Bella POV

À quanto tempo eu estava queimando? Talvez horas, talvez dias. Só sentia o fogo cada vez mais forte. Não consegui manter meus olhos abertos, de vez em quando me debatia, ou gritava, mas estava conseguindo me controlar. Ouvia algumas respirações, passos, vozes cada vez mais claros.

- Olha como ela esta ficando pálida. – ouvi Lindsay dizer.

- E bonita – disse Ashley.

- Como ela consegue ficar ainda mais bonita do que já era? – disse Alec ?!?!

Aaaaaaaaaah, Alec me achava bonita. Ooooown, que fofo.

- Ohhh, que lindo – disse Athenodora – Alec apaixonado – disse ela rindo.

- Cala boca, Ath! – esbravejou Alec.

E assim se passou horas, ouvindo as respirações de meus amigos Volturi que me receberam com tanto carinho. Agora odeio os Cullens por terem insinuado aquelas coisas horríveis sobre eles. Eles apenas faziam o seu trabalho. Imagine o mundo sem os Volturi, os vampiros matariam sem dó nem piedade.

- AI, QUANTO TEMPO AINDA VOU TER QUE ESPERA? – berrou Athenodora me assustando.

- Athenodora – Caius a repreendeu, desde quando ele estava li? – amor, a transformação demora muito. Você sabe.

- É que eu estou impaciente – sussurrou ela.

Depois de um tempo meus pulsos e tornozelos estavam livres do fogo, mas o fogo em meu peito só aumentava até que era praticamente insuportável.

- Vejam , a transformação esta quase concluída – disse Ashley, e depois ouvi varias pessoas se aproximando, pela minhas contas todos os Volturi.

A dor estava ainda pior, e pior, e pior, quando não agüentei e gritei em plenos pulmões arqueando meu corpo. E de repente a dor cessou totalmente. Mas não me mexi, continuei totalmente imóvel.

- Bella, esta tudo bem? – ouvi Alec dizer e  depois colocar sua mão sobre a minha.

Me assustei, abri os olhos e sentei rapidamente na cama. Agora eu podia ver tudo, tudo mesmo, cada detalhe, cada grão de poeira.

- Você está bem, filha? – Aro me perguntou, visivelmente preocupado.

- Estou só surpresa – ouvi pela primeira vez minha nova voz, pareciam sinos.

- Bem, deve estar com sede, não é? – disse Marcus sorrindo. Até agora não tinha me dado conta da ardência de minha garganta. Eles me conduziram novamente à sala do trono, onde um homem, mais ou menos 40 anos, loiro, magro e meio baixo estava encolhido.

- Vá em frente – disse Caius apontando para ele. Eu hesitei, eu me tornaria um monstro?

- Eu sei, você não quer se tornar um monstro – disse Ashley, me encorajando – eu também era contra, não queria me tornar um mostro. Mas isso faz parte de nós. A onça não se sente culpada por comer a gazela. Faz parte de nossa cadeia alimentar. Não fazemos isso por mal, apenas por necessidade.

- Eu acho que você...

Antes que eu pudesse terminar a deliciosa fragrância do sangue daquele homem invadiu minhas narinas, não me contive, segui meus instintos e suguei até a última gota de sangue do corpo dele. Quando terminei, todos sorriam para mim.

- Você acha que... – disse Lindsay. E todos riram.

- Acho que você esta certa, Ash -  disse sorrindo.

- Bella, quero lhe apresentar a todos que vivem neste castelo – disse Aro -  amanhã todos estarão reunidos no salão principal, para te conhecer.

- Todos estão loucos para conhecer a princesa Volturi – disse Fêlix.

- Bella, posso falar com você? – falou Jane, parecendo envergonhada?

- Claro – falei meio insegura.

Ela me levou até outro lado o castelo uma linda sacada, de fora ele parecia tão antigo, mas dentro tinha peças modernas e de bom gosto.

Ela se sentou em um dos sofás e indicou para que eu me sentasse também. Ela não olhava para mim, apenas encarava o chão. Respirou fundo e disse:

- Bem, eu vou ser bem direta – fez uma pausa – Eu quero que me desculpe por tudo que eu fiz, eu fui uma idiota, mas... – ela falava muito rápido, se eu não fosse vampira, não entenderia nada do que ela estava falando.

- Fique calma –  disse - eu já perdoei. Você é a irmã dele, tem todo o direito de me questionar.

- Não, não tenho – rebateu – Eu estava com ciúme porque o Alec nunca foi muito sociável, ele sempre foi muito sozinho, conversava apenas comigo.

- Eu não entendo – discordei – ele sempre pareceu tão inteligente, divertido -  fiz uma pausa – simpático – disse quase num sussurro.

- Com nós duas ele é. Era por isso que eu sentia ciúme. Acho que eu não aceitei muito bem uma nova pessoa na vida dele – ela sorriu envergonhada – Eu queria saber se você poderia esquecer essa crise de ciúmes e se nós podemos começar de novo, ser amigas?

Ela me perguntou. Olhei fundo em seus olhos, não havia nenhum vestígio de raiva, tristeza, apenas expectativa e compaixão. Me levantei, fiquei em sua frente. Peguei em sua mão e a levantei.

- Claro – quase gritei e a abracei apertado.

De repente ouvi o barulho, pessoas aplaudiam  ao ver a cena. Todos sorriam, então me virei e a abracei de novo. Senti uma mão em minhas costas. Era Alec Gostosão Volturi.

- Posso falar a sós com você, Bella? – pediu ele.

- Claro – disse sorrindo.

- Meu Deus – disse Lindsay – hoje todo mundo decidiu falar a sós com a Bella. Eu também quero – disse ela fazendo biquinho. E todos riram.

Ele pegou minha mãe e me puxou pelos corredores até uma porta, abriu, dando passagem para mim.

- Esse é meu quarto – disse ele se sentando na cama e indicando para que eu senta-se à seu lado – O que Jane queria falar com você? – pediu ele com o semblante preocupado.

Me sentei à seu lado, peguei sua mão.

- Ela só queria pedir desculpa pela crise de ciúme – disse tentando tranqüilizado – Ela queria que tentássemos ser amigas – mas ele continuava preocupado – é por isso que esta preocupado?

- Na verdade, não – ela parou de falar.

- Pode falar, Alec. – disse tentando encorajá-lo.

- Eu... Não sei o que sinto por você, mas eu quero que saiba que você é muito especial e eu gosto muito de você, não sei se é paixão, não sei se é amor.

Ele começou a se aproximar. Peraí, ele ia me beijar? Ai, o que eu faço. Antes que eu pudesse pensar, desviei o rosto, nervosa.

- Eu também sinto a mesma coisa, me sinto estranha com isso, não sei o que esta acontecendo comigo.

- Não preciso do consentimento de Jane nem de qualquer um para ficar perto de você.

Não sei de onde tirei a coragem, mas me sentei em seu colo e o beijei. O beijo começou calmo, mas  foi ficando urgente, seus braços foram para minha cintura, colando nossos corpos, e meus dedos foram para seus cabelos o puxando mais para mim, sua língua pedindo passagem por meus dente, e eu prontamente concedi. O beijo terminou em selinhos demorados. Não tenho certeza mas, acho que estou me apaixonando por Alec Volturi.

                                                Continua...