Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 10
Treino




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Todos ficaram perplexos quando levantei aquelas duas espadas. Mesmo com o tamanho, elas eram bem leves e pareciam fáceis de manusear, ao menos eu acho.

– Olha o que temos aqui – disse o professor vindo em minha direção – É bem difícil um aluno normal conseguir um pelo par de Sabres como estes.

– É verdade, nunca vi alguém com esse tipo de arma! – Alice disse, com um tom de voz bem entusiasmado

– Er, que bom que eles são especiais né? – disse meio sem jeito

– Muito bons. No próximo exercício veremos o quanto melhor eles são – o professor seguiu de volta onde alguns alunos ainda não tinham conseguido

– Nossa Kat, suas espadas são bem legais! – Alice disse, olhando bem de perto as espadas

– A sua Balista também é muito legal! – respondi, observando aquele arco-e-flecha gigante – deve ser bem legal usar eles

– É, mais eu preferiria algo como uma espada também, mas esse aqui está mais do que ótimo.

Sempre quis ter alguma arma. Desde pequena, sempre via animes e desenhos de luta na TV e sempre queria fazer igual, e sempre resultando em eu fazendo besteira e me machucando. Mas desta vez, parecia que eu já tinha me encontrado com aquela arma, que já a conhecia, já a usara.

Bom, se eu tivesse que lutar teria que aprender algum dia, não é?

– Todos já conseguiram invocar suas armas? – o professor perguntou, seguido de todos os alunos gritando “siiiim!” – Pois bem. Agora, vocês aprenderão a manejar as suas armas, e não há melhor exercício que uma luta em duplas! Formem seus pares e espalhem-se pelo bosque, mas tentem não se machucar. Não me responsabilizo por alunos serial-killers.

Depois disso, houve uma algazarra imensa, todos formando duplas com seus amigos e indo correndo para o bosque. Tentei procurar Alice, mas ela já tinha escolhido uma dupla, e como não a via já deveria estar no meio do bosque.

A quadra ficava cada vez mais vazia, só sobrando alguns alunos nos quais ficaram sem dupla e foram se arranjando com outras pessoas. Procurei ao redor, mas não havia mais ninguém, tirando uma pessoa. Aquele menino, Caleb.

Ele estava sentado no canto da quadra, de pernas cruzadas e olhos fechados, com sua arma – um bastão – equilibrada em suas pernas. Ele parecia estar meditando, mas como não havia outra pessoa com quem fazer dupla fui falar com ele.

– Eeer... Caleb? – disse meio sem jeito

– Sou eu – ele falou, ainda de olhos fechados – Fale... hum... Katlyn.

Como ele sabia que era eu se ele estava de olhos fechados? Ele deve ter aberto um olho só um pouco, o suficiente para ver quem era. Ele poderia ter percebido pela minha voz, mas nós nunca nus falamos, então essa idéia estava descartada. Estranho, muito estranho.

– Eu queria saber se... bem... – nunca tinha falado com ele antes, e como falavam dele, parece que a qualquer momento ele pode praticamente me atacar – queria saber se você quer ser minha dupla no exercício.

– Hum, claro – ele se levantou e abriu os olhos, revelando seus olhos cinzas meio azulados - vamos por onde?

– Por ali, mais ou menos – apontei para um lado qualquer da quadra, só para ter o que falar – acho que nenhuma das duplas foi por lá

– Tá bom – ele pegou seu bastão, fazendo uns círculos no ar e o parando, colocando-o acima do ombro – vamos lá

Seguimos até estar um pouco longe da quadra, e onde parecia que nenhum dos alunos está, ou pelo menos deveria.

A área era bem plana, sem nenhuma árvore ou arbusto no meio, só em volta, resultando em um bom campo de treinamento.

– Acho que por aqui já está bom – disse ele, parando e colocando a ponta do bastão apoiada no chão – por onde começamos?

– Sim – apoiei os Sabres no chão, eles eram leves mas carregá-los era bem cansativo – sinceramente não sei, nunca fiz algo do gênero antes.

– Nunca manejou uma arma? Que tipo de vampira você é? – ele riu e foi para o meio do campo.

Do tipo que não sabe muito das coisas, Pensei, Já que sou meio humana.

– Vou te ensinar algumas coisas básicas, para depois treinarmos de verdade, está bem? – fiz que sim com a cabeça, então prosseguiu – primeiro: tente me acertar.

– Mas, e se eu te machucar? – mesmo sempre querendo usar uma arma, odeio machucar as pessoas

– Acredite, você não vai me machucar.

– Será?

Girei a espada da mão direita perto do seu pescoço, ele se esquivou, abaixando-se e logo em seguida tentando me dar uma rasteira, mas eu pulei em cima da hora.

– Bom, muito bom – ele disse, então fez um “X” com o dedo no meio do peito – mas você ainda não me acertou.

Tentei de novo, dessa vez fazendo movimentos que me vieram á cabeça, como girar e bater, mas nenhum estava funcionando. Então, fingi atacá-lo no braço esquerdo com a espada esquerda, mas fui com a espada direita direto em seu peito, fazendo um corte bem superficial em sua pele. Ainda quando estava surpreso, fui com a espada esquerda e o cortei de novo, formando bem onde ele indicou, um X.

– Acho que agora acertei – disse rindo, enquanto colocava uma das espadas sobre o ombro

– Pelo que parece, você não é nada indefesa - ele disse, ainda surpreso e passando o dedo indicador de leve sobre o pequeno X que eu fizera em seu peito.

– Eu disse que não sabia lidar com nada do gênero, mas com espadas eu me dou relativamente bem.

– Então vamos confirmar isso – ele levantou no ar o bastão com seu pé, pegando-o antes que pudesse ver e ficou em posição de ataque.

– Vamos lá então – eu disse, ficando á postos para quando ele atacasse.


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