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Eu inspirava o ar puro daquela área arborizada, embora não precisasse mais dele.
Nosso ponto de encontro jamais esquecido.
Meus longos cabelos castanhos balançavam suavemente, minha franja às vezes cobria meus olhos.
Um certo incômodo, mas você gostava dela.
Logo, eu passei a gostar também.

Eu estava sozinha, ninguém conhecia aquele lugar (ou pelo menos, imaginava que não).
Minhas mãos delicadas ora ajeitavam minha comprida saia, ora acariciavam a grama verde primaveril.
Eu estava te esperando.
Levaria o tempo que fosse.
Eu acreditava que nem a eternidade me impediria.

Mas o destino impediu.
Enquanto eu te esperava, fui brutalmente assassinada.
Um louco, talvez. Não sei. Ele estava com o rosto coberto.
Meu rubro sangue manchou sem piedade o belo verde que eu admirava, e ali fiquei.
Meu maior temor era que você aparecesse, e foi justamente o que aconteceu.
Doce destino. Cruel destino. Aquele que nos uniu, foi capaz de nos matar.
Você foi morto. Mas eu não pude ver, o vento levou minha vida embora.
E com ela, minhas lembranças.

Sem destino ou memórias, hoje sou apenas um espírito.
Acredito que sou humano.
Acredito que o tempo ainda passa para mim, apesar de não me lembrar o que é tempo.
Acredito que o vento acaricia minha pele, apesar de não senti-lo. Não mais.
Eu fiquei ali, sentada, eternamente, esperando por alguém que eu não sabia quem era.
Mas esperei, desta vez a eternidade não me impediria.

Mas no auge da minha pureza em espírito, eu não sabia.
Não sabia que fui enterrada junto com você,
Naquela área arborizada que nós tanto amávamos.
Nosso ponto de encontro.
Nosso eterno ponto de encontro.
Nosso ponto de encontro jamais esquecido.
Doce destino. Cruel destino. Doce destino.
Pra mim, você, meu amor, ainda estava vivo. Eu estava viva.
Eu estava te esperando, como prometi.
Mas talvez, no fundo, eu soubesse que você jamais iria aparecer.

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