O dia seguinte chegou, Miku e Kanon estavam exaustos.

Bou, Teruki e Kanon chegaram ao lugar combinado na hora combinada. Nada de Miku.

10 horas. Nada.

10 horas e meia. Nada.

11 horas, os três avistam Miku correndo cheio de malas, suado.

-Achamos que não viria mais – Disse Bou enfurecido

-De-desculpe – Disse Miku. Sua respiração estava desregulada e sua voz, rouca. – Eu acabei dormindo demais.

-Bom, então é melhor irmos. – Disse Teruki sorrindo

Assim que Miku abriu a porta do carro, avistou Kanon, e suas memórias da noite passada vieram a tona, deixando-o envergonhado e nervoso. 

Kanon o encarava, estava prestes a dizer algo, quando o loiro passou reto por ele e sentou-se no canto do banco traseiro.

O coração de Kanon com certeza não aguentaria por muito tempo essa atitude de Miku.

Tinham se passado cerca de 30 minutos e o silêncio predominava. Houverem alguns comentários de Teruki sobre e paisagem e depois voltava o silêncio. O clima entre Miku e Kanon estava ficando cada vez mais denso.

-O que acham de ouvir alguma música? – Propôs animadamente Teruki.

-Por mim tudo bem! – Disse Bou entusiasmado.

O CD escolhido foi um de músicas dos anos 80, animadas e felizes. Talvez tenham trazido uma ponta de animação nos dois amigos, mas continuavam desanimados.

Algumas horas depois chegaram ao seu destino. Uma grande casa a beira da praia, com uma piscina nos fundos, com muitas árvores. O céu estava azul, o ar estava fresco, um perfeito dia na praia.

Todos escolheram seus respectivos quartos e se encontraram na sala.

-Então, vamos à praia? – Perguntou Bou já vestido com seus trajes de banho.

-Vamos, vamos! – disse Teruki já correndo para seu quarto se trocar.

Miku apenas assentiu e foi pegar suas coisas.

Ao sair, o olhar de Kanon avaliou Miku de ponta a ponta. Seu coração se acelerou ao poder ver melhor o corpo do loiro. Mas não disse nada, apenas caminhou até a praia.

Chegando lá, Bou e Teruki correram até a água. Miku se sentou na areia e ficou observando o horizonte. Mais ou menos 2 metros para o lado, Kanon fez o mesmo. Os dois pensativos, desanimados.

Miku acabou cochilando, dando a oportunidade para Kanon se aproximar. No começo apenas olhou o loiro dormindo, mas algum tempo depois se viu acariciando seus cabelos e acabou caindo no sono também.

Quando Miku acordou e viu Kanon bem ao seu lado, assustou-se e pensou nas mais variadas coisas que Kanon deveria ter feito com ele enquanto dormia. Apenas se levantou e voltou para casa.  

Ao chegar lá, tomou um banho e deitou na sua cama. Porém, alguns minutos depois, ele ouve o som da porta e vai comprimentar a todos, porém a única pessoa que já havia voltado para casa era Kanon.

Os dois estavam no meio da sala, se encarando sem dizer nenhuma palavra.

-Miku eu acho que... Deviamos conversar.

-O-o que foi?

-Bom – Disse Kanon enquanto sentava-se – Eu realmente me arrependo pelo que eu fiz ontem. Acho que devíamos esquecer disso e voltar a ser como sempre fomos.

-Kanon, eu acho que não consigo esquecer de tudo o que aconteceu.

Kanon apenas não respondeu, ficou parado com os olhos baixos.

-Mas, desde ontem a noite não consigo parar de pensar em você. – Disse Miku.

O loiro se aproximou de Kanon e deitou em seu ombro. Ele usava apenas sua roupa de banho e uma camiseta comprida.

-Eu... eu sinto muito – Kanon estava surpreendido e confuso

-Não precisa de desculpar.

E em questão de segundos, os dois já estavam quase se beijando, suas bocas estavam próximas, Kanon segurava a nuca do loiro, e este respirava com descompasso.

Em um pequeno movimento, seus lábios já estavam interligados, explorando um a boca do outro, eles iam se deitando, Miku estava em cima de Kanon, e sua mão se encontrava no peito dele.

De repente Kanon parou o beijo e se levantou.

-Você... não precisa fazer isso se não quiser.

-Kanon, eu... eu quero.

Kanon olhou Miku com uma expressão carinhosa e voltou para o sofá. Dava pequenos chupões no pescoço de Miku e acariciava seu cabelo.

Beijaram-se selvagemente e não conseguiam mais interromper o beijo, eles tinham o desejo, mas também o carinho um pelo outro.

O som da porta se abrindo alarmou os dois e logo trataram de se levantar.

-O-olá – Disse Kanon avermelhado

-Voltamos! – Bou e Teruki disseram em coro. Nenhum dos dois percebeu as marcas de chupões e arranhões, apenas foram para seus quartos para tomar banho.

-Ufa! Essa foi por pouco. – Kanon aliviado, largou-se no sofá. – Eu vou tomar banho e acho que devia fazer o mesmo, até mais Miku – Ele deu um pequeno beijo na testa de Miku e foi para seu quarto.

Tudo parecia mágico para Kanon. Miku finalmente aceitou seus sentimentos, ele podia tê-lo em seus braços.  Mas uma hora ou outra, Bou e Teruki iriam ficar sabendo disso, e não seria fácil se explicar.