13 de julho de 2026 * segunda-feira

Casa de Scorpius Malfoy, NY – 09:10 da noite

            Todos conversavam e riam alegremente. Dallas ria junto com eles, mostrando para todos que quisessem ver os seus dentinhos recém crescendo. Marcelly dormia calmamente no sofá. Os risos foram interrompidos pelo som do garfo caindo no chão. Rose deixara o garfo cair. Seus olhos estavam fixos num ponto a sua frente.

- Rose? – chamou Scorpius. A mão de Rose procurava a de Scorpius e quando encontrou ela, a mão da morena apertou a do noivo, procurando segurança. – Está tudo bem? O que você vê?

- Eu estou num porão. – relatou ela. – Eu já estive aqui antes.

- O que mais? – perguntou Marcelo.

- Está frio. Sinto o cheiro da praia. Tem areia no chão. Pouca mais tem. É 11 de julho.

- Tem alguém? – perguntou Scorpius.

- Duas pessoas.

- Como elas são? – perguntou Marcelo.

- Um homem, alto e forte. Velho. No chão.

- E a outra?

- Uma mulher. Alta e magra. Está nua. Tem cabelo escuro, pele clara e lábios vermelhos. Ela está em cima dele. – disse Rose ainda olhando fixo. Marcelo ficou vermelho.

- E... O homem... E a mulher, eles... – começou Marcelo ficando cada vez mais vermelho.

- Eles estão transando. – disse Rose direta.

- Por que diabos ela está vendo isso? – perguntou Lílian estupefata.

- Ela está dando prazer para ele. – disse Rose ainda olhando fixo. Soltou um gemido.

- Rosa, não precisamos ouvir isso. – murmurou Marcelo. Rose pareceu não ligar.

- Ele está murmurando coisas. – disse ela. Marcelo engoliu em seco.

- Como o que? – perguntou Eros pela primeira vez naquela noite também.

- Eros! – exclamou Isabelle batendo no braço dele.

- Pisinoe. – disse ela. – Pisinoe. Ele não para de falar isso. Ela disse “Adeus” e o homem está se contorcendo. Asas aparecem nas costas dela. – disse Rose se mexendo nervosa.

- Rosa, está tudo bem? – perguntou Marcelo.

            Rose não respondeu, caiu da cadeira e começou a se contorcer e gritar. Aquilo era pior que um crucio. Ela sentia materiais pontiagudos entrando e saindo do seu corpo sem parar. Um grito estridente apareceu na mente de Rose.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... – gritou ela.

- Finite Incantatem! – gritou Scorpius. Rose arfava enquanto estava deitada no chão. Engolia em seco, sua boca estava seca. – Amor, você está bem? – perguntou Scorpius se agachando e ficando na altura de Rose. A morena apenas abraçou ele e começou a chorar. – Meu amor, você está bem? – repetiu ele.

- Não. – murmurou ela. Ele puxou ela para o seu colo e deixou que ela chorasse.

- Calma. – acalmou Scorpius passando a mão nos cabelos castanhos dela. – Pronto. Já passou.

- Foi horrível. – disse ela apertando-se contra o peito dele. – Eu senti o prazer e a agonia. Como se eu estivesse no corpo do cara. E a mulher... Foi assustador. Aqueles olhos... – começou Rose, mas logo colocou as mãos na cabeça. – Ai.

- O que foi? – perguntou Scorpius preocupado.

- Minha cabeça. Dói. – disse ela apertando os olhos, numa tentativa de fazer a dor sumir dali. Inútil.

- Vamos para o quarto. Você precisa descansar. – disse Scorpius ajudando ela a se levantar.

- Não. Eu estou com fome. – murmurou ela. – Vamos terminar de jantar.

- Mas... – começou ele, mas o olhar que ele recebeu fez ele ficar quieto.

            O jantar voltou a transcorrer normal. Dallas ria das caretas que Jake fazia para ela, o que amenizou o ar tenso. Minutos depois, Marcelly acordou e se juntou ao pessoal na mesa. Ria também do que o pai fazia para as duas.

            As horas se passaram. Jake e Lilian se despediram dos dois casais, já que Eros e Isabelle foram cedo para casa. Marcelo e Rafaela ficaram conversando na sala. Ficaram vendo Rose brincar com Dallas.

- Vocês vão ficar com ela? – perguntou Scorpius.

- Vamos. – disse Marcelo decidido e vendo Rafaela dar um sorriso. Olhava carinhosamente para a “filha”. Ela se sentou do lado de Rose e começou a brincar com Dallas. Rose se levantou e sentou no colo de Scorpius. – E vocês?

- O que tem nós? – perguntou Rose.

- Pretendem ter filhos?

- Vamos ter uma menina. – disse Scorpius.

- Você está grávida? – perguntou Marcelo assustado.

- Não! Futuramente iremos ter uma. E se for um menino Malfoy? – perguntou Rose com a sobrancelha.

- Não tem problema. Eu quero ter uma prova do meu amor por você. – disse ele dando um selinho nela que sorria.

- Marcelo! – exclamou Rafaela que sorria abobada. – Olha! Dallas está engatinhando!

- Ela não é muito nova? – perguntou Scorpius.

- E daí? – perguntou Marcelo rindo dele e se agachando para ficar sentado no chão. Abriu os braços e Dallas foi engatinhando até ele.

- Vem Dallas. Vem com a mamãe. – disse Rafaela. Segundos depois se tocou do que falou. Ela deu uma fungada, se levantou e foi para a cozinha. Marcelo se levantou.

- Cuida dela Rosa. – pediu Marcelo indo atrás de Rafaela. Rose ergueu Dallas que ria alegremente. Minutos depois Rafaela apareceu fungando com uma carta na mão.

- O que é isso? – perguntou Scorpius curioso.

- Uma carta do pai de Dallas. Ele pedia para chamarmos Dallas de filha e que era para acostumar ela a nos chamar de mãe e pai. – respondeu Rafaela vendo Marcelo se agachar e abrir os braços.

- Vem com o papai. – dizia ele sorrindo para a menina. Rafaela sorriu com a cena. Dallas começou a engatinhar e bateu de cara na mesa de vidro. A pequena batida fez um corte profundo na testa da menina que começou a chorar muito.

- Oh meu bem. Vem com a mamãe. – disse Rafaela. As palavras a assustariam se a cena não fosse tão preocupante. – Alguém pode ajudar? – pediu Rafaela nervosa.

- Episkey. – murmurou Marcelo. Dallas ainda chorava. O ferimento parou de sangrar, mas deixou uma marca ali.

- Pronto meu bem. – disse Rafaela aninhando Dallas nos braços. A menina se aconchegou no peito de Rafaela. – Acho melhor irmos. – disse Rafaela.

- Também acho. – disse Marcelo. Deu um beijo em Rose e um aperto de mão em Scorpius. – Boa noite.

- Noite. – respondeu o casal.

- Boa noite gente. – disse Rafaela.

- Noite. – disse o casal novamente. Marcelo aparatou com elas.

            Rose suspirou e olhou para Scorpius que acariciava a pele dela.

- Esta tudo bem? – perguntou ele. Ela assentiu e sentou no carpete e se encostou no sofá. Ele sentou atrás dela, fazendo Rose ficar entre as pernas dele. Rose encostou-se no peito de Malfoy cuja mãos estavam pousadas no joelho dela e o queixo no ombro. Rose pegou a varinha, fez o clima ficar muito frio, acendeu a lareira e fez duas taças de vinho aparecerem ao lado dele. Ela pegou uma taça e começou a bebericar.

- Bem melhor. – disse ela. – Não acha curioso tudo?

- Tudo o que? – perguntou Scorpius beijando o ombro dela.

- Nos conhecemos aqui e agora vamos nos casar.

- Foi por acaso que nos esbarramos. – murmurou ele. Ela virou o rosto e ficou a centímetros do rosto dele.

- Nada acontece por acaso. – respondeu ela e o beijou.

            O beijo começou a ficar mais intenso. A mão dele colocou a taça de vinho na mesa, depois ele foi pegar a taça de Rose no mesmo momento que a morena levava a sua taça até a mesa. O resultado? O vinho derramou-se em Rose e a taça caiu no carpete. Rose se afastou dele.

- Merlin! – murmurou ela. Seu pescoço estava sujo de vinho que escorria pelo colo dela manchando toda a sua blusa branca. – Eu vou me limpar... – disse ela fazendo menção de sair dali. Scorpius a puxou pela mão e se postou em cima dela.

- Deixa que eu limpo. – disse ele maliciosamente. Ele começou a abrir a blusa dela que o puxou para um beijo.

            E a noite se passou. E eles acordaram no carpete com um lençol os cobrindo.