Konoka e Setsuna continuavam abraçadas. De repente, a Ojou-sama de Setsuna a surpreendera quando começara a acariciar o seu rosto suavemente. Seus sentimentos se misturaram e ela sentiu arrepiar-se. "Será que Konoka...?" Estaria Konoka gostando dela? Estaria Konoka, naquele momento, sentindo o mesmo que ela diante daquele toque? As palavras se perdiam na cabeça de Setsuna, e ela não conseguia montar o quebra-cabeça do raciocínio, apenas sentia angústia diante do que estava lhe passando pelos sentidos.

Havia passado alguns minutos. Konoka permanecera tocando em seu rosto, enquanto afundava o rosto ainda mais no ombro da protetora. Por um momento, Setsuna ouviu um abafado barulho vindo da porta e ficou alerta, porém, diante do silêncio imediato, imaginou que era o vento, voltando a curtir os carinhos da amada.

Pouco depois Konoka se afastou, minimamente, não querendo perder o contato. Os braços de Setsuna permaneceram enlaçados em suas costas, mas não mais a acariciava. Estava paralisado. A expressão serena, mas violentamente corada de Konoka a acalmava um pouco, mas sentiu como se estivesse prestes a enfartar. Sua respiração lhe faltava.

Ouvira outro pequeno estrondo, logo depois abafado, e som de passos distantes...
Pensara ser no outro corredor.

- Set-chan... - Sussurrou a maga ainda observando-a.

Sua serenidade tinha sumido, e o olhar que Setsuna observara agora fora de uma preocupação e medo profundo. Setsuna estava prestes a lhe abraçar novamente, preocupada com o seu olhar triste, quando Konoka admitira.

- Eu tive tanto medo...

- D-do que? - Assustou-se de repente, saindo do transe em que se encontrava.

- De perder minha Set-chan...

Lágrimas nos olhos de Konoka invadiram a visão da espadachim, que congelara por um instante. Seus pensamentos se perderam enquanto observava a amada chorando. Quase que involuntariamente, trouxe-a delicadamente para mais um abraço. Sussurrando no ouvido de Setsuna, Konoka continuou, com a voz um pouco fraca.

- N-nunca me deixe, S-set-chan...

Nem precisava pedir. Não estava nos planos de Setsuna se afastar da pessoa que mais amava em todo universo. Sua protegida, aquela que jurara ao presidente proteger, para todo sempre, por causa do sentimento tão forte que sente por ela.

- Eu nunca vou te deixar, Kono-chan.

Setsuna havia dito... Konoka imediatamente abriu um sorriso, e abraçou-a com mais força. Sua amiga tinha lhe chamado pelo apelido de infância. Apelido este, do qual ela fugira desde que começou com o sentimento de inferioridade diante da maga. Apelido este que Konoka sempre desejou ouvir de sua boca, desde que ela passou a chamá-la de "Ojou-sama".

- Você me chamou de Kono-chan...

Konoko repetiu alegremente, em um sussurro que estremeceu a garota. "Disse..." A própria estava impressionada pela forma como a havia chamado. Mas sentiu-se feliz ao ver estampada no rosto da moça a emoção por ter ouvido esse nome, quando a mesma se afastou do abraço, para encará-la. Setsuna lhe sorriu.

- Vamos, Kono-chan?

Disse a espadachim usando o apelido de propósito dessa vez. Por sua Kono-chan, ela tentaria se adaptar a ele novamente. Konoka apenas sorrira como resposta. Enquanto caminhavam em direção ao dormitório de Konoka para tomar café, Konoka lhe olhara com um rosto vermelho, parecendo séria.

- Set-chan...

- Hm?

- Eu posso...? - Disse Konoka timidamente, fazendo Setsuna dar um pulo do lugar onde se encontrara, arregalando os olhos para a garota que agora estava parada em sua frente.

- O-o-o que?

Konoka sorriu de sua timidez. Era incrível, mas fosse o momento que fosse, ver Setsuna envergonhada a acalmava. Era uma imagem linda, resplendia beleza, meiguisse e graciosidade.

- ...Pegar em sua mão?

Um pouco sem jeito, Setsuna não respondeu, apenas acenou com a cabeça. Estava confusa. Konoka nunca havia lhe perguntado isso, apenas se jogava em cima dela, muitas vezes quase a derrubando. Não pôde evitar rir das lembranças da amada, com seu jeito impulsivo, se jogando nela sempre que a via.
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No dormitório, a dupla conversou bastante, rindo com Asuna, Negi e Kamo.

"Konoka está realmente muito feliz", reparou Asuna e Setsuna, ao mesmo tempo, ficando internamente felizes pela garota. E, no caso específico de Setsuna, a sua felicidade acendeu uma chama que há muitos anos estava soterrada por terra. Internamente, Setsuna não desejava mais reprimir seus sentimentos.