Dans La Pasyon escrita por estherly
Estamos no ônibus. Resolvemos sentar no último banco que tinha. Puxei ela para mim. Abracei ela. Vi que ela chorava.
- Por que está chorando?
- Eu vou mudar de escola! – disse ela exasperada. Meu coração se apertou.
- Para que escola você vai? – perguntei para ela tentando mudar de assunto ou amenizar-lo. Acredito que funcionou. Falamos sobre várias coisas. Minutos depois, comecei a ver a entrada da nossa cidade. Me virei para ela. – Eu quero que você se lembre de mim ok?
- Eu sempre vou me lembrar de você. Por que eu ti amo. – disse ela. Fiquei parado. A rodoviária se aproximava. Não respondi.
- Eu quero que você fique com isso. – pedi. Era um anel em formato de borboleta. Tinha minhas iniciais dentro. – E com isso. – beijei-a. Ela me apertou.
- Você me ama, como eu ti amo? – ela me perguntou e eu não quis responder.
Não queria me separar dela. Mas, o motorista estava nos chamando. Segurei na mão dela e a puxei para fora. Me virei novamente para ela. Iria dizer para ela que eu a amava, mas meus pais me puxaram. Como em câmera lenta, nossas mãos foram se separando. E eu dela também. Antes de ser sufocado pela minha mãe num abraço, vi os pais da O’Nell a abraçarem. Senti minha mãe me puxar e a ultima coisa que eu vi foi os olhos verdes dela me fitarem. Eu estava louco para chorar. Queria me livrar de tudo e todos e ir para ela. Puxar ela para mim, beijar-la e ter-la nos meus braços. Estava apavorado. Não queria perder-la. Não. Tarde demais. Meu pai ia rápido para casa.
- Adivinha meu filho? – pediu minha mãe.
- Não quero adivinhar.
- Você vai ganhar um irmãozinho. – respondeu ela.
- Que bom!
- É. – concordou mãe. – E ele irá dormir no seu quarto.
- E onde eu vou dormir?
- No sótão.
- O quê? – gritei.
- Enquanto o bebe não nasce, você ainda dormirá no seu quarto e enquanto isso, arrumaremos o sótão.
- Mas, eu não quero dormir lá.
- Não é questão de querer ou não. Você irá dormir lá e ponto final. – disse o pai. Resmunguei. Olhei para o lado e por um momento eu podia jurar que viu uma menina de cabelos ruivos e olhos verdes. Pisquei. Não era. Deus. Fazia cinco minutos que nos separamos e eu sentia saudade dela. Coloquei as mãos nos bolsos do casaco e vi um papel. Estranho. Não me lembrava de ter posto nenhum papel ali. Peguei. Era um bilhete. Cuidadosamente dobrado. Ali tinha um e-mail e um número de um celular. Sem me conter, peguei meu celular e liguei para aquele numero. Era ela. Só podia.
- Oi. Vejo que achou o meu número. – não era Desthiny.
- O’Nell? Como conseguiu colocar no meu casaco?
- Entrei no seu quarto e coloquei oras.
- O que você quer?
- Terminar o que começamos. – disse ela.
- Não quero mais saber de você. Cadê a Desthiny?
- Vagabundiando por aí. Combina com ela né? – perguntou O’Nell. Senti uma raiva.
- Não ouse mais ligar para mim! – gritei antes de desligar o telefone.
Minutos se passaram e não havíamos chegado em casa. Minha mãe ainda por cima, resolveu parar numa loja. Finalmente chegamos em casa. Peguei a minha mala e fui para dentro de casa. Coloquei ela no meu quarto e corri para a sala. Queria conversar com os meus pais.
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