Os Opostos também se Atraem Vol. Ii escrita por estherly


Capítulo 23
Libertando a história Pt I




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** Falta 48 dias **

 

Toc toc toc toc.

Nada. O barulho na porta ia e vinha e nada. Silêncio no quarto. Cada pessoa na sua cama dormia profundamente. Silêncio absoluto. A não ser pela respiração lenta e calma de cada uma.

Toc toc toc.

Nada.

Tap tap tap.

Silêncio.

-LÍLIAN STONE ABRA LOGO ESSA PORTA! – gritou Jake furioso do outro lado da porta.

Silêncio.

- ISABELLE MALFOY! ORDENO QUE ABRA A PORTA! – gritou Scorpius para o quarto do outro lado da porta.

TAP TAP TAP.

Silêncio mortal.

 - JÁ CHEGA. Cheguem para trás! – disse Jake. – 3, 2, 1! BOMBARDA!

BRUM

- Que barulheira é essa? – perguntou Lílian começando a ficar furiosa. – JAKE STONE! O QUE O SENHOR PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!

- Tentando acordar a minha esposa. Que diabos fizeram ontem à noite para estarem dormindo até agora e sem ouvirem as batidas? – perguntou Jake desconfiado. Lílian revirou os olhos.

- Colocamos um abaffiato! Três! – disse Lílian começando a empurrar os rapazes.

- Por que está nos empurrando? – perguntou Jake

- Por que precisamos voltar a dormir! – disse como se fosse óbvio. - Olhe, todas já voltaram menos eu. Tchauzinho!

- Não mesmo. – disse Jake parando no lugar. – AS SENHORITAS VÃO SE ARRUMAR E IREM DESCER PARA TOMAR UM CAFÉ BEM REFORÇADO!

- Cala boca Jake. – Rose disse sentando na cama e olhando para ele. Ele fechou a cara para ela.

- Não calo. Agora vamos!

- Jake, meu amor. – disse Lílian cheirando e dando selinhos no pescoço do rapaz. Seu ponto fraco. – Vocês vão descer e ter um dia de homens enquanto nós teremos uma noite de mulheres. Ok?

- Tudo bem. Mas só por hoje. Beijo. – ele pediu. Quando se virou viu que a ruiva batia a porta na cara dele. Fechou mais ainda a cara.

            Encostou a orelha na porta e escutou apenas alguns zumbidos.

- Espertinhas. – murmurou Jake sorrindo. – Vamos rapazes. Vamos fazer alguma coisa.

            E sumiram corredor a fora.

 

~*~ Meninas ~*~

 

- O que vamos fazer hoje? – pergunto Isabelle.

- Poderíamos pedir algo para comer e assistirmos algum filme. – sugeriu Lílian.

- Boa! Vou ligar agora lá para baixo e pedir o nosso almoço.

 

3 de janeiro de 2026 – Sábado

         Querido Diário,

Bom, estamos aqui assistindo “As Féria do Mr. Bean”, e devo confessar é um filme maravilhoso. Falta 48 dias. Temos 48 dias para procurar mais 4 pontas. O tempo está correndo muito rápido e quase não conseguimos alcançar-lo. Estamos na Grécia. Isso parece tão familiar para mim. É como se eu já estivesse aqui. É como um déjà vu. Sabe... As vezes eu queria ter o poder de poder trazer o Marcelo de volta. Ele faz tanta falta para mim. Eu gosto do Eduardo mas entre os dois eu prefiro o Marcelo. Que diabos estou escrevendo?! Viajar pelo mundo me dá confusões na cabeça. Bom, hoje passamos o dia vendo as férias do mr. Bean e comendo porcaria. Salgados gordurosos, coisas saudáveis, doces, bebidas, absolutamente tudo. Mal consigo ver comida na minha frente. Dá náuseas. Quando eu fui no banheiro vomitar Lílian e Isabelle me perguntaram o motivo de eu te vomitado e eu disse que foi o excesso de comida. Elas se entreolharam com um olhar de “Tá! E eu sou o papa brincando de esconde-esconde”. Lílian olhou para mim e eu senti calafrios. Ela me olhava com um olhar de preocupação.

- Rose, você não acha que pode estar grávida do Eduardo?

- O QUÊ?! Faça-me o favor Lílian. Eu tomei todas as precauções.

- Tá! – disse ela levantando os braços como se rendesse. – Foi só um palpite.

         Um palpite muito do seu estranho ruiva! Então, resolvemos esquecer esse mal entendido tentando imitar o mr. Beans no filme. As danças e músicas que ele fazia... Ai ai... Bom, o dia passou rápido e amanhã iremos ao Teatro de Dionísio. Um famoso teatro grego antigo. Bom... Mas antes de terminar de escrever, eu queria acrescentar uma coisa:

* Como eu queria que o meu melhor amigo, também chamado Marcelo Scarpari estivesse aqui comigo.*

Beijos, Rose Weasley” 

 

* Falta 47 dias *

 

- Lílian, tem certeza que temos que ir nesse teatro? – perguntou Jake bocejando.

- É Lílian. Ainda está cedo. – acrescentou Scorpius.

- Calem a boca. – respondeu Lílian.

            Estávamos chegando. Chegamos. Era... Sem explicação.

- O que tem demais nessa antiguidade, pra lá de velha? – pergunto Scorpius. Revirei os olhos.

- O Teatro de Dionísio foi o mais importante dos teatros da Grécia antiga, é considerado o berço do teatro ocidental e da tragédia. – respondi. Eles me olhavam.

            Nos sentamos numas das 78 fileiras de assento de pedra.

- Conte-nos mais Rose. – pediu Lílian. O que aquela ruiva tramava? Suspirei e continuei

- Seu nome é devido a Dionísio, deus do vinho. Nas grandes festas anuais em sua honra é que os cantos rituais, as danças e os sacrifícios rituais resultaram em representações teatrais.

            Desci os assentos em que estávamos. Enquanto descia eu ia falando. Falava alto e não me importava se tinha ou não gente ali.

- O teatro possuiu 78 fileiras de assentos em pedra e oferece lugar para 17.000 espectadores. – eu disse. E logo me vi lá embaixo. Passeava pelos assentos perto do centro. - A primeira fileira – lá estava eu, andando por cima dos assentos -, com 67 lugares em mármore, era reservada aos dignitários presentes. Os assentos estão dispostos em semi-círculo ao redor da primeira orquestra, onde aconteciam as danças e cantos do coro. – me assustei, pois eu estava lá embaixo. Num círculo. – Aqui ficava a orquestra onde tocavam e dançavam. – comecei a rodopiar no lugar como se estivesse dançando. Olhei para trás. Fui até um triângulo de pedras no chão. – Aqui no meio da orquestra havia um altar, onde eram oferecidos sacrifícios ao deus. – Ergui a cabeça. Comecei a ir em direção de uma construção destruída. Subi uma escadinha. – Aqui era o palco dos atores. Atrás deles havia uma parede com seis colunas dóricas que ajudava na acústica, tida como excelente. É tido como o primeiro teatro construído em pedra.

            Desci dali e fui para o altar.

- O teatro fazia parte do santuário de Dionísio, que se estendia ao sul da Acrópole, e foi construído no século V a.C.. – olhei para o lugar onde ficava a orquestra - No princípio tinha apenas um local para a orquestra, em terra batida – olhei para o palco -, um palco construído em madeira – olhei para os assentos - e os espectadores se acomodavam nas encostas naturais do terreno. Em 410 a.C. foram construídas arquibancadas em madeira.

A construção em pedra, que são essas, é de cerca de 330 a.C. Arquibancadas de pedra substituíram as de madeira, uma cena e uma orquestra de mármore foram acrescentadas.

 

            Terminei de falar e todos me olhava estupefatos.

- Que foi?

- Como consegue decorar tanta coisa? Como sabia de tudo isso se não sabia que iríamos vir para cá? – perguntou Lílian ao mesmo brincando e desconfiada.

            Olhei para ela. Abri e fechei a boca várias. Não sabia responder. Como eu sabia daquilo tudo? Não sei. Eu sabia e não sabia. Não sabia, pois nunca estudei aquilo. E sabia, pois quando abri a boca aquilo simplesmente saltou da minha boca. Parecia que alguém me controlava. Ou parecia que eu já vivi aquilo antes e sabia tudo.

- Não sei. Eu nunca estudei isso.

- Então como sabe? – perguntou Lílian colocando lenha na fogueira

 - Eu nuca estudei isso. Simplesmente... Sei. – respondi, saindo daquele lugar onde eu me sentia bem, segura e confortável.

 

4 de janeiro de 2025 2026 – Domingo

         Querido Diário,

Hoje o dia foi estranho. Completamente estranho. Hoje resolvemos ir ao Teatro de Dionísio, quando chegamos lá, eu senti uma coisa que... Parecia Déjà vu. Parecia que eu já estava ali. Comecei a falar sobre o teatro. Eu mesma me surpreendi. Abri a boca e as palavras soltaram da minha boca. Parece que alguém me comandava. Foi muito estranho. Eu olhava para o teatro e conseguia imaginar as pessoas ali nos assentos, a orquestra tocando para mim, os atores olhando para mim como se eu estivesse na peça, as colunas dóricas atrás formando uma visão maravilhosa. Foi maravilhoso. Parecia que eu lembrava dali Fechei os olhos e por um momento pude ouvir os aplausos da platéia, a orquestra terminando a música, as bailarinas parando de dançar. Mas então... Me perguntaram como eu sabia de tudo isso se não sabíamos que iríamos vir para a Grécia. Fiquei estática. Não sabia como eu sabia mas eu simplesmente sabia. Foi estranho e maravilhoso. Bom, está na hora da jantar e eu vou descer já que estou morrendo de fome.

Beijos, Rose Weasley”

         Rose fechou o diário e desceu os andares até o restaurante os se encontrava os casais e Eduardo jantando.

- Finalmente! – exclamou Lílian sorrindo para Rose. Rose sorriu e se sentou no único lugar vago. Ao lado de Eduardo. Um incomodo começou em si mas logo terminou ao ver sua atenção desviada por um garçom que apareceu com uma rosa laranja e um bilhete. Aquela rosa é muito familiar...

- Quem das damas é a Srta. Weasley? – perguntou o garçom com um sorriso galanteador para as mulheres. Scorpius e Jake por ciúmes entrelaçaram suas mãos com as das esposas realçando o anel de casamento. O garçom reparou no anel de Isabelle e Lílian e reparou que a única solteira era Rose. – Srta. Weasley? – ele perguntou olhando para Rose.

- Sim. Eu mesma. O que deseja? – perguntou ela curiosa e ao mesmo tempo impaciente. Estava morrendo de fome.

- Um cavalheiro pediu para eu lhe entregar isso. – ele disse entregando uma rosa laranja e um cartão.

            Rose abriu o cartão e conforme seus olhos iam de um lado para o outro, lendo aquele cartão do misterioso cavalheiro, seus olhos iam se enchendo de lágrimas. Soluços começaram a aparecer de leve e alguns segundos depois aumentavam freneticamente. Segurou um soluço alto e se levantou da mesa.

- Eu vou comer no quarto. – disse ela correndo em direção do elevador.

            Chegou no quarto e se atirou na cama chorando compulsivamente. Não podia ser. Era impossível. Simplesmente impossível. Alguém fez uma brincadeira de muito mau gosto. Custou meses para se acalmar e se acostumar com a idéia e de repente alguém aparece e faz essa brincadeirinha de muito mal gosto. Era impossível afinal a verdadeira metade estava ali. Com eles, não? Sacudiu a cabeça tentando esquecer a idéia e lavou o rosto. Abriu a porta e foi corredor a fora. Ouviu uma voz se aproximando. Sem razão se escondeu em um corredor que dava acesso. Ouviu a voz. Era Eduardo.

- Scarpari idiota. GAEA estúpido. Agora que eu estava quase conseguindo ele aparece! Idiota. O que irei falar para o mestre?”Senhor, o Scarpari apareceu do nada e agora o plano de disfarçar foi por água abaixo. Desculpe, mas acho que eles não gostam de traidores.” - ele terminou de falar e foi andando corredor a fora.

            Rose ficou de boca aberta. Precisava contar para o pessoal, mas antes de tudo... Precisava saber se aquilo era real mesmo. Foi em direção do restaurante do hotel. Sentou na mesa indicada e ficou esperando.

            Quando betu 10:30 deu um gritinho de susto ao sentir duas mãos cobrir seus olhos. Conhecia aquelas mãos. Grossas e pesadas.

- Adivinha quem é. – pediu a pessoa. Rose ainda estava nervosa. Não podia ser ele.

- Não quero adivinhar. – murmurou ela

- Adivinha senão a brincadeira perde a graça. – pediu a pessoa brincando. Rose sorriu.

- Não quero. – admitiu ela.

- Vou te ajudar. Começa com “M” e termina com “O”.

- ... – nada.

- Pô Rose. Eu venho ate aqui no fim do mundo atrás de você e é assim que me recebe?!

            Finalmente Rose teve a coragem de abrir os olhos. Tentou respirar fundo e acalmar seu coração que pulsava loucamente, mas não conseguiu. Quase gritou novamente ao ver ele parado ali no seu lado olhando para ela com um sorriso em seus lábios. Sorriu novamente. Lágrimas desciam pelos seus olhos. Parecia que suas preces foram atendidas. Seu melhor amigo, também conhecido como Marcelo Scarpari estava ali. Sem se conter se levantou e abraçou-o. Começou a chorar. Sentiu uma sensação de leveza. Marcelo a apertou mais contra seu corpo.

            Como adorava aquele cara.

- Mas, eu vi você morrendo. Você morreu não morreu? – perguntou ela se sentando e vendo ele se sentar na frente dela.

- Os senhores vão pedir o que?

- Lasanha. Bolonhesa. E... Vinho. – pediu para o garçom que logo se retirou.

- Vai me responder ou não? – perguntou Rose impaciente.

- Continua a mesma. Rose, eu morri, pois você estava lá e viu tudo, lembra?

- Não precisa me lembrar. – murmurou ela. Ele sorriu.

- Então você se lembra. – disse ele e ela bufou – Continuando, quando eu morri, eu fui para o GAEA. Fiquei lá até agora.

- Por que voltou? – perguntou Rose. Marcelo ergueu uma sobrancelha. Rose corou levemente.

- Não queria que eu voltasse? – perguntou Marcelo divertido.

- Não! Eu adorei! Eu amei você ter voltado, mas eu queria saber o motivo de você ter voltado agora e não antes.

 - Eu queria voltar tanto que quando permitiram a minha volta, o Hale já tinha conquistado tanto vocês dizendo que era a minha forma verdadeira que já era tarde demais.

- Por que hoje?

- Eu mandei aquele recado para você porque eu vi que hoje você iria descobrir a verdade sobre o Hale.

- Você vai ficar conosco né?

- Eu vou ficar até a guerra. Depois eu desapareço e apareço como se estivesse numa outra vida.

- Como assim?

- Sua lasanha senhor, e o vinho que pediu. – disse o garçom trazendo o pedido e servindo-os.

- Ainda gosta de bolonhesa?

- Amo. – disse ela colocando um pedaço na boca. Ele sorriu. – Explica melhor aquilo.

- Am... Eu vou ir junto com vocês atrás das pistas. Lutarei com vocês na guerra e depois eu sumirei da vida de vocês.

- Mas...

- E então, depois de um tempo eu aparecerei na vida de vocês. Mas, eu posso estar casado, viúvo, solteiro, namorando... Entende? Com uma vida diferente dessa.

- Ah. – murmurou ela desapontada.  Ele sorriu novamente.

- Então, foi bom o jantar?

- Ótimo. – disse ela.

            Ela se levantou e estendeu a mão para ele.

- Vem. Temos um traidor para desmascarar. – ela disse. Ele aceitou e foram para os quartos. 

– Espere. Eu tenho um plano...


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Notas finais do capítulo

Qual era o plano de Marcelo?