13 de julho de 2026 * segunda-feira

Casa de Marcelo Scarpari – 03:15 da tarde

- Minha loira, não precisa chorar. – disse Marcelo apertando a loira.

- Eu queria ser mãe Marcelo! – exclamou a loira.

- Vamos adotar. – disse ele como se fosse óbvio.

- Sério? – perguntou ela com os olhos brilhando.

- Claro. Temos tudo. – disse ele apertando ela sonhadoramente. – Já temos um quarto pintado para o bebe. Falta comprar as coisas.

- Eu te amo. – disse ela se lançando sobre ele. Ele riu.

- Eu também te amo. – disse ele beijando ela. Ele se levantou e a prensou na parede. Ouviu um gemido.

- Marcelo? Rafa? Alguém? – era Rose que chamava. – Marcelo! TRATE DE SOLTAR A RAFA E VENHA ME ATENDER! – exigiu Rose. Marcelo suspirou e se aproximou do espelho.

- Que foi? – perguntou ele emburrado.

- Finalmente! – murmurou ela. – Jantar hoje. As oito horas lá em casa.

- Tudo bem. – disse ele. – Onde você está?

- Itália. Ilha de Capri. – respondeu Rose. – Ei, cuidado!

- O que estão fazendo? – perguntou ele.

- Inspecionando a casa de uma vítima. – disse ela indo para um canto.

- Você acha que foi quem? – perguntou ele. Marcelo pode ver que ela ficou nervosa.

- Eles. Aquilo que ti atacou. – respondeu ela.  

- Sereias? – perguntou Rafaela se sentando ao lado de Marcelo.

- Não. – disse Rose. – Nereidas.

- Qual a diferença? – perguntou Rafaela.

- Nereidas são do mar enquanto sereias são de rios e lagos. – explicou Marcelo.

- Srta. Weasley, achamos um porão. – disse um homem.

- Obrigada, já vou descer. – disse ela. – Ainda acho que foram elas.

- Quero ver o porão. – pediu Rafaela. Rose foi andando até a entrada do porão e desceu.

            O porão era escuro e abafado.

- Faz tempo que ele não vem aqui. – comentou o homem que foi chamar Rose.

- Tem razão John. – concordou Rose. – Lumus.  – uma luz acendeu e todos acompanharam ela.

 Foram andando e encontraram uma escrivaninha com cadernos, lápis e penas. Na parede em frente, imagens. Desenhos, completos e incompletos e figuras de computador. Algumas impressas e outras xerocadas. Ao lado da escrivaninha uma estante. Livros grossos e antigos. Rose olhou eles. Mitologia grega. Isso e nada mais.

- Rose! – chamou Rafaela. – Estamos aqui e queremos ver!

- Certo. – disse Rose erguendo o espelho e mostrando o porão para eles.

- Rose, deixe eu ver os desenhos. – pediu Marcelo. Rose se aproximou e mostrou os desenhos.  – AQUELA! – gritou Marcelo. Seu semblante era de nervosismo.

- Calma. – pediu Rafaela assustada.

- Foi aquela que me seduziu. – disse Marcelo apontando para um desenho.

            Rose olhou para o desenho. O analisou bem. O mesmo rosto oval. Os mesmo olhos puxados. Os mesmos lábios e os mesmos olhos verdes. Profundo como a piscina.

- Rosa, deixe eu ver os livros. – pediu Marcelo. Rose se aproximou da estante. Todos com poeira e com aspecto de que nunca foram mexidos fazia anos. Exceto um.

- Por que ele está limpo? – perguntou Rose consigo mesma. Pegou o livro e olhou “A água e as criaturas”. – Gente! – exclamou Rose. Todos se viraram para olhar a Rose. Ela respirou fundo. – Quero tudo deste ateliê na minha sala encaixotado. – pediu ela. Eles assentiram e começaram a encaixotar as coisas.

- Até os desenhos? – perguntou homem magro e desengonçado.

- Sim Jimmy. – disse Rose. Jimmy assentiu e começou a tirar os desenhos.

- Rose? – chamou Rafaela.

- Oi. – disse Rose voltando a sua atenção para o espelho.

- Você daria uma boa chefa. – disse Rafaela. Rose sorriu. – Ah! Eu contei a novidade.

- E aí? – perguntou Rose ansiosa. Rafaela engoliu em seco.

- Fomos no médico. – disse Marcelo vendo Rafaela caminhar para a cozinha.

- E como foi? – perguntou Rose.

- Rafa não está grávida. – disse ele. Rose ficou séria.

- Tudo bem que é ruim, mas... Vocês tentam mais vezes... – disse Rose com um sorriso de apoio no rosto.

- A Rafa não pode engravidar. – disse ele direto. Rose ficou quieta tentando analisar as informações. Tudo ficou quieto. Olhou para o pessoal e viram que eles olhavam para ela. Ela bufou.

- Vamos. Vocês têm trabalho para fazer. – disse ela fria.

- Você também tem. – disse um homem loiro.

- Eu estou fazendo algo importante ok? – perguntou Rose irritada. O homem bufou.

- Como o quê? – perguntou ele irônico. – Perguntando se a mulher está grávida ou não. Não pode perguntar quando chegar em casa não? – perguntou ele rindo do que acabou de falar. – Aposto que nem é desse aí. – disse ele apontado a cabeça para Marcelo.      

            Rose olhou para Marcelo que estava vermelho. Como se ele tivesse lido os pensamentos da amiga, assentiu com a cabeça. Rose deu um sorriso sapeca. Esticou a mão para o loiro. Rapidamente seu cabelo começou a pegar fogo.

- Ela não traiu ele ok? – disse Rose. – Ah! E ela não pode engravidar. – disse Rose seca. Os companheiros começaram a ajudar o colega. – AO TRABALHO! – gritou ela.

- Srta. Weasley? – chamou Jimmy.

- Sim Jimmy? – perguntou Rose amigavelmente.

- Já encaixotamos tudo. – disse ele. – Mandamos para a sua sala na CIA de NY.

- Obrigada. Podem ir! – exclamou ela para todos que aparataram.

- Tenha um bom dia. – desejou Jimmy aparatando.

- Rose, estou indo para lá. – disse Marcelo.

- Tudo bem. – disse Rose. – Até.

- Até. – se despediu Marcelo sumindo no espelho.

            Rose suspirou, foi até o andar de cima e guardou o espelho. Olhou para a vista maravilhosa que o antigo dono desfrutava. Uma vista para o mar, ilimitado. Com seus segredos a serem revelados. Respirou fundo e aparatou. Não teve tempo de ver dois olhos verdes como piscina sobre um sorriso diabólico no mar. O rosto mergulhou e se perdeu na dimensão do mar.