Anos Dourados escrita por Pipe


Capítulo 4
Eu acho que vi um gatinho...




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CAPÍTULO 03- EU ACHO QUE VI UM GATINHO...

 

_Bom, eu andava louco por um bichinho de estimação. – suspirou Aioria. – Mas eu não conseguia me decidir por um animalzinho comum.. Os gatos eram muito sem graça e eu não gostava de cachorros. Passarinhos, eu não tinha paciência de cuidar... Eu estava deixando meu irmão Aioros louco. Foi quando eu me decidi!

_ E o berro que Oros deu se ouviu em todo o Santuário: NÃÃÃÃOOO! – riu Saga.

_ O que você pediu, Oria, pra deixar o tão calmo Aioros transtornado? – perguntou Seiya, com os olhos brilhando.

_ Nem imagina? – riu Milo.

_ Algo difícil. – respondeu Shiryu.

_ Quase impossível. – disse Aioria, rindo. – Mas não para um cavaleiro de ouro de Leão decidido como eu.

_ Decidido é outro nome pra teimoso ao extremo... – resmungou Máscara da Morte.- Esse quando encasqueta com uma coisa...

_ Oros me proibiu de pensar nisso de novo, mas eu estava disposto a ir até as últimas conseqüências.

_ É aqui que eu entro... Vocês estão morrendo de curiosidade pra saber que bichinho ele queria, não é? Ele queria um... leãozinho! Coisa básica...

Os cavaleiros de bronze arregalaram os olhos, os dourados escancarando a boca numa gargalhada. Shun se acalmou pra perguntar:

_ Que jeito você entrou nessa roubada, Mú?

_ Eu já conseguia fazer teleportes curtos... Aioria pensou, pensou e decidiu me procurar. E daquele jeito dele de ser, chegou me desafiando...

_ “Você fica aí, todo medroso, com medo de se arriscar a ir longe, sem saber se até onde consegue chegar. Eu, Aioria te desafio a ir a onde você nunca foi antes.” Acreditam que ele só ficou me olhando com esse olhar manso dele?

_ Se você falasse isso para o Milo, ficaria sem dois dentes no mínimo. – disse Saga... – Mas era o Mú, discípulo de Shion... que ingenuamente perguntou : “onde, Oria? Se não for longe, até posso arriscar.”

_ Ay, que dengo. Esse é um doce de pessoa... Pois o Leon, hijo de uma putta, jogou logo o anzol : “ Vamos pra África, carneirito.”

_ “África?” E eu quase caí de costas. “E como assim, vamos? Eu não sei se consigo levar alguém comigo... e a África é longe, Oria...” – foi lembrando Mú.

_ “Você é um cagão, Mú. Já é um cavaleiro de ouro, mas é um cagão!” Ele ficou roxo por inteiro, regateou, gemeu, mas acabou topando.

_ Eu nem percebi que ele estava já segurando uma sacola de lona e lá fomos nós para a África. Pensei que meu coração ia explodir quando chegamos. Sentei numa sombra, ofegando e acabei cochilando... Depois de um tempo, Oria me acorda, com a sacola cheia. “O que é isso?” perguntei. “Lembranças da nossa viagem” respondeu ele. Pois as “lembranças da nossa viagem” pesavam pra caramba. Assim que eu trouxe a gente de volta, caí duro.

_ Sim, eu que carreguei você para a cama, enquanto Camus saía correndo atrás de um médico. – lembrou-se Saga, entrando na conversa pela primeira vez. – Você dormiu quase um dia inteiro, preocupando todo mundo.

_ QUASE todo mundo. Aioria estava nas nuvens, com seu bichinho novo. Como tinha roubado um leãozinho recém nascido, enganou as servas de que tinha pego um gatinho pra criar... – disse Milo, sacudindo a cabeça.

_ Mas os gatos crescem, e os leões em ritmo um pouquinho mais acelerado... E eu nem sabia disso. De repente, meu gatinho já tinha dentinhos e garras, que eu procurava manter curtas, mas ele enjoou de leite e eu tinha que me virar pra arrumar carne praquela máquina devoradora... – gemeu Aioria, brincando.

_ O nível de carne no refrigerador começou a abaixar e tia Mandra veio atrás de mim para reclamar que devia haver algum ladrão atuando no santuário. E não era entre os servos, porque ela já tinha feito uma “operação pente-fino” entre a turma dela e não tinha achado nada. – lembrou-se Saga. – Dividi minhas preocupações com Oros e estávamos um dia discutindo sobre isso, quando uma serva saiu correndo e gritando da casa de Leão. Sagitário subiu num minuto, preocupado com seu amado irmão. E encontrou um jovem leão de verdade, deitado na cama de Aioria, lambendo as patas e abanando o rabo. Quando nos viu, virou-se de barriga pra cima, esperando carinho... Eu comecei a rir, e quase passei a mão no bichano, mas Aioros ficou vermelho de raiva e, coisa rara, BERROU pelo nome de Aioria.

_ Estávamos na Arena, treinando, quando ouvimos só o eco do grito. – Milo olhou para Mú depois para Aioria. – Leão ficou branco na hora, perdendo até o ritmo da luta... Ele estava brincando de luta romana com Shaka, e foi derrubado facilmente.

_ Eu, que estava aprendendo, estranhei. Ficou pior, quando Aioria começou a tremer...

_ Fiquei apavorado. Podem imaginar Oros berrando meu nome? Devia ser algo bem feio... Mas juntei os fiapos de coragem e fui lá ver. Esses viados vieram atrás de mim, só pra ver se eu ia apanhar...

_ Mentira! – gritou Milo. – a gente TAMBÉM queria ver se você ia apanhar, mas queria saber o que você tinha aprontado daquela vez pra ATÉ Aioros perder a paciência.

_ Podem imaginar a cena? Cinco moleques de dez anos embasbacados diante de um leão novo, que virava de barriga pra cima pra ser coçado, enquanto outro levava uma bronca de acordo? Afrodite, Máscara da Morte e Shura vieram correndo ver, enquanto eu tive que fazer a coisa chata: avisar ao Grande Mestre.

_ O Mestre Shion veio, olhou e encarou os irmãos. Aioros não sabia onde se enfiava, enquanto Aioria chorava porque sabia que ia ficar sem o Nero. – contou Camus. – Nero era o nome do leão. Mas não tinha jeito. O Nero estava ficando um belo e grande leão. Era judiar demais dele, mantê-lo em cativeiro e perigoso pras servas, se algum dia ele se descontrolasse.

_ “Aioria”, disse ele, “Da onde você tirou esse animal”? Eu fiquei vermelho, na hora não sabia como responder sem incriminar o Mú, que até aquele momento, nem desconfiava de nada. Mas olhando pro Nero, pra mim e para o Mestre Shion, caiu a ficha e ele se sentou no chão, começando a chorar.

_ “Mú, você andou usando seus poderes para fazer travessuras de novo?” mas o tom de voz dele era calmo, não era acusativo, era de quem confirmava um fato. Aioros se adiantou imediatamente, pra me defender, mas Shion ergueu a mão, sacudindo a cabeça. “Ele sabe que tem uma parcela de culpa. Pode ser pequena, mas tem, não tem, Áries?” – Mú acabou ficando com as bochechas vermelhas ao lembrar. – O que eu podia dizer? Sim, eu tinha, ao ter caído no truque do Oria, de aceitar um desafio só pra demonstrar a extensão dos meus poderes... E apesar de Oros não achar justo, lá fui eu, pela mão de Shura, ficar de castigo, naquele bendito cantinho do Salão do Grande Mestre.

_ E aí? O que aconteceu depois? – perguntou Seiya.

_ Bem, Mestre Shion enviou o Nero de volta para África com facilidade, após ter mexido na psique domesticada do animal. E eu escutei o maior sermão de Aioros, sobre responsabilidade, meter os outros em minhas encrencas, fazer minha vontades a qualquer custo, etc, etc. Uma semana de castigo e um mês servindo às vontades do Mú.

_ Foi justo e merecido, encrenqueirinho. Ainda que foi só um mês e Mú não era de abusar de ninguém. – riu uma voz suave vinda da porta.

_ OROS! Quando você chegou? – Aioria pulou para abraçar ao irmão. – Porque não nos avisou que viria?

_ Surpresas não se avisam, mano. Então eu chego e pego uma reunião dessas? – Aioros entrou e foi abraçado por todos, conseguindo com dificuldade se sentar à mesa. – Aposto que ainda não saiu nem um podre do gostosão ali. – Apontou para Saga, que ficou vermelho.

_ Eu nem aprontava muito, Oros.

Sagitário riu.

_ Vai por a culpa em Kanon, pra variar? Ah, Saga...

_ Vai contar algumas, não vai? – os olhos de Seiya brilharam.

_ Tem volta, Sagitário. Porque você também não foi santo. – ameaçou Saga, piscando o olho.

_ Aceito! Vamos ver o que eu tenho na manga...

 


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