As Ruínas de Shinto escrita por Tatatorterra


Capítulo 9
Perigo, Escolha e Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, desculpa pela demora do update.

Estou bem ocupada com meu trabalho e com outras coisas pessoais - virei até moderadora de um fórum nesse meio tempo. -q

Por causa disso e de outros fatores, decidi apenas escrever quando realmente estiver inspirada para isso, pois vocês leitores merecem o melhor e não um texto feito as pressas.

Espero que gostem do novo capítulo.



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Eu: Tatatorterra na área! Rumo ao capítulo número oito!

Tracey: Então Tata, quem mais vai aparecer na Pokéluta? Estou curioso.

Eu: Várias pessoas.

Tracey: Mas você não vai dar nenhum detalhe?

Eu: Não.

Tracey: ......

Eu: Fale o disclaimer e posso pensar no teu caso.

Tracey (extremamente animado): Tatatorterra não é dona de Pokémon. E então, você vai falar agora?!

Eu (tentando mudar de assunto): Que continue a história!


As Ruínas de Shinto

 - Perigo, Escolha e Treinamento

No ultimo capítulo, nossos heróis finalmente se reencontraram com antigos amigos, assim como conheceram novos. Porém, alguns começaram a suspeitar se essa inesperada reunião não é obra do destino – um mau presságio de que algo ruim está por vir...

Após o breve encontro inesperado com Paul, Ash decide que é hora de se inscreverem na Pokéluta. Todos estavam caminhando pelas ruas de Goldenrod, sendo que Misty e Ash estavam por ultimo no grupo. Aproveitavam que seus amigos estavam ocupados demais uns com os outros para ter um tempo só para os dois, pois estavam caminhando de mãos dadas.

Para muitos isso pode parecer pouco. Mas para quem teve que esperar anos para dizer o que sentia, como no caso de Ash e Misty, isso é mais que suficiente, por enquanto. Não que eles não queiram aproveitar mais, mas no momento andar de mãos dadas basta.

Ash...

“Hã?!” – o garoto para de andar repentinamente enquanto segurava a mão de sua namorada com firmeza, deixando-a curiosa.

“O que foi?”

“Nada. Pensei que alguém me chamou.”

“Espero que não seja outro fã clube seu...” – comenta Misty em um tom de desânimo.

“Nem me fale... Meu cérebro ainda está chacoalhando por causa do animado cumprimento que a Marina me deu...” – dizia Ash enquanto passava a mão livre pela cabeça. Eles voltam a caminhar.

“Tem um cérebro aí dentro? Pensei que era vazio.” – a ruivinha não perdia tempo na hora de tirar Ash do sério. O garoto faz uma falsa cara de mágoa.

“Muito engraçado Mist. Muito engraçado...”

“Eu sei.” – ela ri delicadamente – “Por isso que eu gosto de te provocar.” - Ash ri ao ouvir isso, pois também pensava o mesmo.

“Concordo. Se não provocarmos um ao outro, não tem graça.”

Ash...

Dessa vez, Ash se vira e olha na direção de uma das saídas da cidade. Ela desembocava numa floresta densa que ficava no entorno de Goldenrod. Ele pára de caminhar novamente. Algo parecia chamá-lo.

“Você ouviu?” – ele pergunta para sua namorada, que o olha espantada.

“Ouvi o quê?”

“Alguém me chamou pelo nome.” – ele olha brevemente para Misty e, em seguida, de volta para a floresta. Já a líder de ginásio começa a ficar um pouco irritada.

“Eu não ouvi nada... Vamos logo antes que a gente fique muito para trás dos outros.”

“Certo...”

Ash!

“Dessa vez eu tenho certeza de que me chamaram!” – o garoto olha na direção da floresta novamente.

“Só me faltava essa, você ouvindo coisas...” – retruca Misty.

Precisamos mais uma vez da sua ajuda, Escolhido...

“Eu conheço essa voz...!” – Ash sai correndo e, como ainda segurava a mão de Misty, acaba puxando-a junto.

Brock estranha a falta dos dois no grupo e olha para trás. Ao ver o casal se afastando, fica preocupado.

“Ei! Aconteceu algo?!”

“Surgiu um imprevisto!” – responde Ash gritando, pois já estava um pouco longe. Tentava tranquilizar seus amigos – “Voltamos logo!”

Pikachu, que estava junto de Buneary e Piplup no grupo principal, estranha a atitude de Ash, porém decide não ir junto, para a surpresa de seus amigos pokémon.

“Pi piplup? (Não vai junto?)”

“Pi... (Não...)” – o rato elétrico faz sinal negativo com a cabeça – “Pikapi pikachupika pipika Pikachupi. (Ele deve querer ficar a sós com ela.)”

“Buneeeary... (Faz sentido...)”

Já Brock encolhe os ombros como quem não sabe de nada e guia os outros em direção à Arena Goldenrod.

Enquanto isso, Misty ainda estava sem entender nada do que estava acontecendo: de repente seu namorado começa a ouvir coisas e sai correndo e, ainda por cima a levava junto. Estava tão confusa que nem ao menos conseguia pensar em se soltar de Ash ou simplesmente tentar pará-lo. Mas se tem uma coisa que ela aprendeu após viajar por anos ao lado dele é que tudo é possível, principalmente quando se trata de Ash Ketchum. Mas mesmo assim...

“Ash! Você ficou louco por acaso?!” – ela o encara de forma séria. Ele para de correr, e olha Misty nos olhos.

“Confie em mim.” – a ruiva percebe que seu amado estava muito sério (fato raro), e por causa disso e dos sentimentos que a guiavam, decide dar crédito ao garoto. Ela suaviza a expressão em seu rosto, abrindo um singelo sorriso.

“Sempre confiei em você, Ash Ketchum.” – ela acaricia o rosto dele com a mão livre – “Não vai ser agora que vou começar a duvidar.”

Gostaria que viesse sozinho, mas posso abrir uma exceção para a jovem donzela ao seu lado...

Desta vez, Misty ouve também a voz misteriosa. Parecia estar dentro de sua cabeça. Apenas pokémons que se comunicam via telepatia podiam fazer isso.

... Afinal, ela também esteve envolvida no incidente de Shamouth. Se não fosse por ela, você e o mundo como conhecemos não estariam mais aqui, Ash.

“E sou eternamente grato por isso.” – o treinador comenta sorrindo enquanto pressiona levemente a mão de sua namorada. Ambos voltam a correr em direção da voz que os guiava floresta adentro.

Conforme sentiam que se aproximavam do seu destino, Misty finalmente reconheceu o dono daquela voz misteriosa. Só havia um pokémon telepata que apareceu em Shamouth e que sabia sobre o ocorrido. Apesar de Slowking poder falar, ele era como o Meowth da Equipe Rocket: sabia falar como humanos e não usava seus poderes para isso. Porém, esse outro pokémon que estava se comunicando com eles era diferente, pois usava sua mente aguçada e seus enormes poderes para esse feito:

“Não me diga que é...?”

“Aham, exatamente.”

Após seguirem mais um pouco floresta adentro, eles chegam a uma enorme clareira. Nela, eles se deparam com um velho conhecido que os aguardava, enquanto parecia descansar de um longo vôo.

“Lugia!” – Ash solta da mão de Misty e corre em direção ao gigantesco pássaro prateado. Já a ruiva permanece no lugar. Não apenas estava um pouco cansada, mas também se sentia intimidada com a presença do Guardião dos Mares.

“Que bom que você atendeu meu chamado, Ash.” – ele olha em direção da treinadora de pokémons aquáticos e acena com a cabeça – “Misty.”

“O-oi.”

“Aconteceu alguma coisa?! O equilíbrio dos elementos foi quebrado novamente?!” – questiona o garoto. Ash sabia que para Lugia se deslocar das Ilhas Laranja até Johto, é porque algo muito grave estava acontecendo. O Guardião responde cabisbaixo:

“Infelizmente, creio que algo pior está por vir...”

“Pior?!!” – exclama o casal. Nisso, surge um homem acompanhado de um Lucario: ele usava um terno e chapéu de um tom azul escuro e calça e sapatos negros, que combinavam com a faixa do chapéu. A camisa que usava por baixo do terno também tinha o mesmo tom de azul. Ele parecia estranhamente familiar para o garoto de Pallet.

“Deixe-me que explicar a situação a eles, velho amigo.” – Ash se surpreende ao ver o dono e protetor da Ilha Iron diante de si.

“Riley?! Lucario?! Mas como...? Quando...? Vocês... Desde quando conhecem o Lugia?!!” – a mente do campeão da Conferência de Suzuran parecia girar. Era muita coisa para a sua cabeça. Já Riley parecia ter a mesma reação, porém bem mais contida.

“Ash?! Estou surpreso ao saber que você é o escolhido de quem Lugia falou tão bem.”

“Carr.” – o pokémon aura acena para Ash amigavelmente. Já Riley agora se dirige a Misty, observando-a com curiosidade.

“E a senhorita seria?”

Ash fica ao lado dela e a abraça suavemente pela cintura com o braço direito. Ele até limpa a garganta antes de falar, para a graça de Misty.

“Essa é Misty Waterflower, líder de ginásio da cidade de Cerulean e minha namorada.”

Lugia fica com uma expressão de felicidade ao ver o casal: “Fico feliz que finalmente admitiram seus sentimentos um pelo outro.” Ash fica cabisbaixo e suspira de modo desanimado.

“Eu não acredito que até o Lugia sabia disso e eu não...” – tudo o que Misty faz é rir discretamente enquanto se recordava de quanto Ash era um tapado na época.

“Quando eu os vi pela primeira vez, antes mesmo de surgir diante de vocês, usei meus poderes psíquicos para checar suas mentes e saber se eram confiáveis. Faço isso com todos os candidatos a Escolhido” – Lugia – “Descobri que ambos, assim como seu amigo observador tinham boas intenções, assim como coração puro.”

“E quanto à Melody?” – indaga a ruiva.

“Vamos dizer que ela não era a mais bem-intencionada e pura das donzelas, mas cumpriu com seu papel quando foi preciso.” – falava o guardião em tom de piada, mas em seguida voltou a ficar sério – “Continuando. Ao checar seus corações, vi que ambos nutriam sentimentos especiais reservados apenas um ao outro, mas ainda não os admitiam por completo. Era apenas uma questão de tempo.”

As faces de Ash e Misty ficam levemente coradas ao ouvir aquilo. Já Lugia fica pensativo: “Se bem que eu tenho que concordar com Misty que o Escolhido era ingênuo demais naquele tempo...” – agora sim, Misty fica vermelha de vergonha enquanto Ash a olha confuso. Ele ergue uma sobrancelha.

“Como assim ‘ingênuo’?”

“Na verdade ela usou outra palavra, mas isso não vem ao caso agora.” – completa o pokémon lendário. Já o treinador de Pallet decide deixar essa passar, mas joga um olhar torto na direção de sua amada ruivinha de leve, já que sabia que ela tinha razão.

Ruínas de Shinto. Após resgatarem os trabalhadores desacordados e os levarem para um hospital de emergência improvisado no acampamento, Cynthia e Roark esperavam apreensivos pelo diagnóstico, que seria dado pela enfermeira Joy de Ecruteak. Ela veio às pressas acompanhada por Morty, o líder de ginásio local.

“Será que foi tão grave assim o que aconteceu com eles?” – pergunta Roark, preocupado com seus companheiros. Ele, Cynthia, Morty e Rampardos aguardavam do lado de fora da tenda utilizada como centro de operações. Foi nela que foi improvisado o hospital de emergência.

“Seja o que for, logo saberemos.” – Morty, tentando reconfortá-lo. Nisso, a enfermeira Joy surge na entrada da tenda e segue em direção aos líderes.

“Como eu suspeitava, foi obra de um pokémon.” – todos ficaram surpresos – “Do tipo fantasma ou psíquico diria, pois eles foram vítimas do ataque Devorador de Sonhos.”

“Devorador de Sonhos?!” – Roark exclama, assustado.

“Esse é um movimento muito perigoso aos humanos, podem deixá-los inconscientes por dias...” – Morty, ficando pensativo logo em seguida – “Mas é muito estranho...”

“Estranho?” – questiona Cynthia, curiosa. O líder de ginásio fantasma continua:

“Veja bem, Shinto não é conhecido por ser reduto de pokémons fantasmas.”

“Será que foi algo que estava preso nas ruínas?” – aponta Joy enquanto todos ficam pensativos – “De qualquer forma, os trabalhadores já foram medicados e recuperarão a consciência dentro de no máximo um dia.”

“Vou reforçar a segurança do acampamento e investigarei sobre o ocorrido. Se for algo que se soltou das ruínas, pode ser até uma espécie nova de pokémon.”

“Que bom...” – suspira Cynthia aliviada – “Agora posso seguir para Goldenrod tranquila.”

“Você também vai participar da Pokéluta, senhorita Cynthia?” – pergunta Morty, curioso. A Campeã responde:

“Sim, mas apenas de uma batalha demonstração e da cerimônia de abertura. Após terminar todos meus compromissos, retornarei imediatamente para cá. E quanto a você? Pela forma que me perguntou, será um dos participantes pelo visto.”

“Sim. Whitney me convidou faz algumas semanas e achei uma oportunidade única de ver de perto tantos treinadores e coordenadores ilustres.”

“Gostaria de participar também, mas as ruínas me fascinam mais que qualquer competição pokémon.” – falava animado o líder de ginásio de Oreburgh – “Sem falar que minha família estará muito bem representada.”

“Então acho melhor irmos logo, senão vamos chegar atrasados para a Pokéluta.” – sugere Morty. Cynthia concorda:

“Tem razão.” - em seguida, Cynthia e Morty se despedem de Roark e sua equipe, e seguem viagem no carro do líder de ginásio fantasma. Quando eles estavam já a certa distância do acampamento, a Campeã de Sinnoh pede para fazer uma breve parada:

“Morty, poderia parar o carro, por gentileza?” – ele a olha de forma confusa, mas atende seu pedido.

“Aconteceu alguma coisa?” – ele repara que ela observava as redondezas, preocupada. Após alguns segundos em silêncio, Cynthia decide se abrir com seu companheiro de viagem.

“Estou preocupada com Roark e sua equipe. Algo me diz vai acontecer alguma coisa grande e ruim.”

“Estou tendo a mesma sensação desde que soube do incidente com a equipe.” – Morty desabafa, deixando Cynthia surpresa – “Tem chances de não ter sido um incidente e sim um ataque.”

“Tive as mesmas suspeitas. Porém, alertar a todos sobre algo incerto pode atrapalhar a pesquisa das ruínas...” – Cynthia pensa por alguns instantes e acaba tendo uma idéia – “Por via das dúvidas...” – ela lança uma pokébola no ar. Ao se abrir, libera um pokémon nunca visto selvagem na região de Johto – “Spiritomb, gostaria que você vigiasse as ruínas e a equipe de exploração e auxiliasse na segurança do acampamento enquanto eu estiver fora por uns dias.” 

“Spiritoooomb.” – nisso o ‘pokémon proibido’ fica invisível e começa a vagar em direção às ruínas.

Arredores de Goldenrod. Em uma clareira no meio da floresta, Ash, Misty, Riley e Lucario estão sentados em circulo próximo ao grande Guardião dos Mares, Lugia. O pássaro prateado, assim como o dono da Ilha Iron iriam começar a explicar o motivo de o Escolhido ser necessário novamente:

“Assim como você, Ash, eu já fui o Escolhido.” – revela Riley.

“Isso é sério?!!” – pergunta o treinador, levantando-se, espantado.

“Foi antes de eu conhecer o Lucario.” – ele começa a se recordar – “Quando era jovem, eu viajava pelo mundo em busca de desafios. Então soube dos ginásios únicos que haviam no arquipélago das Ilhas Laranja.” – todos ouviam Riley atentamente. Ash voltou ao seu lugar sentado no chão, lembrando das suas próprias aventuras que teve nas ilhas paradisíacas.

“Então eu cheguei a uma ilha distante, conhecida como Shamouth. Estava havendo um festival no qual um treinador era escolhido pela população para trazer ao santuário de pedra os três tesouros das ilhas elementais que ficavam próximas, mas isso vocês já devem saber.”

“Aham, quando eu conheci o Lugia, foi durante esse festival.” – Ash.

“Pois bem,” – Riley – “o povo de Shamouth me nomeou como o Escolhido daquele ano.”

“Igual ao Ash.” – informa Misty.

“Imagino que tenha recebido o tradicional beijo de boas vindas.” – comenta o guardião da Ilha Iron. Já Misty...

“É, ele recebeu...” – a ruiva informa num tom frio e levemente enfurecido. O treinador de Pallet tenta fazer a conversa voltar ao seu foco, temendo uma marretada retroativa.

“Que tal pularmos essa parte da história...?”

“Sim, claro.” – Riley retoma a compostura ao perceber que tocou em um assunto delicado, enquanto Lucario rosna embaraçado por causa de seu treinador – “O que ninguém sabia era que Zapdos, o Titã do Raio, tinha entrado em conflito com Articuno, o Titã do Gelo. Graças a isso, eles acabaram destruindo parte da Ilha do Fogo, despertando a fúria de Moltres.” – Riley faz uma breve pausa.

“Os três começaram uma luta sem fim de proporções castastróficas, ameaçando a segurança de Shamouth. Foi então que as coisas começaram a piorar...”

“O clima começou a ficar imprevisível, certo?” – pergunta a Lider de Ginásio. Riley confirma com a cabeça.

“Exatamente. Os anciões de Shamouth decidiram que deveriam tomar uma atitude e me enviaram para resgatar os três tesouros. Lembro-me que fiquei com muito medo.”

“Sei como é. Quando falaram para mim que eu era o Escolhido, quase pirei.” – Misty põe uma mão sobre o ombro de Ash, ao vê-lo cabisbaixo. Tentava confortá-lo.

“Mas você não foi obrigado a cumprir a missão, Ash.” – Lugia – “É como eu falei, você tinha o que fazer o que seu coração mandasse.”

“E o meu disse que eu tinha que fazer o que deveria ser feito, não importa como.”

“Se você não tivesse aceitado, eu seria o Escolhido até agora, Ash.” – revela Riley, surpreendendo Ash, Misty e Lucario – “Mesmo que tenha as qualidades para ser um Escolhido, você tem a opção de decidir se quer assumir essa responsabilidade ou não. Porém, uma vez aceito, terá que carregar esse fardo até que outra pessoa capaz assuma seu lugar.”

O garoto fica pensativo, seu rosto tinha uma expressão séria. Em seguida encara Lugia, olhando-o diretamente nos olhos.

“O que aconteceu foi muito sério, não foi?”

“Mais do que possa imaginar.” – o Guardião olha para o céu – “E o que está por vir será muito pior. Desta vez não só o presente; o passado e o futuro estão em jogo.”

Ash engole seco ao ouvir aquilo, pois tinha percebido que desta vez a responsabilidade seria muito maior.

“A tarefa de recolher os tesouros e acalmar os Titãs não passa de um mero teste para saber se a pessoa indicada está apta ou não para ser aquele conhecido como Escolhido.”

Riley completa Lugia, dizendo: “O verdadeiro dever do Escolhido é proteger a origem de tudo.”

“A origem de tudo?” – questiona Ash, curioso.

“Existe um lugar no mundo onde está guardado o segredo da origem de todas as coisas.” – revela Lugia – “Mas recentemente os humanos perturbaram esse local, de forma pacífica e sem nenhum tipo de má intenção. Porém, corações cheios de ódio e maldade voltaram seus olhos para esse lugar e estão, a cada dia, mais próximos de alcançar o local proibido a todos.”

“Vocês devem ter acompanhado as ultimas noticias na televisão.” – complementa Riley de forma séria.

Misty fica pensativa tentando recordar de algo que tenha visto na tevê nos últimos dias.

“As únicas notícias que eu ouvi foi sobre a Pokéluta e...” – como se uma peça tivesse sido encontrada, a ruiva descobre sobre o que Lugia e Riley estavam falando. Ela fica chocada.

“As ruínas do monte Shinto!”

“Correto.” – confirma Lugia – “Até agora os humanos só chegaram na entrada desse local sagrado conhecido pelos antigos como ‘Altar de Luz’. Nele está guardado o maior dos segredos, aquele que não deve ser revelado sob hipótese alguma, a origem da origem.”

“E se isso cair em mãos erradas, tudo o que conhecemos e que existe nesse mundo deixará de existir.” – Riley completa seriamente.

Ash e Misty ficam assustados e em silêncio, pois não imaginavam algo tão grave assim.

“Se caso você falhasse em trazer os tesouros daquela vez, a corrente marinha conhecida como a Fera do Mar iria parar de correr seu curso, causando o aumento do nível do mar drasticamente, inundando todo o planeta. Seria uma catástrofe sem precedentes e muitos pereceriam, mas os sobreviventes se adaptariam à situação, fazendo com que o mundo se recuperasse algum dia e seguisse seu curso.” – o Guardião dos Mares fica em silêncio. Após respirar fundo, prossegue:

“Mas se algum dia isso que está trancado no topo de Shinto cair em mãos erradas, será o fim de tudo e de todos. Não sobrará nada além de um grande vazio.”

“Apocalipse...” – sussurra Riley.

O silêncio reinava. A face de Ash expressava espanto. Seus pensamentos voavam longe enquanto tentava aceitar a gravidade da situação. Sua mente girava e girava, seu corpo tremia, sua vista embaçava. Misty percebe que seu amado estava à beira de um colapso. Ela segura a mão do treinador, fazendo-o voltar a si. Mas ainda sim, a cabeça de Ash estava envolta em um turbilhão de emoções:

Eu... E-eu... Vou ter que salvar todo o mundo...?

“Ash, tudo bem?” – a ruiva pergunta preocupada. Nisso o garoto percebe algo:

E se acontecesse algo com a Misty?! Ou com minha mãe ou com o Pikachu?! Meus amigos, meus pokémons?! Não, não apenas os “meus” pokémons. Todas as pessoas, todos os pokémons. Não posso deixar isso acontecer! Vou protegê-los! Todos me apoiaram quando eu mais precisei deles, agora chegou a hora de retribuir o favor, mesmo que custe a minha vida.

A líder de ginásio percebe uma leve pressão vinda da mão de Ash, que ela ainda segurava. Em seu rosto tinha um sorriso tímido e ele estava levemente corado. Já seus olhos exalavam confiança e agradecimento. Após dar fazer um pequeno aceno com a cabeça, o garoto volta seu olhar para Riley de forma séria. Ele já tinha tomado sua decisão:

“O que eu tenho que fazer?”

“Você precisa se preparar.” – Lugia – “Ainda temos tempo, porém como não sabemos como é nosso inimigo, devemos esperar que ele faça o primeiro movimento.”

O pássaro prateado olha para Riley: “É por isso que eu trouxe Riley para cá. Ele será seu tutor, pois já realizou esse treinamento.”

“Que tipo de treinamento?” – pergunta Misty, enquanto Ash parecia confuso para variar.

“Materialização e manipulação da Aura.”

Ao ouvir isso, Ash fica muito feliz, pois sempre teve vontade de aprender esse tipo de coisa desde que conheceu a lenda de Sir Aaron no reino de Cameran.

“Legal!!!” ele vai até Riley todo animado – “Vou ter um Lucario também?!”

“Infelizmente eles não vêm no pacote.” – Ash cai no chão ao ouvir isso – “Você terá que capturar um Riolu ou Lucario como todo mundo para ter um desses.” – termina de responder Riley, sorrindo de forma nervosa.

“Sabia que era bom demais pra ser verdade...” – o garoto recupera o ânimo – “Quando começamos?”

“O mais breve possível.” – responde Lugia.

“Combinado então, basta eu ir me inscrever na Pokéluta primeiro e a gente começa em segui-” – Riley corta Ash.

“Sinto muito, Ash, mas por causa das atuais circunstâncias você não poderá participar dessa competição.”

“O QUÊ?!!!”

Todos aguardavam apreensivos na Arena Goldenrod. Faltavam apenas cinco minutos para o encerramento das inscrições para o torneio e nada de Ash e Misty aparecerem. Tanto Brock quanto Pikachu estão extremamente assustados, pois seus amigos não são conhecidos por ignorar um desafio. Ambos estão na porta do local, procurando por alguma pista do paradeiro deles.

Então, eis que de longe, surge um vulto que se aproximava rapidamente. Uma pessoa corria desesperadamente em direção a eles, parecia ser uma garota...

“Misty!” / “Pikachupi!” – exclamavam em uníssono ao reconhecer a amiga. A ruiva passa direto por eles e vai até a recepção, realizando a sua inscrição antes que fosse tarde. Após tudo estar confirmado, ela desaba ofegante em uma das poltronas no saguão. Todos a cercam.

“Cadê o Ash?!” – indaga o criador pokémon em treinamento. Após respirar fundo e relaxar um pouco ela responde:

“O Ash mandou avisar que não vai participar da Pokéluta.”

“O QUÊ?!!” – exclamam todos em surpresa.

“Como assim ele não vai participar?!” – questiona Tracey.

Apesar de não gostar de mentir para meus amigos, Lugia disse que quanto menos pessoas souberem da verdade melhor... “Surgiu uma oportunidade de um treinamento especial e ele decidiu que seria melhor se preparar para o confronto com a Elite Quatro.” – de certa forma, ela conseguiu dizer meia verdade.

Brock fica pensativo, assim como Tracey, mas ambos se conformam com a explicação.

“Faz sentido.” – Brock – “Esse treinamento deve ser muito importante para o Ash tomar uma decisão dessas.”

“Sem falar que ele vai precisar de novas estratégias se quiser surpreender adversários do nível de elite.” – comenta Tracey.

Todos os outros ficam pensativos, mas aceitam a decisão do amigo. Porém, Pikachu fica preocupado.

“Pikachupi, Pikachu pika? Pikachu pikapika Pikapi, pi?” (“Misty, e eu? Tenho que ajudar o Ash, né?”)

A líder de ginásio afaga carinhosamente o leal Pokémon de seu namorado.

“Não se preocupe, Pikachu. Ele mandou dizer que você está liberado do treinamento.”

“Pika?” (“Sério?”)

Ela cochicha em seu ouvido: “Ele falou para você aproveitar a folga junto com a Buneary.” – o rato fica um pouco corado, mas ao mesmo tempo feliz por saber que mais uma vez Ash provou ser seu melhor amigo humano.

Continua no próximo capítulo...

Eu: Mais um capítulo pronto!

Ash (observando Tatatorterra com um olhar de poucos amigos): ......

Eu: O que foi?

Ash: EU QUERIA PARTICIPAR!!!

Eu: Me torre a paciência e nem aparição relâmpago você faz no próximo capítulo!

Ash: ......

Staraptor: Starrr? Rraptor? Starrraptor! (Criticas? Sugestões? Comentem!)


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