou suavemente, rindo.
    - Gabrielle acorda! Eu não sou Xena!!
    A barda abriu os olhos, completamente confusa, e viu Kara. Notou que estava a abraçando muito forte, e logo em seguida lembrou-se do que fez. Seu rosto a traiu no seguinte instante tornando-se rubro.
    - Ai deuses, me perdoe Kara, eu... Eu... Deuses- disse enterrando a cabeça nas peles, deixando Kara livre.
    - Ok, ok, fique tranqüila. Aquele chá que eu te dei é bem forte... Vai demorar uns minutos para você estar completamente disposta. Enquanto isso tome seu café – disse apontando ovos fritos encostados em um canto. – Eu já comi. Vou banhar-me no lago e já volto.
    - Está bem - disse sem graça.
    Kara notou o desconforto da barda e sentou-se a seu lado.
    - Sonhou com ela, não foi? – perguntou suavemente.
    - Sim... Ela estava comigo ao redor da fogueira e conversávamos como antes... Antes de ela morrer. Sobre o cosmos, as estrelas.
    - Deve ter sido lindo – disse feliz.
    - Foi, mas dessa vez foi diferente, você estava lá – a barda disse animada
    Kara surpreendeu-se com isso
    - Eu? Fazendo o que?
    - Conversando conosco... Como uma verdadeira família – disse sorrindo feliz.
    Kara entristeceu-se, mas não deixou transparecer, trocou mais algumas palavras com a barda e foi banhar-se.

    O sol estava quase a pino quando estavam prontas, com o plano repassado e chamaram Ares e Afrodite. Eles apareceram imediatamente.
    - Ótimo, até que enfim! Vocês demoraram demais. Para onde vocês querem ir? – disse Ares agitado.
    - Higuchi, a oeste da cidade, onde os malditos arqueiros estavam. Antes de Xena morrer, eu preciso estar lá para intervir na hora certa.
    - Certo. Primeiro vamos para Higuchi. Venham, façam um circulo e dêem as mãos.
    Kara olhou com cara de deboche.
    - Não me olhe com essa cara criança, eu preciso ter certeza que ninguém vai parar no lugar errado.
    Os quatro fizeram uma roda e deram as mãos. Ares estava se concentrando, pois, transportar uma pessoa era fácil, mas três já era uma tarefa meio penosa. Durante a viagem de espaço tempo alguém poderia se soltar e acabar em um lugar completamente indesejado. Gabrielle e Kara fecharam os olhos, temendo o que viria. Elas sentiram uma forte vertigem, um enjôo pior que o do mar atingiu Gabrielle, fazendo-a ter vontade de vomitar. Mas a barda segurou firme.
    - É aqui mesmo Gabrielle? – perguntou Ares quando chegaram.
    Gabrielle soltou as mãos de ares e Kara e, ainda cambaleante, andou por entre as arvores. Viu marcas de sangue que, mesmo com a chuva, nunca saem e cortes feitos por flechas nas arvores, marcas de espada. Andou mais um pouco e encontrou um monte de terra. O lugar onde Xena escondera suas coisas, Gabrielle sabia. Apesar disso, as roupas a muito haviam sido retiradas por Gabrielle, e deixadas em Amphípolis, junto com a urna de cinzas. Ao lado do caixão de seu irmão e sua mãe.
    - Sim, é aqui.
    - Espera, acho que devemos nos esconder atrás daquelas arvores. Pense comigo Gabrielle, se Xena esta bem aqui – apontou para onde Gabrielle estava – e aparecermos do nada, pode haver graves conseqüências...
    - Sim, concordo.

    As duas caminharam e encontraram um bom esconderijo. Ares as olhou com seriedade.
    - Vá Gabrielle, e traga-a de volta.
    - Certo. – respondeu Gabrielle gravemente.

    Ares fez um gesto com a mão direita. Gabrielle e Kara se seguraram uma na outra e sentiram-se estranhas, a maldita vertigem era pior quando a viagem mexia com o tempo. Elas sentiam como se uma multidão estivesse as puxando para a direita e outra estivesse as puxando para esquerda. Seus ouvidos taparam e pressão exercida sobre seus corpos era imensa. Depois tudo cessou e só sentiram frio, abriram os olhos e viram uma névoa densa que cobria a mata e as arvores. A loira apurou os ouvidos e ouviu um exercito se movendo, armas balançando, cavalos e carroças. Abriu os olhos e viu Xena parada fazendo o mesmo que ela. Dos olhos da barda brotaram lágrimas densas que escorriam sem medida. Sentiu uma mão quente em seu ombro e virou-se para olhar. Viu Kara confortando, seus olhos diziam ‘vai dar tudo certo’. Gabrielle exibiu um sorriso rápido. E as duas continuaram em silêncio, observando.
    Gabrielle viu quando Xena lançou seu chakram quebrando uma das carroças, sabia que haveria uma explosão, então se jogou no chão junto com Kara.
    - Tem certeza que a Gabrielle... Ah... Você... Bom... Ah droga.
    - Diga logo!
    - Tem certeza que a Gabrielle não vai chegar aqui? – disse esperando que a mentora entendesse.
    - Tenho Kara, ela está longe, só vai chegar aqui muito depois. Apesar de ela estar vindo correndo para cá. Vamos, Xena esta indo em frente.

    As duas seguiram Xena que estava atirando flechas para todos os lados, e dando mortais. Kara estava impressionada. Gabrielle ouviu arcos sendo tensionados, dos dois lados do campo. Até agora Gabrielle não sabia bem como Xena morrera, e exatamente agora descobriu como foi que conseguiram matá-la.
    As flechas varriam o chão por onde passavam, vinham de todas as partes, assim como chuva em um dia de verão. Kara viu quando Xena conseguiu pegar duas, viu que a morena procurava por abrigo, mas seria difícil, já que os arqueiros a tinham cercado.
    Xena desviou várias flechas seguidamente, mas uma conseguiu penetrar seu ombro esquerdo. A barda viu quando a guerreira se encostou com dor em uma árvore. Os olhos verdes de Gabrielle começavam a ficar turvos pelas lágrimas. Kara a segurou, sentia que se a soltasse nesse momento a barda sairia correndo para ajudar a amiga. Mas ela não podia. Xena sabia que Gabrielle estava muito longe e não chegaria a tempo. Seria estranho, e nada prudente.
    Xena quebrou a haste da flecha e tentou correr, mas uma flecha atingiu seu joelho esquerdo, fazendo-a cair no chão. Quebrou, também, a haste desta flecha e levantou. Foi coxeando o melhor que pode até uma carroça virada. Gabrielle e Kara em seu encalço, escondidas em meio ás arvores. Mais duas baterias de flechas vieram. Xena segurou duas delas, mas uma atingiu seu ombro direito, quebrou a haste, e logo recebeu mais uma flechada em seu antebraço direito. Gabrielle via que a dor de Xena era insuportável, ainda assim viu quando a guerreira se levantou determinada e retirou a espada da bainha. Recebeu mais uma flechada em sua barriga, mas continuou prosseguindo. Diversos homens vieram do outro lado do campo de batalha para atacá-la. Xena matou um a um, com um golpe apenas. Derrubou vinte e um homens e gritou a plenos pulmões.
    - GABRIELLE!!!
    A barda, escondida nas arvores, sentiu seu coração pesar, as lagrimas caiam. Kara a abraçou e disse que ficaria bem. De algum modo, a loira se agarrou naquelas palavras como em um uma tábua de salvação.
    - Gabrielle!! – Xena gritou novamente.
    A barda se desvencilhou do abraço de Kara para salvar a amiga. Não agüentava mais vê-la morrer aos poucos sem poder fazer nada. Mas Kara a puxou fortemente pelo braço e a agarrou. Gabrielle se debatia, mas Kara continuava por segura-la. Ainda não era à hora. Sabia que era difícil para a amiga, mas não era o momento. Ainda não!
    Xena já havia derrubado metade do exército que a atacava quando seus sentidos começaram a falhar cada vez mais, recebendo diversos golpes. Então covardemente vários soldados caíram em cima dela, atacando-a. Kara viu quando Xena estava prestes desmaiar, e o líder dos soldados vinha em sua direção, então soltou Gabrielle no exato momento em que Xena caiu no chão. Gabrielle lançou seu chakram a tempo de parar a espada do homem que decapitaria sua amiga. Ele olhou em sua direção assustado, pois viu o chakram no cinto da mulher, e agora havia sido atingido com um. Como isso pode acontecer?
    Gabrielle correu até o homem, pegando o chakram no caminho, desembainhou sua espada e o atacou ferozmente. Ele não teve muito tempo de vida depois disso, com apenas três golpes Gabrielle o matou, ferindo-o na barriga.
    - Por favor, me dê à honra de uma morte de guerreiro, corte minha cabeça em um só golpe.
    - Não, porque você não foi justo com a minha amiga, e você vai morrer aqui desse jeito, com minha espada em seu coração. Você não merece honra alguma!
    Gabrielle retirou a espada da barriga do homem e depois a penetrou em seu coração. O sangue do homem espirrou lavando Gabrielle de sangue.
    Kara nunca vira sua mentora desse jeito. Ela era sempre calma, apesar de às vezes distante e triste, nunca fora selvagem assim. Kara se aproximou e Gabrielle apontou a espada para ela. Kara levantou as mãos prontamente.
    - Calma Gabrielle, sou eu!
    O ódio no olhar de Gabrielle suavizou, a barda pediu desculpas e começou a chorar novamente.
    - Gabrielle está tudo bem, deu certo, viu! Impedimos que ele retirasse sua cabeça, o que era importante. Agora levamos o corpo para onde?
    - Temos que sair daqui o mais rápido possível, daqui a pouco Gabrielle vai chegar aqui... Deixe o chakram, assim ela saberá que Xena caiu aqui. As coisas devem proceder normalmente, a única diferença é que o exercito não possui o corpo dela. Devemos ir até perto do acampamento deles. É para lá que ela vai hoje à noite.


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Notas finais do capítulo

Uh!!! O próximo Capitulo é bem maneiro, espero que voces gostem. Não esqueça de comentar ^^.



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