Dever ou Coração? escrita por Tali-chan


Capítulo 2
Capítulo 02: Seria essa a realidade?!




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Dever ou coração?

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Capítulo 02: Seria essa a realidade?!

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Frio, isto é tudo o que sinto. Meus lábios não se abrem, e meu corpo não se meche. Me encontro em uma total escuridão. Um vulto passa em minha frente e estreito os olhos. Não consigo identificar quem é. Ouço um barulho, parece-me que a figura murmura algo. Tento prestar atenção nas palavras, tentando codificá-las.

Você...

...Nunca...

...Sairá...

...Daqui...

Meus olhos se arregalam, e tento inutilmente me mover, gritar, fazer algo. Aquela figura se aproxima mais e mais de mim, o ‘mantra’ já pode ser ouvido com perfeição. Fecho meus olhos com o intuito de barrar a aproximação daquela presença. O silêncio novamente paira sob o recinto. Não ouvindo nada, abro vagarosamente meus olhos...Olho para frente...nada...lado direito...nada...lado esquerdo...nada...minha respiração se torna entrecortada e meu coração pulsa com o temor, meus lábios tremem de medo da possível revelação. Suspiro pesadamente. Fecho meus orbes e os abro rapidamente olhando para baixo.

Esgueirada em mim e me olhando se encontra minha falecida irmã, os olhos penetrantes focados em mim, em seus lábios um sorriso sádico. Sua pele não estava perfeita, estava branca. Seus cabelos antes sedosos, estavam esparramados por sua face. Senti vontade de chorar...aquilo não podia ser real.

Respirando pesadamente, fecho meus orbes, repetindo dentro de mim mesma que aquilo não era real. Passado um momento a claridade vai tomando conta de meus olhos fechados, ao abri-los me deparo com um campo aberto, contendo uma cerejeira florida no meio. Tento me mover, e consigo. A confusão toma conta de mim, porém tento inutilmente me focar no aqui e agora. Caminho até a cerejeira. Algo me chamava até lá.

Relembro-me de um fato enterrado em meu passado.

-Flashback-

Estava sentada sorridente num banco do colégio, meu namorado, Naruto, tinha preparado algo especial para meu aniversário de 12 anos. Sorri abobada, como o amor é lindo.

Levantei toda feliz e fui seguindo saltitante até a árvore de cerejeira em que nos conhecemos pela primeira vez, e em que ele marcou o nosso encontro. Eu havia preparado dois bentos e os carregava com carinho nas mãos, um sorriso alegre se estendia por minha face.

Andava pelo campo sem olhar para a árvore, muito compenetrada em meus pensamentos sobre meu amado Naruto. Chego a um lado da árvore e ponho a mão em seu tronco, ali estava o coração desenhado por ele dizendo “Naruto & Hinata”. Mais uma vez sorrio.

Percebo a presença de alguém do outro lado da árvore, meio incerta vou contornando-a até que dou de cara com Naruto beijando uma outra garota de cabelos rosas.

Fico estática. O garoto que eu tanto ama, o garoto que me fez juras de amor...estava se agarrando com outra. Os bentos caem de minhas mãos e se quebram no chão. Naruto pára de beijar a outra garota, que pelo que me lembre se chama Sakura.

Lágrimas lutam para cair de meus olhos, mas mais uma vez eu mantenho a promessa que fiz à minha mãe, de nunca mais chorar. Eu continuo encarando-o, esperando alguma explicação da parte dele. Ele me olhava assustado, e a garota se segurava para não cair na risada.

-Por quê? -Minha voz saiu firme, contradizendo minhas emoções do momento.

Ele me olha alguns minutos, nos seus olhos eu vejo certa...mágoa talvez? Ele sorri zombeteiro, eu o olho incrédula, o que ele pensa que eu sou?

-Porquê, Hinata? Hahahaha é simples. Você sempre foi a mais perfeita aqui, sempre manteve aquela sua posição de ‘nem ligo’, sempre foi a certinha, quietinha e queridinha de todos. Você me irrita garota! Eu fiz isso pra te provar que você não passa de lixo, algo descartável. Você nem sequer serve pra beijar! Você me dá pena garota! Melhor baixar tua bola de agora em diante...Ah, e sabe as coisas que lhe contei? Sobre minha vida, minhas preferências, até as promessas que te fiz? Eram todas F-A-L-S-A-S!! Garota você é muito lesa e inocente, tem que acorda pro mundo senão vai sofrer muito!! –após dizer isso ele começou a rir junto da outra garota. Eu estava em total estado de choque. Eu podia sentir meu coração quebrando em migalhas, fecho os olhos e torno a abri-los com uma expressão fria.

-Se você acha que eu ligo pra você, ou para o que você pensa, está mais que enganado. O único otário aqui é você ô garoto. Eu que sinto pena de você, tão ignorante a ponto de não saber o abecedário inteiro ainda. A única coisa que senti por você foi D-Ó. Você me enoja. –dizendo essas palavras tão frias, me viro e sigo para o pátio, minha expressão não se altera nem um pouco. Se ele acha que conhece sofrimento, ele se engana.

-Fim do flashback-

Sinto minha respiração falhar, o meu coração suplicando para que as lágrimas caíssem, eu só desejava paz e nunca mais queria mexer nessas lembranças do passado. Com um pouco de dificuldade, me esgueiro na árvore, olhando o chão. Fecho meus olhos e apenas sinto a doce brisa beijando meu corpo.

Pressinto alguém em minha frente. Abro meus olhos rapidamente e me endireito. Vou levantando-os vagarosamente temendo o pior. Ao olhar para frente não encontro nada. Meu coração dá um salto, que piada sem graça é essa?

Ouço passos do outro lado da árvore, eles se aproximavam de mim, tento gritar, fazer algo, porém minha voz falha. Ao sentir um braço em meu ombro, meu estômago embrulha. O tal braço me vira de frente para ele e quando minha visão entra em foco. Ali está o Naruto.

Minhas pernas ficam moles, e por pouco não me submeto a fraqueza do coração. Eu olhei em seus olhos, estavam vazios.

-Hinata, eu te amo. –ele sussurrava para mim, me lembrei das juras que ele fazia todos os dias, das risadas meigas, dos momentos tão perfeitos que passamos juntos. Tudo aquilo foi falso.

Fechei os olhos com raiva e mágoa, pude ouvir mais alguém chegando e a curiosidade falou mais alto, abri os olhos e quando olhei vi novamente aquela cena, Naruto se beijando com a garota de cabelos róseos chamada Sakura. Eles param de se beijar e ela olha para mim com um ar de deboche.

-Te adoro Hinatinha. –meu estado de choque era notável. Não conseguia mexer-me, e lágrimas lentamente fluíam de meus orbes. Aquilo não estava acontecendo novamente, era só um maldito pesadelo!

Saí correndo com toda a força que ainda tinha dentro de mim. Não sei ao certo por quanto tempo corri, porém quando minha força acabou caí aos meus joelhos, respirando pesadamente. Minhas mãos apertavam fortemente minhas vestes e em meus olhos lágrimas imploravam silenciosamente para caírem, eu não posso ser perfeita não é mesmo?

Ouvi passos cada vez mais próximos de mim, senti meu coração palpitando mais rápido. Fechei os olhos numa inútil tentativa de barrar esse sofrimento. Tentava me passar por forte, mas quem eu estava tentando enganar? Só a mim mesma. Quando os passos cessaram e senti uma respiração em meu rosto sabia que alguém estava ali. Mesmo com medo, demonstrei que era uma verdadeira Hyuuga, abri meus olhos e olhei para meu inimigo...porém ele não o era.

Deparei-me com dois mares perolados, senti um calafrio subir-me a espinha ao constatar a marca na testa indicando que era ninguém mais ninguém menos do que meu noivo. Traguei o ar com uma força descomunal, como se aquela fosse a última vez que respirava. Gelei ao sentir a mãos gélida me tocando a face. Saí rapidamente de meus pensamentos e constatei que Neji estava mais próximo agora. Minha respiração se tornou descompassada e meu coração parecia que me ia pular do peito. Estávamos a milímetros de distância quando consegui ouvir o sussurro que ele me deu.

-Te amo. – nesse instante meu mundo caiu. A mesma história estava se repetindo, me livro de suas mãos e corro para longe dele, para longe de tudo aquilo.

Corria no escuro, parecia não sair do lugar, caio em um buraco de luz e acordo em uma cama. A porta se abre e por ela aparece Hizashi, pai de Neji. Ele se aproximou da cama e se abaixou do lado.

-Nós iremos tomar o clã, quer você queira, quer não queira. Porém se não o quiser, irá morrer pelas mãos de meu filho, assim como seu pai morrerá por minhas mãos. – não pude acreditar nas palavras. Quer dizer então que toda essa cordialidade por parte do ramo secundário nada mais é que...uma farsa? Imagens de meu pai morto, e Neji vindo com uma faca me matar transitaram por minha mente. Uma lágrima solitária escorreu por meu rosto, e o quarto antes iluminado novamente se escureceu, e eu caí, caí naquela escuridão, caí para meu destino, a morte.

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-Hinata, HINATA!! –algo me chacoalhava o corpo, com grande custo abri meus olhos para encontrar Neji com uma face preocupada me encarando. Olhei para ele, será que aquilo tinha sido um sonho? Me perguntei. A resposta veio de imediato, aquilo foi um sonho. Neji continuava chamando meu nome, aquilo me desconcentrava, me irritava.

-O que foi?- pergunto grossamente, pode ter sido tudo um sonho, porém não permitirei que se torne realidade.

-Você falava coisas desconexas e se debatia durante o sono. –ele falou com um tom sério, ele ainda permanecia na mesma cama que eu.

-Fique longe de mim. –dizendo isso me dirijo ao banheiro e me tranco lá. Ouço Neji falando sozinho, se perguntando o que teria acontecido comigo. Tolo...penso eu, ele pensa que eu não sei de seu plano, pois está mais que errado.

Com a banheira já cheia entro dentro dela, relaxando meu corpo e minha mente, enquanto minha alma se sentia livre pra ir onde quisesse, ir para os contos de fada que lia escondida em minha infância, ir para as altas torres dos lindos castelos...ir para um lugar onde ninguém me encontrasse.

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Yuuki Kuran Cross


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Notas finais do capítulo

Oie gente :)

Brigada pelas reviews

sei q NejiHina é um casal bem comentado...e criticado

espero q gostem ;)

Paulo parabéns!! Amanhã teu niver e posto mais um cap dessa fic e mais um do Caçador de Corações!!

Obrigada de CORAÇÃO por akeles q mandaram reviews

Bjinhus

Ateh amanhã