Eu não conseguia mais parar de chorar.

Como minha mãe ainda tinha coragem de continuar com aquela pegadinha idiota.

Eu estou mal aqui ó!! Será que não da pra ser uma mãe boa e me consola nesse momento?

Chega! Não vou ficar aqui chorando no meu quarto.

A Maria fez meu bolo favorito e eu vou ficar aqui e não provar?

Então resolvi ir até a cozinha.

Sentei em uma cadeira qualquer e comecei a devorar um pedaço de bolo.

Foi ai que eu percebi o tal Percy em um canto da cozinha virado falando com a parede. Parede?!

Então eu me aproximei bem devagar e vi que ele não estava falando com a parede. E sim com uma imagem ou coisa parecida.

-Eu vou convence-la, não se preocupe. Eu vou levar ela sã e salva pro acampamento.

-Pelo amor dos deuses Percy, não é só ela que tem que chegar aqui sã e salva. Você também tem que ficar bem .- Falou uma voz grossa

Eu não aguentei e gritei:

-Quem falou isso?- imediatamente tapei a boca por impulso. Eu tinha falado demais

-Oi Madu. Quem estava falando era o Quiron, o diretor do acampamento.

Eu olhei de novo e não tinha mais imagem nenhuma lá.

-Você é louco!

-Se abaixe!- Ele gritou em desespero e então uma coisa pulou encima de mim.

-AAAh

O Percy nem estava mais na minha frente. Ele já estava encima daquela coisa gravando uma espada naquilo. E sem mais nem menos a coisa se despedaçou em pó.

-O que era aquilo?- eu gritei apavorada

-Um minotauro. Agora você entende porque tem que ir logo pro acampamento? Se você ficar aqui muitas coisas dessas vão te atacar e você provavelmente vai morrer.

-Me prove então que aquilo não foi um delírio?

Ele abriu um sorriso maroto no rosto e olhou pro copo vazio que tinha encima da bancada. De repente o copo se encheu de agua do nada!

-Como você fez isso?

-Você também pode fazer. É vir comigo que eu vou te ensinar como fazer isso.

-Esse negocio de meu pai ser um deus é sério?

-É sim. Agora acredita em mim?

-Eu acho que sim.

-Ótimo. Então vá pegar sua mala e dar adeus pra sua mãe que eu te espero na frente da sua casa ta?

-Ta- eu disse meio relutante.

Então eu fui falar com a minha mãe que por acaso estava no escritório trabalhando. Eu entrei bem devagar pois não queria atrapalhar. Fechei a porta. Ela estava olhando para uma foto de quando eu era pequena.

-Oi mãe- eu disse sorrindo

Pelo que pareceu ela não tinha me visto e levou um susto.

-Oi filha. Já conversou com o Percy?

-É, e eu vim me despedir. Eu vou ir com ele agora- o rosto dela tinha muita tristeza mas ela compreendeu.

-Claro filha. Ele é um garoto adorável não é?

-Eu acho que sim.

-Filha. Não importa que destino você escolher pra sua vida, eu vou sempre te amar. Eu nunca fiquei muito perto de você porque eu queria te dar uma vida de princesa, e para isso trabalhei muito. Eu espero que me mande noticias . Seja muito feliz.- nessa hora, eu e ela já estávamos chorando abraçadas.

Quando ela me soltou me deu um beijo na testa e disse que era a hora.

Então deu o ultimo beijo nela , peguei minha mala e fui ao encontro dele.

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Ele estava escorado em um carro vermelho maravilhoso com uma mochila nas costas. Me aproximei e exclamei:

-Meu deus, esse carro é seu?-então ele me olhou assustado

-Nunca mais diga “meu deus “hein!!Os deuses podem ficar brabos por você só se referir ao papai.

-Então como eu digo?

-Pode dizer: “meus deuses”- e deu ombros-podemos ir?

-Pra onde exatamente eu estou indo?

-Colina meio-sangue, onde tem o acampamento meio-sangue-ele sorriu de canto como se lembrasse de alguma coisa boa.

-Então vamos! Peraí!!! Você tem carteira?

O sorriso malandro que ele abriu me deu medo, mas ele disse:

-Tenho sim!