Anos Dourados escrita por Pipe


Capítulo 10
Um pouco de bronze




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UM POUCO DE BRONZE...

 

-Nossos podres? – Hyoga franziu a testa – Acho que não temos algo do nível de vocês pra contar não...

-Alexei, pode parar. Vocês nunca foram santos, que eu sei. Fui seu mestre, lembra? – reclamou Camus.

-Ah, mestre... – e Cisne ficou vermelho.

-Bem, já que temos que nos entregar, vamos começar... – suspirou Shiryu. – Se lembram que o Seiya falava dormindo?

-SIM! – confirmaram Shun e Hyoga. – Era terrível, ele entregava todo mundo durante o sono.

-Só parou quando passou uma semana amordaçado. Daí começou a andar durante o sono. Tatsumi amarrou-o na cama. Marin já foi mais prática. Deixou ele dormir ao ar livre por três dias. Três dias ele caiu em buracos, se arranhou em galhos e espinhos, bateu a cara em árvores... Acabou tudo.

-Uau, que didática incrível. – riu Mú.

-Você ensinava o Hyoga desse jeito, Camyu? – provocou Afrodite.

-Moi? Ta pensando que eu sou o quê? Um psicopata? Ele se matava sozinho, por favor... Sabem como ele conseguiu essa cicatriz estufada debaixo do queixo?

-Por favor, Mestre Camus... – gemeu Hyoga.

-Ele caiu três vezes. Três vezes abriu o local e precisou levar pontos. Na primeira errou o salto entre um bloco de gelo e outro e puf! Na segunda estávamos esquiando e apareceu uma árvore no meio do caminho.

-Eu desviei...

-Da primeira, sim. Se tivesse ficado com os olhos no caminho ao invés de se gabar... E na terceira vez...

-Foi um mico... não conte!

-Maior do que a gente já pagou aqui? – Shaka ergueu as sombrancelhas.

-Na terceira vez foi na hora do almoço. Eu dizia pra ele comer com calma, mas ele estava ansioso por acabar logo e brincar. Derrubou um pedaço de ensopado no chão, pisou depois, escorregou, voou e bateu de novo no mesmo lugar.

Risadas. Olharam para Shiryu, que ergueu as mãos, em sinal de rendição:

-Bem, vamos ver... Eu sempre fui um cara sossegado... Durante o período no orfanato não me lembro bem, e na mansão Kido procurei ficar fora do alcance do Tatsumi. Já no treino com Dohko... uma vez eu quase me afoguei numa poça d’água. Foi ridículo, mas meus músculos não me obedeciam e eu não conseguia me erguer. Meu mestre passou e disse apenas: “Shiryu, deite-se, vire-se de costas e não se desespere. Você vai ver que quando a gente pensa no problema com a cabeça fria a coisa melhora.” Fiquei muito envergonhado, mas ele deu boas risadas. Foi algo que deu o tom aos meus esforços.

-Ah, esse Dohko. – riu Shaka. – E o Shun? Como todo bom virginiano, não deve ter dado trabalho...

Vaias para Shaka. Shun ficou vermelho.

-Bem, eu era muito tímido e sossegado...

-Todo mundo que começa assim, surpreende... – riu Camus.

-Lembrei de uma boa! O que dava orgasmos múltiplos no Tatsumi era poder nos pegar no flagra e nos dar uma boa surra. Num dia, o Ikki não andava por perto e o Shun estava jogando futebol com o Seiya, Ban, Nachi, Jabu e comigo – Hyoga franziu a testa. – o Ban com aquele tamanhão todo era um grosso e mandou a bola longe, bem de encontro a uma vidraça. Todo mundo virou fumaça num instante, menos o Amamiya aqui, que teve uma reação muito lerda... O mordomo avançou feito um leão em cima dele, já procurando uma vara verde pra castiga-lo. Eu corri atrás do Ikki pra juntos, sei lá, batermos no outro, fazer alguma coisa. Quando voltamos, escutamos o Shun dizer ao seu carrasco: “Desculpe-me, Tatsumi-sama, mas eu PRECISO ir fazer xixi... Quando eu voltar, o senhor me bate mais, ta?” com esses olhos verdes enormes... Tatsumi deu-lhe um safanão e mandou ele ficar o resto do dia longe dos olhos dele. Vimos ainda escondidos o coração de pedra enxugar os olhos disfarçadamente...

Shun olhou pro Cisne vermelho e confessou:

-Ah, na verdade, ele só bateu uma vez... me deu uma vontade de fazer xixi mesmo e eu não podia fazer na calça, ne?

Risos. Às vezes a ingenuidade de uma criança derrota a implicância de um adulto...

Com tanto riso, os dorminhocos foram despertando, Afrodite já pulando em cima de Shura e Máscara da Morte:

-Vamos lá, dorminhocos! Hora do confessionário!

-Hein?

-Hora de contar seus podres, Shurinha?

-HAH! Vou no banheiro, primeiro, bicha empolgada. Depois de tirar a água do joelho e lavar o rosto, quem sabe não vem a cabeza unas estórias buenas?

-Não vai fugir, hein, cabrón?

-Quer ir junto pra vigiar, biba?

-Precisa de ajuda pra segurar, Shura? – maliciou Carlo.

-Quando se é poderoso como eu, carcamano... – começou Shura, levando um tapão de Saga. – Ay, Gêmelo...

-Como podem ter uma mente poluída e uma boca tão podre assim? – reclamou Saga.

-Oras, hermano. Estamos entre hombres, aqui. Bem, em sua maioria... Mesmo los chicos están acostumbrados a estes termos, no? – e suas vozes foram sumindo conforme adentravam na casa de Áries...

-Tem coisas que só pioram com o tempo... Os Mestres ficavam malucos com os palavrões e os termos maliciosos desses três... E o Milo, que apesar de ser mais novo, tinha um vocabulário que rivalizava com os maiores... – resmungou Shaka.

Risadas, pois as lembranças eram picantes e gostosas... Alguns minutos depois eles voltavam, se socando e empurrando, depois se esparramando pelo chão, perdidos em suas próprias recordações...

-Vai, alguém começa!!

-Tá com muito fogo no rabo, Afrodite!! – reclamou Máscara da Morte – Vai dar, quando abaixar, volta!

-Só se for pra você, e agora, bofe!

-Iiiihhh, intimou! INTIMOU! – instigou Shura. – E ahora, vai encarar, bo-fe?

-Agora? Mais tarde, benhê... Agora tem muita gente olhando... – Carlo revidou, falando em falsete, mandando beijo no ar e Afrodite rolou os olhos.

-Promessas, promessas... Vamos! Um dos dois começa...

-Então, ta. Vamos começar com uma armadilha que aprontamos com o Camus...

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Próximo capítulo, o último... Eu não sei se ficou bom, porque eu não tenho intimidades com os franguinhos de bronze... E não tive inspiração pra algum podre do Ikki...



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