“Temos contas a acertar querido.” Ela sorria com desdém para o garoto que não entendia nada do que estava acontecendo ali, afinal quem realmente era Izzobel Stevens?

“Mas que droga é essa?” Gritou Malfoy irritado e cansado de não ter respostas claras. “Por que toda essa perseguição?” 

“Ora Draco não precisa gritar dessa maneira. Mas já que você vai partir dessa pra melhor, não vejo por que não te contar.”

“Contar o que? Que você é uma vadia pirada?!” Ele provocava para ganhar tempo.

“Não seja insolente seu pirralho.” Stevens se enfureceu mais ainda. “Você com esse seu ar arrogante e irritante, anda por aí zombando de todos e aproveitando a boa vida que o dinheiro da família proporciona.”

“Espera, você quer me matar porque sou um sonserino rico?!” Perguntou Draco em deboche.

“Se continuar a zombar dessa maneira novamente te mando pro inferno sem ao menos saber o porquê.” Ela apontava a varinha para Draco, ela estava cerca de uns 3 metros de distancia dele. Enquanto falavam Draco escondeu a varinha nos bolso da calça para que ela não a visse.

“Vamos lá então, fale.”

“Sabe Malfoy, a alguns anos, antes mesmo do maldito dia em que você nasceu, sua mãe teve um amante. Eles pretendiam se casar, sim, mas a família de sua mãe a impediu forçando-a a se casar com Lucius, mas o que ninguém imaginava era que a tão correta Narcisa teve um filho antes de se casar!” Draco n]ao acreditava em uma só palavra do que aquela mulher pronunciava.

“Sua tola, minha mãe jamais teria outro filho sem que eu soubesse.”

“Tolo é você, que se quer conhece a história de sua família. Você não é o único filho de sua mãe.”

“Então como é que eu nunca soube da existência desse irmão?” Draco perguntava intrigado.

“Você nunca soube porque sua mãe quis assim, ela abandonou a criança. Ela sequer teve a coragem de contar ao pai da criança que ele tinha um filho.” Ela alterava cada vez mais o tom da voz.

“E quem era esse homem?”

“Severo Snape. Ele morreu sem ao menos saber que tinha um filho. Mas não tem problema. Eu estou aqui para vingar a sua morte. Estou aqui para exigir o que por direito é meu.”

“Você, o que você tem a ver com toda essa historia?” Draco perguntou sem entender.

“Eu sou sua irmã Draco, sou eu a filha de Severo Snape e Narcisa Malfoy, eu fui à criança que sua mãe abandonou.” Draco ficou encabulado com tantas informações de uma só vez.

“Isso não é possível...” Ele tentou argumentar, mas estava chocado demais.

“Você não entende não é?! Ele morreu em vão! E agora chegou a sua vez Draco, mande lembranças para meu pai, porque logo vão se encontrar. Finalmente ficarei livre de você irmãozinho. AVADA KEDRAVA.” E o brilho verde iluminou o seu rosto sádico.

É estranho quando você se acostuma a ver a vida por apenas um ângulo, o seu. E de repente descobre que toda sua vida foi feita em cima de mentiras que desmoronam em cima de você como uma avalanche. Você se sente acuado, até mesmo perdido, busca alguém a quem culpar, mas quem além de si mesmo. Draco sabia que não era culpa de Stevens, não era sua também. Mas a quem culpar?! A mãe que a família obrigou a abandonar o filho bastardo, o pai que nem ao menos sabia da existência da criança. Morrer por seja lá qual for o motivo jamais seria uma idéia agradável para ele, nem mesmo morrer por algo que ele sequer imaginava existir.

Tente imaginar a mente de uma pessoa problemática que cresceu sem os pais, a mercê da própria maldade. Saber que tudo poderia ter sido diferente, mas não foi. Ela agora tinha na mente que iria exigir tudo o que lhe é de direito, começando pela fortuna da família. Mas para isso, teria de matar o primeiro na lista de herdeiros. Seria conveniência demais que esse herdeiro fosse à pessoa que teve tudo o que ela não teve e fosse ele a maneira mais fria de conseguir sua vingança. Foi tudo planejado meticulosamente. Ela o atingiu de todas as maneiras possíveis. Infiltrou-se na escola onde ele estudava, contratou Pansy Parkinson para vigiá-lo e dar cabo da pessoa de quem ele gostava. Passou a tentar destruir a vida dele através da vida de Hermione, porque ela estando fora de combate ele estaria vulnerável. Para ela jamais existiu essa historia de não poder chutar cachorro morto. Quanto mais ele caia mais feliz ela se sentia.

Apenas quando sua infiltrada começou a dar para trás, ela teve de procurar outro, e quem melhor para isso do que o fiel amigo Rony Weasley. Quem desconfiaria que ele estivesse enfeitiçado sob o poder de Stevens.

Mas de que importava tudo isso agora? Ambos estavam perdidos. Ela perdida em seu cego desejo de vingança. Ele perdido em meio à vida.

Draco não sabia como, o tempo agora parecia estar em câmera lenta. A boca dela se moveu pronunciando o feitiço, da ponta da varinha disparou o jato de luz verde, que pouco a pouco veio em sua direção, o atingiria bem no peito. Ele sempre havia ouvido falar que quando se estava frente a frente com a morte, sua vida passava diante de seus olhos. Todos os sonhos realizados e não realizados, as pessoas, seu grande amor, tudo. Mas foi diferente tudo o que ele viu foram os olhos dela, Hermione. Jamais acreditou no amor até provar dele.