Nine Months escrita por Anny Taisho


Capítulo 12
Quem não dá assistência...




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Cap. XII – Quem não dá assistência...

Depois de um almoço agradável o casal voltou para as dependências do escritório, havia bastante trabalho a ser feito. Kyouraku realmente não estava com vontade mexer com aqueles papéis chatos, mas sabia que se tentasse fugir ela ficaria estressada e isso não era recomendável no atual estado gestante de seu amorzinho.

Mas como nada era perfeito, o capitão bebia e cochilava ocasionalmente, entre assinar e elogiar sua menina. E como aquela era a Hachi Bantai, Nanao não ficou feliz com o comportamento e passou um sermão naquele homem que não prestou atenção na metade do que ela dissera.

- Taisho, assine a pilha de papéis a sua frente, por favor. – disse enquanto terminava de arquivar algumas folhas –

- Esse tom de voz não combina com a doçura da minha Nanao-chan. – disse preguiçosamente enquanto mudava a posição das pernas que jaziam sobre a mesa –

- Não vamos sair daqui tão cedo se você não trabalhar! Por que torna tudo tão difícil?

- Mas esses papéis chatos são tão... chatos! – disse ele monótono –

- E eu não quero fazer hora-extra, estou a fim de um bom sofá e meu livro!

- Eu acho que minha Nanao-chan quer é me levar para casa para poder abusar de mim!! – soltou o capitão com aquele tom travesso de duplo sentido –

Uma veia soltou no centro da fronte da Ise e suas faces esquentaram tomando um tom rosado, esse que agradava muito ao taisho ver, a morena queria mesmo era furá-lo com meia dúzia de kidous, mas não estava a fim de ter que reformar a sala depois. Obras são tão desgastantes.

- Se não quer trabalhar, não trabalhe, mas eu vou embora na hora certa e você não entra em casa até fazer tudo!!

- Minha Lovely seria capaz de me abandonar assim?? – ele fez uma cara de pena – Isso poder ser ruim, nunca ouviu que quem não dá assistência, abre concorrência??

Nesse instante, o sangue já quente de Nanao ferveu, ebuliu e a deixou a beira de uma crise nervosa que provavelmente mandaria seu capitão ao Yon Bantai. Então era assim?? Ele não vem trabalhar direto, não trabalha durante a manhã devido a visitinha e à tarde também não quer fazer nada??

Como se só assinar relatórios fosse muito cansativo!!! Ela fazia tudo por ali, tudo, tudo, tudo!!! O que custava a ele só assinar no prazo certo para que ela não tivesse que refazer tudo com mais um relatório tentando explicar o motivo do atraso??

- Está certo, Taisho, quem não dá assistência, abre a concorrência! Isso vale para nós dois, se quer tanto me deixar desacompanhada... – ela dá os ombros – Você não é o único homem na Seireitei.

Dito isso, a shinigami saiu fechando a porta cuidadosamente atrás de si. Não daria aquele infeliz o gostinho de deixá-la irritada. Bem... Pelo menos ele não precisava ver que ela ficava tão afetada com aquele jeito desleixado dele. Nanao não se importava com o jeito “cuca fresca” de Shunsui, o que a irritava era a preguiça sem limites e aquele prazer que ele tinha em irritá-la.

Iria aproveitar o tempo fora da sala para buscar algumas pastas no almoxarifado, precisava de novas para manter a ordem das pilhas de papéis que só pareciam crescer com o passar de cada ano.

Shunsui dentro da sala ficou olhando perplexo para a porta que se fechou, ainda não tinha digerido as palavras de sua adorável Nanao. Ela sempre se irritava quando ele falava que o “desdenhar” dela podia jogá-lo nos braços de outra, mesmo que jamais fosse capaz de fazer isso... Mas nunca tinha dito que seria capaz de trocá-lo.

Isso não estava certo, afinal, ele sempre falava brincando e muitas vezes se arrependia disso pelo jeito que era tratado posteriormente e Nanao não era mulher de falar por brincadeira... Será que ela tinha alguma intenção de trocá-lo? Ou dar um outro pai para o bebê que estava a caminho?

Não!! Ela não faria isso, só falou para irritá-lo! Mas como o seguro morreu de velho, não custava nada fazer seu serviço o mais rápido que podia para ir embora com ela e dar assistência, mesmo que não achasse a concorrência grande coisa.

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Como o esperado, Shunsui não conseguiu terminar o trabalho a tempo de ir embora na hora certa e como não era mulher de ameaçar e não cumprir, Nanao foi para casa ignorando os pedidos manhosos do namorado. No fundo, quis ceder ficando para ajudar, mas não podia facilitar ou Kyouraku não tomava jeito.

A Ise caminhava a passos lentos para casa, que agora ficava alguns minutos mais longe do antes. Carregava o famigerado livro entre os braços e não prestava muita atenção nos cochichos ao seu redor, não queria nem podia ficar irritada.

Tinha que marcar a primeira consulta logo, mas andava tão atarefada... A Hachi Bantai dependia muito de suas ordens e pulso firme, não era conveniente ficar saindo, não se sentia bem colocando sua vida pessoal a frente da profissional. Se ao menos seu capitão fizesse, minimamente, seu trabalho ela não teria de se preocupar tanto.

A morena suspirou e sorriu, apesar de tudo, não trocaria Shunsui por homem nenhum. Sua vida seria tão chata sem ele para animar tudo. Apesar de completamente opostos, tinham uma cumplicidade sem tamanho, sempre sabiam a hora de parar.

- Nanao-san. – uma voz a chamou as costas –

- Hn? – Nanao virou o rosto e encontrou um rosto conhecido do passado – Hiroshi-san?

- Sim. – ela parou para que o colega de profissão a alcança-se –

Hiroshi era um shinigami do Sétimo esquadrão que ela conheceu em uma de suas visitas a biblioteca, estavam a procura do mesmo livro e no final acabaram por lê-lo juntos... Mas isso a cerca cem anos atrás. Ele acabou recebendo a missão de cuidar de uma cidade do mundo humano e fazia muitas décadas que não se viam.

Ele era mais velho cerca de duas décadas, tinha a pele bem clara como a dela, um e oitenta, olhos azuis como duas piscinas de águas límpida... O físico não precisava ser comentado, Matsumoto fez muitas suposições sobre sua amizade com o rapaz.

- Nossa!! Quanto tempo... Não sabia que estava de volta a seireitei. – disse ela sorrindo –

- Voltei a uns dez anos, mas sabe como é...  A vida por aqui é bem agitada. – os dois passaram a caminhar juntos – Fiquei sabendo que está comprometida...

- Nanao ficou sem graça – Não precisa ser tão educado, você leu o almanaque das almas puras, não?

- Bem, ler... Eu li, mas isso não quer dizer que eu acredite completamente no que foi dito.

- Pois pode acreditar, eu realmente estou grávida do meu capitão... – a morena olhou para o chão – Eu sei que muita gente deve pensar que isso é alguma estratégia oportunista, mas não é.

- Eu não pensei nisso, te conheço, Nanao e sei que se está com Kyouraku Taisho é porque realmente gosta dele. E sobre ser recíproco não precisamos nem comentar, ele sempre deixou isso bem claro. – os dois riram –

- Isso é uma questão de ponto de vista... Mas e você, como está? Solteiro, casado, divorciado...?

- Noivo. – o homem sorriu mostrando a aliança dourada na mão direita –

- Jura? De quem? Eu conheço?

- O nome dela e Sayuri, uma shinigami do quarto esquadrão... A conheci na Terra.

- Fico muito feliz, ela é uma garota de muita sorte. Mas me conte com foi sua temporada no Mundo Real... Faz tanto tempo que não vou para lá.

Os dois pararam em uma pequena praça que havia, não passava muita gente por ali, o que era até melhor, não estavam a fim de virar o comentário de gente fofoqueira. Até porque não estavam fazendo nada de errado, nenhum dos dois tinha segunda intenção nenhuma.

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Kyouraku saiu do esquadrão uma hora e meia após sua Nanao-chan, pensou em ir dar uma volta, mas se recordou dela dizendo estar cansada. Isso se tratando de Ise Nanao poderia querer dizer que ela estava sentindo algum mal estar e que não queria contar por orgulho. Iria direto para casa cuidar dela e do bebê.

E nesse momento o capitão notou que sua Ise ainda não tinha falado nada sobre a primeira consulta. Iria lembrá-la, apesar de duvidar que ela já não tivesse pensado nisso.

Caminhava preguiçosamente cumprimentando alguns colegas pelo caminho quando na curva de uma das sinuosas ruas vê sua menina se despedindo afetuosamente de alguém, e só para deixar claro, alguém do sexo masculino. O olhar atento do capitão não conseguiu ver bem o rosto, mas era possível notar que era conhecido antigo. Um bichinho verde começou a sapatear no estômago do homem.

- Nanao-chan! – chamou a voz grossa, assustando-a –

- Taisho... – ela se corrigiu ao ver o rosto masculino se contorcer em uma careta – Shunsui?

- Eto... Pensei que estivesse cansada e que já estivesse em casa. – ele usou um shunpou para se postar ao lado da amada –

- Estou cansada, mas encontrei o Hiroshi-san e acabei parando para conversar. – os dois passaram a caminhar lado a lado – Já terminou todas aquelas pilhas de papel? O que foi, está com febre?

- Iie, só não queria te deixar sozinha, mas acho que nem precisava me preocupar já que minha Nanao-chan estava entretida com o Hiroshi-san. – o tom do Taisho era uma mescla de ciúme e despeito, ele não gostava de ver outros homens tão próximos –

- Sei... Aposto que não achou nenhum companheiro de bebedeira pelo caminho. – a morena riu, não havia notado o ciúme de seu companheiro, Shunsui era sempre tão confiante de seu lugar no coração dela que ela não achava que ele sentisse ciúmes, sem contar que ela também não via motivo para ciúmes –

- Sempre acha que só penso em cuidar de você porque não achei mais nada para fazer... Como se eu não vivesse preocupado com seu bem-estar. Mas de onde mesmo a gente conhece o Hiroshi-san?

Uma das sobrancelhas negras ergueu-se formando um arco e montando uma expressão de curiosidade. Kyouraku estava com ciúmes?

- Você eu não sei se o conhece, mas eu o conheço da biblioteca... Um velho amigo que não via a quase um século, literalmente. Por que a curiosidade?

- Nada, só curiosidade.

Biblioteca, hn! Iria puxar a ficha do rapaz, afinal, mesmo que não houvesse nenhum interesse por parte de sua lovely, poderia haver por parte dele e mesmo que não houvesse nenhum interesse hoje, poderia ter havido interesse no passado... E última coisa que o homem queria era que rolasse um recordar é viver.

- Certo... Qualquer dia desses eu os apresento...

Nanao não tinha intenção nenhuma de apresentá-los, sabia que Kyouraku arrumaria alguma maneira de “marcar território”, pois apesar de não ter duvida alguma sobre o lugar ocupado no coração da pequena, Shunsui gostava de mostrar para aqueles que julgasse não ver o óbvio.

- Quer comer alguma antes de ir para casa? Ou está indisposta ainda?

- Eu não disse que estava indisposta, disse que estava cansada... Não comece Shunsui.

- Okay, okay... Está cansada demais para jantar fora comigo? – ele sorriu –

- Na verdade, eu estava pensando em comer aquele Yaksoba que você faz tão bem, mas não me importo em comer fora. – ela sorriu –

- Se minha Nanao quer comer da minha comida, vamos para casa então!! É bom que eu lembro a ela o quanto tem um amor prendado.

- Como se você soubesse fazer alguma outra coisa na cozinha! – Nanao riu –

- O que importa não é a quantidade, mas sim a qualidade! – disse enquanto pegava a mão dela tão menor que a sua e dava um beijo – E minha Lovely sabe o quanto a qualidade é boa!

Um tom rubro subiu as faces da mulher, ele tinha que fazer um comentário de duplo sentido ou não seria Kyouraku Shunsui. Era para acabar!

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Kyouraku estava deitado de costas no futon com o corpo de sua Ise sobre o seu e algumas cobertas, apesar desse detalhe o capitão julgar completamente dispensável. Os lábios de sua morena estavam em volta do lóbulo de sua orelha esquerda e a língua dela escorregava até os músculos de seu pescoço. As mãos pequenas mantinham os punhos de seu companheiro presos aos lençóis, num gesto simbólico levando em consideração a diferença de forças entre os dois.

Quando a boca da pequena alcançou os lábios de Shunsui, ele não se demorou em soltar os braços para poder abraçá-la e trazê-la mais para perto, se é que isso era possível.

- Minha Nanao-chan está inspirada hoje... – a voz grutal do capitão falou perto do ouvido feminino causando um arrepio involuntário –

- Eu não estou ouvindo ninguém reclamar. – replicou arrancando uma risada do par e sentindo seu corpo ser jogado para o lado –

- Eu não estou reclamando, estou fazendo uma colocação...

Depois disso, tudo o que se ouviu foram suspiros e gemidos abafados pelo resto da noite.

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Nanao estava nas dependências do Yon sentada na maca esperando que Isane chegasse para que fizesse o primeiro ultrassom. Shunsui estava ao seu lado olhando para a janela, ele estava bastante ansioso para poder ouvir o coração do bebê.

- Entediado? – indagou a Ise –

- Iie, Nanao-chan. Ansioso, quero ver o bebê logo.

A morena riu.

- A gestação é recente, ainda não dá para ver muita coisa.

- Pouca coisa é melhor que nada! – Shunsui olhou para trás ao ver a porta se abrir –

- Boa tarde, desculpem o atraso... – Isane entrou – Chegou um rapazinho com sete costelas quebradas, não entendi muito bem, mas parece que ele é namorado da Yachiru-san.

- Hehehe... – Shunsui riu – Eu acho que o Kenpachi não gostou muito disso.

Nanao apenas fez uma careta, via Shunsui rindo, mas imaginava que teria problemas bem parecidos se aquela criança que carregava fosse uma menininha.

A fukutaisho do Yon preparou-se, ligou a aparelhagem e passou o gel sobre o ventre da Ise. Como o esperado, o que se viu na tela não passava de um borrão para olhos leigos, mas competentemente a médica foi indicando o que era cada parte.

- Para mim ainda não passa de uma mancha, mas é muito kawai... – o capitão beijou o topo da testa da Ise –

- Pois eu consigo ver o que Isane-san está indicando!

- Minha Nanao-chan sempre foi muito esperta!

- Bem, de qualquer maneira o coraçãozinho batendo não vai deixar dúvidas do bebê que está aqui. – a mulher apertou um botão –

O som rítmico dos batimentos deixou o casal sem palavras, mesmo com os exames, com os enjôos e tudo mais o filho parecia muito abstrato. No entanto, agora não mais, tinha uma vida dentro da Ise com um coraçãozinho muito forte e que dentro de alguns meses estaria ali com eles.

Algumas lágrimas escorreram dos olhos azuis, ela não pôde evitar.

- Minha Nanao-chan está chorando por quê?

- Agora é sério, nós vamos ter um bebê... O coração dele ou dela está batendo...

Ela subiu os olhos até o rosto do capitão encontrando um sorriso sincero, ele também estava muito feliz. Sua menina estava carregando o ato de amor deles.

- Está batendo mesmo, mas não é motivo de choro... Pelo contrário.

- Tudo está bem até aqui, agora é só continuar com o acompanhamento Ise-san.

- Claro, claro...

- Se sentir alguma coisa que julgar estranho não tenha receio de dar um pulinho aqui. Coma bem, durma, trabalhe menos, faça exercício comedidamente que do resto a natureza se encarrega.

- Eu vou cuidar para Nanao-chan fazer tudo isso, Isane-chan, pode deixar!

- Bom mesmo, porque certas pessoas são muito teimosas.

Nanao fez uma careta e depois riu, nada seria capaz de diminuir sua felicidade.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Oie amores!!! Não me matem por demorar tanto, mas é que sa tantas fics que fico meio perdida sem saber o que escrever!! Sem contar a escola que anda me enlouquecendo!!!hahahhah
Muitas saudades, amei tdos os comentários que recebia até agora e espero mais!!!
kiss kiss