Eu estava acordando, mais estava com uma preguiça de levantar! Era estranho... Eu só conseguia lembrar algumas coisas do meu sonho... Eu estava andando quando esbarrei em um urso e ele falava, eu desmaiei e uma elfo com voz de passarinho me socorreu... havia uma mulher maternal, e uma super modelo... e o principal... Uma escultura de Zeus perfeita, porém, muito implicante, esculpida em bronze. E o pior, eu era uma bruxa! Tinha que ser minha imaginação fértil...

            Eu resolvi parar de ficar presa em devaneios e abrir meus olhos.Não lembrava de ter ido á escola ontem, só de chegar em casa e levar uma tremenda bronca de Charlie, mais por quê? Estranho...

            — Oi! Você acordou! Que bom... — “O que? Quem é?”

            — Ah! Quem ta ai? — Falei assustada, sentando-me e me protegendo com o travesseiro.

            — Alice oras... Esperava mais alguém? — Indagou.

            — Argh! Que droga... não foi um sonho! — Falei enterrando a cara no travesseiro.

            — Vamos logo! Levanta! Temos aula hoje!

            — Ah! Esqueci que tínhamos aula hoje! Que droga!

            —É esquecida... levanta logo! — Gritou.

            —Espera ai um pouquinho... O que você está fazendo aqui?

            — Meu tempo de guarda oras... Edward não te contou o que devemos fazer?

            — Sim, contou. Mais achei que era só no colégio... NÃO NA MINHA CASA! — Bom... eu tinha meus direitos de privacidade!

            —Em casa também... acha que eles não chegam até você aqui?Vai nessa... — Zombou. — Agora vai se arrumar!

            Me levantei com cara de bocó, porque eu ainda não sabia de muita coisa... Queria tanto que não fosse eu! Ainda me pergunto como eu posso ser uma bruxa... Nunca nem fiz magia, tirando as espontâneas, é claro. É só me deixar nervosa que eu acabo logo! Brincadeira... Eu não sei fazer nada na verdade.

            Segui para o final do corredor e entrei no banheiro. Estranho... Havia uma roupa pendurada em um cabide... o que era? Não pude acreditar quando eu vi... Um vestido azul cheio de fru-frus e babados. Isso não era meu! “Será que meu pai estava com alguém aqui?” pensei.

            Eu estava ficando assustada. Peguei o vestido e sai correndo para o meu quarto. Não podia acreditar no que estava vendo... Meu pai? O pior eu não quis nem pensar... Haviam duas possibilidades: Meu pai estava com uma mulher em casa, ou ele ficou muito tempo sem ninguém e começou a se vestir de mulher?! Não o meu pai... Charlie?

            —Alice! Me ajuda! Diz que isso é seu! — Falei mostrando o pequeno vestido.

            — Não, é seu... Não gostou? — Ela disse fazendo beicinho.

            — Você botou lá para mim? — Perguntei sem entender.

            — Foi... Você não gostou, não foi?! — Disse ela levantando-se desesperada.

            —Não... É mesmo... É bonitinho... — Eu não sabia o que dizer.

            —Você não gostou... Deixa. — Alice falou, abaixando a cabeça como uma criança.

            —Não, eu amei! — Menti.

            —Então veste! — Disse ela, recompondo-se rapidamente e levantando a cabeça.

            —NÃO! Quer dizer... Não... Eu prefiro ir de jeans para o colégio...

            —Tá bem... Mais você promete que vai vestir para ir lá em casa qualquer dia desses?

            —Sim... Claro. — Menti novamente.

            — Agora se vista para irmos logo.

            — Ah, e Charlie... Já saiu?

            — Sim, já. Acha que eu estaria gritando se ele ainda estivesse aqui?

            — Não sei...

            Peguei uma calça jeans, e um suéter bege, mais Alice questionou. Eu já estava ficando com raiva das questões de moda dela! E ainda cheguei em uma conclusão coerente... Quanto menor, mais trabalho dá!

            — Põe à rosa! — Indicou Alice.

            — Tá bem... — falei colocando o suéter rosa bebê.

            —Agora vamos.

           Peguei minhas coisas, e do lado de fora havia um Volvo Prata. Não era “Um Volvo”, era “O Volvo”. O mesmo que, pelo que eu lembre, me trouxe até aqui ontem à noite. A porta estava aberta, ele estava parado no lugar da viatura de Charlie. Eu não acreditei quando eu o vi, mais Edward estava saindo de dentro do carro, e rapidamente, me puxando para dentro do mesmo.

            — Como você tem coragem de aparecer por aqui? — Perguntei com raiva.

            — O mais interessante é que você é previsível e imprevisível ao mesmo tempo... Eu não consigo ouvir sua mente, mais parece que você me odeia! Achei que você viria e diria: “Edward, obrigada por me trazer aqui em casa ontem!”. Ia me abraçar e ficar super grata... mais não, eu tinha a expectativa errada de você... Ingrata! — Ele, desta vez não parecia estar brincando... Comecei a achar que ele pensava que eu faria isso mesmo.

            — Você é um bobão! Não sabe o que faz... E muito menos o que fala! — Falei, e percebi que eu já estava dentro do carro, e Alice me fitava do lado de fora pela janela. — Alice?! Entra já aqui! Não vou sozinha com ele! De novo não... — Percebi que não fazia sentido discutir.

            — Ela está pensando que se nos deixar sozinhos vamos nos apaixonar... essa é a maneira da Alice de ser... — Disse ele baixinho.

            —Sabe que não vou me apaixonar por você! — Gritei.

            —Sei que vai... Mais não pode. — Retrucou.

            — Você acha que sabe de tudo, não é mesmo? Se acha o maioral! E agora vem-me dizer que sabe que eu vou ficar com você! Cai na real...

            —Eu não disse “ficar”, e nem disse que eu iria me apaixonar por você... só sei que você vai se apaixonar por mim por que Alice já viu isso. E, além do mais, eu não posso me apaixonar por você. Não posso, pelo bem da minha família... — Eu não enxergava seu rosto, devido a nuvem negra do lado de fora. Estava começando a chover.

            Por que eu estava triste com essas palavras? Eu não sabia... Talvez a chuva estivesse do lado de fora por minha causa... Eu tinha que parar de ser temperamental. Comecei a pensar em sol, mais continuava a chover... Não parava de chover. Quando eu comecei a chorar.

            — Você está chorando?! — Ele perguntou assustado. — Porque você está chorando?!

            — Na-não es-estou Chorando! — Solucei.

            — Não, imagina! — Disse, agora em tom de preocupação. — Não disse que eu não vou, só disse que não posso... — Respondeu.

            Quando me dei conta, eu estava no estacionamento do colégio. Edward me olhava com um carinho que eu nunca havia visto em seu olhos antes. Ele estendeu seu braço e me abraçou. Era tão gelado! Mais não quente e aconchegante ao mesmo tempo! Era a perfeição do mundo, em uma pessoa só. Eu não ouvia seu coração, apenas sua respiração. Seu queixo estava encostado em minha cabeça.

            —Sei que você diz que não me ama da boca pra fora... — Ele disse em tom de zoação.

            Okay! Acabou com o momento... Sai de seu abraço e me recompus rapidamente sentando no banco.

            —Quer dizer o que? Que eu poderia me apaixonar por qualquer um de seus irmãos, mais por você ser o “Mais perfeito” me apaixonei por você?! Quem disse que eu não amo o Emmett? Ou o Jasper? — Eu sabia que era verdade a parte de me apaixonar por ele por ele ser o mais perfeito, mais ele se achava de mais!

            — Não sei se você é apaixonada pelo Emmett , mais acho que Rosalie não deixaria, ele são casados. E tenho certeza que você não ama o Jasper por que você nem o conhece... — Ops! Esqueci desses detalhes... que droga! Ele me pegou.

            — Tá... mais eu nunca disse que te amava! — Retruquei.

            —Não exatamente. Mas, acho que você mais que falou quando começou a chorar depois que eu disse que não poderia me apaixonar por você... Não, é verdade, você não falou... Você mostrou.

            Eu não iria ficar ouvindo idiotices de garotinhos mimados e riquinhos... Abri a porta e saí batendo perna! Ouvi logo em seguida um pequeno baque, e Edward já estava ao meu lado em uma fração de segundo. Não o olhei diretamente, simplesmente apertei o passo e entrei no colégio... Ele me seguia. Fui até a secretaria pegar minha lista de aulas, e ele estava comigo. Eu já estava ficando com raiva quando cheguei na porta da primeira aula: Aritmética... então perguntei.

            — Qual a sua aula agora? — Bom, eu queria ficar livre dele logo!

            — Aritmética... — Disse sorrindo, como se soubesse no que eu pensava.

            —Como assim? Não, não... Não pode ser... Ta brincando comigo né? Tu é um mala mesmo! — Falei com raiva, enquanto o fitava rindo do que eu acabara de falar.

            —Não vai perguntar qual a minha próxima aula? — Disse com malícia.

            — Não diga que também é Física?! — Falei assustada.

            —Digo sim... — Falou sarcasticamente.

            —Argh! Não vou nem perguntar as outras aulas...

            Tomei coragem enquanto Edward abria a porta da sala para mim. Quase enfartei do coração quando avistei Alice pulando na cadeira e acenando para me sentar ao seu lado. Eu nem acreditei mesmo! Que saco... vão ficar me seguindo agora... Pelo menos os outros Cullen são mais velhos e tenho certeza que eles não ficarão na mesma sala que eu... pelo menos isso.

            O dia no colégio foi longo... Conheci um grupo de amigos no tempo em que Alice e Edward, por incrível que pareça, não tiveram aula de Ed. Física comigo... Também, foi só essa aula, o resto do dia inteiro foi “Caça à Bella”. Eu pensava em me esconder em algum lugar, mais Alice me barrava antes mesmo de eu raciocinar direito. Não agüentava mais!

            Acabei conhecendo Mike, Angela, Jéssica e Ben. Alice e Edward ficaram me seguindo quando fui me sentar á mesa... E fizeram amizade com o pessoal também. Mike e Ben, logo no meu primeiro dia de aula já estava me chamando para sair. Foi Assim:

            — E ai Bella? Está passando um novo filme ai no cinema, poderíamos ir assistir qualquer dia desses... — Disse Mike com um sorriso no rosto. Ele nem era feio... tinha olhos claros e cabelos loiros, e muito simpático.

            — É verdade, eu poderia te levar Bella... íamos como um encontro de casal. — Disse Ben, olhando para Mike com malícia. Ben era moreno com cabelos lisos.

            —Eu chamei primeiro! — Disse Mike.

            — Não importa quem chamou primeiro, ela não vai. — Edward se meteu com uma voz tão maligna e séria, sem zoação, que ninguém protestou... Nem mesmo eu.    

            O resto do meu dia foi muito chato. Alice olhando para minha roupa com repulsa, e Edward olhando para os outros que passavam com cara de nojo, me apertando contra ele cada vez mais.

            —Ai! — Gritei quando aquilo já estava começando a doer. Estávamos chegando no seu Volvo.

            — O que foi? — Disse ele sério.

            — Nada... você só está esmigalhando minhas costelas! — Berrei sem ar. Serrei os olhos, e quando os abri novamente Edward estava novamente estatelado no chão.

            —Desculpe. — Disse ele. — Mais dá pra parar de fazer isso? — Levantou-se e abriu a porta do carona para mim.

            —Por que você está assim? — Indaguei.

            — Assim como? Estou normal...

            — Sei que você tem esta cara de idiota o tempo inteiro, mais não estou falando disso... — Eu disse implicando. — Estou falando desse seu jeito protetor de mais hoje... Você parecia um leão protegendo sua presa para que ninguém mais aproveite...!

            — Não é isso exatamente. É que você não tem idéia do que as pessoas pensam de você, ou pelo menos, querem de você... — Eu podia enxergar seu rosto. Ele estava sério. Foi quando percebi que havia um pequeno raio de sol no horizonte, tentando escapar da escuridão do dia chuvoso.

            —Hum... Você me fez lembrar de uma coisa...          Que comportamento rude foi aquele com Mike e Ben? Aquilo pegou muito mal... Eles devem ter pensado que você é meu namorado...

            — Que pensem! São dois idiotas que não conseguem controlar os pensamentos... Na verdade, Ben é mais controlado, mais o Mike... Tanta gente pra você conhecer, foi logo no Mike?! — Perguntou irritado.

            —Vem cá, o que você tem a ver com isso? — Foi quando Alice entrou no carro e falou:

            — Ciúmes... — Ela estava sorrindo.

            — Não sei onde... Alice você tem uma mente muito fértil, e...  — Disse Edward, quando o interrompi.

            — ...E, que você está com ciúmes! Peguei em? Para de dar uma de machão e admite... Mais saiba, não vou namorar você! — Eu delimitei.

            — O que adianta eu falar se não vai adiantar nada no caso de sua tese ser verdade? Cai na real Bella...

            — Você quem sabe... Agora vamos logo que eu tenho que chegar em casa cedo hoje.

            Ficamos um bom tempo sem dizer absolutamente nada... Eu estava pensando se Alice ficaria comigo o dia inteiro hoje... Ou se o horário do próximo “Guarda” começaria depois do colégio, então resolvi perguntar.

            — Alice... — Ela me cortou.

            — Sim, vou ficar com você até mais ou menos meia noite. Depois quem ficará com você será Edward. — Essa coisa de ela já saber o que eu vou falar estava me irritando.

            — Edward? — Como assim?! Por que não Rosalie? Esme? Alice novamente... Please, não me deixa sozinha com esse maníaco pervertido...!

            — Não pode ser a Rose... Esme... Você?! — Perguntei no desespero... Eu era bem certa para não ficar com um rapaz sozinha... 

            — Sem problemas Bella... Não vou entrar no seu quarto. — Edward falou com indiferença.

            Quero saber se ele vai cumprir isso mesmo! Bom, tirando que no manual de sobrevivência com garotos não constava ser proibido ficar a uma distância limitada da réplica de Zeus... Achei que estaria tudo bem...

            —Agora vamos Bella! Você vai me apresentar ao Charlie! — Disse Alice.

            —Pra que? — Perguntei assustada.

            —Se eu conhecer seu pai e ele me conhecer ficará mais fácil de cuidar de você. — Disse ela. — Edward ficará conosco por enquanto, depois, quando seu pai chegar, ele vai embora e você me apresentará á Charlie . Mais tarde ele volta para cuidar de você.

            — Ai... O que será que Charlie vai falar?

            — Na verdade ele vai me amar! — Disse ela animada. — Vai dizer que eu pareço uma bonequinha! — Falou em tom meigo.

            Nós três saltamos do carro e fomos em direção a casa vazia.