Era um dia incomum em Forks. Meu primeiro dia novamente nesta escola, que eu havia estudado até meus 9 anos, antes de me mudar para Phoenix. Agora, eu com 17 anos, minha mãe se casara novamente, e vim morar nesta pequena cidade com meu pai, onde chove o ano inteiro.

          Este era um dia incomum porque não chovia. Pela primeira vez, em muito tempo, não chovia nesta pequena cidade. Talvez por que eu estava feliz pela primeira vez aqui... era comum acontecer coisas estranhas comigo, quando estou triste, chove, feliz, faz sol... mais era só uma pequena tese.

         Eu estava caminhando para minha escola, para o primeiro dia, quando eu esbarrei em algo tão duro que todos os meus livros caíram. E como sempre eu não olhava para frente, então a culpa com certeza era minha. Eu não tinha o pequeno direito de reclamar.

          — Desculpe... — Falei, abaixando a cabeça. Era a única coisa que eu podia dizer.

          —Não foi nada. A culpa foi minha! — A voz era de um doce escandaloso, porém com um toque de brincadeira. Ao ouvi-la, levantei a cabeça para conhecer o dono da voz deslumbrante.

           Sua beleza era escandalosa. Ele era bonito, mais eu não sabia dizer o que havia nele, para me deixar assim. Eu fiquei sem fala. E não conseguia responder, enquanto olhava ele de cima, que estava agachado pegando minhas coisas. Não pude nem contar os segundos e ele já estava de pé novamente, me fitando com um ar desesperador e ao mesmo tempo meigo.

            — Ah... sim, obrigada... — Disse sem voz.

            Ele continuava há me olhar fixamente, enquanto eu não entendia nada. Quando ele começou a se ajeitar todo, ainda com o olhar fixo em mim. Pigarreou e disse:

           — Isabella Swan? — Perguntou monotonamente.

           — Hum... Sim. — Falei com a cara de lerda de sempre.

           — Prazer, sou Emmett Cullen! Cara... você não tem idéia de como eu fiquei com medo de você ser mais feia! — Ele dizia em um tom sincero e inocente. — Ah, sem ofensas! — Ele corrigiu.

           — Quem é você? Eu te conheço? — Falei sem prensar, sabendo que seu jeito me deixava tonta.

           — Sim... já disse, sou Emmett Cul...

           — Sei, sei... você já disse isso! — Falei, interrompendo-o. — Quero saber como você me conhece... e, espera ai... quem é você pra chegar me chamando de feia?!

           —Ah, desculpa aew... é que sua aparência me preocupava! Eu nem conseguia dormir direito, sabia?! — Foi quando ele começou a rir.

           — Porque está rindo? — Indaguei assustada, sem fazer idéia do que estava acontecendo.

           — Piadinha pessoal... você não vai entender. — Ele continuava a rir. Foi quando eu lembrei-me da escola.

           — Ai! Você está me atrasando pro colégio! — Falei olhando para o relógio. — A sorte que eu sai bem antes da hora hoje! Pode me dar licença? Quero passar... — Emmett estava tampando o caminho, já que ele parecia um armário imenso e forte.

          — Não, não e não... — Ele falou sorrindo. Acho que o efeito de ficar deslumbrada e sem voz passa quando começamos a perceber quem ele é de verdade. Uma criança!

           — Que mal lhe pergunte... Mais porque não?! — Eu estava começando a me irritar.

           — Não posso contar... é segredo. — Eu o estava fitando quando percebi que algo se movia rápida e graciosamente atrás dele.

           —Olá! — Disse uma pequena criatura com voz de passarinho. — Como vai Bella?

            Foi quando meu mundo virou de cabeça para baixo e eu não vi mais nada. Foi como se eu tivesse levado um choque de não sei quantos mil volts! Simplesmente minha mente apagou, só restando vestígios de passarinhos cantando em minha cabeça. Eu comecei a sonhar com elfos, ogros e nômades da montanha, coisas que eu não me lembrava de ter sonhado antes. Quando acordei, o sol batia em minha face.

            — Finalmente Bella Adormecida! — Estava tudo embaçado, mais com certeza a voz era familiar, provavelmente daquela elfa com voz de passarinho. Eu estava sentindo seu hálito soprar em meu rosto. — Você está bem? Quer água? Comida?!

            Foi quando tudo começou a clarear novamente em minha mente. Os tons faziam um pouco mais de sentido, parcialmente, na mediada do possível, estava tudo bem. Quando eu percebi que um rosto fino da pequena Elfa estava grudado em minha cara, me fitando com um ar de curiosidade, onde não deixava o sol bater em mim por inteiro, como estava antes.

            — Ond... onde e-eu estou ?— Gaguejei.

            — Na nossa casa, horas! — Eu ainda sentia seu hálito doce batendo em meu rosto, penetrando em meu nariz. — Onde poderia mais, Bella?

            — Não sei... que estranho... — Ela começou a se afastar à mediada que eu me levantava, e pus a mão em minha cabeça. — Espera ai! Como sabe meu nome?! Onde estou? Quem é você?!

            — Ah! Desculpe, eu não me apresentei naquela hora, porque sem motivo algum você desmaiou quando me viu... enfim, sou Alice Cullen! — Ela falou sorrindo, com seu rosto angelical. — Sei que você não deve me conhecer, mais deveria... todos me conhecem! Sei seu nome porque eu há vi...

            — Me viu? — Esta coisa estava ficando cada vez mais estranha.

            — Não, quer dizer... vi não, é que... todos falam de você na cidade! Afinal, você é filha do grande chefe Swan!

            Agora que a nuvem que cobria meus olhos havia passado praticamente por completo, eu percebi que estava deitada em uma cama branca, e o quarto era igualmente branco, com uma das paredes totalmente destampada, na verdade o que ocupava seu lugar eram grandes janelas, onde a luz por ali vazava. Alice estava sentada ao meu lado.

            —É! O colégio! — Gritei ao me lembrar do mesmo. — Perdi a hora?! Que horas são agora?

            — Sim, você perdeu a hora, e eu também perdi. Hoje não iam dar matéria nova...  primeiro dia, lembra? E agora são duas da tarde. — Ela dizia isso com tanta certeza que eu acabei ficando mais calma.

            — É, tem razão. Mais eu precisava conhecer os professores, pegar minha lista de aulas...! Era tanta coisa... Mais deixa, eu pego amanhã mesmo. — Desisti quando lembrei que seria perda de tempo discutir á esta altura.

            — Que bom, não precisa se preocupar. — Passaram-se alguns segundos e ela falou novamente. — Pode entrar. — Utilizou o mesmo tom que usara comigo.

            Eu não havia escutado nenhum som vindo através da porta. Até que houve um pequeno baque, e a porta abriu-se silenciosamente. Emmett acompanhado de duas mulheres entraram. Ele carregava um sorriso brincalhão estampado no rosto, e uma das mulheres era linda, na verdade uma das mais lindas que eu já vira, entrou pela porta fazendo cara de nojo, grudada em uma mulher com um rosto igualmente lindo, porém maternal.

            — Achei que ela tinha morrido! — Disse Emmett, num tom brincalhão. — A emoção de ver o galã aqui foi tremenda, não é? — Ele disse ainda brincando.

            — Emmett! Não se deve dizer uma coisa dessas para uma pessoa de cama... E que coisa feia ficar se gabando... não foi assim que eu ensinei á você! — Disse a mulher num tom igualmente maternal. — Olá minha queria. — Falou virando-se para mim. — Sou Esme Cullen, mãe dessas crianças... desculpe seus comportamentos rudes. — Nossa, mais ela parecia tão nova para ser mãe!

            — Ah! Não, que isso! Eu que peço desculpas, essa cama deve ser sua também! Eu só dou trabalho... tenho que ir. — Falei me levantando.

            — Não, Bella querida! Fique, ainda nem apresentei meus outros filhos... esta é Rosalie. — A linda mulher não respondeu, então prosseguiu. — Jasper e meu marido Carlisle, saíram em uma emergência... eles voltarão logo. E meu filho Edward deve estar chegando.

            — Esme, conte logo a ela do que precisamos na verdade. — Alice falou, no mesmo tom de sempre, quando percebi que ela, como os outros, era linda como sua irmã Rosalie, talvez ainda mais bonita.

            — Talvez não seja a hora certa... — Esme falou em dúvida.

            — Então eu falo... — Disse Alice.

            — Falar o que? — Indaguei.

            — Olha, sabemos o que você é! Não precisa esconder... então precisamos de sua ajuda... — Eita gente maluca... do que eles estão falando?!

            — O que? — Falei sem entender.

            — Nós somos vampiros, e você é uma bruxa... não precisa esconder! Nós guardamos seu segredo, e você guarda o nosso... ai fica tudo certo! — O que?! Sou uma bruxa, e nem eu sabia! Eles estão ficando loucos... bruxa, eu? Pera ai...

            — Vocês são vampiros?! É o que?! O que eu estou fazendo aqui... eu já ouvi historinhas sobre vocês... não vão me enganar, vou embora! —  Falei entrando na brincadeira, mesmo sabendo que eu nunca acreditei nessas histórias. Caminhei até a porta, mais bati com o rosto em algo duro. De princípio achei que eu havia esquecido de abrir a porta... mais cheirava tão bem!

            — Onde pensa que vai? — Perguntou uma voz séria e linda... eu ainda estava encostada ali, enquanto o ouvia falar de cima. — Sabe que precisamos de você, não vai ajudar? — Não pude resistir a não olhar... Embora estivesse bem, encostada ali... Levantei a cabeça para ver melhor.

            Esse sim era perfeitamente lindo! Cabelos cor de bronze, arrumado em um topete, ao mesmo tempo que estava perfeitamente bagunçado... era simplesmente, perfeito! Seu rosto, seu corpo, tudo!

            — Eu não s-sou uma bruxa... — Falei gaguejando a única coisa que veio em minha mente. Ele ainda segurava meu punho contra seu peito.

            — Sei que ainda não. Alice não viu a probabilidade de você não ter aprendido nada com sua mãe... Ela só viu que nós a encontraríamos. — Ele disse sorrindo, mais em tom sério. — Desculpe por minha arrogância, eu nem me apresentei... Sou Edward Cullen.

            — Ah, sou Bella Swan,mais com certeza você também sabe... — Eu estava ficando melhor, o efeito do tempo “Sem fala” deve passar rápido.

            — É verdade, eu sei. — Ele continuava rindo.

            De dentro do quarto, de repente alguém falou:

            — Você não consegue ouvi-la, não é Edward? — Perguntou Alice, em um tom de zombaria. — Depois fala que só eu tenho bloqueios...

            — Você sabe que ela é a única...

            — O que? Do que vocês estão falando?! — Eu estava ficando cada vez mais sem saber o que estava acontecendo.

            — Sente-se que iremos te contar tudo. — Disse Esme, depois de um tempo sem falar.

            Eles me contaram absolutamente tudo... tudo na versão deles, talvez. Bom, pelo que eu captei, todos daquela casa eram vampiros... Alice via o futuro, Edward ouvia pensamentos... Jasper, eu não entendi direito, mais parecia que ele controlava emoções... essas eram algumas habilidades especiais... fora que eles corriam muito, super força, uma beleza de arrepiar... E também, parece que o pai, Carlisle, era médico, e trabalhava no hospital...

            Eu não estava acreditando em nada, até que Alice levantou Emmett com uma das mãos nas costas... eu fiquei tão apavorada, chocada... que eu comecei a acreditar em tudo que diziam.

            — Então Bella, é isso! Nós viemos para cá no ano passado porque eu previ que você viria, e começamos a arrumar as coisas por aqui. Decidimos cursar novamente o ensino médio... só para podermos virar humanos novamente...precisamos muito de você Bella!

            — Mais eu não sei nada sobre isso... — E eu não sabia mesmo... há apenas alguns minutos eu não me conhecia por completo, sabia que acontecia coisas estranhas comigo, mais eu costumava pensar “Pode acontecer com todo mundo”.

            — Nós iremos lhe ensinar... Jasper era um feiticeiro que foi mordido por vampiros, e se tornou um de nós... não será fácil, mais te esperamos por tanto tempo... e nós temos todo tempo do mundo. — Falou Alice.

            — Está bem... eu aceito ajudar vocês. Mais acho que já é tarde... é melhor eu ir para casa.

            — Claro, tem razão... seu pai vai ficar preocupado. — Disse Esme.

            —Eu levo você. — Disse Edward muito sério.

            — Não precisa... eu posso ir sozinha...

            — Você não acharia o caminho nem se quisesse... Do jeito que você é estabanada...

            — Ei! Quem é você pra falar assim de mim, eim? Estabanado é você! — Ah, esse efeito passa rápido mesmo... mais descobri que ele é lindo, porém um perfeito idiota!

            — É, é! Ta bom... vamos logo...

            — Me recuso a ir com você! Me dá um mapa que eu vou sozinha! — Cruzei os braços decidida... dali eu não saía!

            — A é? Vai fazer birra? — Perguntou Edward.

            — Não estou fazendo birra! Eu não vou sair com você sozinha em um carro!

            Minha careta não adiantou absolutamente nada... ele simplesmente me pegou no colo e me apertou de um modo que eu não conseguiria sair de jeito nenhum!

            — Me larga seu idiota! — Berrei socando seu braço. — Me larga!

            —Não... você vem comigo.

            Quando me dei conta, eu estava dentro de uma garagem entrando em um Volvo prata.

            — Não vou entrar ai...

            — Você não tem querer. — ele disse com indiferença.

            — Se eu pudesse! Se eu tivesse um pouco de força! Que raiva!

            — É, mais você não tem... — Esse jeito dele de ser indiferente, me irritava.

            — IDIOTA! —Berrei.Quando me dei conta, eu estava dentro do volvo e ele estava estatelado no chão da garagem com cara de idiota.

            — O que você fez? Achei que não soubesse usar magia! — Agora sim! Ele não falava com indiferença... ele estava com raiva.

            — É, mais você me irritou! Nem sei como fiz isso! — Acabei amolecendo e sai do carro para ajudá-lo a se levantar, mais antes de eu mesma me levantar, ele jê estava ao meu lado.

            — E pensar que Alice previu que eu me apaixonaria por você! Ela está ficando caduca... — resmungava enquanto ligava o carro. — Mesmo sabendo que não seria um amor aceito... nunca seria assim... eu sei me postar em meu lugar...

            — Do eu você está falando? — Perguntei aturdida.

            — É, acho que aquela loca se esqueceu de te contar esta parte... nós agora somos seus guardiões...

            — Guardiões?

            — Sim... temos que cuidar de você para que nada lhe aconteça... se os Volturi sabem que te achamos eles vão querer você! Você sabe que poder você tem sobre nós? Você é muito atraente... — Bom... eu não parecia atraente... não para Emmett... ele devia estar brincando quando me chamou de feia ... cara louco! Tirando que o Edward também me trata com indiferença.

            — Quem são os Volturi? — Perguntei.          

            — É um clã como o nosso, porém muito poderoso... que caça vampiros para se juntar a eles na busca por pessoas como você... que podem ajudar a acabar com os vampiros na terra.

            — Hum... Eles não querem voltar a serem humanos... e porque vocês querem?

            — Nenhum de nós gostamos desta vida... Os Volturi querem ser imortais para ter o poder sobre a Terra, sendo os únicos vampiros a Dominar tudo... Eles são como uma família da realeza, porém, tem muita sede de poder.

            — Hum... — Quando olhei para fora da janela, percebi que havíamos acabado de chegar.

            —Então tchau. — Ele disse, como se quisesse se ver livre de mim.

            — Espera ai, só mais uma pergunta...

            — O que é agora?

            — Por que você disse que seria um “Amor proibido” naquela hora?

            — Ah... Porque pessoas que nasceram com o seu dom são muito poucas na terra... E elas deixam qualquer vampiro louco por seu sangue ao mesmo tempo que apaixona-se por você. Ou seja, do mesmo jeito que somos muito atraentes para você, você é para nós.

            — Mais isso não é amor proibido...

            — Mais um detalhe... A profecia só poderá ser feita quando um bruxo conviver com um determinado vampiro sem ambos se apaixonarem. O dia que isso acontecer, poderemos nos converter com esta pessoa que nos libertará.

            — Entendo. Um dia em que um céu não for proibido para dois...