Percy Jackson e o Enigma de Afrodite escrita por Anne Sophie


Capítulo 4
Tenho uma missão.




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  Eu estava em um lugar escuro, iluminado apenas pela luz que vinha de uma janela minúscula, o lugar era realmente assustador e familiar, um forte poder me fez caminhar à frente, e apesar de andar com passos leves, o chão de madeira rangia como se estivesse prestes a quebrar. Havia uma pilha de caixas de ambos os lados e vários objetos caídos no chão, imaginei ter visto a carcaça de um pequeno dragão, do tamanho de um cachorro labrador, mas era só impressão minha. Cada vez que eu dava mais passos, mais perto a janela ficava, até que eu vi uma forma, parecia uma pessoa, mas estava parada havia um tempo, seu rosto se virou para mim, o que foi realmente aterrorizante, pois aí eu vi quem era; o Oráculo estava terrivelmente feio, e meu coração parecia que iria sair pela minha boca por causa do susto que eu levei. Percebi que eu estava no sótão da casa grande. Uma fumaça verde se enroscava pelas pernas da múmia e vinham até a mim, os olhos do Oráculo estavam num verde vivo, iguais aos olhos de May - a mãe de Luke. Assim que a fumaça chegou até a mim, ela se enroscou em meu corpo, e eu consegui ouvir o que o Oráculo dizia:

"Olá, jovem semideus, há quanto tempo, não é?"

Eu fiquei mais apavorado ainda, porque enquanto a voz ecoava pela minha cabeça, a múmia me dirigiu um sorriso sombrio. Arrepiei-me todo quando percebi que a voz 'falava' e não 'citava' profecias ou enigmas, ele estava apenas conversando comigo como se fôssemos amigos de longa data que haviam se desencontrado por bastante tempo. Não consegui dizer nem um "ah", mas acho que eu reprimi um grito, aqueles do tipo que meninas dão.

"Vejo que está um pouco assustado, acalme-se, não vou fazer nada a você, apenas vou pedir que você faça um favor para mim".

Eu queria perguntar 'o que', mas eu acho que saiu mais um "Hã, bãh?". É isso o que acontece quando se está em um pavor total. Mas eu acho que ela compreendeu, e a múmia mudou de posição, se sentando de frente para mim, olhando nos meus olhos. Eu acho que ela queria fazer um olhar de 'vamos negociar', mas acabou saindo um olhar de se-você-não-fizer-o-que-eu-mandar-eu-vou-te-matar. E isso realmente me deixou com medo.

"Gostaria que você fosse à Nova York fazer um favor para mim"

Eu queria sacanear ela, falando 'Você quer comprar uma bolsa Gucci?', mas achei melhor ficar quieto.

"Você procurará uma pessoa destinada para ser o novo Oráculo"

Acho que eu fiquei com cara de quem chupou limão e não gostou, porque ela havia cruzado as pernas. Pra um Oráculo que se vestia como hippie, ela estava bem saidinha.

"E você fará isso daqui a 5 dias, não se esqueça, leve o que ou quem você precisar".

 Eu acordei todo suado e com alguém batendo na minha porta. Acho que eu berrei um 'entre', porque logo que eu acordei Grover entrou parecendo que Juníper ia matá-lo.

 - Percy, Quíron está te chamando. E o caso é sério.

 Saí às pressas do meu chalé, nem me importando se eu estava de pijama. Percebi que já estava de manhã, talvez umas seis ou sete horas, só alguns campistas estavam acordados, quando eu passava por eles alguns diziam "bom dia, Percy", claro que eu cumprimentava-os também, mas alguns só olhavam para mim e riam por eu estar de pijama.

Cheguei à casa grande, onde estavam todos reunidos. Quíron, Annabeth, Senhor D. e seu pijama de seda, na qual a camisa era com estampa de tigre e o short roxo, até Argos estava lá. Um calafrio percorreu a minha espinha, pois eu já tinha uma leve impressão do que eles iriam falar.

 - Percy, o Oráculo mandou uma mensagem e...

 - Eu sei, ele quer que eu vá buscar a pessoa designada para ser o novo Oráculo. - Disse, interrompendo Quíron, ele me olhou com um olhar curioso. - Eu sonhei com o Oráculo.

 - Uau, então agora que ele já sabe, será que eu posso dormir? - Disse o Senhor D. com raiva. Aliás, eu nem tinha reparado, mas ele estava segurando um tigre de pelúcia. Juntando o figurino todo, estava hilário. Tive até que segurar o riso, mas eu acho que ele leu meu pensamento, pois me lançou um olhar mortal, e eu apenas desviei.

 - Mas como vocês souberam da missão? - Perguntei a Quíron, que estava em sua forma humana, devido a cadeira de rodas mágica que ele usava.

 - Bom, é que o Oráculo apareceu no meu chalé, foi assustador. - Disse Annabeth, respondendo a minha pergunta. Só de imaginar isso, um calafrio me percorreu. E também percebi que ela havia falado comigo.

 - Hum. - Me limitei a falar isso, eu ainda estou chateado com ela.

 - Bom, agora que todos já sabemos Percy, quem você gostaria de levar? - Perguntou-me Quíron. Eu percorri com o olhar toda a sala de estar, olhando para cada um, até que eu encontrei o olhar de Annabeth, que parecia um pouco ansiosa com a resposta.

 - Será que eu poderia responder isso depois, é que eu ainda não me decidi. - Falei olhando para o chão, logo após levantando o olhar. Acho que Quíron compreendeu o que estava acontecendo, porque ele ficava olhando para mim e para Annabeth seguidamente.

 - Tudo bem, agora vá se arrumar para o café da manhã, já que a concha já vai soar. - Foi só ele falar isso que a concha soou, era a hora do café da manhã. Dei um tchau pra eles e saí correndo para o meu chalé.

 O pavilhão do refeitório estava realmente agitado hoje, mas não é como uma cantina de escola. Imagina mais de duzentos semideuses com DDAH. É, realmente não era legal. O falatório era tão grande que para falar com a pessoa ao seu lado, você teria que berrar.

Até que Travis Stoll, do chalé de Hermes, tacou um pedaço de bolo na cara de uma filha de Afrodite, que tentando revidar, cheia de raiva, acabou acertando sem querer Clarisse, que ficou com aquela cara de vou-matar-todo-mundo e saiu tacando comida pra tudo quanto é canto e Connor Stoll gritou:

"GUERRA DE COMIDA!"

Então depois dessa já dava pra imaginar, foi comida pra tudo quanto é lado, eu primeiramente fiquei no meu canto, até receber uma bananada de um campista do chalé de Ares, aí eu não aguentei, joguei morango, fatia de presunto, queijo, até o meu sanduíche eu joguei, o que foi um desperdício, é claro, mas quando estava mesmo ficando legal o Senhor D. e Quíron apareceram.

 - MAS O QU... - Quando Senhor D, foi tentar terminar de falar, ele levou um pedaço de melancia na cara.

Aí que acabou tudo, ele ficou de tudo quanto é cor, enquanto todos os campistas tentavam fugir, Quíron só ficou com os olhos arregalados. Quando eu fui tentar sair, já era tarde demais, eu só ouvi:

"PETTER JOHANSON, VENHA!"

É claro que eu achei uma injustiça, porque, em primeiro lugar: eu nem comecei essa guerra. Segundo lugar: eu nem taquei a melancia, acho que foi um campista de Atena. Terceiro lugar: meu nome nem era Petter Johanson.

 Depois de ouvir um sermão danado, eu não fiquei de castigo porque já estava de castigo, e também  não fiquei porque contei como tudo começou. Tenho pena dos irmãos Stoll, mas eu vou fazer o quê, a culpa foi deles mesmo. E assim terminou a minha manhã maravilhosa-tirando o sonho. Enquanto eu lavava pratos com lava vulcânica, assistia Clarisse e o chalé de Ares xingar enquanto catavam cocô dos pégasos. É, realmente não vou me esquecer dessa amanhã.


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Notas finais do capítulo

Demorou um pouquinho mas chegou! Espero que gostem!