- Hey, Harry, querido, acalme-se. – pediu o loiro com costumeira ternura.

            O moreno olhou-o de soslaio e irritado.

            - Como pode querer que eu me acalme? Eu vou na mansão dos Malfoy. -  disse balançando a mão em forma de coxinha – O lugar que jurei nunca mais voltar. Onde os comensais da morte se reuniam. – murmurou

            Draco freou brusca e repentinamente encarando o vazio da estrada.

            - Nós já conversamos sobre isso Harry, mas se você quiser retomar, tudo bem. Vamos discutir, então, o fato de você estar apaixonado por um ex-comensal da morte.

            Harry suspirou vencido. Ele tinha consciência que mesmo que amasse aquele loiro acabaria sendo morto por ele.

            - Desculpe... Eu não quis... você sabe...

            - Escuta Harry, se quiser não precisa fazer isso, afinal, não seria a primeira nem a ultima que desobedeceria meus pais por você. – Draco sorriu de uma maneira formidavelmente cínica. Ele sabia exatamente como manipular o namorado.

            - Ah, Draco... – Harry sorriu suavemente olhando as mãos molhadas. – Eu tenho que fazer isso, hoje será um dia importante pra todos nós. Até pra eles, não sei será importante de uma forma agradável, mas será... Como dizer? Inesquecível e inevitável.

            - Prevejo... – sussurrou reanimando o motor do carro e continuando o caminho da estrada.

            - Narcissa, por acaso você viu que horas são? O que está fazendo na cozinha?

            - Oras, Lucius, você não se lembra? Draco vai trazer – A mulher engoliu em seco – Harry aqui...

            Lucius revirou os olhos.

            - Mande Dobby fazer isso. – Ordenou - Agora venha pra cima, - sua voz tornou-se grave e pervertida – preciso de você...

            Ela sorriu, chamou o serviçal e saltitou pelas escadas até o cômodo superior.

            A comida estava ótima, mas o clima não poderia ser caracterizado nem de longe por esse adjetivo. O clima estava pesado, e os olhos de todos se encontravam perigosamente amedrontados.

            - Então Harry, - Narcissa, como se esperava, quebrou o desconfortável silêncio – você vai para o ministério?

            - Na verdade não Sra. Malfoy. Pretendo trabalhar em Hogwarts, como chefe de casa e professor de vôo. – disse com um doce e sincero sorriso.

            - Griffindor eu suponho... – murmurou o loiro maior entre uma ou outra garfada.

            O sorriso de Harry desapareceu para uma cara amarrada.

            - É, Sr. Malfoy, como Griffindor. – a voz de Harry era amarga e Draco o olhava sério.

            - Não precisa me chamar de Sr. Malfoy, Potter. – ele sorriu falsamente olhando o moreno nos olhos. – Todos nós sabemos o que você tem com meu filho.

            Draco enrubesceu.

            - Que bom que sabe... – iniciou em tom perigoso

            - Cof, cof... – Draco tossiu e limpou a garganta chamando a atenção de Harry e o reprovando com os olhos claros.

            Harry sorriu-lhe e depois voltou seu olhar para o dono da casa.

            - Aproveitando, Sr.Malfoy – disse erguendo a voz para que todos o ouvissem bem – Eu não vim aqui para apenas oficializar o que tenho com Draco. – Ele se ergueu e para Draco tornou-se bem claro o que ele pretendia fazer.

            O cenho de Lucius ficou sério e fechado enquanto o de Narcissa era completamente interessado no que o garoto queria.

            - Eu vim aqui pedir a mão do teu filho em casamento – retirou uma pequena caixa negra do bolso do blazer cinza – Com a sua benção é claro.

            Um enorme sorriso formou-se instantaneamente nos lábios do loiro que levantou-se inconscientemente e o abraçou feliz.

            - Não importa, eu aceito! Aceito mesmo! Quero ser seu noivo Harry!

Os olhos de Lucius saltaram. Que merda era aquela?